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Ainda vivemos pela fé – Parte 2: Nem tudo que reluz é ouro

Texto base: Colossenses 3:1,2

Vocês foram ressuscitados com Cristo. Portanto, ponham o seu interesse nas coisas que são do céu, onde Cristo está sentado ao lado direito de Deus. Pensem nas coisas lá do alto e não nas que são aqui da terra. (Cl.3:1,2 NTLH)

PORTANTO, se [já] ressuscitastes com Cristo, buscai as [coisas] que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus. Pensai nas [coisas que são] de cima, e não nas [que são] da terra; (Cl.3:1,2 ACF)

Paulo diz que devemos buscar as coisas do Alto, onde Cristo está. Assim, pela fé, nós nos libertamos de pensamentos que nos prendem às coisas terrenas, que tentam substituir os valores espirituais e eternos por preocupações e aflições temporais.

Temos aprendido que, para ouvirmos a voz de Deus, é necessário que sejamos humildes e reconheçamos a nossa carência de Sua presença e direção. A fé verdadeira busca a ajuda de Deus para discernirmos Sua voz e enxergarmos a realidade do Seu Reino, poder, misericórdia e justiça (o modo correto de agir em todas as situações), o que não conseguiríamos perceber naturalmente.

Reflita: conforme o texto, o que Paulo nos orienta a buscar e qual é o benefício dessa busca pela fé? O que é necessário para ouvir a voz de Deus e como a fé verdadeira nos ajuda a perceber a realidade do Seu Reino?

1. A fé que agrada a Deus enxerga o Seu Reino e se submete à Sua justiça

A fé que agrada apenas a nossa mente (ou alma) é egoísta, pois ela nos satisfaz, principalmente, quando conquistamos o que mais queremos neste mundo: soluções circunstanciais, conquistas materiais e emocionais. Já a fé que agrada a Deus vai além dos nossos desejos e interesses terrenos – ela enxerga o Reino de Deus e se submete à Sua justiça (o modo correto de viver).

Reflita: qual é a principal diferença entre a fé que agrada apenas à nossa mente e a fé que agrada a Deus? O que a fé que agrada a Deus nos permite enxergar e que vai além dos nossos desejos terrenos?

A fé verdadeira nos impulsiona a procurar em Deus o que precisamos para que nossa alma se liberte das paixões terrenas e dos pensamentos mundanos, encontrando, assim, a vida genuína – a vida que Deus projetou (cf. Gálatas 5:16-26). Portanto, a fé eficaz ouve o que a alma precisa escutar e a faz enxergar como deve se comportar, para que Deus, em todo o Seu esplendor, seja visto e conhecido. (cf. 1 Co.10:31-33).

Reflita: o que a fé verdadeira nos impulsiona a procurar em Deus e qual é o resultado dessa busca para a nossa alma? Como a fé eficaz ajuda a nossa alma e qual é o objetivo final de seu comportamento?

Cuidado: nem tudo que reluz é ouro

Muito do que ouvimos e que nos é prometido nem sempre vem de Deus. Tomemos cuidado para não cairmos em sutis distorções bíblicas, reluzentes seduções satânicas, que visam fascinar nossa mente ou alma, impedindo-nos de confiar na Palavra de Deus, fazendo com que acreditemos em mentiras que obscurecem a verdade divina (cf. 2 Co.11:14).

No deserto da Judeia, pela permissão de Deus, Jesus foi tentado para nos servir de exemplo da fé verdadeira (cf. Mt.4:1-11). Satanás, buscando armar uma cilada, utilizou de sutis distorções da Palavra de Deus para fascinar a alma de Jesus para uma vida soberba. Contudo, Jesus confiou e foi fiel a Deus, rejeitando cada tentação e não desviando Seus olhos Dele.

Reflita: de acordo com o texto, que cuidados devemos tomar para não cairmos nas armadilhas malignas? No deserto, o que Jesus fez quando Satanás tentou distorcer a Palavra de Deus?

