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Resistindo ao Inimigo – Parte 4: Tempos difíceis, tempo de fé

Texto base:

1 Reis 17:1

📖 Um profeta chamado Elias, de Tisbé, na região de Gileade, disse ao rei Acabe: —Em nome do SENHOR, o Deus vivo de Israel, de quem sou servo, digo ao senhor (ao rei Acabe) que não vai cair orvalho nem chuva durante os próximos anos, até que eu diga para cair orvalho e chuva de novo. (1 Reis 17:1 NTLH)

Um resumo do contexto histórico:

  • Prosperidade econômica. Acabe era o rei de Israel (Reino do Norte). Acabe manteve a estabilidade política e econômica herdada de seu pai, Onri. O comércio promovido pelo rei Acabe resultou em um período de relativa riqueza para o reino. Cidades e palácios foram construídos. Para muitos, o clima era de felicidade e de bênçãos divinas, mas despercebiam a toxidade dele por meio de práticas espirituais e morais perversas.
  • O “sincretismo” religioso – a junção, fusão ou a mistura de crenças. Ao se casar com Jezabel, a princesa fenícia de Tiro e Sidom, Acabe trouxe graves consequências para Israel e seu relacionamento com Deus. Jezabel, uma devota fervorosa do deus pagão Baal, incentivou a adoração a essa divindade em larga escala, por meio de seus profetas (pregadores, mensageiros ou instrutores). Eles, mentirosamente, ensinavam ao povo israelita que o deus Baal era a representação física do “Deus Único” – o Deus de Israel.
    • Para alastrar essa falsa crença, Jezabel mandou construir templos e altares para o culto a Baal e passou a perseguir os mensageiros do Deus de Israel. Os israelitas, ao abandonarem a fé genuína no “Deus que é Único”, deixaram de viver para os Seus propósitos e passaram a buscar na religião a ajuda para os seus interesses e prazeres pessoais. Perdendo o discernimento da voz genuína de Deus, o povo de Israel deixou de resistir às mentiras de Jezabel. ( Ap.2:18-29)
    • Deixando de resistir às mentiras dessa fusão religiosa e conseguindo uma vida mais cômoda e sem perseguições, aos poucos, os israelitas passaram a crer em Baal e se prostituíram com as sacerdotisas pagãs. Em nome de uma vida mais agradável, eles sacrificavam suas crianças nos altares pagãos, praticavam o autoflagelamento e passaram a adorar outros deuses. ( Êx.20:1-6)
    • Enquanto o país se mantinha em uma relativa estabilidade econômica, pelo menos à “alta corte”, a sociedade se corrompia, tanto no campo espiritual como moral. Então, o “Deus Único”, que tudo observa, levanta Elias e o conduz até o rei Acabe para lhe trazer uma mensagem divina contra seus pecados.
  • Elias, o profeta de Deus, considerado como inimigo de Israel. Para Acabe e sua esposa Jezabel, Elias era um perturbador ( 1 Re.18:17) e um inimigo a ser eliminado. Para Deus, ele era um servo fiel e escolhido para confrontar toda a filosofia pagã, a perversidade política e provar a soberania de Deus. Acabe e Jezabel precisavam saber que o reino de Israel pertencia a Deus e não a eles. Suas práticas e influências filosóficas fizeram com que Deus ficasse do lado de fora da vida de Seu povo. (cp. Ap.3:14-22) Esse quadro não é diferente do que vemos, em muitos lugares, na atualidade.

Introdução:

No último domingo (24/08/2025), eu compartilhei com vocês que devemos vestir, “por completo”, a armadura que Deus nos dá e que ela é uma representação da vida e do poder de Jesus que nos reveste. Na Bíblia, nós encontramos exemplos de homens e mulheres que enfrentaram “Tempos Difíceis” e que, revestidos dessa “armadura”, transformaram-nos em um “Tempo de Fé”.

Hoje, veremos como essa “armadura espiritual” estava presente na vida do profeta Elias que, agindo sob a mão de Deus, transformou “Tempos Difíceis” em um “Tempo de Fé”. Elias profetizou contra uma maldosa liderança política e religiosa que, adotando conceitos pagãos e cheios de perversidades, contrariava os preceitos espirituais e morais exigidos por Deus ao Seu povo.

