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A Igreja presencial é insubstituível!

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Texto Base:

Romanos 12:9-11

9 Que o amor de vocês não seja fingido [i.e. sincero e não seja hipócrita]. Odeiem o mal [i.e. a malignidade] e sigam o que é bom [i.e. o que é útil e glorifica a Deus]. 10 Amem uns aos outros com o amor de irmãos em Cristo e se esforcem para tratar uns aos outros com respeito. 11 Trabalhem com entusiasmo e não sejam preguiçosos [i.e. não sejam apáticos, insensíveis, sonolentos]. Sirvam [i.e. trabalhem para] o Senhor com o coração cheio de fervor [i.e. com muito zelo, cuidado, afeição ardente]. (Rm.12:9-11 NTLH)

A minha proposta é procurar responder a estas questões: Igreja da Internet substitui a presencial? Por que o povo de Deus deve se reunir? Existe uma armadilha satânica para nos afastar uns dos outros?

Houve uma época, na qual ir à reunião da igreja era uma rotina sagrada, algo esperado e certo para muitos. De repente, surge uma pandemia e muitos ficaram de bermudas em suas casas, tentando prestar atenção à Palavra de Deus e cantar afinadamente os hinos. O pensamento era por quanto tempo as meditações virtuais permaneceriam na internet.

A experiência pareceu estranha, especialmente àqueles que suspeitavam do longo período que a igreja pela internet duraria por um tempo indeterminado. A ideia de que poderíamos substituir a reunião presencial por qualquer outro meio nos deixou inquietos. Essa temporada, longe do nosso lugar físico de adoração e serviço, exigiu de todos nós um nível de adaptabilidade nunca imaginado.

Para mim, em especial, toda essa prática me fez pensar na verdade e na necessidade das reuniões presenciais. Essa temporada me deixou mais convencido de que a “Igreja” online nunca conseguirá substituir a reunião presencial, pois os canais virtuais de mídia não transmitem o sentimento espiritual de estarmos diante de Jesus, o Único Mediador entre Deus e os homens.

1. Jesus veio e viveu entre os homens como um ser humano – de forma física

Deus deu ao homem a inteligência e a capacidade para desenvolver tecnologias, pelas quais somos agradecidos a Ele. Eu me refiro às plataformas digitais que nos deram a oportunidade de transmitir vídeos (gravados e ao vivo). Elas permitiram que os nossos grupos pequenos se reunissem online, assim como mantivéssemos o ensinamento dos propósitos divinos à nossa congregação. Eu digo, diante de Deus, que isso foi bom, pois de outra forma, nós não teríamos tais encontros. Portanto, foi melhor com elas do quem sem as mesmas, não foi?

Eu não quero reclamar da tecnologia, mas nunca pretendi me conformar com elas, quando se trata da vida da Igreja. Algumas coisas na vida não podem ser digitalizadas ou vivenciadas de modo digital. Deus Se encarnou em Jesus e habitou fisicamente entre os seres humanos e todos viram o esplendor de Deus (a Grandeza ou a Glória divina) em Sua vida. (vd. Jo.1:14)

Ser tocado por Jesus e poder tocar Nele fazia parte da Sua missão entre os homens, diferentemente do que ensinavam certos falsos mestres (os gnósticos), os quais diziam que Ele não veio em carne, mas em espírito. (vd. 1 Jo.4:2,3)

2 É assim que vocês poderão saber se, de fato, o espírito é de Deus: quem afirma que Jesus Cristo veio como um ser humano tem o Espírito que vem de Deus. 3 “Mas quem nega isso a respeito de Jesus não tem o Espírito de Deus; o que ele tem é o espírito do Inimigo de Cristo. Vocês ouviram dizer que esse espírito viria, e agora ele já está no mundo.” (1 Jo.4:2,3 NTLH)

Jesus veio em um corpo físico, a fim de ensinar sobre como entrar no Reino dos Céus, para conduzir as pessoas ao arrependimento dos seus pecados e morrer por elas na cruz do Calvário, diferentemente do que os muçulmanos ensinam. Eles dizem que Jesus nunca morreu em uma cruz, mas que foi arrebatado de corpo e alma por Deus e que voltará antes do Dia do Juízo para derrotar o Anticristo e estabelecer o seu reinado na terra.

Nós não adoramos um Jesus virtual e nem Ele nos redimiu para sermos um povo virtual. A tecnologia ajuda a propagação do Evangelho de Jesus, mas Deus nunca pretendeu que ela se tornasse uma substituição ao nosso serviço espiritual de modo físico.

2. Reunir-se de modo físico é uma das características do povo de Deus

Com constância, ouvimos que a Igreja não precisa se reunir em algum lugar, pois o que importa é acreditar em Deus. No entanto, observemos o que Jesus disse:

Porque, onde dois ou três estão juntos em meu nome, eu estou ali com eles. (Mt.18:20 NTLH)

Vale observar que os discípulos sobre os quais Jesus Se refere estão fisicamente juntos em algum lugar, compartilhando a vida, a missão e os objetivos do nosso SENHOR à Sua Igreja. Esse encontro não é acidental ou casual, mas um encontro físico e marcado com uma finalidade: falar sobre Jesus e fortalecer um ao outro Nele. Então, reunir-se em o Nome de Jesus é uma característica do povo de Deus.

