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O Evangelho de Deus e o tempo Divino – Parte 1: O tempo do homem não é o tempo de Deus

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Marcos 1:14,15

Texto Bíblico:

&  14 Depois que João foi preso, Jesus seguiu para a região da Galiléia e ali anunciava a boa notícia que vem de Deus. 15 Ele dizia: – Chegou a hora, e o Reino de Deus está perto. Arrependam-se dos seus pecados e creiam no evangelho.  (Mc.1:14,15 NTLH)

Permita-me iniciar uma breve série sobre “O Tempo de Deus”, baseando-me numa frase que me chamou a atenção no nosso texto base: “Ele [Jesus] dizia: Chegou a hora”.

Em outras palavras, Jesus dizia que “o tempo definido por Deus” (no grego, kairos) estava cumprido e que aquele era o momento, divinamente adequado, para dizer que o Reino de Deus estava perto. Portanto, Jesus não veio antes nem depois do tempo determinado por Deus, historicamente falando e, além do mais, Ele também não agia fora das orientações e do tempo determinado pelo Pai Eterno.

Jesus não realizava nada por impulso próprio. Vejamos:

& (…) Eu afirmo a vocês que isto é verdade: o Filho não pode fazer nada por sua própria conta, pois ele só faz o que vê o Pai fazer. Tudo o que o Pai faz o Filho faz também. (Jo.5:19 NTLH)

Ele também não agia pelos pedidos que qualquer homem Lhe fizesse:

& Quando a multidão se ajuntou em volta de Jesus, ele começou a falar e disse o seguinte: – Como as pessoas de hoje são más [atormentadas, de natureza má e sem ética]! Pedem um milagre como sinal de aprovação de Deus, mas nenhum sinal lhes será dado, a não ser o milagre de Jonas. (Lc.11:29 NTLH)

Em vez de exercitarem a paciência, de acordo com o que aprendemos acerca do “fruto do Espírito” (cf. Gl.5:22,23), muitos cristãos vivem atormentados pelo orgulho, egoísmo, interesses pessoais e “pedem” a Deus sinais, para que através dos quais possam lhes dar algum prognóstico de que as causas por eles pleiteadas são de Deus.

Eles tentam encontrar base bíblica para esse tipo de atitude pela experiência de Gideão, na sua falta de fé. (cf. Jz.6:36-40) No entanto, quando lemos a Bíblia com um espírito sincero, nós aprendemos que esse não é o meio padrão pelo qual Deus revela a Sua vontade ao homem. Isso é próprio de quem não vive em comunhão com Deus, e se nós somos chamados pelo Todo-Poderoso para vivermos à semelhança de Jesus, percebemos que Ele não vivia por meio de tal atitude. Portanto, tomemos cuidado com isso, pois Satanás poderá nos enganar facilmente!

Jesus sempre agiu dentro do tempo determinado por Deus. Essa foi uma das razões de Ele ter sido bem-sucedido na Sua missão neste mundo. Então, quem aceita o “Evangelho de Deus” e procura viver dentro dos “princípios do Seu Reino” (cf. Mt.5:3-12), deve aceitar o chamado Divino para viver à semelhança de Jesus.

Nós vivemos sempre em agonia ou em conflito com o tempo, e como essa atitude interfere tanto em nosso relacionamento com Deus como em nossas orações! Então, algum “religioso esperto” deu um “jeitinho” de ensinar que os cristãos devem determinar “pela fé (?)”, sobre como e o que Deus deve fazer as coisas por eles, dentro de um período determinado. Todavia, isso não é ensinado nas Escrituras, mas é uma invenção humana de quem não medita nas Sagradas Escrituras com um coração respeitoso ao Criador e, portanto, um erro doutrinário.

