Texto base: Gênesis 12:1-3
1 Certo dia o SENHOR Deus disse a Abrão: — Saia [“vai para ti”, busque para si as Minhas bênçãos, caminhando sob as Minhas Instruções e, para que isso aconteça, saia sob as influências] da sua terra, do meio dos seus parentes e da casa do seu pai e vá para uma terra que eu lhe mostrarei. 2 Os seus descendentes vão formar uma grande nação. Eu o abençoarei, o seu nome será famoso, e você será uma bênção para os outros. 3 Abençoarei os que o abençoarem e amaldiçoarei os que o amaldiçoarem. E por meio de você eu abençoarei todos os povos do mundo. (Gn.12:1-3 NTLH)
Na semana passada, nós meditamos que Abraão, devido à sua confiança e fidelidade a Deus, foi “promovido” pelo Eterno para ser Seu amigo. (cf. Tiago 2:23) Além de Deus, nós, como filhos Dele, precisamos de amigos sobre a terra, especialmente daqueles que demonstram valores que nos levantam. (vd. Provérbios 17:17)
1. Cinco motivos que podem estruturar uma amizade verdadeira
Entre os muitos motivos que temos para escolhermos e elegermos bons amigos, eu destaco cinco:
- Confiança: ele conhece seus segredos, fraquezas e está com você em momentos difíceis, proporcionando um senso de segurança espiritual e emocional.
- Apoio: o amigo verdadeiro lhe dá apoio ou força. Ele celebra suas conquistas e oferece conselhos úteis durante os seus desafios. Ele o motiva e o inspira a agir sabiamente em boas ou más circunstâncias.
- Interesses e valores compartilhados: ter interesses e valores em comum facilita a construção de uma amizade sólida e verdadeira. Compartilhar os mesmos objetivos de vida fortalece a conexão e faz com que o tempo que passam juntos se torne mais agradável e edificante.
- Comunicação honesta: a comunicação aberta e honesta é fundamental para qualquer amizade. Um verdadeiro amigo é alguém com quem você pode conversar francamente, sem mentiras, sem parcialidade e condenações. Ele o ajuda a caminhar sobre pensamentos e intenções elevadas e justas.
- Preocupação presente e futura: o verdadeiro amigo se preocupa com as suas decisões e ações no seu presente, pois sabe que elas poderão interferir no seu bem-estar futuro.
Sobre a nossa amizade com Deus, esses cinco valores estão presentes e de modo recíproco. Deus é confiável, é o nosso apoio, compartilha conosco Seus interesses e valores, é honesto na Sua comunicação conosco e Se preocupa com a nossa condição espiritual e moral, a fim de tê-Lo e representá-Lo no presente, e que, no futuro, O tenhamos “eterna e plenamente”. Todavia, nós sabemos que não somos capazes de darmos conselhos a Deus. (cf. Jó 21:22; Isaías 40:13; Romanos 11:34; 1 Coríntios 2:16), mas, por meio Dele, somos capazes de abençoar e ajudar muitas pessoas.
No entanto, quando elegemos alguém para ser nosso amigo, precisamos observar se nele há, pelo menos, esses cinco valores ou atributos do caráter divino, ou seja, que expressem tanto a Sua misericórdia como a Sua justiça ou verdade. Na verdade, nessa escolha, nós damos ao amigo a missão de nos auxiliar sobre como devemos proceder, conforme atitudes elevadas. Por outro lado, caso nos “associemos” a más companhias e as “escutemos”, fatalmente, “procederemos” como elas. (vd. 1 Coríntios 15:33)
2. Mantenha-se como amigo de Deus e tenha cuidado com as suas amizades
Há os que se aproximam de nós como amigos, mas que podem estar a serviço de si próprios e do Maligno. Portanto, eles podem nos influenciar a distanciarmos de Deus, das Suas Instruções, bênçãos e da missão que Dele recebemos, a fim de expressarmos a Sua grandeza, misericórdia e justiça às pessoas.
