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Resistindo ao Inimigo – Parte 3: Vistam a armadura de Deus

Texto base:

Efésios 6:12-14

📖 12 Pois nós não estamos lutando contra seres humanos, mas contra as forças espirituais do mal que vivem nas alturas, isto é, os governos, as autoridades e os poderes que dominam completamente este mundo de escuridão. 13 Por isso peguem agora a armadura que Deus lhes dá (cf. Ef.6:12-18). Assim, quando chegar o dia de enfrentarem as forças do mal, vocês poderão resistir aos ataques do inimigo e, depois de lutarem até o fim, vocês continuarão firmes, sem recuar. (Ef.6:12-14 NTLH)

Introdução:

Paulo está dizendo que não lutamos contra seres humanos. Em vez disso, essa luta é contra forças invisíveis, espíritos influenciadores e poderosos que causam o mal. Pensemos nelas como espíritos, entidades demoníacas, as quais vivem numa dimensão espiritual que, naturalmente, não conseguimos ver.

Paulo nos orienta a nos prepararmos para a batalha espiritual que, sem dúvida, enfrentaremos. Para isso, devemos vestir a “armadura completa de Deus”. Desse modo, no dia em que o mal se manifestar, seremos capazes de resistir aos seus ataques e, depois de lutar, permaneceremos firmes em nossa fé.

Sabe quando você precisa se preparar para um desafio? Pense assim: use todas as proteções que a gente chama de “armadura de Deus” para conseguir se defender quando o mal atacar. A ideia é que, no final de tudo, você saia vitorioso e de pé, sem ter se deixado abalar.

Reflita. Contra quem Paulo nos orienta a lutar? Como a ideia de se preparar para uma “batalha espiritual” se aplica aos desafios que você enfrenta na vida cotidiana? Qual é o propósito da “armadura completa de Deus”, de acordo com o texto?

Imagine uma floresta densa e antiga que, a cada ano, resiste a um frio cruel, quase interminável. Ventos gelados – como um exército invisível – sopram, sem parar, tentando congelar toda a vida e causar sua destruição. Mas as árvores não usam armas. Elas têm sua própria defesa:

  • Suas raízes se enterram fundo na terra, firmes como a verdade que as sustenta ( Mt.7:24,25)
  • O tronco, com sua casca forte, é como a justiça que as protege por dentro.
  • E seus galhos e folhas soltam uma resina especial, um escudo de fé que repele o frio mais intenso.

Cada árvore se prepara, em silêncio, para a tempestade. Elas não lutam com violência, mas com força e resistência. Elas sabem que, por mais que o inverno dure, a primavera sempre volta. A batalha delas é continuar de pé contra as forças do frio.

Reflita. O que as raízes das árvores representam? Como a batalha silenciosa e a resistência das árvores se relacionam com a sua própria experiência ao enfrentar desafios? Qual é a função da “resina especial” que os galhos e folhas soltam, no contexto da floresta e da metáfora apresentada?

A vida nos desafia de maneira implacável. Às vezes, as dificuldades se parecem a um inimigo invisível. A dor financeira nos ataca, as discussões familiares nos deixam exaustos, a depressão rouba nossa alegria e a falta de propósito nos deixa vazios. Mas a Palavra de Deus não nos deixa desamparados.

O apóstolo Paulo, inspirado pelo Espírito Santo, apresenta o meio divino para sermos fortes e firmes: uma armadura espiritual para enfrentarmos as batalhas da vida, para que, delas, saiamos fortalecidos e mais resistentes. Não se trata de uma armadura mágica, mas da realidade espiritual da vida e do poder de Cristo nos revestindo. Todavia, isso exige responsabilidade de nossa parte para uma ação, na dependência de Deus e submissão a Ele.

Reflita. O que o apóstolo Paulo apresenta como meio divino para sermos fortes e firmes? Para você, o que significa a ideia de que a armadura espiritual exige uma “responsabilidade de nossa parte para uma ação”? De acordo com o texto, qual é a principal diferença entre as batalhas da vida e a armadura espiritual? O que ambas podem produzir em você?

1. Firmeza e preparação para o combate

Antes mesmo de falar das peças, Paulo nos dá a instrução: “Peguem ou vistam agora toda a armadura de Deus” (v. 13). Isso nos diz que não podemos escolher quais partes usar. Um soldado romano que saísse para uma batalha sem o equipamento completo estaria vulnerável e condenado ao fracasso.

Da mesma forma, precisamos de toda a proteção que Deus nos oferece. Por quê? Porque a nossa luta não é contra pessoas que vemos, mas contra as forças espirituais do mal, que não vemos, como Paulo relata no versículo 12. O inimigo ataca em todas as frentes; por isso, precisamos de proteção total.

