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O Reino de Deus é… (Parte 4)

 

Texto base:

Mateus 22:2-3

Na última oportunidade em que compartilhei a Palavra de Deus (29/10/2024), eu encerrei a mensagem deixando uma reflexão com o texto de Lucas 21:34-35.

Esta passagem deixa bem clara o perigo que existe em nos preocuparmos mais com as coisas cotidianas do que com a vontade de Deus. Isso é uma armadilha para nós, pois podemos ser pegos de surpresa pelo Senhor e ficarmos de fora da eternidade.

E Jesus terminou, dizendo: — Fiquem alertas! Não deixem que as festas, ou as bebedeiras, ou os problemas desta vida façam vocês ficarem tão ocupados, que aquele dia pegue vocês de surpresa, 35como se fosse uma armadilha. (Lucas 21:34-a NTLH)

Esse comportamento já aconteceu antes e também foi narrado pelo nosso Senhor Jesus, onde Ele afirmou que os judeus é que receberam o convite originalmente, porém recusaram o convite divino por terem assuntos pessoais para cuidar.

Então mandou outros empregados com o seguinte recado: “Digam aos convidados que tudo está preparado para a festa. Já matei os bezerros e os bois gordos, e tudo está pronto. Que venham à festa!” —Mas os convidados não se importaram com o convite e foram tratar dos seus negócios: um foi para a sua fazenda, e outro, para o seu armazém. Outros agarraram os empregados, bateram neles e os mataram. (Mateus 22:4-6 NTLH)

Os judeus acreditavam serem amigos de Deus, pois cumpriam as leis segundo suas próprias interpretações e por conta disso cuidavam das questões da vida como queriam. Isso acontecia de tal forma que eles não perceberam o noivo, o qual cumpria as leis da forma correta, algo que eles não compreendiam, e também fazia coisas diferentes deles, como curar aos sábados, o que para eles era herético. Por isso, eles nem consideraram a possibilidade de ser o noivo, de ser o filho do Rei.

Sendo assim, vamos utilizar esta parábola como pano de fundo para a nossa meditação:

—O Reino do Céu é como um rei que preparou uma festa de casamento para seu filho. Depois mandou os empregados chamarem os convidados, mas eles não quiseram vir. (Mateus 22:2-3 NTLH)

1. Deus nos dá instruções específicas

Depois chamou os seus empregados e disse: “A minha festa de casamento está pronta, mas os convidados não a mereciam. Agora vão pelas ruas e convidem todas as pessoas que vocês encontrarem.” (Mateus 22:8-9 NTLH)

Nesses versos, podemos observar o Rei dizendo que a festa de casamento já está pronta e que os convidados originais não a mereciam. A festa de casamento já foi amplamente explicada nas partes anteriores da série, que é a união de Jesus com a Sua Noiva, ou seja, com a Sua Igreja ou o Seu povo. Já os convidados originais eram os judeus, porém eles desprezaram o noivo e o mataram, como também fizerem o mesmo com os primeiros empregados que foram enviados para avisar que são os profetas, pois estavam mais preocupados com as regras e a vida cotidiana.

Agora ele chama um novo grupo de empregados para lhes atribuir uma missão. Esses empregados são todas as pessoas que receberam Jesus como Senhor e Salvador de suas vidas, e a missão é bem clara: “Se espalhem por todos os cantos e façam o convite para todas as pessoas que encontrarem para a festa de casamento” (Mc 16:15-16).

Portanto, o Senhor Jesus nos atribuiu a missão de anunciar o evangelho para todas as pessoas (sem restrições) de todos os cantos da Terra. Porém, o convite não é só dizer “vamos para a festa”, mas envolve explicar quem é o Pai do noivo, apresentar o noivo, explicar que tipo de evento é e como as pessoas devem estar vestidas (Mt 28:19-20).

Porém Paulo e Barnabé falaram com mais coragem ainda. Eles disseram: —Era necessário que a palavra de Deus fosse anunciada primeiro a vocês que são judeus. Mas, como vocês não querem aceitá-la e acham que não merecem receber a vida eterna, então agora nós vamos anunciar a palavra aos não judeus.

