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Filipenses 1: 1,2
Antes de abrirmos nossas Bíblias, eu gostaria de expor, brevemente, um cenário com o qual se encontra a Igreja em nosso País.
A Igreja no Brasil nunca experimentou um crescimento numérico tão expressivo como o das últimas décadas. O Evangelho tem sido amplamente difundido por meio de programas de rádio e TV, mídias sociais, literatura e artes (filmes, peças de teatro etc).
Não somente se evidencia uma Igreja com números expressivos, mas também uma onda de preletores, pessoas que ensinam, que falam em público, pregadores, assim como cantores e artistas que arrastam multidões.
Muitos são famosos e carismáticos, mas suas atitudes nos bastidores nem sempre apresentam os frutos de uma vida de obediência ao Evangelho e de submissão e compromisso ao Reino de Deus. Infelizmente, como um ciclo vicioso, os que vivem esse cristianismo de aparências, além de enganados pelo próprio orgulho e egoísmo, despertam nas massas o desejo de se tornarem como eles.
Além do mais, templos e igrejas de todos os tamanhos são erguidos e os institutos de pesquisas apontam, perplexos, o crescimento do chamado “segmento gospel”.
Resumidamente, esse é o retrato com o qual se encontra a Igreja em nosso País.
No entanto, a inversão de princípios e valores fundamentais do Cristianismo, o declínio moral e a apatia espiritual que a sociedade enfrenta continuam avançando assustadoramente, revelando a Igreja apenas como uma instituição inchada, com pessoas que praticam uma religião sem nenhum interesse pelo conhecimento da Palavra de Deus, do Seu caráter e de Seus planos.
A boa-nova do Evangelho é exatamente a possibilidade de retomar um relacionamento que foi interrompido pelo pecado. Jesus Cristo veio para nos reconciliar com o Criador e nos apresentar ao Pai.
Esse reencontro, essa reconciliação, deveria dar início à nova e maravilhosa jornada de obediência e submissão ao governo e senhorio de Cristo Jesus, glorificando Seu Nome, vivendo Seus propósitos e usufruindo de Sua presença e Seu amor. No entanto, as pessoas praticam uma religião, mas suas atitudes não passam de um amontoado de regras, costumes e dogmas ineficientes, que levam ao orgulho, à altivez, à presunção religiosa e a uma consequente queda.
Agora sim, eu vou pedir para que vocês abram as suas Bíblias no Livro de Filipenses, capítulo 1: 1,2.
Vamos aprender juntos e descobrir nesta passagem, por meio do exemplo de vida do Apóstolo Paulo, Verdades e Ações que, se praticadas, nos livrarão de uma vida religiosa infrutífera, superficial e ineficiente, como vivenciamos nos dias atuais.
Vamos ler Filipenses, capítulo 1:1,2.
Para entendermos melhor o cenário e o contexto desta carta de Paulo aos Filipenses, vamos fazer algumas perguntas ao texto e tentar respondê-las.
Quem está escrevendo esta carta e a quem é endereçada?
O Apóstolo Paulo e Timóteo escreveram esta carta que foi endereçada aos moradores da cidade de Filipos e também aos bispos e diáconos da igreja de filipenses.
Quem eram esses moradores da cidade de Filipos?
Eram pessoas que pertenciam ao povo de Deus e que criam em Cristo Jesus.
Então, Paulo e seu companheiro Timóteo, estavam escrevendo uma carta à Igreja de filipenses, endereçada tanto aos seus membros, quanto aos seus líderes e ministros (bispos e diáconos, respectivamente).
De onde Paulo e Timóteo escreveram esta carta?
Eles escreveram esta carta de dentro de uma prisão, possivelmente em Roma.
Por que estavam presos?
Estavam presos por anunciarem o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo.
O que Paulo escreveu em sua carta aos filipenses?
Ele escreveu primeiramente agradecendo pela ajuda financeira que recebeu da Igreja de filipenses (Fp 4:10-18). Segundo, Paulo queria informá-los a respeito de sua situação em Roma (Fp:1:12-26). Terceiro, ele queria também exortá-los à unidade, pois havia uma tendência para a divisão na Igreja (Fp 2:1-2, 4:2). Por fim, Paulo escreveu para adverti-los contra os falsos mestres, os judaizantes, que exigiam que os homens não judeus fossem circuncidados para poderem se tornar cristãos (Fp 3:2,3).
Como Paulo e Timóteo se apresentam aos filipenses?
Paulo e Timóteo se apresentam como servos de Cristo Jesus.