Primeiro, o cinturão da verdade (v. 14a): na antiguidade, o cinturão era a base da armadura. Ele segurava a túnica e permitia ao soldado se mover livremente. Nossa verdade é Jesus Cristo. (cf. Jo.8:32; 14:6). Em um mundo de mentiras, maldades, dúvidas e enganos, a verdade de Cristo é a única coisa que nos mantém fortes e firmes. Quando nos sentirmos perdidos, sem propósito, lembremos: a verdade é o alicerce sólido.

Reflita. Qual é a função do cinturão da armadura na antiguidade? Na sua opinião, por que a verdade é considerada o alicerce sólido para nos manter fortes e firmes? De acordo com a analogia do texto, o que o fato de o cinturão permitir ao soldado se mover livremente sugere sobre o papel da verdade em nossa vida?

Segundo, a couraça da justiça (v. 14b): a couraça protegia o coração e os órgãos vitais. Nossa justiça não vem de nossas perfeições, mas do sacrifício de Jesus que, na cruz, tomou sobre Si nossos pecados. (cf. 2 Co.5:21). A justiça (a vida divinamente aprovada) de Cristo é a nossa proteção contra a vergonha, a culpa e as acusações do inimigo. Quando a depressão diz que você não é bom o suficiente, a couraça da justiça nos lembra a nos esforçamos e marcharmos de modo digno da Palavra de Deus, confiando na proteção de Cristo.

Reflita. O que a couraça da justiça protege, de acordo com o texto? De que forma a “justiça de Cristo” pode proteger uma pessoa de sentimentos como vergonha, culpa e acusações? Com base no texto, por que a couraça da justiça não depende de “nossas perfeições”?

Terceiro, as sandálias do evangelho da paz (v. 15): os soldados romanos usavam sandálias com pregos (cravos) na sola para garantir estabilidade no combate. As sandálias do Evangelho da paz nos dão a capacidade de caminharmos e permanecermos firmes, não importa o terreno. O Evangelho nos dá a paz (a amizade e cooperação com Deus) que transcende todo o entendimento humano (cf. Fp.4:7) à nossa alma. Essa paz é o que nos permite enfrentar nossos desafios, confiantes na bondade de Deus. A nossa estabilidade nos desafios está na paz interior, na confiança e unidade que mantemos com Cristo.

Reflita. O que as sandálias do soldado romano garantiam no combate? De que forma a paz interior pode ser uma fonte de estabilidade para você em momentos de desafio? Com base no texto, como a paz que “transcende todo o entendimento humano” se relaciona com a capacidade de permanecer firme diante dos desafios?

A estabilidade não significa a ausência do medo, mas o elemento espiritual e emocional para resisti-lo e não sucumbirmos à insegurança (cf. Sl.62:5,6; Rm.5:3,4).

2. A defesa, o avanço e o ataque na guerra espiritual

Além de nos equipar para a firmeza ou estabilidade, a armadura também nos protege de ataques diretos. Paulo nos instrui a pegarmos as próximas peças para a batalha.

Quarto, o escudo da fé (v. 16): um escudo grande, que cobria o corpo do soldado. Paulo diz que com ele podemos apagar as “setas inflamadas do Maligno”. O inimigo ataca com setas de dúvida, medo, ansiedade e desânimo. A fé é a nossa capacidade de confiarmos e de nos submetermos a Deus, mesmo quando não entendemos o que Ele está fazendo. A fé não é a ausência de medo, mas a ação de avançar, mesmo com medo, crendo nas promessas de Deus. Sem fé, é impossível agradar a Deus (cf. Hb.11:6). Sustentemos a nossa fé com firmeza e as flechas da dúvida, do desânimo e da depressão não nos desanimarão.

Reflita. O que o escudo da fé nos permite fazer, de acordo com o texto? A frase “a fé não é a ausência de medo, mas a ação de avançar, mesmo com medo” ressoa com você? De acordo com a analogia do texto, o que o fato de o escudo ser “grande, que cobria o corpo do soldado”, sugere sobre o poder da fé?

Quinto, o capacete da salvação (v. 17a): o capacete protegia a cabeça, onde está o cérebro, órgão vital para os impulsos da alma e às ações do corpo. A salvação, nossa certeza da vida eterna em Cristo, protege a nossa lógica espiritual. (cf. Cl.3:1-6) O Diabo ataca nossos pensamentos e sentimentos, a fim de que raciocinemos, de modo lógico, conforme a fragilidade da alma, tentando nos convencer de que não somos amados, não temos valor e que nossa situação não tem solução. A certeza da salvação nos lembra que somos filhos de Deus e herdeiros da vida eterna. Nenhum ensinamento que enfraquece o nosso pleno compromisso com Deus e Seus propósitos roubará o esforço e o desejo de vivermos de modo digno e submissos à Verdade divina (cf. Fp.1:27,28).