3. A prática cristã do princípio de “uns para com os outros” só é possível de modo físico

Vamos considerar as cartas do Novo Testamento: elas não foram escritas para o indivíduo cristão em particular, mas para serem lidas nas reuniões da Igreja, quando todos os cristãos de certa localidade estivessem reunidos em o Nome de Jesus – para tratar de correções e firmar a fé na doutrina de Jesus. Portanto, elas foram escritas e deveriam ser lidas na reunião da Igreja, com o propósito de corrigir condutas espirituais e morais, para que, por meio de tais ensinamentos apostólicos, os membros da Igreja ajudassem uns aos outros a seguirem Jesus no caminho da Verdade.

Muito tem sido escrito sobre os mandamentos de “uns aos outros” e há dezenas deles nas páginas do Novo Testamento. Consideremos alguns exemplos:

  • Amem uns aos outros (João 13:35)
  • Aceitem uns aos outros (Romanos 15:7)
  • Cuidem uns dos outros (1 Coríntios 12:25)
  • Concordem uns com os outros (2 Coríntios 13:11)
  • Carreguem os fardos uns dos outros (Gálatas 6: 2)
  • Perdoem uns aos outros (Efésios 4:32)
  • Ensinem uns aos outros (Colossenses 3:16)
  • Faça o bem uns aos outros (1 Tessalonicenses 5:15)
  • Confesse um ao outro e orem uns pelos outros (Tiago 5:16)
  • Mostre hospitalidade uns com os outros (1 Pedro 4: 9)

Podemos ler e aprender sobre essas ordens divinas na mídia virtual e, por meio dela, nós encontraremos motivos para sermos agradecidos a Deus, pois, mesmo em tempos de isolamento, nós podemos ser lembrados a cumprirmos alguns itens desses mandamentos, afinal, o amor pode ser exercido à distância.

Entretanto, o amor à distância está longe de ser o mesmo do exercido presencialmente. Suponhamos que um casal tenha se separado por causa de uma guerra e, então, tenha sido forçado a se corresponder por meio de cartas. Duvido que em suas cartas fosse escrito o seguinte: “Meu amor, quando a guerra acabar, continuaremos a escrever cartas um ao outro e, desse modo, manteremos o nosso casamento fortalecido, certo?

Apesar das bênçãos da era digital, a vida cristã, ou seja, a vida e os propósitos da igreja são inegavelmente diminuídos quando estamos separados. Obedecer aos comandos divinos e, no caso de “uns aos outros”, à distância é como escrever cartas em tempo de guerra. Pode ser necessário e útil por um tempo, mas não substitui a realidade presencial.

4. Sem as reuniões presenciais, a Igreja não passa de uma teoria sem comprovações

A expectativa das Escrituras de que os cristãos devem se reunir fisicamente não é uma atitude arbitrária, facultativa, eventual ou casual, mas é uma ordem projetada por Deus para a nossa sobrevivência espiritual. Vamos ler o que o autor da carta aos Hebreus diz:

24 Pensemos [i.e. fixemos os olhos para considerar ou observar] uns nos outros a fim de ajudarmos [i.e. incitarmos, encorajarmos, entusiasmarmos, avivarmos] todos a terem mais amor e a fazerem o bem [i.e. o que é útil, as boas obras ou o trabalho que é aprovado por Deus, a cumprirem a Sua vontade]. 25 Não abandonemos, como alguns estão fazendo, o costume de assistir às nossas reuniões [i.e. de se encontrarem, de se reunirem em um lugar]. Pelo contrário, animemos [i.e. roguemos, solicitemos, convoquemos e ensinemos essa ordem divina] uns aos outros e ainda mais agora que vocês vêem [i.e. são capazes de discernir, perceber pela análise de tudo o que está acontecendo] que o dia está chegando [i.e. a volta de Jesus para buscar a Sua Igreja]. (Hb.10:24-25 NTLH)

O texto que acabamos de ler mostra que devemos rejeitar a crença ou a ideia de que podemos nos reunir quando desejarmos, ou quando for conveniente. A carta aos Hebreus foi escrita aos judeus que se converteram ao Cristianismo e, por estarem sendo perseguidos, sofriam ameaças de perderem seus bens e os direitos sociais, caso não renunciassem publicamente a fé que abraçaram. Então, por medo, eles estavam inclinados a não se exporem nas reuniões locais da Igreja.

O autor diz que devemos pensar e observar o comportamento dos cristãos, acerca do seu compromisso com o “Corpo de Cristo” (Igreja), a fim de estimularmos uns aos outros a uma vida piedosa no serviço a Deus (ministério).

