(Walter de Lima Filho – Terça – 21/01/2014)
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Mateus 10:32,33
O discípulo cristão não é simplesmente aquele que frequenta uma igreja, que nela faz alguma coisa, que canta, faz orações, lê e estuda a Bíblia. O verdadeiro discípulo é aquele que aprende a negar a si mesmo, pela prática dos ensinamentos de Cristo, porque O segue em um espírito de amor e obediência.
O discípulo verdadeiro de Cristo se satisfaz Nele, pois se alegra com o fato de ter recebido do seu Senhor Jesus, a credencial ou o “título” de discípulo e de fazer parte do Seu Reino. O discípulo verdadeiro confessa com atitudes e posicionamentos claros, que ama e obedece a Cristo perante as pessoas.
1. A maior credencial que você pode receber de Cristo é a de “discípulo”!
Muitos se iludem com falsos títulos como: Apóstolo, Bispo, Profeta, Evangelista, Pastor e Mestre. No entanto, nos versos que iremos ler, reparemos que no versículo um Mateus denomina os doze seguidores de Jesus como “discípulos”. No verso dois, ele os denomina como”apóstolos”, porque Jesus lhes dá uma missão “apostólica”:
Jesus chamou os seus doze discípulos e lhes deu autoridade para expulsar espíritos maus e curar todas as enfermidades e doenças graves. São estes os nomes dos doze apóstolos: (…). (…), procurem as ovelhas perdidas do povo de Israel. 7 Vão e anunciem isto: “O Reino do Céu está perto. (Mt.10:1,2,6,7 NTLH)
O “discípulo” (no gr. mathetes) é aquele aprende os ensinamentos do Senhor não apenas por ouvir, mas por colocá-los em prática no seu dia a dia, tanto para o seu próprio desenvolvimento espiritual como para influenciar outras pessoas, tanto sobre a salvação em Cristo como do Seu Reino ou Governo, por meio de declarações verbais e atitudes claras da sua Nova Vida em Cristo.
O “apóstolo” (no gr. apostolos – enviado) “é um discípulo” que recebe tanto a autoridade e as coordenadas do Seu Mestre e Senhor, para ir a um lugar determinado com uma mensagem específica por Ele. A missão apostólica é a atribuição que Cristo dá a alguém, para agir em Seu nome, de um modo como se Cristo estivesse em seu lugar em um local especificado por Ele.
Aquele que é escolhido e aceito pelo Mestre, faz a si mesmo discípulo e isso, por decisão consciente e pessoal de seguir a Jesus como seu Senhor. Ele calculou o preço da sua decisão e a aceitou! Já sendo discípulo, ele não pode por vontade própria, se fazer apóstolo, bispo, profeta, evangelista, pastor e mestre, mas somente pela vontade Daquele que é Seu Senhor.
É de grande valor saber que: Tais termos como apóstolos, bispos, profetas, evangelistas, pastores e mestres não são títulos, mas funções espirituais do ministério de Cristo através dos discípulos que estão na Igreja, o Corpo de Cristo. Essas funções se manifestam como dons espirituais e não como “títulos” de destaque.
Você se torna discípulo ao reconhecer a Jesus como Salvador e Senhor da sua vida. Sendo assim, você aceita o chamado Divino e após ter crido em Jesus como Salvador, O segue imediatamente como Senhor em um espírito de discípulo.
Então, você assume sobre si o título ou a credencial dada por Deus, de “discípulo” de Cristo. Desse modo, penso eu, que o termo “discípulo” é mais “título”, do que apóstolo, bispo, profeta, evangelista, pastor e mestre, pois estes representam funções de serviços espirituais, que são exercidas por aqueles que são verdadeiramente “discípulos”.
Antes de executar uma função ou dom ministerial, você tem que ser um “discípulo”!
2. Saiba que você não declara aos outros que é um discípulo de Cristo para ser salvo, mas porque é salvo, você declara ser um seguidor de Jesus.
Jesus disse:
Vocês são a luz para o mundo. Não se pode esconder uma cidade construída sobre um monte. Ninguém acende uma lamparina para colocá-la debaixo de um cesto. Pelo contrário, ela é colocada no lugar próprio para que ilumine todos os que estão na casa. Assim também a luz de vocês deve brilhar para que os outros vejam as coisas boas que vocês fazem e louvem o Pai de vocês, que está no céu. (Mt.5:14-16 NTLH)
Nestes versos, Jesus faz uma declaração de quem nós somos em relação às pessoas deste mundo. (Mt.5:14) As palavras nos versos 15 e 16, fazem com que entendamos que “Ele nos acendeu como Suas lamparinas”, ou seja, ele compartilha conosco o Seu brilho ou glória após sermos salvos e nos conduz a uma missão espiritual, seja na Sua Casa como no mundo.
O discípulo confirma o seu discipulado, primeiramente aos membros da Família de Deus e depois ao mundo, por meio de atitudes que revelam a presença e a vontade do Pai. Com essa atitude, ele ajuda a fortalecer a sua igreja, pois seus irmãos na fé podem ver a manifestação da glória de Deus na sua vida e passam a celebrar o Pai. No mundo, as pessoas podem ver o seu exemplo de vida no Senhor.
