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Ainda vivemos pela fé – Parte 3: Pense diferente

Texto base: Colossenses 3:1,2

Vocês foram ressuscitados com Cristo. Portanto, ponham o seu interesse nas coisas que são do céu, onde Cristo está sentado ao lado direito de Deus. Pensem nas coisas lá do alto e não nas que são aqui da terra. (Cl.3:1,2 NTLH)

PORTANTO, se [já] ressuscitastes com Cristo, buscai as [coisas] que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus. Pensai nas [coisas que são] de cima, e não nas [que são] da terra; (Cl.3:1,2 ACF)

Segundo Paulo, era imperativo que os cristãos compreendessem que a vida tivesse como foco as realidades espirituais (as coisas que são de “cima”, lá do “alto”, dos “céus”), procurando aplicá-las no cotidiano. Paulo estava preocupado com as ideias filosóficas e judaizantes, que se infiltraram na vida da Igreja, desviando o foco da Pessoa de Cristo. Atualmente, isso está acontecendo com a Igreja por meio das redes sociais e canais de vídeos.

As palavras de Paulo têm como alvo uma revelação cada vez maior de Deus, por meio da nossa unidade com Cristo, a fim de que, pelos recursos divinos, cresçamos na fé (confiança e fidelidade a Deus) e que, pela presença e a bondade divina, vivamos de modo elevado e acima das dificuldades desse plano terreno.

Reflita: qual era a principal preocupação de Paulo em relação aos cristãos e o que ele desejava que eles compreendessem sobre a vida? De que forma as ideias filosóficas e judaizantes do passado se assemelham aos desafios atuais da Igreja, especialmente com o uso das redes sociais? Qual é o objetivo final das palavras de Paulo e como a unidade com Cristo nos ajuda a alcançar esse objetivo?

1. A nossa vida é moldada pelos nossos pensamentos e interesses

Imagine a nossa mente (‘alma’) vivendo em uma caixinha, a qual representa tudo aquilo que conseguimos ver, ouvir, tocar, sentir, perceber e desejar. Essa caixinha é uma prisão, dentro da qual os nossos órgãos naturais e sentidos captam diretamente o que desejamos ou não.

Dentro dela, vivemos uma vida limitada e, nesse “mundinho”, buscamos desesperadamente por respostas, refrigério e prazeres. Desejando apenas o que esse “pequeno mundo” nos oferece, enchemos nossas almas com preocupações, sofrimentos e insegurança. Isso se dá porque não transcendemos, pois, em vez de vivermos pela fé, sonhamos e vivemos apenas para possuir o que vemos ao redor.

Reflita: o que a “caixinha” representa em nossas vidas e como ela limita nossa existência? Por que a busca por respostas e prazeres, apenas dentro dessa “caixinha”, pode encher nossa alma com preocupações e insegurança? Qual é a principal diferença entre viver de forma limitada dentro da “caixinha” e transcender pela fé?

2. Pensar nas coisas do Alto é uma disposição de fé

Porque vivemos pela fé (com confiança e fidelidade a Deus) e não pelo que vemos (dentro deste mundo). (2 Co.5:7 NTLH)

O contexto das palavras de Paulo (2 Co. 1-6) nos revela que nossos corpos são como tendas temporárias e desgastadas que, um dia, serão substituídas por um corpo perfeito e eterno no “Céu, feito por Deus. Essa esperança nos enche de alegria e confiança, pois as dificuldades da vida são apenas lembretes do nosso verdadeiro lar celestial que nos espera.

Espírito de Deus, que habita em nós, nos lembra dessas verdades. Submissos aos Seus pensamentos, somos chamados a viver neste mundo sob os recursos, regras e as promessas eternas. O contexto fala da graça de Deus (bondade divina) e do Seu poder (capacidade sobrenatural) para transformar o nosso corpo – que agora é material – em um corpo plenamente espiritual e eterno.

Enquanto aguardamos esse momento, nós não vivemos ausentes da presença espiritual do Eterno SENHOR, mas, quando fixamos nossos pensamentos nos recursos poderosos que Dele nos vêm, podemos transformar nossos pensamentos, palavras e ações, a fim de que manifestemos a realidade e o poder de Deus no cotidiano.

Reflita: como a compreensão de que nosso corpo é uma “tenda temporária” impacta nossa alegria e confiança diante das dificuldades da vida? De que forma o Espírito de Deus nos capacita a viver neste mundo, utilizando recursos e regras eternas, enquanto aguardamos o corpo perfeito? Considerando a graça e o poder de Deus para transformar nosso corpo, como podemos, por meio dos recursos divinos, manifestar a realidade de Deus em nossos pensamentos, palavras e ações no dia a dia?

3. Pensar nas coisas do Alto é um ato de fé para pensar como Cristo

Pensar nas coisas do “Alto” significa uma batalha constante entre o pensamento comum (de baixo) do que é espiritual (de cima) (cf. 1 Co.2:15,16). O homem que busca pensar nas coisas do “Alto” deseja alcançar os pensamentos de Cristo, os quais o capacitarão a entender o que acontece ao seu redor, o que incomoda e confunde o homem comum.

homem comum não consegue compreender o homem espiritual, pois não conhece os pensamentos do SENHOR. Isso ocorre porque ele vive dentro de sua “caixinha”, em um mundo limitado, o que o impede de discernir tais pensamentos. Pior ainda, em suas orações cheias de desespero, ele tenta influenciar e determinar quais devem ser as ações de Deus a seu favor.

