Nós somos a habitação de Deus

(Walter de Lima Filho – Terça – 08/01/2013)

1 Coríntios 2:11

Se há uma verdade que o cristianismo moderno tem esquecido é esta: Nós somos a Habitação de Deus! Muitos que ouvem o verso bíblico: (…) porque aquele que está em vocês é maior do que aquele que está no mundo. (1 Jo.4:4 NVI), no que será que pensam? Será que eles entendem a razão do Espírito estar habitando em suas vidas?

No mais profundo do ser humano há um “santuário”, onde reside a misteriosa essência do ser. Esse santuário é o “espírito do homem”, onde Deus quer habitar. Biblicamente, o homem é um espírito dotado de corpo. O que o torna ser humano não é o seu corpo e nem a sua mente, mas, sim, o seu espírito, no qual estava “a imagem” de Deus.

Assim Deus criou os seres humanos; ele os criou parecidos com Deus. Ele os criou homem e mulher. (Gn.1:27 NTLH)

Essa imagem é o próprio Criador, elevado acima de tudo e de todos. O homem é uma criatura, a mais privilegiada que todas as demais; no entanto, continua sendo criatura, um ser dependente da generosidade de Deus e um ser que suplica a Sua Graça diante do mais alto e sublime trono – o de Deus. Como exemplo, vejamos a declaração do salmista: (…) Ó Deus, tem misericórdia de nós e abençoa-nos! Trata-nos com bondade. (Sl.67:1 NTLH)

No texto que lemos no início, Paulo fala que só o Espírito de Deus conhece a Deus e que só o espírito do homem conhece o homem. O autoconhecimento de Deus só pode ser adquirido pelo Espírito Santo e o autoconhecimento do homem é pelo seu espírito. Quando Deus habita no cristão verdadeiro, o seu conhecimento de Deus como o respeito a Ele, é impresso diretamente pelo Espírito de Deus no seu espírito.

Essa experiência capacita o cristão a ter discernimento ou conhecimento de tudo o que está por trás de suas intenções e da “religião aparente”. Para ser sábio, é preciso primeiro temer a Deus, o SENHOR. Se você conhece o Deus Santo, então você tem compreensão das coisas. (Pv.9:10 NTLH) Eu não devo analisar as coisas segundo a ciência humana, mas segundo o respeito que tenho por um Deus que é Santo. O termo “Santo” é “kadosh” no hebraico e no grego “hagios”, significando aquele que se separa do mal, e dedica-se ao serviço divino.

Eu só consigo realizar o serviço de Deus quando me separo do mal. Esta é uma verdade que devemos crer! O apóstolo Paulo fala sobre a falta do conhecimento que os cristãos em Corinto tinham de Deus e de si mesmos como cristãos em 1 Co.3:1-3,16.

• Eram carnais e não espirituais. Eram crianças em Cristo. (v.1)

• Não estavam em condições de serem alimentados com alimento sólido. (v.2)

• Agiam como pessoas mundanas, pois entre eles havia ciumeira e brigas. (v.3)

• Certamente (?) eles sabiam que eram o templo do Espírito Santo e que Deus vivia neles. (v.16)

• Como eles poderiam realizar o serviço de Deus nessas condições?

Jesus declarou: (…) os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade. São estes os adoradores que o Pai procura. Deus é espírito, e é necessário que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade. (Jo.4:23,24 NVI) Aqui está a natureza de todos os nossos procedimentos na “Igreja de Deus” – o respeito, o conhecimento que o Espírito Santo nos dá em nosso espírito, acerca da realidade da presença de Deus.

A religião verdadeira coloca o espírito que possui a imagem de Deus acima dos desejos da alma, a parte inferior do ser que é nascido de Deus. Toda vez que alguém tenta se aproximar de Deus buscando primeiramente emoções, ele erra e passa a copiar o que todo mundo faz e não o que Deus lhe ordena fazer. Não é à toa que nos falta unção!

Nossas reuniões de celebração, a cada dia se transformam em “shows”, achando que dessa forma as pessoas sem Cristo serão atraídas. Elimine os ingredientes do “show” e elas irão procurar outro lugar. Nossos encontros com Deus devem ser marcados pela união profunda e respeitosa do espírito humano com o Espírito de Deus. Veja o que aconteceu em uma reunião de louvor dirigida por Davi:

Então Davi disse a todo o povo: Louvem o SENHOR, nosso Deus! E todo o povo louvou o SENHOR, o Deus dos seus antepassados; todos se ajoelharam e encostaram o rosto no chão, adorando a Deus e prestando homenagem ao Rei. (1 Cr.29:20 NTLH)

A mais trágica ocorrência sofrida pelo homem foi a perda da imagem de Deus em seu espírito, pois foi daí que veio toda a malignidade que nos assola hoje. O homem não era como Deus que conhecia o mal, mas ao desejar conhecê-lo abraçou-se a ele e hoje (…) o mundo todo está debaixo do poder do Maligno. (1 Jo.5:19 NTLH) Este foi o nosso legado e precisamos tomar muito cuidado com as infiltrações de Satanás em nossa adoração ou serviço a Deus, pois ele sabe muito bem como fazer isso.

Eu não sou contra a alegria que possa existir em um encontro com Deus, mas essa alegria deve ser genuína e como o “fruto do Espírito”. Toda “prática religiosa externa” pode ter sentido para a alma que se submete ao espírito que é habitado por Deus, mas pode se tornar em uma verdadeira armadilha, conduzindo-nos à celebração de nós mesmos.

De forma alguma, nós não devemos esquecer sobre o desejo de Deus em habitar nossas vidas p

ara nos dirigir, para nos mostrar quem Ele é e como deve ser servido. É desse modo que não seremos imitadores do mundo, mas de Cristo na Sua vida dedicada a Deus. Assim como Jesus disse à igreja em Laodicéia, Ele nos diz: Escutem! Eu estou à porta e bato. Se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, eu entrarei na sua casa, e nós jantaremos juntos. (Ap.3:20 NTLH)

Walter de Lima Filho