Texto base:
Romanos 12.4-8
📖 4 Porque, assim como em um só corpo temos muitas partes, e todas elas têm funções diferentes, 5 assim também nós, embora sejamos muitos, somos um só corpo por estarmos unidos com Cristo. E todos estamos unidos uns com os outros como partes diferentes de um só corpo. 6 Portanto, usemos os nossos diferentes dons de acordo com a graça que Deus nos deu. Se o dom que recebemos é o de anunciar a mensagem de Deus, façamos isso de acordo com a fé que temos. 7 “Se é o dom de servir, então devemos servir; se é o de ensinar, então ensinemos;” 8 se é o dom de animar os outros, então animemos. Quem reparte com os outros o que tem, que faça isso com generosidade. Quem tem autoridade, que use a sua autoridade com todo o cuidado. Quem ajuda os outros, que ajude com alegria. (Romanos 12.4-8)
Introdução: é muito comum a gente se sentir pequeno, não é? Pensamos: “Eu sou só mais um na multidão.” Olhamos para pessoas que fazem coisas grandes e pensamos: “Eu gostaria de executar coisas importantes, mas me sinto tão insignificante!” Todavia, Paulo, em Romanos 12, nos dá uma imagem linda para acabar com esse sentimento: a imagem do Corpo de Cristo – a Sua Igreja.
Você não é “só mais um”. A missão que Deus lhe dá é a de ser uma peça-chave, uma parte insubstituível do “Corpo de Cristo” – a Sua Igreja neste mundo. Se o “Corpo” está parado, alguma “peça” está falhando. Nossa meditação é sobre entender e viver essa verdade. Tentarei fazer isso em dois pontos simples:
- A SUA IDENTIDADE É A UNIDADE; ( Jo.13:35,35)
- SEU SERVIÇO É O SEU TESOURO. ( Mt.6:19-21)
Reflita. [1] Foco no sentimento. Na sua vida prática, quais são os momentos ou situações em que você mais se sente pequeno, insignificante ou com vontade de apenas observar os outros agirem? [2] Foco na mensagem. A meditação afirma que, se o “Corpo” está parado, alguma “peça” está falhando. Pensando na sua igreja ou comunidade, qual é a “peça” específica (dom, habilidade, função) que só você pode exercer e que a comunidade está claramente perdendo por você não estar em plena atividade? [3] Foco na ação. Entender que somos “peças-chave” exige uma mudança de atitude. Qual é o primeiro passo prático e concreto que você pode dar ainda esta semana para começar a viver essa verdade, saindo da sensação de “só mais um” e ativando a sua função no Corpo de Cristo?
1. A sua identidade é a unidade (vs. 4-5)
📖 4 Porque, assim como em um só corpo temos muitas partes, e todas elas têm funções diferentes, 5 assim também nós, embora sejamos muitos, somos um só corpo por estarmos unidos com Cristo. E todos estamos unidos uns com os outros como partes diferentes de um só corpo. (NTLH)
Quando nos reunimos, percebemos que somos muitos; no entanto, somos um só corpo em Cristo – a “família de Deus”. Isso significa que a sua identidade como cristão está ligada à comunidade que Deus lhe deu – ela é a sua “família espiritual”.
Reflita. [1] Identidade e pertencimento. Compreendemos que somos “um só corpo” em Cristo. O que essa ideia de pertencimento e de ser parte de uma “família espiritual” muda na forma como você se enxerga e como lida com o sentimento de estar sozinho? [2] Unidade na diversidade. Assim como um corpo tem muitas partes com funções diferentes, uma igreja local é formada por pessoas muito diversas. Na sua opinião, qual é o maior desafio que uma comunidade cristã enfrenta para manter a unidade, mesmo com tantas diferenças de opinião, dons ou personalidades? [3] Função e dependência. Se cada parte do corpo é importante e tem uma função, isso significa que dependemos uns dos outros. Como o entendimento de que a sua identidade está ligada à comunidade o motiva a usar o seu dom (sua função) para o bem dos outros, sabendo que eles precisam de você?