A tentação que Jesus, à qual foi submetido pela permissão divina (cf. Mt.4:1), envolvia três áreas psicológicas:

  • A Fragilidade Humana e a Preocupação pela Subsistência. (Mt.4:2-4; cp. Dt.8:3) Verdade: Jesus, o Deus encarnado, tinha o poder para transformar pedras em pães. Erro: usar o poder divino para gratificação imediata e pessoal, desviando-o do plano de Deus de serviço e sacrifício. É um convite a priorizar o “eu” e o conforto físico acima da obediência e da fé.
  • A Necessidade Psicológica Pelo Reconhecimento e Validação. (Mt.4:5-7; cp. Dt.6:16 G4) Verdade: a proteção angelical (cf. Sl.91:11,12). Erro: transformar um milagre em um espetáculo divino que garanta reconhecimento e aceitação pública. Para nós, humanos, o desejo de sermos admirados e de provarmos nosso valor é poderoso. Satanás tenta induzir Jesus a buscar a glória humana e o reconhecimento sensacionalista em vez da humilde obediência ao Pai. Ele tenta minar a confiança de Jesus na provisão divina e levá-Lo a testar a Deus de forma presunçosa. Creio que já ouviu sobre a expressão: “Dê o passo da fé! Esse tal passo tem trazido a infelicidade e a destruição a muitos! Procure não fazer nada fora da vontade de Deus (cf. Mt.5:6).
  • Desejo de Poder, Controle e Posição. (Mt.4:8-10; cp. Dt.6:13; 10:20; 13:4) Verdade: Jesus é o Filho do Rei, SENHOR de toda a Terra. Erro: psicologicamente, o anseio por domínio e influência é uma força motriz em muitos de nós. Satanás, ilicitamente, tenta seduzir Jesus com a promessa de um atalho para o poder e a glória terrena, sem o caminho árduo do sofrimento e da cruz. Ele tenta distorcer a missão de Jesus, transformando-a de um Reino espiritual e sacrificial em um império mundano e material.

Em todas essas tentações, aprendemos que Satanás buscará nos desviar dos propósitos divinos. Ele tentará nos convencer de que podemos alcançar subsistência, reconhecimento e riquezas por caminhos mais fáceis e gratificantes. Distorcendo as Escrituras, Satanás tentará minar nossa confiança e fidelidade à vontade do Eterno.

Além disso, buscará enfraquecer nossa submissão ao tempo e ao trabalho de Deus em nós e por meio de nós, que são essenciais para que o mundo de fato O conheça.

Reflita: quais são as três áreas psicológicas em que Jesus foi tentado? Qual foi o erro na tentação da “Fragilidade Humana e Preocupação pela Subsistência”? O que Satanás tentou fazer ao induzir Jesus a buscar reconhecimento e validação? De modo geral, o que Satanás busca fazer ao nos tentar, conforme o texto?

Satanás se afastou de Jesus após a última resposta (cf. Mt.4:8), porque a repreensão que Dele recebeu exigia adoração exclusiva a Deus, e não a um ser maldito e tenebroso. Jesus, mesmo sendo Deus, fez-se homem para nos dar o exemplo de uma vida dedicada ao Eterno e abençoada por Ele (cf. Fp. 2:5-11). A Sua resposta fez com que Satanás lembrasse da sua fracassada tentativa de tomar o lugar de Deus nos Céus e o mesmo aconteceria ao tentar possuir o coração (a alma ou mente) dos que verdadeiramente amam a Deus. A luz dessa verdade lançada contra Satanás o fez recuar naquele momento.

Reflita: por que Satanás se afastou de Jesus? O que a resposta de Jesus exigia? Para que Jesus se fez homem, mesmo sendo Deus? O que a última resposta de Jesus fez Satanás lembrar?

Concluindo: buscar as coisas do Céu, como Paulo nos ensina, significa focar em Deus e em Seus valores. Essa fé verdadeira nos liberta das preocupações da terra, ajuda-nos a ouvir a voz de Deus com humildade e nos faz enxergar o Seu Reino (cf. Mt.5:3). Assim como Jesus nos ensinou no deserto, precisamos vigiar contra as tentações e as distorções bíblicas que nos desviam do plano divino, mantendo nossos pensamentos fixos em Deus, a fim de vivermos a vida plena que Ele nos prometeu.

Reflita: o que significa “buscar as coisas do céu” no dia a dia? Como a fé em Deus nos ajuda a lidar com as preocupações da vida? O que aprendemos com Jesus sobre evitar as tentações?

Jesus sempre ensinou os Seus discípulos a pensarem nas coisas de cima e, Se Deus permitir, continuaremos no próximo domingo. Lembre-se: “Nem tudo que reluz é ouro!” Cuidado com o engano e as mentiras deste mundo, pois eles procuram fascinar sua mente ou alma.

Que Deus nos abençoe!

Walter de Lima Filho