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Resistindo ao Inimigo – Parte 5: Duas armaduras em confronto

Texto base:

Efésios 6:10-18; 1 Samuel 17

Introdução

A Palavra de Deus é como um tecido, onde cada fio se liga. Isso nos mostra a força de Deus e o plano Dele para nos ajudar e salvar. Hoje, vamos juntar a confiança de Davi em Deus com o que Paulo ensinou sobre a ‘armadura de Deus’.

Vamos olhar a “armadura de Deus”, que está na Bíblia, em Efésios 6:10-18, olhando para a história de Davi e Golias, que está em 1 Samuel 17. Essa história não é só sobre um pequeno que vence um grande. É uma lição importante sobre como confiar em Deus e usar a ajuda Dele, que nos dá força para lutar e vencer o inimigo em nossa guerra espiritual.

📖 10 Tornem-se cada vez mais fortes, vivendo unidos com o Senhor e recebendo a força do seu grande poder. 11 Vistam-se com toda a armadura que Deus dá a vocês, para ficarem firmes contra as armadilhas do Diabo. 12 Pois nós não estamos lutando contra seres humanos, mas contra as forças espirituais do mal que vivem nas alturas, isto é, os governos, as autoridades e os poderes que dominam completamente este mundo de escuridão. (Ef.6:10-12 NTLH)

Reflita. De acordo com o texto, qual é a principal passagem bíblica que descreve a “armadura de Deus” e quais são elas? A história de Davi e Golias não é apenas sobre a vitória de um pequeno herói. Qual a sua opinião sobre a lição mais profunda que essa história traz, especialmente quando a gente a conecta com a ideia da armadura de Deus? Efésios 6:12 diz que a nossa luta não é contra “seres humanos.” O que essa frase nos ensina sobre a verdadeira natureza dos desafios que enfrentamos no nosso dia a dia?

1. A batalha entre Davi e Golias — A “armadura espiritual em ação

A vida cristã é uma batalha, não contra seres humanos, mas contra as forças espirituais da maldade (cf. Ef.6:12). Às vezes, o Inimigo se apresenta como um gigante, um desafio que parece insuperável. O medo nos assalta, a dúvida nos paralisa. A história de Davi e Golias em 1 Samuel 17 é mais do que um relato histórico, mas um mapa de nossas batalhas espirituais.

Nessa passagem das Escrituras, vemos um jovem pastor, aparentemente despreparado, derrotar um gigante imponente. Como ele fez isso? Ele não usou a armadura de Saul, mas que se revestiu da armadura de Deus. Essa armadura, descrita por Paulo em Efésios 6, não é uma metáfora vazia, mas a realidade do poder de Cristo, que nos prepara para o combate.

A batalha de Davi contra o gigante Golias, registrada na Bíblia, foi a manifestação visível de uma batalha espiritual invisível, a qual enfrentamos diariamente. Davi não estava sozinho, pois o “SENHOR dos Exércitos” estava com ele. No entanto, é necessário lembrar que a nossa resistência e superação não residem em nossa força, mas no poder que vem do SENHOR, que nos reveste e nos fortalece.

Reflita. De acordo com o texto, contra quem ou o que a vida cristã é uma batalha? Pense na atitude de Davi: ao rejeitar a armadura de Saul, o que essa escolha nos ensina sobre a forma como devemos encarar nossos próprios desafios? O texto afirma que a luta de Davi e Golias é a “manifestação visível de uma batalha espiritual invisível”. Na prática, o que essa ideia significa no seu dia a dia?

2. A preparação espiritual – Davi e sua identidade em Deus – (1 Sm.17:32-37) – “Cinturão da Verdade” – (Ef.6:14)

📖 32 Davi chegou e disse a Saul: —Meu senhor, ninguém deve ficar com medo desse filisteu! Eu vou lutar contra ele. […] 33 Saul respondeu: —Você não pode lutar contra esse filisteu. Você não passa de um rapazinho… 37 O SENHOR Deus me salvou dos leões e dos ursos (ao pastorear as ovelhas de seu pai Jessé) e me salvará também desse filisteu. —Pois bem! —respondeu Saul. —Vá, e que o SENHOR Deus esteja com você! (1 Sm.17:32-37 NTLH)

Davi não se identificava como um simples pastor, mas, principalmente, como um servo (a serviço) do Deus vivo. Davi comungava sua realidade pessoal com a verdade divina e assim, se mantinha em amizade e fidelidade de Deus. Ele sabia quem era e em “Quem” confiava. A verdade não é apenas um conceito, mas a base para a nossa vida. O cinturão da verdade mantém todas as outras peças da armadura no lugar. O entendimento acerca da pessoa que somos em Cristo e do que Deus é para nós sustenta toda a nossa caminhada.

