Texto base: Colossenses 3:1,2; Filipenses 4:8
Vocês foram ressuscitados com Cristo. Portanto, ponham o seu interesse nas coisas que são do céu, onde Cristo está sentado ao lado direito de Deus. 2 Pensem nas coisas lá do alto e não nas que são aqui da terra. (Cl.3:1,2 NTLH)
Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que [é] honesto, tudo o que [é] justo, tudo o que [é] puro, tudo o que [é] amável, tudo o que [é] de boa fama, se [há] alguma virtude, e se [há] algum louvor, nisso pensai. (Fp.4:8 ACF-2007)
Quando enfrentamos momentos desafiadores, a primeira coisa que nos vem à mente é atribuirmos a nossa infelicidade ao Diabo. Fomos ensinados a identificá-lo em cada situação adversa, para, a seguir, lutarmos contra ele. Isso não está errado, mas ocorre que suas ações são tão ardilosas, fazendo com que tiremos os olhos de Deus. Em qualquer situação, o nosso foco principal deve estar exclusivamente em Deus, e não no Diabo. Honremos a Deus e saberemos como resistir às investidas do Inimigo.
Quando pensamos sobre honrar a Deus, não entendamos como um simples ato de proferir palavras bonitas e elogiosas a Ele ou a respeito da Sua grandeza e obras. Pelo contrário, significa buscar e manter-se na Sua boa Instrução, procurando obter a Sua aprovação em todas as circunstâncias. Portanto, que os nossos pensamentos, palavras e ações expressem a Sua presença, bondade, justiça.
Reflita: como podemos manter o foco principal exclusivamente em Deus, durante os momentos desafiadores, sem que nos desviemos Dele, atribuindo tudo por conta do Diabo? De que forma a busca pela aprovação divina, por meio de pensamentos, palavras e ações que expressam a presença e o poder de Deus, capacita-nos a resistir às investidas do Inimigo?
Compromisso: diante de desafios, mantenhamos o nosso foco principal exclusivamente em Deus. Isso significa honrar a Deus não apenas com palavras, mas buscando Suas Instruções e Sua aprovação em todos os nossos pensamentos, palavras e ações, para que Sua presença e poder sejam expressos em nós e nos ajudem a resistir às investidas do Inimigo.
Jesus foi tentado pelo Diabo, no deserto da Judeia (cf. Mt. 4:1-11 – obs. os versos 4, 7 e 10), acerca dos três maiores anseios de nossa alma. Por meio do Seu exemplo, aprendemos que para resistirmos às mentiras e distorções bíblicas de Satanás, devemos manter nosso foco na Palavra de Deus e nos recursos divinos que nos vêm do Alto, a fim de sermos fortalecidos por Deus. Esses três anseios são:
- O anseio pela provisão, conforto e segurança existencial, por meio de crenças infames, descartando a confiança e fidelidade a Deus (v. 4).
- O anseio por reconhecimento, fama e poder, por meio de atitudes sensacionalistas, ou autopromocionais (v. 7).
- O anseio por controle, domínio e sucesso, por meios mundanos e corruptos para controlar o próprio destino e alcançar o topo (v. 10).
Reflita: quais são os três maiores anseios da alma humana e como podemos ser capacitados a avaliar e superar possíveis tentações?
Compromisso: no cotidiano, mantenhamos nosso foco na Palavra de Deus e nos recursos divinos que nos vêm do Alto. É assim que seremos fortalecidos por Deus, segundo o exemplo de Jesus. Tenhamos cuidado com distorções bíblicas e evitemos buscar atalhos mundanos e sensacionalistas para satisfazer esses desejos.
O Diabo existe, mas ele não é o nosso principal inimigo, e sim, a nossa alma e seus desejos mais baixos, os quais contrariam o tempo, a vontade e os planos de Deus. Quando deixamos de observar essas coisas, viveremos de modo egoísta, submetidos aos efêmeros desejos de nossa alma e construindo a nossa própria destruição.
Relembremos Eva, no jardim do Éden, deveria manter as coisas do Alto sobre a Terra, mantendo-se sob a poderosa mão de Deus, imaginou em sua alma ser igual a Deus, construindo um caminho destruidor que, negativamente, tem afetado a todos nós (cf. Gn.3:1-6 – cp. 1 Pe.5:6-11). Observemos a realidade de Deus e, confiando Nele, não submergiremos nos desejos frágeis e infames de nossa alma.