Eu pediria que você lesse comigo o texto bíblico registrado em João 7:1-13:

&  1 “Depois disso, Jesus começou a andar pela Galiléia; ele não queria andar pela Judéia, pois os líderes judeus dali estavam querendo matá-lo.” 2 Aconteceu que a festa dos judeus chamada Festa das Barracas estava perto. 3 Então os irmãos de Jesus disseram a ele: – Saia daqui e vá para a Judéia a fim de que os seus seguidores vejam o que você está fazendo. 4 Pois quem quer ser bem conhecido não deve esconder o que está fazendo. Já que você faz essas coisas, deixe que todos o conheçam. 5 Até os irmãos de Jesus não criam nele 6 Ele respondeu: – A minha hora ainda não chegou, mas para vocês qualquer hora serve. 7 O mundo não pode ter ódio de vocês, mas tem ódio de mim porque eu afirmo que o que o mundo faz é mau. 8 Vão vocês à festa, mas eu não vou porque a minha hora ainda não chegou. 9 Jesus disse isso e ficou na Galiléia. 10 Depois que os seus irmãos foram à festa, Jesus tamb
ém foi, mas fez isso em segredo e não publicamente. 11 Os líderes judeus o procuravam na festa e perguntavam: – Onde é que está aquele homem? 12 “Na multidão havia muita gente comentando sobre ele. Alguns diziam: – Ele é bom. – Não é não; ele engana o povo! – afirmavam outros.” 13 Mas ninguém falava abertamente sobre ele porque todos tinham medo dos líderes judeus. (Jo.7:1-13 NTLH)

Em João 7:6, Jesus diz aos seus meio-irmãos, os quais O aconselharam a ir à “Festa dos Tabernáculos” e realizar alguns milagres, a fim de Se fazer conhecido por todos. Jesus respondeu a eles: A minha hora ainda não chegou, mas para vocês qualquer hora serve. Jesus procurou ensinar a eles sobre a diferença entre a Sua forma de viver, em contraste com a dos que se acercavam Dele.

Ao longo dessa meditação, eu pretendo desenvolver o seguinte pensamento:

A vida é muito curta em relação à eternidade; portanto, nós precisamos aprender a viver de acordo com o tempo de Deus e não pelo tempo do homem.

O primeiro ponto é óbvio, mas vale a pena pensar nele. Vejamos:

1. A vida é curta, porém, a eternidade é para sempre.

Vivendo pelo tempo de Deus, Jesus não iniciou Seu ministério antes dos 30 anos e, mesmo assim, em tão pouco tempo de serviço (ministério) espiritual, Ele orou ao Pai dessa maneira:

& Eu revelei no mundo a tua natureza gloriosa, terminando assim o trabalho que me deste para fazer. (Jo.17:4 NTLH)

Se quisermos pensar como Jesus, nós precisamos viver com a consciência de como a vida é curta e que um dia vamos prestar contas a Deus, acerca de como gastamos nossas vidas. No entanto, a brevidade da vida não deve nos levar a vivê-la pelos nossos impulsos ou interesses pessoais, mas pela vontade Deus e realizarmos tudo dentro do Seu tempo determinado.

2. Os irmãos de Jesus não discerniam o tempo de Deus como Jesus discernia. (Jo.7:6)

Quem não aprende a discernir o tempo de Deus “faz o que quer e na hora que quer”, pensando estar agindo corretamente. Esse tipo de pessoa dificilmente consegue agradar a Deus, desfrutar dos recursos do Seu Reino e ela se torna infrutífera, ou seja, tudo o que faz não tem utilidade, tanto para o Eterno como para o seu próximo.

Vejamos três implicações de se viver pelo tempo do homem:

2.1. Aqueles que vivem no tempo do homem, dificilmente se submetem ao senhorio de Cristo. (Jo.7:5)

Os irmãos de Jesus cresceram com Ele e O conheciam muito melhor do que qualquer pessoa. Eles ouviram os Seus ensinamentos e viram alguns dos Seus milagres. Eles eram bons, religiosos e observavam as várias festas em Israel. Eles não acreditavam em Jesus como o Messias, o Filho de Deus, o Salvador e Senhor. Eles provavelmente não viam a necessidade de um Salvador que os livrasse do poder do espírito mundano, porque se consideravam bons e religiosos, e, portanto, diferentes dos pagãos.

# Repare que os que nascem de pais cristãos enfrentam as mesmas dificuldades acerca de Jesus!

Eles se consideram pessoas boas, religiosas e protegidas por Deus, no entanto, eles não são fiéis a Deus por meio de Cristo.

