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A paz de Deus, poucos a desejam

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Filipenses 4:6,7

6 Não se preocupem com nada, mas em todas as orações peçam a Deus o que vocês precisam e orem sempre com o coração agradecido. 7 E a paz de Deus, que ninguém consegue entender, guardará o coração e a mente de vocês, pois vocês estão unidos com Cristo Jesus. (Fp.4:6,7 NTLH)

A paz que o nosso Deus dá é difícil de entender, e por quê? Porque ela não é tão pacífica como a imaginamos. A paz interior não seria inexplicável se a experimentássemos apenas quando tudo fosse previsível, confortável e seguro e, por isso, poucos a desejam. Por quê? Porque somos extremamente emocionais, egoístas e negacionistas da Verdade divina.

É comum ouvirmos entre os cristãos: “Se você, quando orar, sentir paz no coração vá em frente, pois ela é a voz da vontade de Deus para o seu sucesso!” Isso cheira ganância! Como nós definimos a paz de Deus? Ela existe para a única razão de sermos materialmente bem-sucedidos nesta vida?

Certa vez, no final da reunião, o pregador fez o apelo: “Quantos, neste lugar, não têm paz no coração e gostariam de recebê-la neste exato momento? Caso a deseje, tome a decisão de se levantar do lugar e venha à frente. Receba a oração e a paz de Deus entrará no seu coração! Jesus mudará a sua vida!” Em silêncio, eu notei alguns equívocos, pelo menos quatro, ao chamar as pessoas à frente. Ele não explicou explicitamente sobre:

  • As razões de seus ouvintes não terem a paz de Deus no coração
  • A diferença entre a paz que Deus dá e a que o mundo oferece
  • A razão de procurar a paz de Deus em vez de simplesmente recebê-la pela oração
  • As mudanças que ocorreriam na vida dos que recebem a paz de Deus
  • O significado de se ter paz “de” e “com” Deus, por meio de Jesus

Eu compreendo o esforço de muitos em ganhar almas para suas igrejas, mas se não ganharem a mente dos que os ouvem, apenas trarão o mundo, o mundanismo e agentes da mentira para dentro da “Família de Deus”. A paz de Deus não é um oferecimento dos “Altos Céus” para uma vida de pacífica e tranquila neste mundo, mas de amizade, companheirismo e cooperação com Deus. É o fim da guerra pessoal contra Ele!

Se você espera que a nossa época seja pacífica, não experimentará a paz verdadeira. Você não será capaz de enfrentar a realidade nem as adversidades que ainda virão. Se você espera estar livre de tensões, urgências e desespero, acreditando ter a paz de Deus, a sua crença sobre ela está equivocada e, portanto, ela não é verdadeira.

A paz verdadeira (a paz de Deus) não espera por dias melhores para se manifestar, mas ela existe e é real, tanto para os tempos nublados, tenebrosos como aos ensolarados e agradáveis. A verdade é que mensagem da paz de Deus perturba o espírito dos indiferentes e afastados Dele em qualquer tempo, pois a alegria que ela promove sempre é em direção aos “Céus” e não às coisas deste mundo.

1. Deus trouxe a Sua paz àquele “a quem Ele quer bem” e não a todos que vivem por sobre a Terra

Glória a Deus nas maiores alturas do céu! [i.e. os anjos convocam os pastores e os seres humanos a olharem para “Cima”, para a Eternidade, à habitação de Deus e a exaltarem a com alegria a Sua grandeza e esplendor!] E paz na terra para as pessoas a quem ele quer bem! (Lc.2:14 NTLH)

Definamos duas coisas neste texto: (1) O que é a paz de Deus? (2) O que significa a expressão “a quem Ele quer bem”?

  • A paz de Deus: o seu significado é ausência de guerra contra Deus e, como resultado, você terá ausência de ansiedade e da devastação espiritual e moral, consequência do tempo em que era rebelde e indiferente a Deus. (Romanos 5:1,2)
  • “A quem Ele quer bem”: significa que a bondade de Deus permanece com aqueles que, curados da rebeldia, permanecem em amor, comprometidos com Deus e aos Seus propósitos por meio de um comportamento espiritual e moral que O agrade, ou que Lhe dá prazer. Jesus é o nosso Exemplo. (Mateus 17:5)

No Monte da Transfiguração (Mateus 17:5), Deus ordenou a Pedro, João e Tiago que atentassem à mensagem de Jesus, pois Ele era o Seu Filho Querido e que Lhe dava prazer. A ordem divina dada àqueles discípulos é para nós também. Jesus disse:

24 A pessoa que não me ama não obedece à minha mensagem. E a mensagem que vocês estão escutando não é minha, mas do Pai, que me enviou. 25 — Tenho dito isso enquanto estou com vocês. 26 Mas o Auxiliador, o Espírito Santo, que o Pai vai enviar em meu nome, ensinará a vocês todas as coisas e fará com que lembrem de tudo o que eu disse a vocês. 27 “— Deixo com vocês a paz. É a minha paz que eu lhes dou; não lhes dou a paz como o mundo a dá. Não fiquem aflitos, nem tenham medo.” (Jo.14:24-27 NTLH)

No final desse texto bíblico, Jesus diz para que não se afligissem e não tivessem medo. Por quê? Porque os que possuem a Sua paz, ou seja, um compromisso honesto com Ele e, consequentemente, com Deus, enfrentarão problemas! Mas, com quem? Terão enfrentamentos com o mundanismo, espírito evidente na vida daqueles que estão perdendo o verdadeiro objetivo da mensagem de Cristo. Geralmente, onde ocorrem esses enfrentamentos?

