Romanos 2:14,15
Texto Base:
14 Os não-judeus não têm a lei. Mas, quando fazem pela sua própria vontade o que a lei manda, eles são a sua própria lei, embora não tenham a lei. 15 Eles mostram, pela sua maneira de agir, que têm a lei escrita no seu coração. A própria consciência deles mostra que isso é verdade, e os seus pensamentos, que às vezes os acusam e às vezes os defendem, também mostram isso. (Rm.2:14,15 NTLH)
Nós já vimos que Deus pode ser percebido ou notado na natureza, na Sua criação, tanto sobre a Terra como no Universo. (Sl.19:1) A natureza manifesta ou declara as poderosas obras das Suas mãos. Na semana passada, eu falei que Deus é percebido em toda a Sua perfeição na Pessoa de Jesus, pois Ele, sendo o Próprio Deus, tomou sobre Si a forma humana, a fim de revelar toda a natureza, o caráter, Seus planos e a Glória divina aos homens. Quem via ou observava Jesus com atenção, percebia a Pessoa de Deus. (Jo.12:45)
Neste mundo, nós também podemos perceber a Pessoa de Deus por meio da consciência humana, tanto na dos que creem em Deus como na de quem Nele não crê.
1. Deus é Justo e Ele julga o homem pelo estilo de vida que vive
Paulo está escrevendo aos judeus que se converteram a Cristo; portanto, ele escreve a pessoas religiosas. Para não me alongar, Paulo diz que os religiosos, apesar de terem tido acesso a uma posição privilegiada em Cristo, podem ser tão culpados quanto os que não creem Nele, aos quais os religiosos judeus condenavam à morte eterna (Inferno).
Paulo diz:
1 Meu amigo, não importa quem você seja, você não tem desculpa quando julga os outros. Pois, quando você os julga, mas faz as mesmas coisas que eles fazem, você está condenando a você mesmo. 2 Nós sabemos que Deus é justo quando condena os que fazem essas coisas. 3 Mas você, que faz as mesmas coisas que condena nos outros, será que você pensa que escapará do julgamento de Deus? (Rm.2:1,2 NTLH)
Este é um texto muito forte, porém, não quero assustar ou condenar a ninguém, mas desejo enfatizar que DEUS É JUSTO! É comum vermos frequentadores de igrejas acreditando que já ocupam uma posição privilegiada e que a eles o Céu já está garantido. TOME CUIDADO PARA NÃO SE ASSOCIAR A ESSA MENTIRA DE SATANÁS!
Deus é Justo e Ele dá a todos a oportunidade de andarem em amizade com Ele, mas tenhamos consciência de que tanto os religiosos quanto os que não são, podem desprezar a Sua graça e paciência. Vejamos:
4 Ou será que você despreza a grande bondade [i.e. benevolência, a graça divina], a tolerância [i.e. trégua, a paciência divina para cessar a inimizade] e a paciência de Deus [i.e. longanimidade, “a insistente” paciência divina]? Você sabe muito bem que ele é bom e que quer fazer com que você mude de vida. 5 Mas o seu coração é duro e teimoso. Por isso você está aumentando ainda mais o castigo que vai sofrer no dia em que forem revelados a ira e os julgamentos justos de Deus, 6 pois ele recompensará cada um de acordo com o que fez. 7 Deus dará a vida eterna às pessoas que perseveram em fazer o bem e buscam a glória, a honra e a vida imortal. 8 Mas fará cair a sua ira e o seu castigo sobre os egoístas e sobre os que rejeitam o que é justo a fim de seguir o que é mau. (Rm.2:4-8 NTLH)
Todo religioso tem em si a falsa ideia da “esperança de impunidade”, um sentimento de que “isso não ocorrerá com ele”. Porém, é um erro acreditar que a bondade divina é um convite à vida de pecados, e que Deus, sendo Bom, entenderá e aceitará todas as fraquezas humanas. NUNCA USE A BONDADE DE DEUS COMO DESCULPA PARA CONTINUAR PECANDO E SER UM CRISTÃO RELAXADO! Esse era o estilo de vida dos religiosos, aos quais Paulo estava escrevendo.
2. Deus não é injusto e, por isso, ele não age pelo princípio do favoritismo
Deus não é inclinado a acolher, amparar ou favorecer os que amam a injustiça, a corrupção, a mentira, a preguiça, a imoralidade, isto é, todos os que insistem em permanecer no pecado.
Paulo ensina:
11 Pois ele (Deus) trata a todos com igualdade. 12 “Todos aqueles que pecam sem conhecer a lei de Deus [i.e. Seus mandamentos espirituais e morais] se perderão sem essa lei; mas todos aqueles que pecam conhecendo a lei serão julgados por ela.” (Rm.2:11,12 NTLH)
O conhecimento da Lei (da Palavra de Deus) tem o objetivo de nos conduzir às boas obras, pois, sem elas, a nossa fé é morta. (Tg.2:26) O simples fato de termos conhecimento das Escrituras não nos garante a Eternidade ao lado do Eterno. (Mt.5:20) Aquele que conhece a Palavra de Deus procura viver e agir segundo as orientações divinas, tanto para com Deus como para com o próximo.
Os que conhecem a Palavra de Deus sabem como devem agir e são indesculpáveis quando desprezam a Mensagem de Deus. Porém, como serão julgados os que viveram antes de Moisés, de Jesus e em localidades onde a mensagem do Evangelho ainda não chegou? Eles poderão ser salvos e como serão julgados? De acordo com as suas consciências! NUNCA SE ESQUEÇA DE QUE DEUS É JUSTO!
