Texto base:
Mateus 6:10
📖 Venha o teu Reino. Que a tua vontade seja feita aqui na terra como é feita no céu! (Mt.6:10 NTLH)
Os discípulos pediram a Jesus que os ensinasse a orar (cf. Lc.11:1). Então, Jesus lhes apresentou um esboço (modelo) de oração, no qual Ele dava as bases para uma oração sincera ao Deus que é Único. Nesse esboço, Jesus verbaliza a frase do nosso texto-base. Ela é mais que um pedido; é um convite a aceitarmos como parte da base da nossa fé, a fim de vivermos de uma forma radicalmente diferente.
Muitos de nós, de forma quase automática, vivemos “na Terra como ela é na Terra”. Ou seja, nossas vidas são moldadas pelas circunstâncias que nos cercam. Se há problemas, ficamos perturbados. Se há reveses, desanimamos. Se somos ofendidos, guardamos raiva e ressentimento. Nossa paz, alegria e bem-estar parecem oscilar de acordo com o que acontece ao nosso redor. Mas o Senhor nos chama para algo muito maior! Ele nos convida a vivermos “na Terra como é no Céu”.
Reflita: como o princípio de “viver na Terra como é no Céu” desafia a maneira como você lida com as dificuldades e circunstâncias da vida? De que forma a oração – conforme ensinada por Jesus – pode ser um caminho prático para alinhar sua vida terrena com os princípios celestiais? Quais são as atitudes ou ações que devemos tomar para confiarmos e sermos mais fiéis a Deus em relação ao nosso modo pensar, falar e agir?
Vamos explorar essa verdade em dois pontos simples, mas profundos, que nos ajudarão a vivermos uma vida de impacto, fé e esperança no nosso dia a dia.
1. Tenhamos cuidado para não vivermos a vida como ela é na Terra
Nós precisamos reconhecer e abandonar o estilo da mentalidade terrena, deixar de “viver a vida como ela é vivida na terra”. Quando vivemos sob essa ótica, permitimos que as situações, as emoções e as ações das pessoas ao nosso redor ditem o ritmo e a qualidade da nossa vida. É como se a nossa paz fosse um barco à deriva, dependendo do tamanho das ondas do mar. Se o mar está agitado, nossa paz é balançada. Se o mar está calmo, então, temos paz.
Reflita: como a “mentalidade terrena”, mencionada no texto, manifesta-se no seu dia a dia e afeta a sua paz interior? Quais passos práticos você pode dar para deixar de ser “um barco à deriva”, a fim de construir uma amizade com Deus mais resistente, independentemente das circunstâncias externas? Quais são as atitudes ou ações que devemos tomar para confiarmos e sermos mais fiéis a Deus em relação ao nosso modo pensar, falar e agir?
O sábio ensinou o seguinte:
📖 Tenha cuidado [observe, vigie, fique alerta ou de guarda] com o que você pensa [com os pensamentos e sentimentos que procedem da alma], pois a sua vida é dirigida pelos seus pensamentos. (Pv.4:23 NTLH)
Em termos práticos, a lição do sábio é a seguinte: quantas vezes deixamos que um problema familiar, um conflito no trabalho, ou até mesmo um comentário impensado roube a nossa alegria e a nossa confiança e fidelidade a Deus? Se o nosso coração está arraigado nas circunstâncias terrenas, ele será constantemente abalado.
Reflita: como você pode aplicar o conselho de “vigiar seus pensamentos” para evitar que as circunstâncias externas abalem sua alegria e confiança? De que maneira a sua “fidelidade a Deus” pode ser fortalecida ao direcionar seus pensamentos para além das preocupações e problemas terrenos? Quais são as atitudes ou ações que devemos tomar para confiarmos e sermos mais fiéis a Deus em relação ao nosso modo pensar, falar e agir?
Vejamos o exemplo de José no Antigo Testamento. Ele foi traído pelos irmãos, vendido como escravo e preso injustamente. Se José vivesse “na Terra como a vida é na Terra”, ele teria se afundado na amargura, no ódio e na desesperança. Mas ele não o fez. A Bíblia nos mostra que “o SENHOR estava com José e ele com o SENHOR” (cf. Gn.39:2, 21).
José escolheu viver de uma perspectiva diferente, confiando que Deus tinha um plano, mesmo em meio às piores adversidades. Por isso, ele não se tornou refém de suas emoções e sentimentos de sua situação.
Reflita: como a história de José desafia a ideia de que nossas circunstâncias definem nossa resposta à vida? Que atitudes ou escolhas práticas você pode aprender com José para não se tornar refém das suas emoções e sentimentos diante das adversidades? Quais são as atitudes ou ações que devemos tomar para confiarmos e sermos mais fiéis a Deus em relação ao nosso modo pensar, falar e agir?
2. Aprendamos a viver sobre a Terra, conforme os princípios da vida no Céu
Esse é um ponto central e transformador: precisamos começar a viver a vida “na Terra como ela é no Céu”. O que isso significa? Significa trazer a realidade do Céu para a nossa realidade terrena. No Céu, a vida é perfeita (cumpre os objetivos de Deus), ela é cheia de paz inabalável, alegria completa, justiça plena, e a presença de Deus é constante.