Reflita: como a desconsideração do tempo, da vontade e dos planos de Deus podem nos conduzir a viver de forma egoísta e, consequentemente, à autodestruição? De que maneira as nossas imaginações e submissão aos desejos de nossa alma nos afastam da realidade de Deus e nos impedem de manter as “coisas do Alto” sobre a Terra?
Compromisso: reconheçamos que a alma e seus desejos mais baixos são os nossos verdadeiros inimigos. Para evitarmos a autodestruição e o egoísmo, avaliemos e rejeitemos suas irrealidades e alinhemos nossos desejos ao tempo, à vontade e aos planos de Deus.
1. Paulo, um observador subordinado à realidade de Deus
Paulo estava preso em Roma e, mesmo assim, decidiu ser útil a Deus. Ele enviou uma carta aos seguidores de Jesus que se reuniam na cidade de Filipos. Naquela época, Filipos era uma cidade importante no Império Romano, mas sofria forte influência de cultos pagãos e de uma cultura que valorizava a autossuficiência e o prazer individual.
Acerca dos dois textos-base, Paulo não está oferecendo uma filosofia para se obter uma vida boa (tanto sentimental como materialmente vitoriosa) e socialmente elogiável, mas o de sedimentar um caminho de fé, focando nas coisas do Alto. A finalidade era a de que aqueles cristãos cultivassem um pensamento diferente em seus corações (alma) e assumissem uma atitude radicalmente distinta, para que, agindo à semelhança de Cristo, fossem fortalecidos com a ajuda de Deus e abençoados eternamente por Ele. Que eles observassem essas coisas.
Reflita: você saberia explicar a principal diferença entre o propósito de Paulo, focado em um “caminho de fé” e nas “coisas do Alto”, e uma filosofia religiosa que busca apenas “uma vida boa (tanto sentimental como materialmente vitoriosa) e socialmente elogiável”?
Compromisso: em vez de vivermos desesperados, focando nossa atenção por uma vida materialmente vitoriosa, no nosso dia a dia, aprendamos a cultivar uma fé fortalecida pelas coisas do Alto e o mais nos será acrescentado por Deus. Isso é caminhar pela fé – confiança e fidelidade a Deus.
O papel de um observador subordinado a Deus deve ser o de examinar, cuidadosamente, tanto a si mesmo quanto ao comportamento dos que estão ao seu redor. Com os olhos voltados para Deus e do conhecimento bíblico possui, orientar tanto a si como ao seu próximo, a observar e confiar nas orientações divinas.
Muitos confiam em rituais religiosos, que, se praticados, Deus se mostrará próximo a eles e os abençoará de modo sobrenatural. Grande engano! Nós, por hábito, focamos o exterior, porém, o SENHOR olha para o coração – a condição da alma humana. (cf. 1 Sm.16:)
Acerca do que falamos, certa vez, Jesus foi inquirido pelos líderes religiosos astutos, os quais “observaram” que Seus discípulos comeram sem observar o ritual da lavagem das mãos (ritual de purificação das bênçãos recebidas e das que ainda viriam). Jesus, ao “observar” suas intenções, respondeu-lhes:
Não é o que entra pela boca que faz com que alguém fique impuro. Pelo contrário, o que sai da boca é que pode tornar a pessoa impura. Mas o que sai da boca vem do coração. É isso que faz com que a pessoa fique impura. Porque é do coração [da mente, da alma] que vêm os maus pensamentos, os crimes de morte, os adultérios, as imoralidades sexuais, os roubos, as mentiras e as calúnias. São essas coisas que fazem com que alguém fique impuro. Mas comer sem lavar as mãos não torna ninguém impuro. (Mt.15:11,18-20 NTLH)
Reflita: sendo que “o que sai da boca vem do coração” e este é a fonte de “maus pensamentos, crimes de morte, adultérios, imoralidades sexuais, roubos, mentiras e calúnias”, como a condição interna do coração (mente/alma) de uma pessoa se manifesta em suas ações e a torna impura?
