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A fé é mais do que acreditar – Parte 26: A fé de José (2) – Aqui não é o nosso lugar!

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Hebreus 11:22

Texto Bíblico:

& Foi pela fé que José, quando estava para morrer, falou da saída dos israelitas do Egito e deu ordens sobre o que deveria ser feito com o seu corpo. (Hb.11:22 NTLH)

A fé bíblica jamais o deixará esquecer dos propósitos divinos para a sua vida, para o povo de Deus e a humanidade, tanto na Terra como na eternidade. A fé bíblica sempre o avisará a não se apoiar sobre o que você conseguiu nesta vida. A fé bíblica sempre o motivará a se manter dentro dos planos de Deus e a uma vida correta, pois o seu destino é a eternidade.

A base histórica do nosso texto base – Gênesis 50:24,25:

& 24 Certo dia José disse aos irmãos: — Eu vou morrer logo, mas estou certo de que Deus virá ajudá-los e os levará [atentará, observará e os convocará a subir] deste país para a terra que ele jurou dar a Abraão, a Isaque e a Jacó. 25 Então José pediu à sua gente que fizesse um juramento. Ele disse: — Estou certo de que Deus virá ajudar vocês. Quando isso acontecer, levem o meu corpo com vocês. (Gn.50:24,25 NTLH)

Duas verdades na declaração de José aos judeus.

Nestes versos, nós podemos reparar duas coisas de antemão:

  • Primeiro: Ele diz ao seu povo sobre a saída do Egito.
    • O povo de Deus estava no Egito, mas não pertencia ao Egito.
  • Segundo: José dá ordens para que seu corpo fosse levado à Terra Prometida, a qual Deus prometeu aos descendentes de Abraão (seu bisavô), de Isaque (seu avô) e de Jacó (seu pai).
    • O Egito não correspondia à promessa divina – a Terra Prometida. O Egito era um lugar de passagem, onde a fé verdadeira seria provada. O lugar para o povo de Deus era a Terra Prometida.

Deus viria “ajudar e levar” o Seu povo do Egito.

Repare os verbos “ajudar e levar” no texto que acabamos de ler em Gênesis. Quem precisa de ajuda é aquele que não consegue resolver por si mesmo alguma coisa. Portanto, ajudar significa auxiliar ou prestar socorro. O verbo levar significa passar de um lugar a outro ou transportar. O próprio Deus iria levar ou conduzir os Seus filhos do Egito à Terra Prometida.

Então, o povo de Deus precisaria de toda a ajuda do Alto para sair do Egito, e isso indica que os egípcios não permitiriam a saída dos israelitas facilmente. José viu que Israel teria dificuldades para sair do Egito, mas ele não recebeu de Deus uma visão sobre os anos de escravidão.

Aos poucos, os israelitas iam aceitando os costumes e as práticas daquele povo pagão e, pouco a pouco, a convivência com os hábitos espirituais e morais dos egípcios não trazia peso aos seus corações. Eles estavam sendo engolidos ou absorvidos por uma cultura mundana.

Teologicamente, o Egito é tratado na Bíblia como “o mundo”.

Nós já sabemos que “o mundo” é tratado na experiência da vida cristã como um sistema de vida que se opõe a toda a Verdade Divina e ao próprio Deus. O mundo gera “o mundanismo”, ou seja, uma filosofia que só trata do que é terreno e ignora a realidade da vida espiritual. Então, o mundanismo é um estilo de vida que só pensa em vaidades, prazeres, paixões carnais, diversões e desfrute de bens materiais.

Por que a escravidão?

Deus enviaria o Seu povo para ser escravo no Egito, a fim de fazê-lo sofrer terrivelmente? Sem entrar em muitos mistérios, Deus enviou José ao Egito, para depois abrigar a sua família naquelas terras. José disse aos seus irmãos, os mesmos que o venderam a uma caravana:

& Agora não fiquem tristes nem aborrecidos com vocês mesmos por terem me ve
ndido a fim de ser trazido para cá. Foi para salvar vidas que Deus me enviou na frente de vocês. (Gn.45:5 NTLH)

No Egito, por ordem do Faraó, o povo de Israel recebeu as melhores terras para viver e prosperar na região de Gosen, próximo ao delta do Rio Nilo. Eles prosperaram e cresceram em número, a ponto de perturbar o espírito nacionalista dos líderes egípcios. Então, com o passar do tempo, eles resolveram tirar todas as propriedades dos judeus e escravizá-los. O papel do mundo é esse: escravizar os filhos de Deus, ou colocá-los sob as suas rédeas.

Apesar de não gostar disso, eu me atrevo a dar a minha própria opinião: os israelitas foram ao Egito, a fim de crescerem e formarem a nação de Israel. Porém, eles se habituaram à vida naquele país e com os bens que conseguiram e, aos poucos, eles passaram a se esquecer das promessas feitas a Abraão, a Isaque e a Jacó acerca da Terra Prometida.