Portanto, o homem que pensa conforme os pensamentos de Cristo, deseja agradar a Deus, caminhar de modo fiel e em unidade com Ele. Por outro lado, o homem comum, mesmo crendo em Deus, mas separado de Seus pensamentos, vive apenas pelo que vê, enchendo sua alma de interesses egoístas, aflições, e ações impróprias, divinamente ineficazes para o bem de outras pessoas (vd. Mt. 5:13-16).

Reflita: como a batalha constante entre o pensamento comum e o espiritual se manifesta no dia a dia, daquele que busca “pensar nas coisas do Alto”? De que forma a capacidade de entender tudo ao redor, adquirida ao buscar os pensamentos de Cristo, distingue o homem espiritual do homem comum? Qual a principal diferença na abordagem da oração entre o homem que pensa conforme os pensamentos de Cristo e o homem comum?

4. Pensar pela fé nas coisas do “Alto” é um ato de humildade, submissão e fé na sabedoria divina

Dominados pela arrogância, muitos dizem: Eu sou dono do meu nariz. Por isso, eu faço o que eu quero e ninguém tem nada a ver com isso! Nesta vida, nós podemos optar por qualquer pensamento, palavras e ações, mas as minhas escolhas promoverão o bem ou o mal, o que é útil ou inútil, o que é lícito ou ilícito, o que convém ou o que não convém? Minhas escolhas trazem prejuízos espirituais e morais aos que me cercam?

Como seguidores de Cristo, nossas escolhas não devem ter como base o egoísmo (as paixões da alma / natureza humana), mas os propósitos divinos, os quais se fundamentam no amor (graça, bondade, misericórdia) e na justiça de Deus (justo, correto, honesto, íntegro). Observemos as palavras de Paulo:

Podemos fazer tudo o que queremos.” Sim, mas nem tudo é bom. “Podemos fazer tudo o que queremos”, mas nem tudo é útil. 24 Ninguém deve buscar os seus próprios interesses e sim os interesses dos outros [para não provocar a ira e prejuízos às pessoas]. (1 Co.10:23,24 NTLH)

Precisamos sempre ver se nossos interesses batem com os de Cristo (cf. Fp.2:21). Afinal, é por Ele que existimos para cumprir a vontade de Deus. Jesus é a Palavra Viva de Deus (cf. Jo.1:1-5 G10e, ao seguirmos Seus ensinamentos, não escaparemos de conflitos (cf. Mt.10:34-39). Mesmo assim, sabemos que fazemos o “Bem Maior”. A regra divina é clara: nossa parcialidade a Cristo nos leva a sermos imparciais com todos, a fim de não fazermos acepção de pessoas.

Quando pensamos nas coisas do “Alto” (o caráter e os recursos do SENHOR) não buscamos uma vida de tranquilidade, isenta de problemas ou para possuirmos muitos bens materiais. Essas coisas são muito boas, mas, segundo as Escrituras, busquemos a sabedoria divina para vivermos de forma mais inteligente. Assim, seremos capazes de discernir os perigos espirituais e morais como também, agirmos com justiça e honestidade em cada situação. (cf. Pv.1:3)

Reflita: o que significa “Pensar nas coisas do ‘Alto’”? Qual a diferença entre a mentalidade da arrogância e a mentalidade de um seguidor de Cristo em relação às escolhas? Como as palavras de Paulo em 1 Coríntios 10:23-24 se relacionam com a ideia de fazer escolhas sábias? O que o texto afirma sobre a relação entre a “parcialidade a Cristo” e a forma como devemos tratar as pessoas? Qual é a principal diferença entre a forma de viver do arrogante e a do seguidor de Cristo, de acordo com o texto?

5. Concluindo: Quando pensamos nas coisas do “alto”, pela fé, pensamos diferente

Para o homem comum, a busca frequente ou esporádica por Deus, se resume a obter o que apenas lhe é conveniente neste mundo como: curas, milagres, soluções diárias, vitórias e conforto. Assim, ele ignora os ensinamentos e recursos espirituais (dons espirituais) do Eterno, que o guiariam à Eternidade como o capacitaria a ser um instrumento divino, a fim de auxiliar e fortalecer pessoas no SENHOR.

O homem espiritual (que procura se submeter ao Espírito Santo e à Palavra de Deus) busca, segundo Paulo, “as coisas”, ou tudo o que lhe pode vir do “Alto” – de Deus. Além das intervenções milagrosas de Deus, ele busca a Instrução divina (cf. Sl.119:10,11), a unidade com o Eterno, a purificação de sua alma para viver sob o Seu Governo, a capacidade de resistir aos desejos do seu egoísmo (cf. Mt.6:13; 13:19) e o modo como tornar a Eternidade e o Deus Único conhecidos (cf. Mt. 5:13-15), aos que estão ao seu redor (cf. 1 Co.10:31).

Reflita: qual a principal diferença entre a motivação do “homem comum” e a do “homem espiritual” na busca por Deus, e como essa diferença impacta suas prioridades e resultados? Ignorar os “recursos espirituais” limita o propósito do indivíduo. Quais seriam as consequências dessa limitação tanto para a vida pessoal quanto para a comunidade, de acordo com o que foi apresentado? Se o “homem espiritual” busca “as coisas de cima”, como ele pode equilibrar o desejo por intervenções divinas no cotidiano com a busca por instrução, purificação e a capacidade de ser um instrumento de Deus para o próximo?

Eu ficarei muito feliz, por saber, se o ajudei a crescer no SENHOR. Espero que, por meio dessa meditação, Jesus tenha sido engrandecido (mais conhecido) por você e o Seu amor por Ele cresça a cada dia.

Que Deus nos abençoe!

Walter de Lima Filho