Há mais de 2.000 anos, Deus, pela Sua misericórdia e justiça, tomou sobre Si um corpo humano e veio ao mundo na Pessoa de Jesus, o Messias. Entre tantas coisas que Dele aprendemos, uma delas foi como sermos amigos e mantermos essa amizade com o Pai. Jesus disse:
Vocês são meus amigos se fazem o que eu mando. (Jo.15:14 NTLH)
Nestas poucas palavras do Mestre, entendemos Quem Deus é para nós (Amigo), quem nós devemos ser para Ele (amigos) e a missão ou o propósito que dá provas da nossa intenção pela perene amizade (eterna aliança de paz) com Deus.
Cerca de 2.000 anos antes da vinda de Jesus, conforme as interpretações dos textos bíblicos e do Talmude (o ensino oral da Torá), o Eterno escolheu e elegeu Abrão para ser Seu amigo e “o pai” de todos os que vivem pela fé (que demonstram confiança, verdade, fidelidade, lealdade, submissão e obediência) na Pessoa de Deus.
Foi por meio da vida fé e obediência de Abraão que Deus formou o povo judeu. Do mesmo modo, Deus, por meio de Cristo, formou uma nova raça, “os nazarenos”, (cf. Atos 24:5; Mateus 2:23) seguidores de Jesus de Nazaré. A conclusão é que Deus não criou o “Judaísmo” nem o “Cristianismo”, pois, nessas filosofias religiosas, ensinamentos falsos são aceitos facilmente como verdadeiros.
O que Deus criou, tanto por meio de Abraão como de Jesus, foi “um só povo” para ser Sua propriedade, a fim de viver pela confiança Nele e, por meio de Cristo, os que compõem esse povo sejam “amigos de Deus” e cumpram os Seus objetivos. Portanto, ser “judeu-cristão” significa “um estilo de vida”, que se baseia na comunhão e nas Instruções de Deus.
3. O chamado e a missão que Deus dá aos Seus filhos envolvem bênçãos e dores
O nosso texto está nos dizendo o seguinte: (1) Em um certo dia, Deus falou com Abrão e ordenou que ele saísse de vez da sua terra, deixasse seus parentes e a casa do seu pai. (2) Que ele fosse para uma terra que não conhecia, a qual lhe seria mostrada por Deus. (3) Abençoado pelo Eterno, nessa terra, os seus descendentes formariam uma importante e distinta nação (Israel). (4) Deus diz a Abrão que abençoaria o seu nome, tornando-o muito famoso e, por isso (5) ele existiria para ser uma bênção divina às pessoas. Deus diz que (6) abençoaria tanto Abraão quanto aqueles que o abençoassem, mas (7) que desprezaria os que o desprezassem. (8) Por meio de Abrão, Deus abençoaria todos os povos do mundo.
Abaixo, eu dou breves pensamentos sobre o chamado e a missão divina dada a Abrão:
- O chamado de Deus a Abrão envolvia Suas bênçãos por meio de separações dolorosas: que ele não amaldiçoasse ou que apagasse de sua mente a sua terra e familiares, mas que “se separasse das influências espirituais e sociais” da sua terra de origem, de seus parentes e da casa de seus pais. Portanto, nessas separações, Abraão foi provado por Deus em três níveis de dor.
- Abrão teria de caminhar para uma terra desconhecida. Ele, tanto pela influência como pelas orientações divinas, faria uma jornada de fé (de confiança, fidelidade, lealdade, honestidade, verdade, submissão e obediência a Deus)
- Abençoado por Deus, Abrão formaria uma importante e distinta nação (Israel),
- Seu nome (existência, caráter e reputação) seria abençoado por Deus, e assim, Abrão se tornaria um homem importante e de grande influência espiritual e eticamente falando, tanto aos seus descendentes quanto a todos os povos do mundo (conforme o texto),
- Ele seria uma bênção (um presente, um oferecimento da paz, a graça) de Deus às pessoas,
- Deus abençoaria tanto a sua vida como a dos que o abençoassem,
- Os que o amaldiçoassem (desprezassem) seriam desprezados por Deus,
- Por meio da fé de Abrão, todas as raças existentes na Terra (judeus e não judeus) que seguissem o seu exemplo poderiam ser trazidas para perto de Deus e abençoadas por Ele.
