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Tomando decisões corretas em um mundo trapaceiro – Parte 2: Valorize a orientação divina nas suas decisões

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Gênesis 13

Texto Bíblico:

& 1 Abrão saiu do Egito com a sua mulher e com tudo o que tinha e foi para o sul de Canaã. E Ló, o seu sobrinho, foi com ele. 2 “Abrão era muito rico; tinha gado, prata e ouro.” 3 “Ele foi de um lugar para outro até chegar à cidade de Betel; e dali foi para o lugar que fica entre Betel e Ai, onde já havia acampado antes.” 4 Abrão chegou ao altar que ele havia construído e adorou a Deus, o SENHOR. 5 Ló, que ia com Abrão, também levava ovelhas, cabras, gado, empregados e a sua família. 6 Não havia pastos que dessem para os dois ficarem juntos, pois eles tinham muitos animais. 7 Por isso os homens que cuidavam dos animais de Abrão brigavam com os que tomavam conta dos animais de Ló. E nesse tempo os cananeus e os perizeus ainda estavam vivendo ali. 8 Um dia Abrão disse a Ló: —Nós somos parentes chegados, e não é bom que a gente fique brigando, nem que os meus empregados briguem com os seus. 9 “Vamos nos separar. Escolha! A terra está aí, toda ela. Se você for para a esquerda, eu irei para a direita; se você for para a direita, eu irei para a esquerda.” 10 Ló olhou em volta e viu que o vale do Jordão, até chegar à cidade de Zoar, tinha bastante água. Era como o Jardim do SENHOR ou como a terra do Egito. O vale era assim antes de o SENHOR haver destruído as cidades de Sodoma e de Gomorra. 11 Ló escolheu todo o vale do Jordão e foi na direção leste. E assim os dois se separaram. 12 Abrão ficou na terra de Canaã, e Ló foi morar nas cidades do vale. Ló foi acampando até chegar a Sodoma, 13 onde vivia uma gente má, que cometia pecados horríveis contra o SENHOR. 14 Depois que Ló foi embora, o SENHOR Deus disse a Abrão: — De onde você está, olhe bem para o norte e para o sul, para o leste e para o oeste. 15 Eu vou dar a você e aos seus descendentes, para sempre, toda a terra que você está vendo. 16 Farei com que os seus descendentes sejam tantos como o pó da terra. Assim como ninguém pode contar os grãozinhos de pó, assim também não será possível contar os seus descendentes. 17 Agora vá e ande por esta terra, de norte a sul e de leste a oeste, pois eu a darei a você. 18 Assim, Abrão desarmou o seu acampamento e foi morar perto das árvores sagradas de Manre, na cidade de Hebrom. E ali Abrão construiu um altar para Deus, o SENHOR. (Gn.13:1-13 NTLH)

Na semana passada, nós meditamos que devemos viver para a glória de Deus e que as nossas decisões O engrandeçam, isto é, que elas revelem a Sua grandeza e realidade.

Todos nós temos que tomar decisões diárias em nossas vidas. Muitas delas têm poucas implicações à vida cotidiana, porque não provocam um grande impacto ao nosso futuro, como por exemplo, se eu vou de trem, de ônibus ou de carro ao trabalho; em que restaurante que vou almoçar; se pedirei uma sobremesa; se vou tomar um café ou não; se vou ler ou assistir TV pouco antes de dormir etc. Eu chamo essas decisões de circunstanciais.

Contudo, há decisões bem mais sérias, que devem ser tomadas ao longo da vida, e algumas delas são extremamente difíceis e com sérias implicações.

  • Casamento.
  • O número de filhos.
  • Moradia.
  • Estudos e profissão.
  • Seguir ou não a Cristo seriamente (esta tem implicação eterna).
  • A escolha de uma igreja local (esta implica no crescimento espiritual e moral).
  • Qual profissão seguir?