3. Deus é Justo e julgará o homem pelo uso que faz da sua consciência
Todo ser humano será julgado por sua fidelidade ao mais elevado padrão moral que foi possível conhecer, tanto o religioso quanto aquele que nunca ouviu falar sobre o Evangelho de Jesus. Como assim?
Dentro de todos os seres humanos está presente a “lei natural ou moral”, isto é, a lei do que é certo e errado – o conhecimento instintivo (natural ou espontâneo) do bem e do mal. Isto se deu após o pecado de Adão e Eva. (Gn.2:17)
Deus avisou ao homem que se ele desobedecesse e comesse do fruto proibido, despertaria a sua consciência para o que seria certo e errado, para o bem e o mal. Isto quer dizer que nós, a raça humana, recebemos por herança o conhecimento do que pode ser útil ou inútil, do que trará prejuízo ou bem-estar, do que promove o conflito ou a paz, da inimizade ou amizade.
Ninguém precisa conhecer a Bíblia para discernir essas coisas, pois é uma questão de consciência, de análise ou de observação interior. O desonesto tem pleno conhecimento da sua desonestidade, mas enquanto saboreia as vantagens da sua desonestidade, ele a prefere, pois faz uso do seu livre arbítrio, da sua liberdade de escolha, a qual lhe foi dada por Deus.
Então, se ele nunca ouviu falar de Jesus e, por esta razão, não foi regenerado por Ele e pelo Evangelho, Deus o julgará pela sua consciência, pelo seu estilo de vida. Do mesmo modo, aquele que conhece a Mensagem de Deus e que foi regenerado por Jesus, mas vive como um pagão, será julgado também pela sua consciência, pelo seu estilo de vida, pela suas escolhas.
O que dirige a vida do desonesto? A desonestidade, a sua esperteza. Portanto, o seu deus é a desonestidade. Empregue a este princípio outras ações, como a avareza (mesquinharia, viver para juntar dinheiro e riquezas); a sensualidade ou lascívia; bebedeiras; drogas; farras; inimizades; ciumeiras; invejas etc. (Gl.5:19-21)
O que dirige a vida do cristão? A Palavra de Deus e o Espírito Santo são Quem lhe dá o conhecimento do que Deus aprova ou não. O desonesto tem prazer na sua desonestidade, ao passo que o filho de Deus encontra prazer na pureza e na obediência, pois ele sabe que essa é a maneira de ver ou perceber a presença de Deus. Ele tem consciência de quem é e do que quer.
O cristão tem a consciência de querer aprender mais sobre o caráter de Deus, para não transformá-Lo numa outra pessoa, segundo os seus desejos pessoais e terrenos. Quanto mais aprendermos de Deus, maior será a nossa consciência que dirá se estamos ou não com Ele.
A consciência bíblica que temos de nós mesmos com a ajuda do Espírito Santo, nos coloca defronte a Jesus e faz com que encontremos a nossa realidade Nele. O Espírito sempre nos questiona: “MOSTRE-ME QUEM VOCÊ É! QUE TIPO DE PESSOA VOCÊ TEM SIDO? O SEU ESTILO DE VIDA É DECORRENTE DOS ENSINAMENTOS DE JESUS? SE NÃO É, DE QUEM OU DO QUE É?”
Nós não somos apenas um conjunto de átomos, moléculas, produtos químicos e energia em uma evolução sem sentido. SABEMOS PERFEITAMENTE QUEM NÓS SOMOS! Assim como Deus, somos seres possuidores da capacidade de pensar, avaliar e valorizar o que é correto e digno.
Portanto, quer sejamos religiosos ou não, seremos julgados por Deus pela consciência ou pela realidade que temos de nossas vidas. O Céu não está garantido ao que tem uma Bíblia, uma igreja, uma função dentro dela, mas ao que é comprometido com Ele, com o Seu caráter, à missão Dele recebida como resultado de uma vida transformada por Jesus, pois aquele que faz a obra de Deus sem uma alma regenerada ou nascida de novo é trapaceiro.
Eu teria muito o que falar, mas gostaria de terminar esta meditação, tomando a liberdade de parafrasear o nosso texto base:
“Escutem, religiosos! Vocês que conhecem a Mensagem de Deus e que condenam aqueles aos quais o Evangelho ainda não chegou. Eles nada sabem sobre as Leis divinas, contudo, sabem discernir suas ações: se elas são boas ou más, certas ou erradas. Essa lei está dentro deles e, em determinadas circunstâncias, a própria consciência os acusa, e noutras, os desculpa. Porém, aos religiosos que têm a Mensagem divina escrita, tanto diante dos seus olhos como em seus corações, mas que não a obedecem, o julgamento de Deus sobre vocês será o castigo eterno! Pela Lei de Deus, vocês sabem o que é certo, mas não o fazem, pois a salvação é dada àqueles que têm consciência do que deve ser feito e fazem!” (Paráfrase de Rm.2:14,15 – WLF)
Certo de que a nossa consciência nos diz se temos prazer ou não em Deus, se somos obedientes a Ele ou não e se verdadeiramente somos propriedade Dele ou não, peço ao Espírito de Deus que nos ajude sempre, mostrando a nós mesmos se somos verdadeiros ou falsos, trigos ou joios no Seu Reino. Eu oro: Examina-nos e põe-nos à prova, ó SENHOR; julga os nossos desejos e os nossos pensamentos, pois, com o Teu amor, guia-nos nas orientações da Tua verdade!”
Que Deus nos abençoe!