4. Os amigos de Deus existem para que o Seu NOME seja lembrado
O mundo de Abrão era indesculpável quanto ao seu abandono da fé em Deus, pois como seus habitantes poderiam ter se esquecido do Dilúvio e da Torre de Babel? (cf. Gênesis 7-11) Dez gerações haviam se passado desde a Torre de Babel (confusão das línguas) até os dias de Abrão, e por que as pessoas da sua época se afastaram tanto de Deus e das Suas Instruções?
Coloquemos nossos desejos egoístas e prazeres carnais sob a tutela de Satanás e ele será promovido à categoria de “pai” ou “tutor”. Então, a nossa fé em Deus (i.e. a fidelidade, lealdade, submissão e obediência a Ele e aos Seus propósitos) vai se tornando apática, até ser esquecida e abandonada. Esse procedimento faz com que você transforme a vida de fé – que deveria ser um estilo de vida – em uma religião distante dos propósitos divinos.
Jesus, certa vez, em uma discussão com os líderes religiosos hipócritas da Sua época, deixou claro que tanto a religião como seus líderes podem se prestar a esse papel. (cf. João 8:39-47 – Leia o contexto: João 8:31-38)
Voltemos ao nosso texto base, pois ele nos traz uma revelação espiritual óbvia que, para muitos, parece estar oculta: “Sob a mão e às Instruções de Deus, Abrão representava “um muro ou uma divisão” entre os que seriam divinamente aceitos ou desprezados pelo Eterno.”
Vivendo humildemente sob as Instruções do Eterno e, por ser amigo Dele, Abrão seria “uma luz na escuridão”, bem como “um divisor de águas” (cp. Gênesis 1:2-7), trazendo de volta ao seu mundo a revelação da realidade de Deus e de Suas Instruções. Isso ele fez, dentro de um mundo cujas lideranças fraudulentas e gananciosas por poder, tentaram apagar a realidade e o verdadeiro conhecimento de Deus.
Abrão trouxe ao seu mundo a revelação de que Deus era real e, aos que decidissem ser amigos do Santíssimo, ele ensinou, por meio de suas palavras e ações, o caminho para uma vida abundante que só o Eterno oferece. Assim fez Jesus! (cp. João 3:16-21)
Abrão, na Antiga Aliança, agiu conforme “Aquele que ainda viria”ao mundo, ou seja, Jesus, o Messias. Portanto, a Igreja e os seus membros devem se esforçar para viverem conforme os ensinamentos de Cristo, ou seja, procurando agir conforme a imagem e semelhança “Daquele que já veio” – Jesus, o Seu Messias e Eterno Deus Único.
Por meio de Abraão e de Jesus, “Aquele a Quem” de Deus teve a mais alta honra, o NOME do Eterno não mais seria esquecido sobre a Terra. A Sua graça e poder serão dados aos que, pela fé, desejarem a amizade Dele, até o dia em que os joelhos de todos se dobrarão e abertamente declararão que Jesus Cristo é o SENHOR! (cf. Filipenses 2:10,11)
A minha esperança é que nós entendamos o nosso chamado e trabalhemos para cumprirmos a nossa missão, até que o nosso Eterno Jesus volte e nos leve Consigo para a Eternidade!
Que Deus nos abençoe!
…………………………………………………………………………………………………………
PARA VOCÊ ESTUDAR E REFLETIR
“O AMIGO DE DEUS – ESCOLHIDO PARA UMA MISSÃO”
Gênesis 12:1-3
Leia o texto base algumas vezes e relate em voz audível o que leu.
Nós somos chamados por Deus para abençoarmos tanto os que fazem parte da nossa família espiritual como os que ainda não fazem parte dela. A essência do nosso chamado divino e da nossa missão neste mundo é produzir frutos, ou seja, amigos de Deus e que eles permaneçam em amizade com o SENHOR.