As quantidades de decisões e opções são quase infinitas, e estas decisões são marcadas por algumas realidades:

Toda decisão é traumática.

Toda decisão implica em “rupturas” e “cisões”. Decisões, às vezes, são tão duras que alguns dizem: “Eu vou deixar isso pra lá!”. Só, que ao dizerem isso, uma decisão já foi tomada: “a de não tomar uma posição ou escolha”.

Decisão é algo necessário.

Decidir é direcionar a vida para algo necessário e não deixar que as coisas aconteçam sem objetivos, pois o futuro está sendo construído no momento em que se decide. Eu ouço muitos cristãos dizendo: “Vou deixar essa situação nas mãos do Senhor!”. Sejamos honestos: essa atitude preguiçosa é proveniente de um sentimento que gera pensamento incorreto, pois Deus sempre está disposto a dirigir as nossas vidas pelos Seus caminhos.

& Aqueles que temem o SENHOR aprenderão com ele o caminho que devem seguir. (Sl.25:12 NTLH)

Decisões afetam outras pessoas.

Temos a tendência de achar que as nossas decisões atingem somente a nós mesmos. Isso é um grande e
quívoco, porque, na maioria das vezes, elas afetam muitas outras pessoas.

Pessoas amarguradas, inseguras, medrosas, narcisistas, orgulhosas e egoístas, não consideram outros do seu convívio e ferem demais seus familiares e amigos. Lembre-se que, na maioria das vezes, você não toma decisões só para si mesmo. Em geral, sua família seus filhos, amigos e igreja são afetados, negativa ou positivamente por sua decisão. Você não é um ser isolado neste mundo e as suas escolhas transferirão valores espirituais e morais às pessoas.

Decisões não tomadas fazem com que você fique nas mãos de outros e das circunstâncias, tanto no presente como no futuro.

Quando deixamos de tomar decisões, rapidamente, nos colocamos nas mãos de outras pessoas e circunstâncias.

Decisões determinam o futuro.

J. Paul Sartre diz: “Eu sou a minha decisão”. A verdade é que você pode decidir sobre sua vida, mas não pode decidir sobre as consequências que as escolhas lhe trarão. Decisões, em si mesmas, já trazem consigo as consequências. Uma escolha malfeita pode alterar radicalmente a sua história de vida e representa uma alteração profunda nos planos futuros.

1. A desobediência não traz nenhum benefício.

O nosso texto base é uma consequência de uma escolha errada feita por Abraão (o nosso pai na fé – cf. Rm.4:11), no capítulo 12 do livro de Gênesis. Para todos os que andam com Deus, Abraão é um exemplo de homem de fé, ou seja, de alguém fiel, leal e obediente ao Criador. Entretanto, Abraão era suscetível ao engano ou ao erro, como qualquer ser humano. Ele não era perfeito como nós também não somos.

Deus o chamou na Caldeia (na cidade de Ur) e o conduziu às terras onde está hoje em dia o Estado de Israel. Deus queria, através dele, formar um grande povo, o qual viveria para glorificar ao SENHOR neste mundo. O exemplo de conduta para esse povo era Abraão. Todavia, quando Abraão já estava nas terras de Canaã, uma grande seca se abateu sobre ela e houve grande fome. O que fez Abraão? Ele “desceu ao Egito” (na Bíblia, o Egito se caracteriza como o lugar de escravidão, morte e mundanismo e, por isso, ela sempre usa o verbo “descer” e não subir) em busca de uma vida melhor, tanto para si como para sua família e servos. Deus não pediu para que ele tomasse essa decisão, mas ele a tomou por “conveniência” (por gosto próprio, por escolha pessoal, visando o seu bem-estar).