O salmista declarou o seguinte: 📖 “Ó SENHOR Deus, a tua palavra dura para sempre; ela é firme como o céu.” (Sl.119:89 NTLH) O sentido desse verso é nos dizer que a Palavra de Deus, que é a Sua vontade, está para sempre estabelecida na Eternidade, tão inabalável quanto o Céu.
Viver “na terra como é no Céu” é uma questão de fé e perspectiva. É crer que, independentemente do que aconteça aqui na terra, a realidade de Deus e Seus princípios são superiores e devem guiar nossas vidas.
Reflita: como a descrição da “vida no Céu” (paz inabalável, alegria completa etc.) pode transformar sua perspectiva sobre os desafios que você enfrenta na Terra? De que forma a crença de que a Palavra de Deus é “firme como o céu” pode influenciar suas escolhas e atitudes diárias, independentemente das circunstâncias? Quais são as atitudes ou ações que devemos tomar para confiarmos e sermos mais fiéis a Deus em relação ao nosso modo pensar, falar e agir?
Pense em um astronauta na Estação Espacial Internacional. Lá, ele não sente a gravidade da mesma forma que sentimos aqui na Terra. Ele não é afetado pelas tempestades ou pelas secas que ocorrem abaixo. Nesse ambiente, ele vive em uma realidade diferente, com suas próprias leis e princípios (regras). Da mesma forma, segundo Paulo, o apóstolo de Cristo Jesus, nós somos chamados a viver como “cidadãos do Céu” enquanto estamos aqui na terra (cf. Fp.3:20). Nossa verdadeira esperança, cidadania e os princípios que nos regem vêm do Céu.
Quando vivemos “na terra como é no Céu”, manifestamos características divinas em nosso dia a dia:
- Paz com Deus em meio às tempestades. O apóstolo Paulo nos ensina que, pelo fato de estarmos unidos com Cristo Jesus, temos amizade (ou paz) com Deus, a qual excede todo o entendimento humano. Por causa dessa paz, vigiamos a nossa alma para que ela se submeta à vontade divina em todas as nossas decisões e desafios. ( Fp.4:7) Essa paz não depende da ausência de problemas, mas da presença de Deus.
- Alegria inabalável. Não aquela alegria que vem de risadas constantes, mas a alegria do Senhor, que é a nossa força ( Ne.8:10), sustenta-nos mesmo nas provações quando damos a Ele o controle de nossos corações – pensamentos, sentimentos e desejos.
- Perdão em vez de amargura. Em vez de guardar ressentimento, liberamos o perdão, lembrando que Cristo nos perdoou ( Ef.4:32) e que no Céu não há espaço para a amargura.
- Confiança em vez de ansiedade. Lançamos sobre Ele toda a nossa ansiedade, porque Ele tem cuidado de nós ( 1 Pe.5:7), sabendo que Sua provisão é perfeita.
Reflita: (1) Como a paz com Deus, que “excede todo o entendimento humano”, pode transformar a sua resposta diante das “tempestades” da vida, independentemente da ausência de problemas? (2) De que forma a “alegria do Senhor”, descrita como a nossa força, pode ser cultivada em seu dia a dia para sustentá-lo mesmo em meio às provações, sem depender de risadas constantes? (3) Ao considerar que “no Céu não há espaço para a amargura”, como você pode praticar o perdão de forma mais consistente em suas relações, liberando o ressentimento e lembrando-se do perdão recebido em Cristo? (4) Como a confiança na provisão perfeita de Deus o incentiva a lançar sobre Ele toda a sua ansiedade, e que passos práticos você pode tomar para viver menos preocupado com o futuro? Quais são as atitudes ou ações que devemos tomar para confiarmos e sermos mais fiéis a Deus em relação ao nosso modo pensar, falar e agir?
Concluindo:
Quando escolhemos viver a vida pelo princípio (pela regra divina) “do Céu para a Terra”, nossa perspectiva muda. Nossos olhos não estão fixos nos problemas terrenos, mas no Senhor Jesus, que reina no Céu e em nossas vidas aqui na Terra (cf. Mt.28:18). Nossas reações não são baseadas em emoções momentâneas, mas na verdade eterna de Deus. A nossa esperança não é uma expectativa vaga, mas uma certeza fundamentada nas promessas Daquele que é fiel e que há de vir, ou seja, em Jesus (cf. Jo.14:1-3,18,28).
Deus nos chama para uma mudança de estilo de vida. Não somos chamados a simplesmente sobreviver na terra, mas a vencer os pensamentos deste mundo com a mentalidade do Céu. Não permita que suas circunstâncias ditem sua vida e a sua alegria. Busque viver cada dia não “da terra para a terra”, nem mesmo “da terra para o Céu”, mas “do Céu para a terra”. Traga a realidade, a paz, a alegria, a justiça e o amor de Deus que estão no Céu para sua vida aqui e agora.
Quais são as atitudes ou ações que devemos tomar para confiarmos e sermos mais fiéis a Deus em relação ao nosso modo pensar, falar e agir?
Que a sua fé seja fortalecida e sua confiança em Deus se aprofunde ao você decidir viver “na terra como é no Céu”. Que a esperança inabalável do Reino de Deus inunde seu cotidiano, trazendo impacto, paz e um testemunho vivo àqueles ao seu redor.
Que Deus nos abençoe!