Tiago 4:7
Texto Base:
Portanto, obedeçam a Deus e enfrentem o Diabo, que ele fugirá de vocês. (Tg.4:7 NTLH)
Quando Tiago diz que devemos “obedecer” a Deus, a fim de resistirmos o Diabo, ele está dizendo que devemos estar submissos ou sujeitos à Sua autoridade, palavra e poder na nossa luta espiritual. Portanto, nós devemos estar no Seu interior, cingidos com a Sua Verdade.
A verdade de Deus, Sua justiça (o estilo de vida para sermos aceitos pelo SENHOR), o Seu Evangelho, Suas promessas, Sua salvação, Sua Palavra e a nossa vida de comunhão com Ele, por meio da oração, é a nossa melhor proteção contra a devastação proveniente do nosso “inimigo”, contra a divulgação da Verdade divina, a qual deve ser feita tanto por pastores como pelos membros da Igreja.
1. Para lutar contra os poderes do mal, Deus lhe proveu uma armadura espiritual
Quando o apóstolo Paulo descreveu nossa batalha espiritual, ele falou sobre seres sobrenaturais invisíveis que criam esquemas na sua luta para emudecer a Verdade, a qual deve ser propagada pela Igreja. Então, ele nos diz que temos recebido de Deus uma armadura espiritual que, mediante os seus acessórios, manteremo-nos submissos a Deus e firmes no cumprimento da nossa missão, que consiste em anunciarmos o Evangelho a todas as criaturas.
Vejamos:
14 Portanto, estejam preparados. Usem a verdade como cinturão. Vistam-se com a couraça da justiça 15 e calcem, como sapatos, a prontidão para anunciar a boa notícia de paz. 16 E levem sempre a fé como escudo, para poderem se proteger de todos os dardos de fogo do Maligno. 17 Recebam a salvação como capacete e a palavra de Deus como a espada que o Espírito Santo lhes dá. 18 Façam tudo isso orando a Deus e pedindo a ajuda dele. Orem sempre, guiados pelo Espírito de Deus. Fiquem alertas. Não desanimem e orem sempre por todo o povo de Deus. (Ef.6:14-18 NTLH)
2. A armadura divina e seus acessórios não se destinam a soluções pessoais, mas aos propósitos de Deus
Repare a conjunção “PORTANTO”, pois ela está ligando o texto a um pensamento anterior e posterior (o contexto Ef.6:10-13), no qual o Espírito de Deus nos pede que:
- A nossa vida de unidade com Cristo deve se tornar cada vez mais forte, a fim de recebermos a força que vem do Seu grande poder. (v.10)
- Que nos submetamos a uma armadura (linguagem figurada), a fim de resistirmos às ciladas, armadilhas ou esquemas satânicos. (v.11)
- Saibamos que a nossa luta se dá contra seres protegidos pela invisibilidade (espíritos maus), os quais mantêm pessoas e governos afastados de Deus neste mundo sob a influência e o poder de Satanás. (v.12)
- Devemos estar revestidos com a armadura de Deus, pois chegará o dia em que as forças do mal se levantarão contra a Igreja de Jesus para emudecê-la. (v.13)
Por isso peguem agora a armadura que Deus lhes dá. Assim, quando chegar o dia de enfrentarem as forças do mal, vocês poderão resistir aos ataques do inimigo e, depois de lutarem até o fim, vocês continuarão firmes, sem recuar. (Ef.6:13 NTLH)
Paulo, no contexto (Ef.6:10-13), não se refere às nossas possíveis adversidades, como problemas familiares, falta de emprego, problemas emocionais, rejeições etc. Em relação aos problemas do cotidiano, nós devemos enfrentá-los, não expulsando os mesmos de nossas vidas, mas pela prática dos princípios provenientes da Verdade – da Palavra de Deus.
Sabemos que o Diabo não resiste à Verdade. A prática da Verdade o desmascara e ele perde o poder sobre nossas vidas.
No texto que antecede à descrição da armadura de Deus (o contexto), Paulo se refere ao dia em que todos os poderes (espirituais e humanos), sob a influência e poder de Satanás, se levantarão contra a “voz” da Igreja, tentando impedi-la de comunicar o Evangelho, e que ela, ou o povo de Deus, precisará ter coragem para se manter firme em sua missão.
Paulo pede que as orações sejam feitas, de modo incessante, por todo o povo de Deus. Ao pedir orações para si, ele se coloca como exemplo sobre a finalidade das mesmas à sua vida: Paulo não pede por um livramento da sua prisão em Roma, mas pelo seu ministério a serviço do Reino de Deus, a fim de que ele tenha coragem ao ensinar o Evangelho com fidelidade. Esta é a missão de todo pastor e da Igreja.
19 E orem também por mim, a fim de que Deus me dê a mensagem certa para que, quando eu falar, fale com coragem e torne conhecido o segredo do evangelho. 20 Eu sou embaixador a serviço desse evangelho, embora esteja agora na cadeia. Portanto, orem para que eu seja corajoso e anuncie o evangelho como devo anunciar. (Ef.6:19,20 NTLH)
3. Vestir-se com a armadura espiritual significa a sua disposição de se submeter a Deus e aos Seus propósitos
- A verdade como cinturão: o que mantém toda a armadura unida e dá liberdade e força aos membros, a fim de agirem contra o que se opõe à Verdade divina.
- A couraça da justiça: protege a essência do Evangelho, a vida aceitável por Deus em nosso interior.
- Os sapatos do evangelho: permite que atravessemos terrenos difíceis durante a batalha, para levar o evangelho da paz com Deus às pessoas.
- A fé como escudo: confiança nas promessas eternas de Deus, para apagar os dardos do engano e, portanto, não precisamos de nenhum conhecimento detalhado sobre os dardos e de quem os atira contra a sua vida.
- A salvação como o capacete: proteger a nossa mente e “a compreensão” sobre a salvação, a qual temos recebido de Deus, por meio de Jesus.
- A Palavra de Deus como a espada do Espírito: a Palavra de Deus (a Verdade divina) como arma poderosa, eficaz e letal, contra um inimigo espiritual mais poderoso do que nós.
Paulo ensina que devemos fazer essas coisas orando a Deus e pelo Seu povo (Ef.6:18), enquanto resistimos ao Diabo e a seus esquemas com muita atenção e ânimo. A Bíblia não nos estimula a conversarmos com o Diabo, mas a repreendê-lo na autoridade de o “Nome de Jesus” e o resistirmos com a Verdade.
Portanto, a verdadeira batalha espiritual é pelo Reino de Deus e pela propagação do Evangelho, de modo corajoso e fiel aos princípios de Deus, contra a nossa natureza humana e contra todos que se opõem à Verdade divina e tentam emudecê-la.
Não desprezemos a nossa luta contra a nossa natureza humana, a fim de que ela se submeta à vontade de Deus. Dessa maneira, nós enfrentaremos nossas adversidades diárias, praticando os princípios da Verdade, os quais nos mantêm em uma vida aprovada por Deus.
Assim, afugentamos o Diabo para que ele não nos acuse de nada e, com a coragem que o Espírito de Deus nos dá, que não desanimemos, mas, com fidelidade, cumpramos a nossa missão cristã até que Cristo volte!
Que Deus nos abençoe!