A seca na terra de Canaã foi um teste divino a Abraão, a fim de que ele aprendesse a crer nas provisões de Deus no lugar em que estava. Porém, ele, por conta própria e sem pedir a orientação divina, “desceu” ao Egito. Ele errou e Deus o perdoou, mas o problema é que tudo o que Abraão recebeu no Egito acabou causando transtornos. Por causa de sua grande riqueza, Abraão e Ló (o seu sobrinho) não puderam mais viver juntos e precisaram se separar (Gn.13:5,6)

& 5 Ló, que ia com Abrão, também levava ovelhas, cabras, gado, empregados e a sua família. 6 Não havia pastos que dessem para os dois ficarem juntos, pois eles tinham muitos animais. (NTLH)

Uma vez tendo provado o que havia no Egito (no mundo), Ló começou a medir tudo pelos parâmetros de lá (Gn.13:10,11), e isso levou à queda e ruína de sua família.

& 10 Ló olhou em volta e viu que o vale do Jordão, até chegar à cidade de Zoar, tinha bastante água. Era como o Jardim do SENHOR ou como a terra do Egito. O vale era assim antes de o SENHOR haver destruído as cidades de Sodoma e de Gomorra. 11 Ló escolheu todo o vale do Jordão e foi na direção leste. E assim os dois se separaram. (NTLH)

Quantas famílias são destruídas por causa do materialismo e riquezas! Pessoas que se gostavam, de repente, passam a se atacar por causa de bens materiais, e foi justamente isso o que aconteceu entre a família de Abraão e a de Ló (o seu sobrinho). Entretanto, havia uma diferença entre Abraão e Ló: Este tinha o seu coração voltado a obter riquezas, enquanto Abraão desejava agradar a Deus. Abraão resolveu tomar uma atitude de pacificador e fez uma proposta a Ló (Gn.13:7-9)

& 7 Por isso os homens que cuidavam dos animais de Abrão brigavam com os que tomavam conta dos animais de Ló. E nesse tempo os cananeus e os perizeus ainda estavam vivendo ali. 8 Um dia Abrão disse a Ló: —Nós somos parentes chegados, e não é bom que a gente fique brigando, nem que os meus empregados briguem com os seus. 9 “Vamos nos separar. Escolha! A terra está aí, toda ela. Se você for para a esquerda, eu irei para a direita; se você for para a direita, eu irei para a esquerda.” (NTLH)

Abraão, em um momento de fragilidade, abandonou a comunhão com Deus para resolver uma situação por si mesmo. Quando desobedecemos ao SENHOR e percebemos que Ele está nos disciplinando, que voltemos para o lugar onde O deixamos de lado e coloquemos as coisas em ordem, por meio do arrependimento sincero! Entretanto, a sua decisão errada afetou a vida do seu sobrinho, o qual, por conveniência, tomou uma decisão errada. Que aprendamos a lição: a desobediência não traz nenhum benefício.

2. Cuidado com as decisões imediatistas, aquelas que enchem os olhos! (13:10)

& 10 Ló olhou em volta e viu que o vale do Jordão, até chegar à cidade de Zoar, tinha bastante água. Era como o Jardim do SENHOR ou como a terra do Egito. O vale era assim antes de o SENHOR haver destruído as cidades de Sodoma e de Gomorra. (NTLH)

Todos sabiam que as cidades de Sodoma e Gomorra eram lugares de má fama, de pessoas pervertidas e cheias de imoralidades. Tanto Abraão como Ló sabiam disso. No entanto, a decisão de Ló foi imediata! Ele não considerou as coisas mais sérias contidas na sua decisão e não processou as consequências mais profundas de sua atitude. Ele não foi sábio, mas impulsivo, e se deixou levar pela imagem, beleza, prosperidade, não considerando os aspectos que não são perceptíveis aos olhos. Ló tomou decisões tendo como base o seu emocional, o egoísmo e interesses pessoais (razões econômicas).

Muitos tomam decisões apenas pelo salário imediato, pelas ofertas do mercado, pela possibilidade de rápida ascensão e ganho fácil. Por não andarem em comunhão com Deus, não consideram os ganhos ou perdas espirituais, morais, e até mesmo financeiros.