- A metáfora do relógio (a unidade)
Pense em um relógio de muito valor. Ele é feito de dezenas de peças minúsculas, algumas que mal vemos. Nenhuma dessas peças tem o mesmo formato ou função. O brilhante ponteiro de ouro é visível e chama a atenção, mas a mola e as engrenagens dentro dele é que lhe dão a força. Agora, imagine que a mola diga: “Eu não sou tão importante quanto o ponteiro de ouro!”. Se a mola parar, o relógio todo para – ele morre.
- Na prática: ninguém na igreja pode dizer ao outro: “Eu não preciso de você” ( 1 Co.12:21). O dom de quem ensina (v. 7) precisa do dom de quem serve (v. 7), ao pedido para organizar a sala. Sua função é única, mas sua importância é igual à de qualquer outro. Sua vida e o dom divino que vem a você, só fazem sentido quando conectados aos outros (na igreja/família/colegas/amigos).
Reflita. [1] O valor do “não visto”. Pensando na sua participação na igreja, qual é a sua “mola interna”? Ou seja, qual é o trabalho ou o dom que você exerce que é menos visível para a maioria das pessoas, mas que, se parasse, causaria um impacto imediato na comunidade? [2] Superando o sentimento. A mola poderia se sentir menos importante que o ponteiro de ouro. Na prática, como você lida ou já lidou com o desânimo de exercer um dom ou uma função que é essencial, mas que recebe pouco reconhecimento ou visibilidade? [3] Conexão e propósito. A meditação afirma que seu dom só faz sentido quando conectado aos outros. Que passo você pode dar hoje para valorizar e reconhecer uma “mola” (alguém que faz um trabalho não visível) na sua comunidade, reforçando que o trabalho dela é tão importante quanto o seu?
- O perigo do individualismo
A Palavra de Deus valoriza muito a liberdade de escolha e a responsabilidade pessoal nos lembra que Ele nos deu a capacidade de nos unirmos. Somos responsáveis por não nos tornarmos “ilhas espirituais”.
- Jesus disse que o mundo conheceria os Seus discípulos pela unidade e pelo amor que tivessem uns pelos outros ( Jo.13:35). Se vivemos isolados, perdemos a nossa identidade de corpo e falhamos em nosso testemunho de confiança e fidelidade a Deus.
Reflita. [1] Liberdade vs. isolamento. Deus nos deu a liberdade de escolha, mas alerta sobre o risco de nos tornarmos “ilhas espirituais”. Na prática, como você usa a sua liberdade de escolha hoje para se conectar ativamente e participar da comunidade em vez de se isolar? [2] O Testemunho do Amor. Jesus disse que o mundo nos conheceria pela unidade e pelo amor. Se o mundo não está vendo esse testemunho, o texto sugere que falhamos. O que você acredita ser o maior obstáculo para demonstrarmos esse amor e unidade de forma visível e convincente para quem está de fora da igreja? [3] Responsabilidade pessoal na união. Somos responsáveis por “não nos tornarmos ‘ilhas espirituais'”. Que decisão diária (seja um gesto simples, uma conversa ou uma atitude de serviço) você pode tomar para cumprir sua responsabilidade pessoal de fortalecer a união e o amor na igreja/família/trabalho?
2. Seu serviço é o seu tesouro (v. 6-8)
📖 6 Portanto, usemos os nossos diferentes dons de acordo com a graça que Deus nos deu. Se o dom que recebemos é o de anunciar a mensagem de Deus, façamos isso de acordo com a fé que temos. 7 “Se é o dom de servir, então devemos servir; se é o de ensinar, então ensinemos;” 8 se é o dom de animar os outros, então animemos. Quem reparte com os outros o que tem, que faça isso com generosidade. Quem tem autoridade, que use a sua autoridade com todo o cuidado. Quem ajuda os outros, que ajude com alegria. (NTLH)
Depois de falar sobre a unidade, Paulo nos leva ao trabalho prático: usar os dons que Deus nos dá. Ele nos dá uma lista de serviços cotidianos: anunciar, servir, ensinar, animar, repartir, liderar e ajudar.