Qual é o sentido de Deus ter pedido a Abrão que “saísse” de seu país, do meio de seus parentes e da casa de seus pais? Qual era o significado do nome “Abrão? E Abraão? Por que o seu nome foi “profeticamente” trocado?
1. Cinco motivos que podem estruturar uma amizade verdadeira
- Quais são esses cinco motivos? Reflita sobre cada um deles e, caso esteja em um GP, comente sobre a importância em observá-los.
- Sim ou não: Esses cinco valores estão presentes na sua amizade com Deus? Explique. No entanto, que ela difere de nossas amizades humanas? Leia: Jó 21:22; Isaías 40:13; Romanos 11:34; 1 Coríntios 2:16.
- O que nós devemos observar ao escolhermos alguém para ser nosso amigo? Por quê?
- Leia 1 Coríntios 15:33. Que advertência o apóstolo Paulo nos dá neste verso? Você tem dado atenção a essa advertência diante de alguém que se passou por seu amigo, mas que, de algum modo, procurou afastá-lo dos preceitos ou regras divinas?
- Mantenha-se como amigo de Deus e cuidado com as suas amizades
- Por que esta preocupação deve ser pertinente àquele que deseja manter a sua amizade com Deus?
- Leia João 15:14. O que você pôde compreender das palavras de Jesus aos Seus discípulos? Como as Suas palavras impactam a sua vida?
- Volte a pensar sobre Abraão. Ele foi uma pessoa de fé, ou o “pai dos que vivem pela fé”. Então, o que significa ter fé?
- Por que Deus nunca denominou tanto o Judaísmo como o Cristianismo como religiões? De fato, o que são? (Leia Atos 24:5; Mateus 2:23)
- O chamado e a missão que Deus dá aos Seus filhos envolvem bênçãos e dores
- O que você pôde compreender sobre o chamado e a missão divina dada a Abrão. Você concorda que ela não difere da que recebemos de Cristo, em termos de propósitos divinos? Você crê que o chamado de Deus envolve bênçãos e dores?
- Os amigos de Deus existem para que o Seu NOME seja lembrado
- Quando puder, leia os capítulos de 7 a 11 no livro de Gênesis. Dez gerações haviam se passado até o surgimento de Abraão e por qual razão, na sua o NOME de Deus se encontrava no esquecimento? Como o homem e Satanás trabalham juntos para esse fim?
- Você acredita que a religião pode fazer com que os homens se afastem do conhecimento e da vontade de Deus?
- Leia João 8:39-47. Uma vez que você leu o contexto que antecede a estes versículos, o que os líderes religiosos hipócritas disseram a Jesus e quais foram as respostas de Jesus a eles? (vs.39-42) Segundo Jesus, por que eles não queriam compreender os ensinamentos de Jesus? (vs.43,44) Quase foram as palavras conclusivas de Jesus àqueles líderes religiosos hipócritas? (vs.45-47) Sem mencionar nomes ou denominações, você acredita que Jesus diz o mesmo a muitos líderes religiosos hoje em dia?
- Qual é a revelação espiritual que o nosso texto base nos passa?
- Quem procura viver à semelhança de Abraão em um mundo de trevas espirituais e morais, será semelhante ao quê? Compare com Gênesis 1:2-7.
- Que revelação Abrão trouxe ao seu mundo? Leia João 3:16-21. Qual a mensagem que Jesus deu ao líder religioso Nicodemos?
- Na Antiga Aliança, Abraão expressava a Pessoa de Jesus que ainda viria. Que nós, na Nova Aliança, expressemos em pensamentos, palavras e ações, Aquele que já veio e que retornará aos que Lhe são fiéis. Bendito seja o Seu NOME para todo o sempre! Amém!
Espero que esta meditação tenha sido uma bênção à sua vida, fortalecendo-a de fidelidade ao SENHOR, a fim de resistir às armadilhas de Satanás. Deus o abençoe!