Pois esta é a ordem que o Senhor Deus deu a nós, o seu povo: “Eu coloquei você como luz para os outros povos, a fim de que você leve a salvação ao mundo inteiro.” Quando os não judeus ouviram isso, ficaram muito alegres e começaram a dizer que a palavra do Senhor era boa. E creram todos os que tinham sido escolhidos para ter a vida eterna. (Atos 13:46-48 NTLH)

Esses versos explicam claramente a nossa parábola, pois eles explicam que o Evangelho (convite do casamento) foi apresentado primeiro aos judeus, mas eles não quiseram aceitar por acreditarem que eram melhores do que o próprio noivo e se achavam mais próximos do Pai do que o Filho, pois cumpriam a lei à sua moda e achavam que isso era o suficiente.

O verso também deixa bem claro que eles não só eram os convidados originários, mas também tinham a missão de distribuir o convite para o mundo inteiro, o que também não fizeram. No entanto, os não judeus, que somos todos nós, aproveitamos a oportunidade gerada pela recusa deles e estamos cumprindo a missão que antes era do povo judeu, como também recebemos o convite para a cerimônia de casamento.

Porém, quando o Espírito Santo descer sobre vocês, vocês receberão poder e serão minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria e até nos lugares mais distantes da terra. (Atos 1:8 NTLH)

2. Precisamos cumprir com excelência as instruções do Senhor

— Então os empregados saíram pelas ruas e reuniram todos os que puderam encontrar, tanto bons como maus. E o salão de festas ficou cheio de gente. (Mateus 22:10 NTLH)

Nesse verso, podemos observar que os empregados apressadamente e eficientemente cumpriram a missão, sem restrição de pessoas, pois o modo como elas recebiam o convite é que determinava se seriam transformadas em convidadas ou não, ou seja, caso elas se arrependessem e mudassem de vida se tornariam convidadas. O verso também destaca o fato de uma grande quantidade de pessoas ter aceitado a ponto do local da festa ficar cheio.

É exatamente isso que Deus espera de nós, que somos Seus empregados, ou seja, que tenhamos um senso de urgência para cumprir a missão recebida, como também que cumpramos a missão sem julgar ninguém ou escolher quem deve ou não receber o convite, mas crendo que todos que receberem o convite adequadamente se transformem em convidados.

E, principalmente, precisamos cumprir a missão por ter o mesmo desejo de Deus em ver o Céu cheio de pessoas.

—O Reino do Céu é ainda como uma rede que é jogada no lago. Ela apanha peixes de todos os tipos. E, quando está cheia, os pescadores a arrastam para a praia e sentam para separar os peixes: os que prestam são postos dentro dos cestos, e os que não prestam são jogados fora. (Mateus 13:47-48 NTLH)

Nesse verso, podemos observar que o Senhor Jesus está comparando aqueles que estão no Seu Reino com pescadores que utilizam redes para capturar peixes. É importante destacar que a rede faz um arrastão na área do lago onde ela é lançada e nada escapa dela. Na rede, são apanhados todos os tipos de peixe, e por isso é necessário uma seleção. Isso significa que nós precisamos atuar dessa forma, ou seja, fazer um arrastão na “lagoa missionária” que Deus nos colocou e trazer todas as pessoas que encontrarmos, mas não cabe a nós fazermos a seleção, pois essa tarefa é exclusiva de Jesus.

Com a pá que tem na mão, ele (Jesus) vai separar o trigo da palha. Guardará o trigo no seu depósito, mas queimará a palha no fogo que nunca se apaga. (Mateus 3:12 NTLH)

3. Devemos nos apresentar de forma adequada diante de Deus

Quando o rei entrou para ver os convidados, notou um homem que não estava usando roupas de festa e perguntou: “Amigo, como é que você entrou aqui sem roupas de festa?” — Mas o homem não respondeu nada. (Mateus 22:11-12 NTLH)

Nesses versos, podemos constatar que o Rei, antes da cerimônia de casamento do Seu filho, vai fazer uma vistoria nos convidados e identificar aqueles que não estão vestidos adequadamente. Ou seja, Ele vai sondar todos os cristãos e identificar aqueles que não se mantiveram fiéis e que estão vivendo apenas de aparências.

Note ainda que o Rei questionou-o sobre como ele entrou na festa. É claro que Ele sabia como, mas Ele estava fazendo o convidado refletir sobre o seu conhecimento a respeito da festa e as condições em que ele se encontrava no momento do convite. De igual forma, Deus nos leva a refletir sobre o conhecimento que possuímos Dele e a condição da qual Ele nos tirou, pois esses são os motivos para nos mantermos na condição em que Ele espera.