O mundo de hoje oferece inúmeras identidades – vestimentas ou armaduras filosóficas e ideológicas. A nossa verdade, porém, deve ser a Palavra de Deus. Em um mundo de mentiras, perversidades e incertezas, a verdade (cinturão da Verdade) nos protege das dúvidas, ou de fragilidades emocionais.

  • Diariamente, devemos nos lembrar que somos filhos amados de Deus ( Jo.1:12), criados para os propósitos eternos enquanto estamos sobre a Terra. Quando compreendemos essa verdade, ela nos liberta do medo e da insegurança pelo fato de sabermos quem verdadeiramente somos – servos de Deus.

A nossa realidade, submissa à Verdade de Deus, é a base de nossa unidade com Ele e de toda a ajuda que Dele recebemos. A mensagem da Sua graça (Cristo Jesus, o Messias) é oferecida a todos os seres humanos. Entretanto, a nossa capacidade de responder a essa graça é a essência do livre-arbítrio. Davi não foi forçado a ir para a batalha, mas ele escolheu ir, confiando na Verdade de que Deus estava com ele e com todos os Seus.

Reflita. Após a leitura de 1 Samuel 17, qual foi a razão dada por Davi para não ter medo de lutar contra o filisteu? O texto fala sobre Davi não se identificar apenas como um pastor. Na sua opinião, como a nossa própria “identidade em Deus” pode nos fortalecer para enfrentarmos os nossos grandes desafios? O cinturão da verdade é descrito como algo que “mantém todas as outras peças da armadura no lugar”. Com base no que foi dito sobre a verdade no texto, o que isso significa para a nossa vida prática?

3. A motivação e a consagração – (1 Sm.17:26, 45,46) – “Couraça da Justiça” (Ef.6:14)

Davi disse: 📖 “[…] quem é esse filisteu pagão (Golias) para desafiar [desdenhar, escarnecer, zombar, envergonhar] o exército do Deus vivo?” (1 Sm.17:26 NTLH)

Nessa batalha, a motivação de Davi não era o orgulho pessoal, mas a sua indignação por ver o NOME do SENHOR ser profanado. Sua motivação era defender a causa de Deus naquela circunstância. Ele se vestiu de uma couraça de zelo e consagração. A couraça da justiça é o que mantém a chama divina acesa em nosso coração, contra nossas motivações impuras, a fim de que atuemos corretamente sob a aprovação de Deus. A justiça de Cristo – que nos cobre – nos capacita a agirmos com retidão em todas as circunstâncias.

Vivemos em uma sociedade que valoriza o prazer e a conveniência em vez da integridade. A couraça da justiça nos lembra que nossas ações devem refletir o caráter de Cristo. Precisamos perguntar: “Minhas motivações vêm de um coração puro, submetido e voltado para Deus ou de um desejo egoísta?” Esta peça da armadura nos protege da culpa e da vergonha, permitindo que vivamos com uma consciência limpa diante de Deus.

📖 30 Porém Deus uniu vocês com Cristo Jesus e fez com que Cristo seja a nossa sabedoria. E é por meio de Cristo que somos aceitos por Deus, nos tornamos o povo de Deus e somos salvos. 31 Portanto, como as Escrituras Sagradas dizem: “Quem quiser se orgulhar, que se orgulhe daquilo que o Senhor faz.” (1 Co.1:30,31 NTLH)

Reflita. Conforme 1 Samuel 17, qual foi o principal motivo da indignação de Davi contra o filisteu? O texto contrasta a motivação de Davi com a de uma “sociedade que valoriza o prazer e a conveniência”. Na sua opinião, como a “couraça da justiça” pode nos ajudar a agirmos com retidão, mesmo quando a sociedade não valoriza isso? O texto diz que a “couraça da justiça” nos protege da culpa e da vergonha. Que relação existe entre a motivação correta e a atitude de agirmos com uma consciência limpa?

4. O andar de fé – (1 Sm.17:37, 40) – “Sandálias do Evangelho da Paz” (Ef.6:15)

📖 37 O SENHOR Deus me salvou dos leões e dos ursos e me salvará também desse filisteu. —Pois bem! —respondeu Saul. —Vá, e que o SENHOR Deus esteja com você! 40 Pegou o seu bastão, escolheu cinco pedras lisas no ribeirão e pôs na sua sacola. Pegou também a sua funda e saiu para enfrentar Golias. (1 Sm.17:37, 40 NTLH)

Davi caminha em direção ao gigante com um cajado, cinco pedras lisas e seu alforge. Ele caminha com confiança sob a bondade de Deus. Ele não se apressa, pois sabe que sua paz não depende das circunstâncias, mas da sua amizade, cooperação e da presença do SENHOR. As sandálias do evangelho da paz nos dão a estabilidade e a prontidão para enfrentarmos o inimigo e transmitirmos a bondade e o poder divino a outras pessoas, mesmo quando o caminho é incerto.