(Observe que Paulo não se define como apóstolo, como muitos hoje em dia gostam de serem chamados, porque ele sabia que ser apóstolo não é ter um título, mas exercer uma missão dada por Deus, por meio de Jesus Cristo).
Nós sabemos que o verdadeiro significado desta palavra “servo”, no original da Bíblia é escravo (no grego, doulos). Paulo e Timóteo se apresentam como escravos de Cristo Jesus, e essa definição é fundamental para compreendermos o porquê de muitas pessoas que frequentam igrejas passam a viver uma vida religiosa infrutífera, superficial e ineficiente para o Reino de Deus.
Antes de Cristo, nós éramos “escravos” do pecado, vivíamos acorrentados aos nossos interesses e paixões pessoais.
E o que é um escravo?
Resposta: um escravo é alguém que foi comprado por um preço, e quem o comprou passa a ser o seu senhor, seu dono. Um escravo é comparável a um objeto, uma propriedade de seu senhor, assim como os animais de uma fazenda.
O Apóstolo Paulo diz que: “Quando eram escravos do pecado, vocês não faziam o que é direito.”(Rm.6:20 NTLH). O que Paulo quis dizer é que quando éramos escravos do pecado não dávamos importância àquilo que Deus chama de correto.
Paulo ainda fala: “Que fruto colheram então das coisas das quais agora vocês se envergonham? O fim delas é a morte”. (Rm 6:21 NVI).
Diga-me com toda a sinceridade: o que de bom nós produzimos no tempo em que vivíamos separados de Cristo Jesus? Que fruto de qualidade nós colhemos e que foi útil para nossa vida? Nenhum!
Na época de Jesus, assim como deve ser nos dias atuais, quando você anuncia o Evangelho a alguém, você está dizendo a essa pessoa: “eu gostaria de convidá-lo a tornar-se um escravo de Cristo Jesus, de desistir de sua autossuficiência, de sua liberdade para submeter a uma vontade alheia, abandonar todos os seus direitos e se permitir ser controlado pelo Senhor e Dono de sua vida”.
Um tipo de serviço, que não é uma questão de escolha para aquele que o realiza, um tipo de serviço o qual ele tem que fazer gostando ou não, uma submissão total a uma vontade alheia, e uma completa dependência de seu dono, esse é o sentido e significado do termo escravo.
Se você acha que essa é uma palavra difícil para nós engolirmos, imagine quão difícil era para aqueles que viviam no meio da escravidão engolir isso, pois eles sabiam muito bem o significado da palavra escravo.
Um escravo no mundo Greco-romano não possuía liberdade, nem direitos, nem cidadania, nem propriedade, não podiam recorrer aos tribunais, nem mesmo testemunhar num caso legal, não tinham nenhuma possibilidade de fazer o que eles desejassem, não eram consultados para nada, e eram totalmente dependentes de quem quer que os possuíssem.
Isso não significa que eles não tinham alguns benefícios. Eles tinham alimentação e alguns cuidados, eram protegidos, e aqueles escravos mais próximos de seu dono eram tratados amavelmente e compassivamente pelos familiares.
A diferença entre um escravo e um servo é notória. Servos são contratados para trabalhar por salários e eles podem renunciar. Enquanto escravos são comprados e eles não podem renunciar,
se eles fugissem e fossem encontrados, seriam presos, castigados e podiam até ser crucificados publicamente, como uma demonstração ao resto dos escravos do que poderia acontecer a eles caso escapassem.
Paulo diz : “Por acaso eu procuro a aprovação das pessoas? Não! O que eu quero é a aprovação de Deus. Será que agora estou querendo agradar as pessoas? Se estivesse, eu não seria servo de Cristo” (Gálatas 1:10 NTLH).
Paulo entendia o que a escravidão significava.
Eu devo fazer somente o que agrada ao meu Mestre, meu Senhor, esta é a característica principal de um verdadeiro escravo de Cristo Jesus. Você não tem que agradar a muitas pessoas, você só tem que agradar a Uma pessoa. Essa metáfora é crucial para entendermos nosso relacionamento com o Senhor.
Paulo tinha como sua maior ambição estar agradando a Deus. A vida de um escravo era fazer o que o seu senhor mandava e também o que lhe agradava. Apenas duas possibilidades, onde havia uma ordem direta, o escravo obedecia, e onde não houvesse uma ordem direta, o escravo encontrava um jeito para fazer o que agradava ao seu senhor.
Tiago, filho de Maria e José e meio irmão de Jesus, também se submetia ao Senhorio de Cristo, como Senhor e Dono de sua vida.