Compromisso: para que vivamos próximos de Deus, precisamos nos concentrar em purificar o que sai da boca, pois isso reflete o que está no coração (nossa mente e alma). Isso significa vigiar nossos pensamentos e intenções, pois são eles que geram as ações, palavras e atitudes que, se forem más, nos tornam pessoas afastadas de Deus e, portanto, impuras.
2. Os ritos religiosos são apenas representações das “coisas do Alto”
A prática de ritos religiosos nem sempre expressa um “coração fiel” a Deus e aos Seus objetivos. (cf. Mt.15:8) Uma igreja local só é Igreja se Deus estiver com ela e o coração dela Nele e para Ele. A mesma verdade se aplica a cada cristão.
Reflita: como discernir se nossa fé e ações diárias são motivadas por uma genuína fidelidade de coração ou apenas uma aderência a rituais externos?
Compromisso: para garantir que nossas ações e práticas religiosas expressem um coração fiel a Deus, devemos ir além dos meros rituais. Questionemos se Cristo está conosco e agindo e agindo em nós, pois é a Sua presença e influência que verdadeiramente nos transforma e nos alinha aos objetivos divinos, validando a nossa fé.
Na Bíblia, a palavra “coração”, poeticamente, refere-se à alma, à sede da nossa mente, sentimentos, desejos ou vontades. A palavra “fiel” significa ter fé, ou seja, a disposição para confiar e se mostrar confiável a Deus e ser confiável em relação às Suas orientações. Ainda vivemos pela fé, ou seja, pela fidelidade da alma submetida a Deus.
Reflita: considerando que “coração” se refere à alma, à sede da mente, sentimentos, desejos ou vontades, como a fidelidade de um indivíduo a Deus, manifestada pela fé e confiança, relaciona-se com as inclinações dessa “alma”? Dado que “fiel” significa ter fé e ser confiável a Deus e às Suas orientações, de que maneira a vida “pela fidelidade da alma submetida a Deus” demonstra a disposição de confiar e se mostrar confiável em relação aos Seus ensinamentos?
Compromisso: em cada momento, que nós atuemos com um coração fiel ao escolhermos conscientemente que nossa alma, ou seja, nossa mente, sentimentos e desejos, confie plenamente nas orientações de Deus, demonstrando essa fé por meio de atitudes confiáveis.
Pensemos na vida de cônjuges, pais, filhos, namorados, amizades, patrões e prestadores de serviços, sem que seus “corações” estejam voltados para o Alto. Ainda que religiosos, agirão como impostores e manipuladores, tentando oprimir e corromper o caráter do outro, nas mais variadas circunstâncias. Com certeza, nesses relacionamentos, não haverá verdade, nobreza e condutas corretas.
Imagine uma pessoa em uma situação de adversidade, acreditando que o autor da circunstância é o Diabo. Conforme o que ela tem aprendido por anos, Satanás tem que ser expulso da situação e, se ela não conseguir expulsá-lo, procure algum tipo de ajuda para esse fim.
Todavia, se um conselheiro a fizer lembrar que nada acontece por acaso na vida de quem ama a Deus, e que a unidade com o Eterno e Sua Palavra são necessárias para que suas ações estejam em conformidade com os ensinamentos de Jesus (a fim de que ela resista ao maligno e não caia em tentações), provavelmente, ela desistirá dessa ajuda. Ela não aspira por uma vida de confiança e fidelidade a Deus (fé), mas apenas que Ele a livre de seus sofrimentos.
Infelizmente, esse tipo de pessoa demonstra falta de conhecimento e compreensão bíblica sobre o que é correto. Sua cegueira espiritual e o egoísmo a impedem de se unir com Deus, e assim, obter forças para resistir às influências e mentiras do “maligno”.
3. Diferente de Deus, que é Luz, o Diabo se esconde sob a ignorância humana acerca das Escrituras
O Diabo sabe que a nossa alma é corrupta e volúvel (instável, que se comporta sem reflexão e prudência), tanto no âmbito espiritual como moral. Ele é hábil ao costurar a verdade com as suas mentiras, e assim, influenciar nossa alma a aceitar suas distorções bíblicas para criarmos imaginações, crenças absurdas, irreais e pensamentos egoístas, plenamente deslocados da Palavra de Deus (cf. 2 Co.11:14).