Reflita. [1] Identificação do dom e da atitude. Entre os dons e serviços listados (servir, ensinar, animar, repartir, liderar, ajudar), qual é o dom que você já reconhece ou exerce com mais frequência? E o mais importante: você tem usado a atitude correta que o texto sugere (fé, generosidade, cuidado ou alegria) ao exercê-lo? [2] O desafio do “COMO”. O texto é claro sobre a maneira de fazer as coisas: quem tem autoridade deve usá-la “com todo o cuidado“, e quem ajuda deve fazê-lo “com alegria“. Qual desses requisitos de atitude é o mais difícil de manter no seu serviço hoje e por quê? [3] Ampliação do serviço. A lista é variada e inclui ações pouco visíveis, como “animar os outros” e “repartir com generosidade”. Qual é a ação que você raramente põe em prática, mas que, se você começasse a exercer com a atitude correta, traria o maior benefício imediato para as pessoas ao seu redor?
- O dom não é para o seu destaque, mas para o seu desempenho
Paulo é muito claro: o foco e a eficácia não estão no tipo de dom que desejamos, mas no que é necessário para o momento e no modo generoso como o usamos. É aqui que entra a nossa responsabilidade. A prática dos dons espirituais torna Deus e Seu Reino visíveis. (vd. Mt.5:13-16)
Reflita. [1] Do desejo à necessidade. A eficácia não está no tipo de dom que desejamos, mas no que é necessário para o momento. Qual é a necessidade mais urgente que você identifica em sua comunidade hoje e como o seu dom (o que você supõe que Deus lhe tenha dado) pode ser usado para suprir essa necessidade imediatamente, mesmo que não seja o dom que você prefere exercer? [2] O poder da generosidade. A maneira como usamos o dom deve ser generosa. Como a falta de generosidade (tempo, esforço, dedicação) pode esconder ou enfraquecer o seu dom, impedindo que o Reino de Deus se torne visível por meio da sua vida? [3] Foco e testemunho. Se a prática dos dons espirituais torna Deus e Seu Reino visíveis (como a luz na escuridão), que resultado prático a sua comunidade tem mostrado ao mundo como fruto do desempenho coletivo dos seus membros? Em outras palavras, o que as pessoas de fora percebem sobre Deus ao observarem o trabalho e a unidade de vocês?
- Deus deseja nos usar com um determinado “dom” ( charisma), mas a diligência e o zelo na execução são nossa parte. Nossas escolhas determinam o impacto desse dom. Se nos é oferecido o dom de liderar, a Bíblia diz que o façamos “com todo o cuidado” (v. 8) – com zelo, com atenção! Se é o de repartir, executemos “com generosidade” (v. 8), sem mesquinharia. Ü Memorize: O dom é dado, mas o impacto depende totalmente da sua entrega e da sua atitude na execução.
- O dom é um recurso divino e sobrenatural, proveniente da Sua graça e misericórdia. Portanto, não o tenhamos como se ele fosse de nossa propriedade. Ele é a graça e a misericórdia de Deus agindo por meio de nós, em momentos específicos ou pelo período que o Eterno determinar. ( Jo.3:8) Ü Memorize: o dom deve ser praticado com gratidão e usado com a consciência de que a pessoa é apenas um canal temporário da graça de Deus, pois o dom não lhe pertence.
- Quando recebemos um determinado dom espiritual (uma capacitação divina e sobrenatural), o qual nos é oferecido pelo Espírito de Deus, seja para anunciar, servir, ensinar, animar, repartir, liderar ou ajudar, que o executemos com cuidado e zelo, pois é por meio dele que trazemos e expressamos o Reino de Deus neste mundo ( Mt.6:9,10). Ü Memorize: A sua diligência no uso do dom é o veículo para a manifestação do propósito de Deus na Terra.