2. A paz de Deus é como uma espada, pois ela pode causar divisões. Então, esteja preparado!

34 — Não pensem que eu vim trazer paz ao mundo. Não vim trazer a paz, mas a espada. 35 Eu vim para pôr os filhos contra os pais, as filhas contra as mães e as noras contra as sogras. 36 E assim os piores inimigos de uma pessoa [i.e. no grego ‘echthros’ – os que mostram o seu ódio e hostilidade à Verdade de Deus] serão os seus próprios parentes. 37 — Quem ama o seu pai ou a sua mãe mais do que ama a mim não merece ser meu seguidor. Quem ama o seu filho ou a sua filha mais do que ama a mim não merece ser meu seguidor. 38 Não serve para ser meu seguidor quem não estiver pronto para morrer como eu vou morrer e me acompanhar. 39 “Quem procura os seus próprios interesses [i.e. quem coloca seus interesses, sem se preocupar com os de Deus] nunca terá a vida verdadeira; mas quem esquece a si mesmo [i.e. quem é perseverante e permanece na vontade de Deus], porque é meu seguidor, terá a vida verdadeira.” (Mt.10:34-39 NTLH)

Basta que você se posicione sob os ensinamentos de Jesus Cristo e perceberá como as coisas mudarão: às vezes, da alegria para o horror, do prazer ao desgosto, da simpatia para o ódio, da aceitação à rejeição. Por quê? Porque o espírito mundano odeia a Verdade, pois ela exige que você morra para si mesmo, desapegue-se dos vínculos emocionais, confie em Deus e demonstre que o seu amor por Ele está acima dos que você mais ama neste mundo.

Viver a paz de Deus, por meio de Cristo, em um mundo imprevisível, desconfortável e inseguro é um tremendo incômodo para muitos. Por isso, eles seguem os apelos emocionais da alma em vez da “Voz” que vem da Eternidade ao espírito humano. A voz emocional é, por vezes, mundana, submissa ao medo e leva a pessoa a procurar justificativas aos seus desvios da fé, perseverança e fidelidade a Deus.

Entretanto, a paz de Deus, que reflete a amizade, companheirismo e comprometimento com Ele não afastará o medo, mas, ao verdadeiro ao seguidor de Cristo, dará a capacidade de superá-lo com a coragem que vem dos “Céus”.

Vamos ler o que Jesus disse:

32 “Pois chegou a hora de vocês todos serem espalhados, cada um para a sua casa; e assim [i.e. logo, então] vão me deixar sozinho. Mas eu não estou só, pois o Pai está comigo.” 33 “Eu digo isso para que, por estarem unidos comigo, vocês tenham paz. No mundo vocês vão sofrer; mas tenham coragem. Eu venci o mundo [i.e. a paz que tenho “com” o Pai é que me faz sair do mundo vitorioso].” (Jo.16:32,33 NTLH)

Essa paz indescritível não depende do conforto e da segurança que o mundo promete oferecer, mas de uma vida em companhia e amizade com Deus. Por isso, essa paz desnorteia e perturba o mundo! Repare que Jesus fala sobre a coragem ou o bom ânimo que devemos ter, para que nos mantenhamos unidos a Ele, e assim, enfrentarmos os sofrimentos presentes e futuros. Jesus venceu o mundo por meio da Sua unidade e amizade com o Pai — Ele sempre escolheu viver em paz “com” Deus.

A unidade com Deus não é um dom ou presente espiritual que Dele adquirimos ao recebermos uma oração e quando aceitamos a Jesus em nossas vidas. Nós precisamos ter o desejo de nos mantermos e permanecermos nela em amor, a despeito das situações em que nos encontrarmos. Deus ama aqueles que O amam e que O buscam nas primeiras horas do dia. Estes, O encontrarão! (Provérbios 8:17)

Neste mundo, poucos são os que escolhem se manter na paz de Deus devido às consequências que ela pode causar aos seus gostos, interesses, prazeres pessoais e, além disso, às rupturas que ela provoca aos laços afetivos. (Deuteronômio 30:9,20; Josué 24:15; Lucas 14:26)

Quem escolhe outro caminho, alheio ao da paz com Deus, perderá o direito à Vida Verdadeira (João 12:25), torna-se contrário aos objetivos de Jesus e, em vez de O ajudar, atrapalha a Sua Obra onde quer que esteja (Mateus 12:30). Como essa pessoa desfrutará dos recursos da graça divina? (Lucas 13:34) A paz de Deus na vida do cristão o define como amigo Dele e, ao substituí-la por emoções, sentimentos e desejos passionais, candidato será a se tornar um inimigo de Cristo. (Mateus 16:23)

Oremos: — “SENHOR, vivemos em um mundo inseguro, imprevisível e desconfortável àqueles que Te amam! Dá-nos o espírito de coragem, a fim de lutarmos contra os nossos receios, ansiedades e nossas paixões. Que, por meio de Cristo, “permaneçamos” em Ti e na Tua paz. Que a desejemos independente da situação que nos encontramos. Ajuda-nos a olharmos sempre para o “Alto”, reconhecendo o Teu esplendor e grandeza, pois, neste mundo, nada supera o Teu amor e as Tuas promessas eternas em Cristo! Que nós “escolhamos” sempre o caminho da Vida e que nele, desfrutemos das Tuas bênçãos e a Tua aprovação ante as nossas escolhas. Nós Te agradecemos por tudo o que nos tem dado e se por causa do nosso compromisso Contigo formos rejeitados e injuriados, que cresça a nossa alegria em Ti! Ajuda-nos a estarmos preparados para a volta de Jesus e que este “Dia” nos encontre em submissão, obediência, abundantes no nosso serviço espiritual e em fidelidade à Tua Verdade! Em nome de Jesus, Amém!

Que Deus nos abençoe!

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