Certa vez ele disse: “Agora escutem, vocês que dizem: hoje ou amanhã iremos a tal cidade e ali ficaremos um ano fazendo negócios e ganhando muito dinheiro!” Vocês não sabem como será a sua vida amanhã, pois vocês são como uma neblina passageira, que aparece por algum tempo e logo depois desaparece. O que vocês deveriam dizer é isso: “Se Deus quiser, estaremos vivos e faremos isto ou aquilo”.
Porém vocês são orgulhosos e vivem se gabando. Todo esse orgulho é mau. Portanto, comete pecado a pessoa que sabe fazer o bem e não faz”. (Tiago 4:13-17 NTLH).
Isso é uma linguagem de um escravo, e isso significa estar sujeito a uma vontade alheia.
Outra característica de um esc
ravo, e que ele jamais poderá ter dois senhores, dois donos.
Imagine um escravo com dois senhores, ele não saberia a quem obedecer, enquanto um dá uma ordem o outro dá outra ordem, como ficaria o escravo?
Jesus disse: Ame o Senhor, Teu Deus com o que?
Todo teu coração, alma, mente e forças.
Não tenha outros deuses.
Faça tudo o que fizer para agradá-Lo, para honrar a Cristo.
Um escravo tinha dependência completa do seu senhor para tudo. Toda disciplina e recompensa vinha daquele único senhor. É isso que era ser um escravo. Você era propriedade de uma pessoa.
Você era útil e obediente completa e constantemente aquele único senhor. Você tinha uma consumível razão para viver, e isso era para agradar ao mestre.
Você era dependente daquele senhor para absolutamente tudo. E toda disciplina e recompensa vinham daquele senhor.
Tudo isso está diretamente conectado ao que significa ser escravo de Jesus Cristo. Somos propriedade Dele porque fomos comprados por um preço. Estamos numa posição de obediência e utilidade constante e completa àquele único senhor ao nível de podermos dizer: “Não seja feita a minha vontade senão a Tua”. Em todo tempo.
Somos singulares em nossa devoção e isso significa que nós não temos outro mestre para obedecer, nenhum outro senhor para servir. E é por isso que o Novo Testamento diz: “Você não pode”, essas são as palavras de Jesus: “Servir a Deus e ao dinheiro”.
Eu não posso te dizer por quantos anos eu tenho passado por discussões com as pessoas sobre o senhorio de Cristo. Senhor e escravo são duas palavras que descrevem ambos os lados de uma relação. Se há um escravo, há um senhor. Se há um senhor, há um escravo.
Você não chama a si mesmo de Senhor se você não tem um escravo, e você não é um escravo se você não tem um Senhor.
Quando você confessa a Jesus como Senhor, você esta ao mesmo tempo confessando a si mesmo como escravo. Não há outra forma de ver isso!
Senhor e escravo são os dois lados de um mesmo relacionamento. Um escravo é alguém cuja vida pertence totalmente a outra pessoa que tem domínio e controle absoluto.
Você é um escravo de Jesus Cristo, você é propriedade dele.
Você não foi comprado com ouro nem prata, mas com o que?
“Pois vocês sabem o preço que foi pago para livrá-los da vida inútil que herdaram dos seus antepassados. Esse preço não foi uma coisa que perde o seu valor como ouro ou a prata. Vocês foram libertados pelo precioso sangue de Cristo, que era como um cordeiro sem defeito nem mancha” (1 Pedro1:18-19 NTLH).
Muito embora um escravo não pudesse ter direito a nada, nem a cidadania, a propriedade, à leis, havia um lado positivo de ser escravo de um senhor benevolente, gracioso, generoso, amável e compassivo;
Vejamos as Palavras de Jesus: “se alguém quer vir após mim, negue a si mesmo”… “Tome sua cruz e siga-me”.
Isso não é conversa de escravo?
Você agora é um escravo de Jesus Cristo, e isso não é incômodo.
Jesus disse também: ”Tome meu jugo, porque meu é o que? Suave. “E o meu fardo é o que?” Leve. E então você encontrará descanso.
Ser escravo de Jesus Cristo está mais além de qualquer outra forma de escravidão que alguém sequer conheceu, porque esse Senhor nos torna de escravos em filhos de Deus e nos dá todos os direitos de um filho amado de Deus.
Ele nos adota em Sua família, que é a Igreja do Nosso Senhor Jesus Cristo, nos chama de co-herdeiros com Cristo e nos leva a eternidade onde reinaremos do Seu próprio Trono.
Quem não gostaria de ser um escravo sujeito a esse Senhor?