Esse serviço deve ser feito em amor, para que aquilo que é bom (útil), perfeito e agradável (aprovado) a Deus seja realizado. (vd. Rm.12:2) Esse trabalho espiritual não é executado esporadicamente, mas ele é feito no ritmo das nossas reuniões, ou seja, semana após semana, por meio do nosso compromisso com a missão que recebemos de Jesus Cristo. Virtualmente, esse trabalho será impossível de ser realizado!

A melhor maneira de se conhecer a eficácia de uma igreja viva é vê-la fisicamente presente, aprendendo a amar a Deus e procurando ajudar o próximo a conhecer e a se manter firme em Cristo. Esta é a razão do versículo 25 nos dizer:

25 Não abandonemos, como alguns estão fazendo, o costume de assistir às nossas reuniões [i.e. de se encontrarem, de se reunirem em um lugar]. Pelo contrário, animemos [i.e. roguemos, solicitemos, convoquemos e ensinemos essa ordem divina] uns aos outros e ainda mais agora que vocês vêem [i.e. são capazes de discernir, perceber pela análise de tudo o que está acontecendo] que o dia está chegando [i.e. a volta de Jesus para busca a Sua Igreja].

Permita-me fazer uma pergunta: “Como poderíamos encorajar pessoas, caso as vejamos apenas esporadicamente?” Ou: “Como podemos encorajar ‘uns aos outros’, de tempos em tempos?” Pertencer à Igreja é aceitar esse compromisso de estar presente para animar ou encorajar pessoas, bem como ser encorajado por elas. Desse modo, expressamos a alegria de mostrar ao mundo a glória e a bondade de Deus.

Sem a presença física, o mundo receberá apenas uma teoria da função da Igreja neste mundo, mas ela mesma não será vista nem reconhecida em toda a sua importância. Você deve se lembrar das palavras de Jesus, quando disse:

15 Ninguém acende uma lamparina para colocá-la debaixo de um cesto. Pelo contrário, ela é colocada no lugar próprio para que ilumine todos os que estão na casa. 16 Assim também a luz de vocês deve brilhar para que os outros vejam as coisas boas que vocês fazem e louvem o Pai de vocês, que está no céu. (Mt.5:15,16 NTLH)

Em outras palavras: Deus não é um segredo a ser guardado. Vamos torná-Lo público e visível, como uma cidade em um plano elevado. “Eu faço de vocês portadores da luz da glória divina. Não pensem que desejo escondê-los dentro de um cesto virado, mas quero enviá-los onde todos possam vê-los. Quando estiverem em uma situação onde todos conseguem enxergá-los, tratem de brilhar! Mantenham-se preparados e prontos e que a generosidade seja a marca da vida de vocês. Mostrem-se acessíveis aos outros, façam a vontade de Deus a eles e os motivem, por meio das suas ações, a se aproximarem de Deus, o nosso Generoso Pai Eterno!”

5. A Igreja, quando atua pelos princípios do Evangelho, dá à humanidade o sabor divino

No princípio da vida da Igreja, era comum ver seus membros se reunindo diariamente (vd. At.2:46), e assim também se deu no período dos chamados cristãos Puritanos (séculos 15 e 17). Entretanto, vivemos em um mundo onde as instituições mudam com o tempo e a cada geração. Aquilo que era impensável, depois de um tempo, torna-se possível e desejável. Nesse processo, a Igreja se tornou “um produto” semanal; depois, se assemelhou a algo como um “drive-thru” (isso já é praticado em muitos lugares) e, ultimamente, tem resultado em uma realidade mais confortável – a Igreja virtual!

Não é à toa que a Igreja venha perdendo a sua influência no mundo e também o seu sabor! A Igreja é denominada por Jesus de “o sal para a humanidade”, porém, quando o sal perde o seu sabor, não prestará para mais nada, senão para ser desprezado por todos! (vd. Mt.5:13)

Portanto, sejamos honestos: cristãos que se acostumam a comer pipoca, bebendo refrigerante e de bermudas em uma sala de estar em frente à TV, não podem ser considerados discípulos de Cristo Jesus! Do mesmo modo, pais que tentam educar seus filhos por meios virtuais ou eletrônicos, não podem ser chamados de pais, pois eles precisam estar presentes para servirem de exemplos, tanto na vida espiritual como na moral.

O “mundo” está isolando as pessoas e as separando em classes gradativamente, e isso, com toda a certeza, é um processo satânico! Deus sempre nos diz para irmos às pessoas e a aprendermos a conviver com todas elas, mostrando-lhes os princípios e os valores da “Vida Eterna”.

A Igreja é uma família, a “Família de Deus”, e ela, a fim de celebrar a Sua grandeza, renovar o seu compromisso de servi-Lo e aprender mais Dele, se reúne presencialmente com o Pai, como um testemunho ao mundo de que Jesus é o Seu Deus e SENHOR!

O meu desejo é que aproveitemos com sabedoria todos os recursos que nos ajudam a propagar o Evangelho, mas que nos animemos e nos admoestemos uns aos outros, especialmente agora que o dia da volta de Jesus Cristo está se aproximando!

Que Deus nos abençoe!

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