Aquele que ama a Deus nunca deixa de considerar os ganhos da alma (veja Pv.15:16). Ló viu as terras férteis, as boas oportunidades e as chances de prosperidade. Finanças e riquezas têm se tornado o único critério de decisão do homem moderno; no entanto, este critério não é o mais sábio e cristão, segundo a Palavra de Deus (leia depois 1 Tm.6:3-10).

3. Considere a sua família nas suas decisões. (13:13)

& 13 onde vivia uma gente má, que cometia pecados horríveis contra o SENHOR. (NTLH)

Quando estamos diante de decisões e propostas recebidas, nem sempre paramos para pensar o que isto significa para a alma, aos filhos, esposa, parentes e amigos. Ló leva suas filhas para um antro, uma sociedade corrompida e que despreza os valores humanos e eternos.

A consequência de sua decisão trouxe profundo impacto sobre sua família. Anos depois, influenciadas por aquela cultura demoníaca, suas filhas tomam decisões absurdas e se engravidam do próprio pai (Gn.19.30-38). Sua esposa não suporta a ruptura com a sociedade, e tem um surto fatal, tornando-se uma estátua de sal (Gn.19.26).

Toda a sua família foi afetada pela sua decisão errada, tomada no passado. Precisamos sempre refletir no fato de que família é o grande projeto da sua vida. Não é o seu dinheiro. Por isso, antes de tomar qualquer decisão, pergunte: Quais efeitos tal decisão trará sobre a minha vida e família? Isto será bom para minha esposa e filhos? Determinadas decisões expõem a família a constrangimentos e a leva à morte espiritual (afastamento de Deus) e moral (perda da imagem de Deus, podendo não viver mais para a Sua glória ou esplendor).

4. Cuidado para não deixar Deus de lado nas suas decisões!

& 11 Guardo a tua palavra no meu coração para não pecar contra ti. 12 Eu te louvo, ó SENHOR Deus! Ensina-me as tuas leis. 13 Costumo repetir em voz alta todas as ordens que tens dado. 14 Fico mais alegre em seguir os teus mandamentos do que em ser muito rico. 15 Estudo as tuas leis e examino os teus ensinamentos. 16 “As tuas leis são o meu prazer; não esqueço a tua palavra.” (Sl.119:11-16 NTLH)

O apetite de Ló por riquezas fez com que ele ignorasse completamente o que aquela cidade representava para Deus. Nunca podemos nos esquecer de que o pouco com Deus pode se transformar em abundância, e que o muito sem Deus é nada! (veja Lc.9:25)

Muitas decisões não são tomadas tendo Deus como parâmetro, nem refletimos sobre Sua vontade, e tampouco pedimos Sua orientação, e o resultado é a destruição de nossa alma e de nossas vidas.

No filme “O Advogado do Diabo”, o jovem advogado destrói completamente a sua casa. O sofrimento de sua esposa foi tão grande que ela se suicidou. Quando Satanás é questionado, ele zomba do rapaz e diz: “Eu não disse para você cuidar de sua família? No entanto, você estava fascinado demais com a reputação, fama, sucesso e dinheiro!” Por isso, antes de tomar uma decisão, pergunte:

  • Vou glorificar a Deus com esta minha decisão?
  • É isto que Deus espera de mim?
  • Deus está comigo nesta decisão?

O meu desejo através desta meditação é que todos nós evitemos a insistência de andarmos por caminhos contrários aos de Deus. Caso erremos, que voltemos ao momento em que desprezamos a Deus e nos reconciliemos com Ele! Que nós, cristãos, vivamos com confiança inabalável no SENHOR, sabendo que Ele sempre está cuidando de nós, mesmo quando o que nos resta seja um deserto! (Gn.13:14-18)

Que Deus nos abençoe!

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