Um fato semelhante aconteceu com a Igreja em Jerusalém. Nessa cidade, a Igreja cresceu e algo precisava acontecer para que fossem a outras partes do mundo, pois Jesus havia dito que eles deveriam ser Suas testemunhas, tanto em Jerusalém, Judeia, Samaria e até os confins da Terra. Então, uma perseguição feroz fez com que os primeiros cristãos se deslocassem às diferentes partes do mundo.

Tanto José como sua família cresceram, se multiplicaram e conseguiram muitos bens no Egito. Porém, o valor de suas vidas não se baseava no que possuíam, mas no que deveriam ser, ou seja, um povo que sustentava a fé verdadeira no Único Deus, a qual lhes fora passada por Abraão, Isaque e Jacó.

Eles, os judeus, deveriam ter José como exemplo de fé e saber que os planos de Deus para eles era viver em outro lugar, não no Egito (mundo), mas na “terra prometida”, e lá, serem uma nação obediente ao SENHOR, a fim de gerar uma vida com princípios divinos, diferente daquela que o mundo oferece aos que pertencem a ele.

1. Deus o valoriza pela pessoa que você é e não pelo que tem.

Eu ouço em muitos programas de rádio, que se você tiver ou conseguir isso ou aquilo é porque Deus te ama e você está sendo abençoado por Ele. Permita-me dizer que, biblicamente, isso não é correto. Você pode ter muitas coisas, mas o seu coração pode estar longe de Deus e não ser comprometido com Ele, por meio de Cristo.

& Aquele que confia nas suas riquezas [dinheiro, bens] cairá [falhará, será derrubado, morrerá espiritualmente], porém os honestos [aceitos e moldados por Deus] prosperarão como as folhagens. (Pv.11:28 NTLH)

Se o que você tem ou tem conseguido não o motiva a uma vida honesta, transparente, aceita e moldada por Deus, a fim de ir para eternidade, a reprovação divina está a um passo da sua vida, pois você não está juntando tesouros no Céu, segundo Jesus. (cf. Mt.6:19-21)

Não pense que pelo fato de ter conseguido muitos bens, ou de ter as coisas que você tanto desejou é sinal da aprovação de Deus à sua vida. Não, não é! A Sua aprovação se dá pela sua disposição em se submeter ao trabalho da fé verdadeira ou bíblica no seu coração, pois ela sempre o levará a confiar no que Jesus disse e prometeu.

No Egito, os judeus receberam muitas vantagens, mas depois, tudo lhes foi tirado. No nosso tempo, Satanás não está preocupado em tirar as coisas que Deus lhe deu ou as que você conseguiu por esforço próprio. É um erro acreditar como praxe “que o Diabo dá e depois tira” como uma lei incondicional.

O que Satanás lhe tira nem sempre são as coisas materiais, mas as realidades espirituais que conservavam o seu coração cheio de fé nas promessas eternas de Deus, por meio de Cristo Jesus. Caso deixe de seguir as orientações e a direção divina para a sua vida, você já perdeu tudo!

Quando Jesus falou de juntar tesouros nos Céus, Ele não estava falando que é errado ter muitos bens sobre a Terra. Porém, o alerta bíblico é que você não levará nada deste mundo à eternidade, a não ser a sua riqueza ou pobreza espiritual. Se você é rico e comparece diante de Deus na eternidade sem riquezas espirituais aprovadas por Ele, então, você é pobre. Na eternidade, ninguém ficará rico ou pobre, pois lá você será para sempre o que é.

Portanto, este é o tempo para mudanças. Sim, aqui na Terra! Na eternidade não haverá oportunidades para mudanças, nem para melhor nem para pior. A Bíblia diz:

& Cada pessoa tem de morrer uma vez só e depois ser julgada por Deus. (Hb.9:27 NTLH)

Então, não deixe de receber de Deus todo o sustento e até as bênçãos materiais que Ele lhe dá, mas use-as para chegar ao Céu e conduzir outras pessoas para lá. José usou da sua posição para abençoar os descendentes de seu pai, Jacó, o povo de Israel, e não deixou de alertá-los quanto ao futuro deles noutro lugar – a “Terra Prometida”.

2. Você “está” no mundo, mas “não é” do mundo.

Você vive dentro de um sistema de vida reprovado por Deus e que desaparecerá! O povo de Deus vivia no Egito, em um sistema d
e vida reprovado por Deus. Eles praticavam todo tipo de espiritualidade falsa, eram imorais e violentos. Porém, os filhos de Deus precisavam viver por um tempo dentro desse sistema de vida, a fim de provarem a sua fé em Deus e fazerem as obras Dele naquele lugar. A maioria se rendeu àquelas práticas egípcias, mas poucos judeus conservaram a sua esperança no Deus de Israel ou Jacó, o pai de José.