Tu aceitas os que fazem com prazer o que é direito, os que lembram de viver de acordo com a tua vontade. Tu estavas irado conosco, mas nós continuamos a pecar; só seremos salvos se andarmos nos caminhos antigos. Todos nós nos tornamos impuros, todas as nossas boas ações são como trapos sujos. Somos como folhas secas; e os nossos pecados, como uma ventania, nos carregam para longe. (Isaías 64:5-6 NTLH)

Nesses versos, aprendemos que as nossas boas ações, ou seja, o cumprimento da vontade de Deus é que gera em nós a roupa adequada para participarmos da cerimônia de casamento (Ap. 19:8). No entanto, se mesmo depois de vestidos voltarmos a pecar, nossas roupas de festa serão transformada em trapos sujos e vestes inadequadas para a cerimônia.

É importante lembrar que enquanto a hora da cerimônia não chega (Jesus voltar ou morrermos), sempre teremos a oportunidade de nos arrependermos e voltarmos para a vontade de Deus. Com isso, nossas vestes de trapos sujos serão substituídas por roupas de festas novamente. Porém, não use isso como justificativa para as quedas, pois pode ser que você não tenha tempo suficiente para o retorno.

Josué, vestido com roupas sujas, continuava de pé em frente do Anjo. Aí o Anjo disse aos seus ajudantes que tirassem a roupa de Josué e depois lhe disse: —Assim eu tiro os seus pecados e agora vou vesti-lo com roupas de festa. (Zacarias 3:3-4 NTLH)

4. Se não tivermos nada para apresentar a Deus, seremos rejeitados

Então o rei disse aos empregados: “Amarrem os pés e as mãos deste homem e o joguem fora, na escuridão. Ali ele vai chorar e ranger os dentes de desespero. ” E Jesus terminou, dizendo: —Pois muitos são convidados, mas poucos são escolhidos. (Mateus 22:13-14 NTLH)

Nesses versos, podemos observar o Rei dando ordens para seus servos amarrarem o convidado vestido de forma inadequada e lançá-lo na escuridão, onde vai chorar e ranger os dentes de desespero.

Notem que Ele só deu essa instrução quanto tudo estava pronto para a cerimônia de casamento; isso porque é da vontade do Rei que a pessoa se arrependa e tenha suas roupas transformadas, e também para não correr o risco de comprometer aqueles que estão adequados para a cerimônia.

Deixem o trigo e o joio crescerem juntos até o tempo da colheita. Então eu direi aos trabalhadores que vão fazer a colheita: “Arranquem primeiro o joio e amarrem em feixes para ser queimado. Depois colham o trigo e ponham no meu depósito.” (Mateus 13:30 NTLH)

Esse verso explica bem o momento da separação dos dois tipos de cristão: os joios, ou seja, aqueles que não se arrependeram, não mudaram de vida e não cumpriram a vontade de Deus, e que por isso não tinham vestes adequadas, e os trigos, ou seja, os que se arrependeram, mudaram de vida e cumpriram a vontade de Deus e por isso estavam vestidos adequadamente.

Alguém perguntou: —Senhor, são poucos os que vão ser salvos? Jesus respondeu: —Façam tudo para entrar pela porta estreita. Pois eu afirmo a vocês que muitos vão querer entrar, mas não poderão.

—O dono da casa vai se levantar e fechar a porta. Então vocês ficarão do lado de fora, batendo na porta e dizendo: “Senhor, nos deixe entrar!” E ele responderá: “Não sei de onde são vocês.” (Lucas 13:23-25 NTLH)

Portanto, que nós aceitemos o convite para a cerimônia de casamento, ou seja, que aceitemos a Jesus como Senhor e Salvador de nossas vidas, nos arrependamos de nossos pecados, mudemos de vida e nos dediquemos ao cumprimento da missão de distribuir o convite para todas as pessoas que Ele colocar em nossas vidas.

Que perseveremos na urgência e na excelência do cumprimento da missão que recebemos, até que ela se transforme em roupas de casamento aceitáveis ao Rei e nos fazer merecedores das festividades, a fim de não corrermos o risco de, mesmo tendo recebido o convite, sermos expulsos da festa.

Que Deus nos abençoe!

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