Na igreja onde Deus o colocou para servir, você poderá sofrer até alguma rejeição pelo “joio”, mas no mundo, a rejeição terá uma característica de ódio. Na igreja você aprende a lidar com a rejeição, para depois lidar com o ódio que o mundo tem por Jesus e Seu Evangelho. Lembre-se sempre, que é Deus quem o coloca em uma determinada “família espiritual” ou igreja local, a fim de que com a sua vida de discípulo a ajude sempre ser mais forte no Senhor.
No entanto, se você não se compromete com seus irmãos na sua igreja local, seja por várias razões, como irá se comprometer com a missão que Jesus poderá lhe dar no mundo?
Em relação ao mundo, Paulo disse:
Eu não me envergonho do evangelho, pois ele é o poder de Deus para salvar todos os que crêem, primeiro os judeus e também os não-judeus. (Rm.1:16 NTLH)
O que Paulo quer dizer com a expressão “eu não me envergonho do Evangelho”? O verbo “envergonhar do Evangelho” significa: sofrer a sua poderosa ação contrária. O evangelho vem sobre a pessoa como o poder de Deus e como “o único meio Divino”, para lutar contra ela, ou seja, contra o seu egoísmo, arrogância, teimosia e incredulidade, a fim de conduzi-la para fora do espírito mundano, seja ela judia ou não.
Portanto, o discípulo verdadeiro tanto fortalece o local onde Deus o coloca c
omo tem a paixão do Senhor, para atrair pessoas a Ele. Ele não faz essas coisas para ser salvo, mas porque é salvo ele as faz!
3. Lembre-se, que a sua declaração de que pertence a Jesus como discípulo, deve ser mais do que uma confissão verbal.
Muitos dizem: “Sim, eu sou cristão porque agora estou à igreja ‘tal’!” Esta não é uma declaração que revela o discipulado em Cristo. Quando Jesus fala de O confessarmos diante das pessoas como sendo Seus discípulos, Ele não está exigindo uma declaração verbal de quem somos, mas que essa confissão seja vista pelas pessoas, através das nossas atitudes ou ações que se assemelham às de Jesus.
Paulo escreveu ao seu discípulo Tito o seguinte:
(…) dizem que conhecem a Deus, mas o que eles fazem mostra que isso não é verdade. Estão cheios de ódio, são rebeldes e não são capazes de fazer nenhuma coisa boa. (Tt.1:16 NTLH)
Paulo está aconselhando a Tito para que ele ensine às pessoas a pararem de dar atenção a falsos mestres, que estava ingressando na Igreja com ensinamentos falsos. Eles diziam conhecer o Senhor, mas suas atitudes demonstravam o contrário das suas declarações verbais. Há muitos que se dizem cristãos, mas suas atitudes provam o contrário das suas declarações verbais.
No entanto, há ocasiões em que o discípulo vacila no seu testemunho cristão. Pedro negou ser discípulo de Jesus por três vezes, na noite em que Ele foi traído. Timóteo, um discípulo modelo, estava enfrentando problemas espirituais momentâneos e estava amedrontado. Paulo logo lhe escreveu e disse o seguinte:
(…) não se envergonhe de dar o seu testemunho a favor do nosso Senhor, nem se envergonhe de mim, que estou na cadeia porque sou servo dele. Pelo contrário, com a força que vem de Deus, esteja pronto para sofrer comigo por amor ao evangelho. (2 Tm.1:8 NTLH)
Um momento de vacilo ou fracasso não anula as marcas ou credenciais de um discípulo, pois todos nós temos falhado em testemunharmos de Cristo aos homens e mais do que podemos assumir. Entretanto, o verdadeiro discípulo procurará não agir dolosamente ou calculadamente, mantendo a sua fé escondida ao longo dos seus dias na Terra.
4. Seja um discípulo preparado para se encontrar com o Grande Juiz.
No dia em que nos encontrarmos com o Juiz, Jesus confirmará ou não a nossa lealdade a Ele.
Se uma pessoa afirmar publicamente que pertence a mim, eu também, no Dia do Juízo, afirmarei diante do meu Pai, que está no céu, que ela pertence a mim. Mas, se uma pessoa disser publicamente que não pertence a mim, eu também, no Dia do Juízo, direi diante do meu Pai, que está no céu, que ela não pertence a mim. (Mt.10:32,33 NTLH)
Jesus está falando de verdadeiros e falsos discípulos, de pessoas que dizem ser, mas que não são! Se por um lado, nós nos alegramos por aqueles que no juízo serão confirmados pelo Senhor, por outro, ficaremos tristes em não mais conviver com os que forem rejeitados!
Jesus disse algo acerca do Seu procedimento, no dia em que separará os fiéis dos infiéis a Ele:
Ele porá os bons à sua direita e os outros, à esquerda. Então o Rei dirá aos que estiverem à sua direita: Venham, vocês que são abençoados pelo meu Pai! Venham e recebam o Reino que o meu Pai preparou para vocês desde a criação do mundo. (Mt.25:33,34 NTLH)
Nos tempos antigos, estar à direita significava aceitação e a esquerda, rejeição. Que nós sejamos humildes a Deus nesta vida, a fim de estarmos preparados para aquele dia, o qual será glorioso para muitos e terrível para outros.
Um dos preços do discipulado cristão é “confessar” Jesus diante dos homens, mas não apenas com expressões verbais e sim, com atitudes cristãs à semelhança do nosso Senhor, pois é isso o Ele mais exige de nós como discípulos.