Em meio à agitação e ansiedade do mundo, a paz de Davi — aquela que está acima de todo o entendimento — nos capacita a enfrentarmos nossos “gigantes” com confiança em Deus. Nossas “sandálias” simbolizam a ação de levarmos a paz (a amizade divina) que temos a outras pessoas, permitindo-nos caminhar com a certeza de que Cristo já venceu o mundo, independentemente das circunstâncias. (cf. Jo.16:33).

Reflita. Segundo 1 Samuel 17, o que Davi pega para ir ao encontro de Golias? O texto afirma que a paz de Davi “não depende das circunstâncias”. Como você entende essa ideia e de que forma ela pode ser aplicada na sua vida? O texto associa as “sandálias do evangelho da paz” à estabilidade e à prontidão para enfrentar desafios e a levar a paz a outros. Qual é a relação entre a paz que temos e a paz que podemos transmitir aos outros, segundo o texto?

5. A confiança inabalável (1 Sm.17:43,45) – o Escudo da Fé (Ef.6:16)

📖 43 Aí disse a Davi: —Para que é esse bastão? Você pensa que eu sou algum cachorro? Em seguida rogou a maldição dos seus deuses sobre Davi… 45 Davi respondeu: —Você vem contra mim com espada, lança e dardo. Mas eu vou contra você em nome do SENHOR Todo-Poderoso, o Deus dos exércitos israelitas, que você desafiou. (1 Sm.45,47 NTLH)

Davi enfrenta Golias com uma declaração de fé poderosa, pois a sua fé era seu escudo, capaz de apagar todas as setas inflamadas do inimigo. Ele não se intimidou com a ostentação de Golias. A fé é o nosso escudo, nossa proteção contra as mentiras, o medo e a intimidação do inimigo.

Muitas vezes, nossa alma se encontra em desânimo, dúvidas e propensa ao engano. A fé é a nossa resposta. Ela não nega o problema, mas confia que Deus é maior que qualquer problema. Nossa fé reside no infinito esplendor e misericórdias do nosso Deus. Nos momentos de lutas, devemos erguer nosso escudo da fé e declarar a soberania e as misericórdias de Deus.

Reflita. O que Golias usa para demonstrar sua superioridade e em nome de “Quem” Davi responde que vai lutar? O texto diz que a fé de Davi era seu escudo e que a fé não nega o problema. Na sua opinião, o que significa ter fé em Deus em meio a um desafio, sem ignorar a sua existência? O texto associa o “escudo da fé” à capacidade de apagar “as setas inflamadas do inimigo”. O que essas “setas” podem representar em nossa vida diária, de acordo com o texto?

6. A mente protegida (1 Sm.17:38,39) Capacete da Salvação – (Ef.6:17)

📖 38 (Saul, o rei) deu a sua própria armadura para Davi usar. Pôs um capacete de bronze na cabeça dele e lhe deu uma couraça para vestir. 39 Davi prendeu a espada de Saul num cinto sobre a armadura e tentou andar. Mas não conseguiu porque não estava acostumado a usar essas coisas. Aí disse a Saul: —Não consigo andar com tudo isto, pois não estou acostumado. Então Davi tirou tudo. (1 Sm.17:38,39 NTLH)

Davi recusa o capacete e a armadura de Saul, pois não conseguia se movimentar com o traje. Ele entendeu que a proteção que precisava era a divina. Davi protegeu sua mente, unindo-a à bondade de Deus e à salvação que Ele traria a Israel. O capacete da salvação protege nossos pensamentos contra a dúvida, o desespero e a confusão. Nossa mente precisa estar firmada na verdade de que pertencemos a Deus e que, por intermédio de Cristo, seremos ajudados por Ele.

A batalha espiritual começa na mente (na alma). A dúvida, a ansiedade e os pensamentos de fracasso são as estratégias (os dardos) do Inimigo. O capacete da salvação significa que pertencemos a Deus e que devemos dar a Ele o controle de nossas ações, a fim de que Seus propósitos eternos se realizem. Por isso, é nosso dever lutar para que a nossa mente esteja constantemente renovada pela Palavra (cf. Rm.12:2).