Seu objetivo é que abandonemos a vida pela fé – a confiança e fidelidade a Deus. Suas mentiras sutis, costuradas com a verdade divina, são os sopros do engano que nos levam a desviar do caminho e dos propósitos de Deus. Ao aceitarmos suas insinuações, destruímos nossas capacidades e reputação, o caráter cristão e a nossa “fé” (confiança e fidelidade) em Cristo, fazendo com que desviemos o nosso foco de Deus e do Seu trabalho em nós.
Reflita: como o Diabo, sabendo que nossa alma é corrupta e volúvel, busca nos desviar do caminho e propósitos de Deus ao nos influenciar com suas distorções bíblicas e mentiras sutis? Qual é o seu objetivo nisso?
Compromisso: diante da alma corrupta e volúvel e das mentiras sutis do Diabo, que eu vigie e avalie constantemente meus pensamentos e crenças, buscando ancorá-los firmemente na Palavra de Deus para eu não me desviar do caminho e propósitos de Deus, mantendo minha fé em Cristo Jesus.
Nos momentos desafiadores, em vez de focarmos nossa atenção no Diabo, treinemos nossa mente (alma) a focar nas coisas do Alto com todo o coração – com o forte desejo de honrar a Deus e Dele obtermos vida para sobrevivermos (obs. Amós 5:4). Portanto:
Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro [Meus pensamentos, palavras e ações me mantêm no caminho e nos objetivos de Deus?], tudo o que [é] honesto [Faz com que eu expresse qualidades morais louváveis?], tudo o que [é] justo [Obterei a aprovação de Deus no sentido moral?], tudo o que [é] puro [Obterei a aprovação de Deus no sentido espiritual e moral, por não adulterar ou distorcer a Sua Palavra?], tudo o que [é] amável [Promoverei relacionamentos sadios, tanto no sentido espiritual como moral?], tudo o que [é] de boa fama, [Eu estou expressando integridade e honrando a Deus] se [há] alguma virtude, [Minhas ações fazem com que Deus seja visto ou conhecido? Elas transcendem minhas rotineiras práticas religiosas?] e se [há] algum louvor, [Minhas ações produzem alegria, prazer, honra, louvor e a glorificação de Deus? – cf. Mt.3:17; 5:16] nisso pensai [Acerca dessas coisas, que eu reflita, considere de modo prudente e conclua se Jesus, a essência da verdade e da pureza, poderá estar presente em minhas ações]. (ACF-2007)
Esse verso bíblico que, à primeira vista, parece ser um simples conselho para uma vida boa é muito mais do que isso. Ele é um chamado divino a uma vida de fé (confiança e fidelidade), à busca de Deus com todo o coração, uma transformação na nossa maneira de pensar, a qual se fundamenta na Pessoa de Cristo Jesus, o nosso Mestre, Salvador e SENHOR Eterno.
Reflita: como o verso bíblico, que inicialmente parece um simples conselho para uma vida boa, é na verdade um chamado divino à fé e transformação fundamentada em Cristo Jesus, especialmente ao considerarmos o significado de cada qualidade mencionada?
Compromisso: baseando-me nos significados das palavras, que eu crie o hábito de refletir sobre como minhas ações e pensamentos podem expressar o chamado divino à fé e a transformação que me ocorreu em Cristo Jesus, a fim de obter a aprovação de Deus, tanto nas várias circunstâncias e relacionamentos.
Concluindo:
Deus não Se esconde quando O buscamos, pois está escrito: Vocês vão me procurar e me achar [i.e. Quando Me procurarem, Me encontrarão], pois vão me procurar [i.e. desde que Me procurem] com todo o coração. [i.e. mente/alma]. (Jr.29:13 NTLH)
Vivemos pela fé quando buscamos as coisas do Alto com todo o “coração”, a fim de demonstrarmos confiança e fidelidade a Deus. Essa é e minha esperança: que, pela fé, foquemos no que é mais importante – nas coisas do Alto, em Deus, por meio de Cristo. Ainda vivemos pela fé!
Que Deus nos abençoe!