José disse a todos que o Egito não era o lugar deles e ele foi um retrato da pessoa de Jesus, que disse a mesma coisa aos filhos de Deus, ou seja, àqueles que O aceitaram, são modelados por Ele e aceitos pelo Pai.

Certa vez, Jesus em oração pelos Seus discípulos disse:

& 16 Assim como eu não sou do [de dentro do] mundo, eles também não são. 17 “Que eles sejam teus [dedicados a Ti] por meio da verdade; a tua mensagem [Palavra] é a verdade.” 18 Assim como tu me enviaste ao [para dentro do] mundo, eu também os enviei. 19 Em favor [em lugar] deles eu me entrego [vivo dedicadamente] completamente a ti. Faço isso [dou esse testemunho] para que, de fato, eles também sejam completamente teus. (Jo.17:16-19 NTLH)

À semelhança de Jesus, não foi assim a vida de José? Ele não realizou milagres, não expulsou demônios, não fez prodígios, mas perdoou, cuidou, pregou sobre manter-se nas promessas de Deus e foi um exemplo de dignidade ao mundo. José foi um homem de fé, nunca se afastou de Deus e ensinou as pessoas a não se afastarem Dele e a confiarem no que o SENHOR lhes prometeu.

3. Prepare-se para ir ao lugar que Deus lhe prometeu.

José disse aos filhos de Israel (Jacó) que Deus os ajudaria e os levaria para outro lugar. Jesus não disse a mesma coisa? A diferença é que no tempo de José, Deus estava formando uma nação e a levaria a uma região sobre a Terra. Jesus formou um povo e tanto o ajudará a sair das garras do “mundo” como o levará às regiões celestiais – a eternidade.

Lembra do ladrão ao lado de Jesus na cruz? Jesus não prometeu a ele a vitória de sair da cruz e voltar a viver neste mundo. Porém, lhe disse que faria algo por ele: “Eu afirmo a você que isto é verdade: hoje você estará comigo no paraíso.” (cf. Lc.23:43 NTLH)

O ladrão falou a todos que reconhecia a sua pobreza espiritual e moral, a sua vida afastada de Deus, creu em Jesus e pregou a Sua inocência. Ele confessou publicamente a sua fé no Filho de Deus e, como prêmio, foi salvo, tanto do poder como da presença do mundo e, portanto, foi levado por Jesus à eternidade.

José falou de um líder que viria para ajudar e levar o seu povo à terra que foi prometida aos seus pais. Jesus falou da Sua volta para os Seus, a fim de levá-los à eternidade, ao lugar prometido por Deus aos que creem na Sua mensagem ou Evangelho.

Jesus disse:

& 1 Jesus disse: — Não fiquem aflitos [agitados, impacientes, amedrontados]. Creiam em [relacionem-se tanto espiritual e moralmente com] Deus e creiam também em mim. 2 Na casa do meu Pai há muitos quartos [lugares, mansões], e eu vou preparar um lugar para vocês. Se não fosse assim, eu já lhes teria dito. 3 E, depois que eu for e preparar um lugar para vocês, voltarei e os levarei comigo para que onde eu estiver vocês estejam também. (Jo.14:1-3 NTLH)

José não iria conduzi-los, mas pediu que seu corpo fosse com eles à Terra Prometida. O que isso significa? Que de certo modo, a história de José os acompanharia pelo deserto do Sinai até onde conhecemos hoje por Israel.

Nós não carregamos os ossos de Jesus nem deveríamos carregá-Lo em uma cruz, mas O tenhamos conosco, no nosso espírito, nessa nossa travessia por este deserto que enfrentamos nesta vida, para que, com a Sua ajuda, cheguemos ao lugar que Deus preparou para nós!

Saiba que não há da parte de Deus para a Igreja, em nenhuma parte dos Evangelhos e nos escritos apostólicos, promessas de bens ou prosperidade material para esta vida. Isso não quer dizer que Ele não suprirá nossas necessidades e que não fará alguns ricos e outros pobres (cf. Pv.22:2). Porém, cada um deverá encontrar a finalidade divina na sua condição social e econômica, a fim de que ambos compareçam diante Dele ricos, espiritualmente falando.     

A minha esperança é que confiemos em Deus no curso de nossas vidas e façamos a Sua vontade com alegria no coração. Que nos alegremos por sermos de Deus e pelas promessas gloriosas que Ele nos dá na eternidade. Que sejamos obedientes a Ele e que esperemos a volta de Jesus, a fim de descansarmos de todas as tristezas e incômodos que este mundo nos impõe. Que nós não nos acostumemos com este mundo, mas que o nosso coração esteja em Deus, por meio da vida de Jesus que age em nós!

Que Deus nos abençoe!

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