Reflita. Por que Davi decidiu não usar a armadura e o capacete que o rei Saul lhe ofereceu? O texto afirma que “a batalha espiritual começa na mente”. Na sua opinião, de que forma o “capacete da salvação” pode ajudar a proteger seus pensamentos diários contra dúvidas e desespero? O texto associa “o capacete da salvação” à ideia de que “pertencemos a Deus”. Qual é a relação entre saber que pertencemos a Ele e ter a mente protegida na sua vida?

7. A Palavra de Deus (1 Sm.17:39) – Espada do Espírito – Ef.6:17)

📖 39 Davi prendeu “a espada” de Saul num cinto sobre a armadura e tentou andar. Mas não conseguiu porque não estava acostumado a usar essas coisas. (1 Sm.17:39 NTLH)

Davi rejeitou a espada de Saul, pois, ao prendê-la sobre um cinto sobre a armadura, não conseguiu andar com firmeza. Uma espada é usada em combate como arma de guerra, de defesa ou de execução. Na simbologia bíblica, ela representa uma mensagem de autoridade, força, propósitos, guerra, violência, divisão e conflito (cf. Jz.7:14,20; Mt.10:34-39).

A Palavra de Deus (a Bíblia) é comparada à espada, pois, quando usada para os propósitos de Deus, ela vai direto ao alvo para acusar, salvar e condenar (cf. Hb.4:12). Davi, em vez de usar a espada de Saul, um rei arrogante, cínico e rebelde às Leis de Deus, prefere confiar na “espada do SENHOR”, quando disse a Golias: & Você vem contra mim com espada, lança e dardo. Mas eu vou contra você em nome do SENHOR Todo-Poderoso, o Deus dos exércitos israelitas, que você desafiou. (1 Sm.17:39 NTLH)

Constantemente, nós recebemos conselhos e mensagens sobre como devemos sentir, pensar e agir. Muitas vezes, elas nos envolvem de tal maneira, a ponto de deixarmos de refletir se elas transmitem a justiça (a retidão, pureza e os propósitos) de Deus. Simplesmente as aceitamos, e aí, ingressamos em um caminho de orgulho, egoísmo e desvios, tanto espirituais como morais.

Para resistir aos enganos de Satanás no deserto, Jesus atacou suas mentiras com a Palavra de Deus (cf. Mt. 4:1-11). Ela é a nossa principal arma de ataque, por isso, precisamos conhecê-la, memorizá-la e aplicá-la em nossas vidas para agirmos da mesma forma que Jesus. A Palavra de Deus não foi feita apenas para ser lida. Ela nos foi dada para que, por meio dela, nossos sentimentos, palavras e ações se ajustem à vontade e aos propósitos de Deus.

Reflita. De acordo com o texto, por que Davi rejeitou “a espada” de Saul? O texto compara a Palavra de Deus a uma espada. Qual a sua opinião sobre a importância de usar a Palavra de Deus como arma, da mesma forma que Jesus fez no deserto, em Mateus 4:1-11? O texto diz que, às vezes, aceitamos conselhos e mensagens que nos desviam do caminho de Deus. Como a Palavra de Deus, segundo o texto, pode nos ajudar a discernir o que é certo ou errado, aos olhos do Eterno?

Conclusão:

A batalha de Davi e Golias é um testemunho poderoso de que, para o cristão, a vitória não reside em nossa força, mas na confiança inabalável em Deus. A armadura de Saul (que era a força humana e a estratégia mundana) era inútil para Davi. Ele preferiu a armadura invisível de Deus, a mesma que Paulo descreve em Efésios 6.

Em nossos desafios diários, somos chamados para sermos fiéis a Deus e fortalecidos por Ele. O homem é salvo pela graça de Deus, por meio da fé. A graça nos capacita e a fé nos permite vestir a Sua armadura de modo completo.

Reflita. Segundo o texto, o que a batalha entre Davi e Golias nos ensina sobre onde a vitória realmente reside para o cristão? A conclusão diz que Davi preferiu a “armadura invisível de Deus” à “força humana” de Saul. Na sua opinião, o que essa escolha nos ensina sobre a diferença entre a confiança em si mesmo e a confiança em Deus? O texto afirma que, em Cristo, os “Golias” de nossa vida já foram derrotados. Qual o significado dessa declaração para a maneira como você encara os desafios que surgem no seu dia a dia?

Em Cristo, os “Golias” de nossa vida já foram derrotados. A nossa parte é avançar com coragem, sabendo que o SENHOR dos Exércitos está conosco.

Que Deus nos abençoe!

Walter de Lima Filho