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Lições da queda de Pedro – Parte 3

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Lucas 22:31-34

Texto Bíblico:

&31 Jesus continuou: — Simão, Simão, escute bem! Satanás já conseguiu licença para pôr vocês à prova. Ele vai peneirar vocês (agitá-los internamente até o limite da fé de vocês) como o lavrador peneira o trigo a fim de separá-lo da palha. 32 Mas eu tenho orado por você, Simão, para que não lhe falte fé (não renuncie, não desanime do seu compromisso). E, quando você voltar para mim, anime (fortaleça, torne-os estáveis) os seus irmãos. 33 Então Pedro disse a Jesus: — Estou pronto para ser preso e morrer com o senhor! 34 Então Jesus afirmou: — Eu digo a você, Pedro, que hoje, antes que o galo cante, você dirá três vezes que não me conhece (não tem ligação comigo por interesses pessoais). (Lc.22:31-34 NTLH)

1. Deus nos prova para que o que é superficial não se sobreponha à essência. (Lc.22:31)

&31 Jesus continuou: — Simão, Simão, escute bem! Satanás já conseguiu licença para pôr vocês à prova. Ele vai peneirar vocês (agitá-los internamente até o limite da fé de vocês) como o lavrador peneira o trigo a fim de separá-lo da palha. (NTLH)

Jesus está falando diretamente com Pedro, mas Ele usa o pronome no plural (“vocês”), e é óbvio que todos eles estariam na mira de Satanás. Deus tinha um propósito nessa provação: a separação da “palha do trigo”.

Nenhuma provação acontece sem a vontade ou a permissão de Deus e, quando por elas passamos, aprendemos que o propósito divino é que a nossa fidelidade não deve se concentrar na casca (na aparência, na exterioridade), mas na semente (na essência, no núcleo).

A vida não está na casca, mas na semente, e esta precisa se libertar da casca para morrer na terra e germinar. Jesus é a vida divina plantada em cada um de nós, a fim de que aprendamos com Ele a morrer para nós mesmos e produzir frutos. O poder da vida divina em nós depende da nossa morte, ou da negação do “eu”.

Quando conseguimos dizer não aos nossos impulsos e desejos, passamos a desfrutar dos recursos poderosos da vida de Cristo em nós. Então, já não somos mais nós que vivemos, mas Cristo passa a viver em e através de nós.

O apóstolo Paulo diz o seguinte:

&Assim já não sou eu quem vive, mas Cristo é quem vive em mim. E esta vida que vivo agora, eu a vivo pela fé no (em submissão, obediência, fidelidade ao…) Filho de Deus, que me amou e se deu a si mesmo por mim. (Gl.2:20 NTLH)

Paulo está falando da pessoa que quer viver para Deus e, então, ela precisa rejeitar a superficialidade da religião e, pela fé, considerar-se morta para ela (crucificada com Cristo, na cruz), a fim de viver a vida ressurreta de Cristo. Nós somos a “casca” e Jesus o “grão de trigo” em nosso interior.

2. Deus nos prova para que confiemos em Cristo e cresçamos Nele. (Lc.22:32)

&32 Mas eu tenho orado por você, Simão, para que não lhe falte fé (não renuncie, não desanime do seu compromisso). E, quando você voltar para mim, anime (fortaleça, torne-os estáveis) os seus irmãos. (NTLH)

O verso deixa claro que o alvo principal de Satanás era Pedro e que ele não teria condições de se defender. Foi por essa razão que o Senhor intercedeu por ele. Na sua autoconfiança, Pedro colocaria os seus pés no primeiro degrau de sua queda, no entanto, o Senhor Se coloca como Seu Intercessor, perante Deus em favor da sua vida.

Jesus deixa bem claro que Pedro iria pecar e abandoná-Lo! Jesus é Deus e, portanto, Onisciente. Ele conhece tanto o futuro como aqueles que verdadeiramente O amam. Ninguém está livre de pecar ou cometer erros espirituais e morais. No entanto, Jesus é o nosso Intercessor diante do Pai, como o apóstolo João nos diz:

&“Meus filhinhos, escrevo isso a vocês para que não pequemPorém, se alguém pecar, temos Jesus Cristo, que faz o que é correto; ele nos defende (advoga, pleiteia em nossa causa) diante do Pai.” (1 Jo.2:1 NTLH)

Jesus intercede por aqueles que verdadeiramente são Seus, que querem abandonar o caminho errado (o pecado) e viver uma vida dedicada a Deus, por meio Dele. O Seu pleito é para que Deus não retire dos que O amam o direito da filiação divina, que sejam restaurados e continuem a desfrutar dos recursos da Graça (bondade) do SENHOR.

Nesse processo, ocorre o inverso do que aprendemos em João 6:44:

&Só poderão vir a mim aqueles que forem trazidos pelo Pai, que me enviou, e eu os ressuscitarei no último dia. (Jo.6:44 NTLH)

Neste verso, nós vemos que é Deus que nos conduz a Cristo. Quando estamos Nele e O amamos, saibamos que não somos invencíveis nem estamos livres de cometer erros. Não devemos, mas falhamos. Sabemos que o pecado nos afasta do Pai (cf. Rm.6:23). Mas, se de fato, O amamos, não desejaremos continuar pecando (entristecendo a Deus) e precisamos que Jesus nos reconduza a Ele.

É Deus quem nos conduz a Cristo e é Jesus quem pode nos manter em Deus, por meio da Sua constante intercessão por nossas vidas. Isso quer dizer que quando Jesus intercede por nós, Ele pede ao Pai que Se reaproxime de nós, nos dê o Seu perdão e volte a nos abastecer com os recursos poderosos que provêm da Sua Graça ou bondade.

Provas e tentações fazem parte da vida cristã. A questão não é passar por elas, mas como passamos e o quanto crescemos através delas. Há uma diferença entre a prova e a tentação. A prova pode nos fazer crescer, mas a tentação pode nos fazer cair. A prova procede de Deus, mas a tentação, dos nossos desejos pessoais e de Satanás.

Portanto, guardemos no coração as palavras de Paulo:

&Portanto, aquele que pensa (considera, ter a opinião pessoal) que está de pé é melhor ter cuidado (ter discernimento ou percepção cuidadosa) para não cair. (1 Co.10:12 NTLH)

Jesus intercedeu por Pedro para que não desanimasse, porém, Ele também disse que ele seria restaurado e voltaria ao seu compromisso com o SENHOR. Entretanto, quando isso acontecesse, Pedro deveria fortalecer os seus irmãos na fé. (veja sobre a restauração de Pedro, em João 21:15-17)

Há quem defende o pensamento de que aquele que pecou está desqualificado para pregar o Evangelho e fortalecer os irmãos na fé. De acordo com o SENHOR, isso não é uma verdade. Na Bíblia, encontramos histórias de homens que foram grandemente usados por Deus, e todos eles pecaram. Porém, eles se reergueram porque amavam ao SENHOR e aceitaram a ajuda que só Deus dá. Além do mais, provaram que a sua restauração espiritual e moral foi verdadeira, voltando a cumprir fielmente a missão a que foram chamados.

Diante do que vimos, Deus está sempre trabalhando em nosso caráter cristão, a fim de que superemos a superficialidade da religião e que nos concentremos na essência da vida de Cristo em nós e, caso nos afastemos dela, devido a pecados cometidos, provemos que estamos na fé, cumprindo a nossa missão, a qual envolve aproximar e fortalecer o próximo no SENHOR.

Que Deus nos abençoe!

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