Quem vive fora do tempo de Deus vive desperdiçando a sua vida, pois o seu maior intento é a busca pelos seus interesses pessoais. Além do mais manifestam alto grau de orgulho, egoísmo e se tornam pessoas extremamente dominadas por idéias místicas.

Para essas pessoas, Jesus não é o Senhor do tempo em suas vidas, pois eles não O buscam para conhecer real caminho Divino para si. Eles determinam seus objetivos e prioridades pessoais, tornando-se assim insubmissos a Deus e à Sua Palavra. Tristemente, essas pessoas se tornam infrutíferas, vazias e inúteis, tanto para o Eterno como para a sociedade em que vivem.

2.2. Aqueles que vivem no tempo do homem praticam uma cultura religiosa e social à parte de Jesus Cristo.

Os irmãos de Jesus foram à festa, mas sem Ele. Eles foram porque era a coisa que todos os homens religiosos faziam naquela época do ano, portanto, foram para cumprir um costume cultural e religioso. Eles foram à festa sem entenderem a realidade da mesma, e assim, fizeram isso sem Jesus e sem fé Nele. Eles agiram dessa forma por não discernirem o tempo de Deus.

# Muitos comparecem em nossas reuniões sem se importarem com a realidade de Jesus! Eles vêm sem discernimento, sem fé, sem o desejo de crescer tanto na graça como no conhecimento do Senhor.

Nós vivemos em uma cultura que não se importa com Deus, e por isso, ela é corrupta, exalta o tempo todo o prazer egoísta e o materialismo como os objetivos prioritários da vida. Então, é possível ser parte de um grupo cristão cumprindo rituais, indo à igreja, passar pelo batismo, Santa Ceia e deixar Jesus fora. Muitos fazem simplesmente o que os outros cristãos fazem! Isso é viver pelo tempo do homem e não pelo tempo de Deus.

2.3. Aqueles que vivem no tempo do homem agem pela sabedoria mund
ana e não pela sabedoria de Deus. (Jo.7:4)

Os irmãos de Jesus lhe deram alguns “conselhos sábios”, segundo o espírito do mundo, acerca de como Ele poderia avançar na Sua “carreira” (ministério ou serviço espiritual). Eles poderiam ter boas intenções, mas seus conselhos se alinhavam com a tentação de Satanás, quando este pediu a Jesus que saltasse do pináculo do Templo e Jesus desceria flutuando suavemente até o chão, pois desse modo, impressionaria a todos com os Seus poderes miraculosos!

# Não são poucos em nosso meio, que vivem a dar conselhos aos mais fracos e inexperientes na fé, a fim de que sigam caminhos que parecem certos, mas sem perceberem seguem caminhos tenebrosos e mortais!

Se Jesus realizasse tal exibição Ele veria a multidão clamando, para fazer Dele um Messias político (cf. Jo.6:14-15), mas não teria resultado em fé genuína (cf. Jo.2:23-25). Em certo sentido, Jesus não tinha intenção de mostrar-se ao mundo (cf. Jo.14:22). Entretanto, foi em Jerusalém, onde Jesus se revelou da forma mais dramática, não através dos milagres espetaculares, mas pela vergonha da cruz, que através da qual Jesus chamou todos os homens a Si mesmo (cf. Jo.12:32) e se tornou o Salvador dos que creram Nele.

Ao longo dos anos eu tive que me deparar com pessoas que receberam conselhos errados, falsamente espirituais, os quais levaram jovens a serem desobedientes aos pais, os casados a serem desrespeitosos com seus cônjuges e filhos. Por causa de falsos conselhos, eles perturbaram suas vidas e carreiras, por seguirem conselhos que tinham aparência de “santa espiritualidade”, mas que eram falsos e demoníacos. O melhor conselho é este, por enquanto:

& Portanto, sejam humildes debaixo da poderosa mão de Deus para que ele os honre no tempo certo. (1 Pe.5:6 NTLH)

Continuaremos a meditar sobre esse tem na próxima semana, se Deus permitir!

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