- Compreenda que a prática dos dons espirituais é a expressão prática que Deus está agindo por meio de nós, após termos visto e ingressado e nos submetermos ao Seu Governo (Autoridade Divina) no Seu Reino ( Jo.3:1-3,5). Então, capacitados pela Sua graça e pelos recursos da Sua misericórdia, nós nos dispomos a atuar para os Seus objetivos eternos, dentro de uma situação específica. Ü Memorize: A eficácia da sua atuação com o dom depende da sua prévia e contínua submissão à autoridade de Deus.
- A regra de ouro do “COMO” — a atitude
Note que os versículos 7 e 8 não apenas listam o que fazer, mas “como” fazer. Essa é a parte humana e a mais desafiadora. O seu serviço deve ser motivado por três atitudes principais:
- Com zelo/cuidado: quem serve ( 7), quem lidera (v. 8). Isso significa excelência. Se é para fazer, faça o seu melhor, como se estivesse fazendo para o próprio Cristo (cf. Cl. 3.23).
- Com generosidade: quem reparte (v. 8). A generosidade não é sobre a quantidade, é sobre o coração desprendido. É dar sem esperar nada em troca.
- Com alegria: quem ajuda os pobres ( 8). O serviço na igreja e no mundo não pode ser um peso ou uma obrigação mal-humorada. Deve ser feito com o prazer de estar participando da missão de Deus.
Reflita. [1] Zelo e excelência (cuidado). Nós devemos servir e liderar com zelo/cuidado, fazendo o nosso melhor como se fizéssemos para Cristo. Olhando para a sua função atual, qual é a principal área onde o seu serviço pode ser elevado da “tarefa cumprida” para a “excelência motivada pela fé”? [2] O coração generoso. A generosidade não é sobre a quantidade, mas sobre o coração desprendido — dar sem esperar nada em troca. Você consegue identificar momentos em que exerceu seu dom com um “coração preso” (esperando reconhecimento ou retorno)? Que passo você pode dar para liberar o seu dom e servi-lo com uma generosidade genuína? [3] Alegria e propósito. O serviço espiritual deve ser feito com a alegria de participar da missão de Deus, e não como um peso. Se o seu serviço na comunidade tem se tornado um fardo, o que você precisa ajustar (o foco, a atitude, ou talvez, o próprio serviço) para reencontrar a alegria e o prazer de estar participando da missão divina?
Conclusão: o propósito do “Corpo” – a Igreja
Ninguém aqui precisa ser um “super-herói” com superpoderes para ser um cristão efetivo. Basta ser a peça-chave que Deus te chamou para ser. Seja a mola que dá força, o ponteiro que indica a hora, o encaixe que segura a estrutura. Seu serviço, por mais simples que pareça, tem peso eterno, nas situações e no tempo que Deus o chama a cooperar com Ele.
Olhe para o seu dia a dia. Qual dos verbos em Romanos 12 – servir, ensinar, animar, repartir, liderar, ajudar – é o seu chamado específico para este momento? Comece hoje, com zelo e alegria. Faça a sua parte, porque o “Corpo de Cristo” precisa de você – “você é peça-chave”.
Reflita. [1] O chamado do agora. Olhe para o seu dia a dia e identifique o seu chamado específico para este momento em um dos verbos de Romanos 12 (servir, ensinar, animar, repartir, liderar, ajudar). Qual desses verbos descreve a necessidade mais urgente que Deus está colocando à sua frente hoje, seja na sua casa, trabalho ou comunidade? [2] O peso do serviço simples. A meditação afirma que o seu serviço, por mais simples que pareça, tem peso eterno. Qual é a ação que você exerce hoje (a sua “mola” ou “encaixe”) que lhe parece rotineira ou insignificante, mas que, se você parasse de fazer, prejudicaria visivelmente as pessoas ou o Corpo de Cristo ao seu redor? [3] Começar com atitude. A meditação finaliza com o incentivo: “Comece hoje, com zelo e alegria.” Pensando no verbo que você identificou na primeira pergunta, qual é a mudança imediata de atitude (mais zelo/cuidado ou mais alegria/disposição) que você precisa aplicar para que a sua peça-chave funcione em plena eficácia a partir de hoje?
Que Deus nos abençoe!