Reflita. De acordo com o texto, o que o capacete da salvação protege? Como a certeza de ser “filho de Deus e herdeiro da vida eterna” pode ajudar a combater os pensamentos negativos sobre si mesmo? Com base no texto, por que o ataque do inimigo é direcionado especificamente aos nossos “pensamentos e sentimentos”?

Sexto, a espada do Espírito (v. 17b): a espada é a única peça ofensiva da armadura. Ela é a “Palavra de Deus”. A Palavra de Deus não é apenas para defesa; é para o ataque. Jesus, no deserto da Judeia, usou a Palavra para vencer as distorções bíblicas e mentiras do Diabo (cf. Mt.4:1-11). Use a Bíblia para lutar contra as tentações, para corrigir o erro e trazer a verdade à tona. Atuando sob o poder do Espírito de Deus e da Palavra de Deus, teremos autoridade para resistir ao Diabo e, principalmente, vencer a nós mesmos (cf. 2 Co.13:8; Jo.6:63; 8:32; Rm.8:13; 2 Co.13:8).

Reflita. De acordo com o texto, qual é a única peça ofensiva da armadura? O que o exemplo de Jesus no deserto da Judeia sugere sobre a importância do conhecimento bíblico na sua vida diária? Por que o texto enfatiza que a Palavra de Deus não é apenas para defesa, mas também para o ataque?

3. O “detalhe final” para a nossa vitória sobre o dia mau

📖 Façam tudo isso orando a Deus e pedindo a ajuda dele. Orem sempre, guiados pelo Espírito de Deus. Fiquem alertas. Não desanimem e orem sempre por todo o povo de Deus. (Ef.6:18 NTLH)

Paulo conclui sua lista com uma instrução final e crucial: a oração. Ele nos orienta a orar de acordo com a vontade do Espírito Santo, para que Ele nos ajude a usarmos cada peça da “armadura de Deus”. Devemos permanecer alertas e perseverar, orando sempre por todos os cristãos, sem desanimar.

Reflita. Qual é a instrução final e crucial que Paulo nos dá para o uso da armadura? Por que é importante para você orar por outras pessoas, além de orar por si mesmo? Qual é a relação entre a oração e o uso da “armadura de Deus”, de acordo com a conclusão de Paulo?

A armadura só funciona com a comunicação contínua com o nosso “General”, Jesus Cristo. A oração é a nossa linha direta com o Céu, o nosso pedido de socorro, a nossa adoração em meio à batalha. Não é uma parte da armadura, mas a força vital que a faz funcionar.

A vida é uma batalha constante e os dias maus virão e, com eles, as dificuldades. Mas você não está sozinho. A armadura divina está disponível. Ela não é mágica, ela é um convite à ação (vd. Mt.6:33,34). Use a verdade de Cristo, confie em Sua justiça, firme seus passos no Evangelho da paz (na amizade com Deus), levante seu escudo de fé, proteja sua mente com a certeza da salvação, use a espada da Palavra de Deus e se mantenha em oração.

Reflita. O que o texto descreve como a “força vital” que faz a armadura funcionar? Na frase “a vida é uma batalha constante e os dias maus virão e, com eles, as dificuldades”, o que essa ideia representa em sua jornada pessoal com Cristo? Com base no texto, por que a oração é apresentada como algo que está acima das peças da armadura?

Conclusão: a nossa vitória sobre o dia mau está em Cristo

Nós não estamos sozinhos nem desprotegidos. O nosso Deus, em Sua infinita graça, nos deu uma armadura completa para que possamos enfrentar o dia mau.

Talvez, você esteja passando por desafios graves, mas vista-se com Jesus, pois Ele é a verdade, sua couraça da justiça, “Aquele” que o fez amigo de Deus, Seu escudo contra todas as mentiras satânicas. Proteja sua mente com a esperança da salvação eterna, usando sempre a espada da Palavra para resistir àquele que procura fazê-lo desanimar.

A nossa responsabilidade é nos revestir diariamente de tudo que Deus nos oferece. A vitória não é nossa, é de Cristo. É Dele que recebemos toda a força e sabedoria, a fim de vivermos com confiança em Deus. Permaneçamos firmes, pois a batalha é real, mas o nosso General já venceu!

Reflita. De acordo com o texto, qual é a nossa responsabilidade em relação à armadura? O que o texto quer dizer quando afirma que não estamos sozinhos nem desprotegidos? Com base no texto, por que é importante saber que “a vitória não é nossa, é de Cristo”, mesmo quando enfrentamos batalhas reais?

A minha esperança é que essa meditação tenha glorificado a Cristo e sido útil para que você resista ao Inimigo, pelo amor que você tem por Jesus, aos Seus ensinamentos, Verdade e propósitos.

Que Deus nos abençoe!

Walter de Lima Filho