A vida de Elias foi uma batalha constante contra as forças espirituais da maldade e da idolatria pagã no seu tempo, tendo como seus agentes o rei Acabe e a rainha Jezabel. Elias precisou se manter revestido com a “armadura de Deus” para resistir e lograr êxito na sua missão.

1. Elias fez uso do cinturão da verdade – (1 Re.17:1)

📖 Um profeta chamado Elias, de Tisbé, na região de Gileade, disse ao rei Acabe: —Em nome do SENHOR, o Deus vivo de Israel, de quem sou servo, digo ao senhor (ao rei Acabe) que não vai cair orvalho nem chuva durante os próximos anos, até que eu diga para cair orvalho e chuva de novo. (1 Reis 17:1 NTLH)

Em um tempo de mentiras e práticas pagãs, a primeira atitude de Elias foi a de transmitir a verdade divina: “O SENHOR é o Único e Verdadeiro Deus” (cf. Êx.20:1-6). Essa verdade, enraizada em seu espírito e alma, o fortaleceu para enfrentar o sistema brutal e profetizar a seca que viria, a qual destruiria todo o poder econômico do país e humilharia a corte, que se achava soberana. (cf. Is.40:15-17).

➡️ Aprendamos a nos fortalecer no SENHOR, o “Deus Único”, pois é Dele que recebemos força e adquirimos coragem, a fim de enfrentarmos os desafios e sistemas opressores ao nosso redor. (cf. Ef.6:10)

2. Elias fez uso da couraça da justiça – (1 Re.18:21)

📖 Elias chegou perto do povo e disse: —Até quando vocês vão ficar em dúvida sobre o que vão fazer? Se o SENHOR é Deus, adorem o SENHOR [sigam-No e andem conforme Suas Instruções]; mas, se Baal é Deus, adorem Baal [sigam-no e andem conforme suas instruções]! Porém o povo não respondeu nada. (1 Re.18:21 NTLH)

Elias, no monte Carmelo, não busca a sua própria justiça, mas age com a justiça de Deus, confrontando a injustiça e a hipocrisia do povo. Sua ação naquele monte desafia as instruções dos mensageiros de Baal, demonstrando sua integridade e compromisso com a retidão divina. Elias propõe uma escolha, chamando o povo ao arrependimento (a mudar a maneira de pensar).

➡️ Vivamos para sermos aprovados por Deus, pois é esse o modo para confrontarmos a hipocrisia, a injustiça e toda falsidade, a fim de conduzirmos as pessoas a pensarem sobre a realidade e a importância da Verdade divina em suas vidas. (cf. Is.55:7-9)

3. Elias fez uso das sandálias do Evangelho da paz – (1 Reis 18:36-39 NTLH)

➡️ 36 Quando chegou a hora do sacrifício da tarde, o profeta Elias chegou perto do altar e orou assim: —Ó SENHOR, Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó! Prova agora que és o Deus de Israel, e que eu sou teu servo, e que fiz tudo isto de acordo com a tua ordem. 37 Responde-me, ó SENHOR, responde-me, para que este povo saiba que tu, o SENHOR, és Deus e estás trazendo este povo de volta para ti! 38 Então o SENHOR mandou fogo. E o fogo queimou o sacrifício, a lenha, as pedras, a terra e ainda secou a água que estava na valeta. 39 Quando viram [consideraram, discerniram] isso, os israelitas se ajoelharam, encostaram o rosto no chão e gritaram [responderam com todo o coração / alma]: —O SENHOR é Deus! Só o SENHOR é Deus! (1 Reis 18:36-39 NTLH)

Em resposta às palavras e à oração de Elias, para que o povo soubesse que Deus é o SENHOR, um fogo santo desceu do Céu no Monte Carmelo e serviu para produzir a paz, a reconciliação do povo com Ele. A declaração do povo “O Senhor é Deus” representa a restauração do relacionamento com Deus. Elias se tornou o mensageiro dessa paz, mostrando que a obediência e o arrependimento trazem reconciliação com o Pai. Elias reconduziu o povo à amizade com Deus – a ter paz com o Eterno.

➡️ Oremos, vivamos e falemos conforme a vontade de Deus, e assim, cooperaremos com os Seus objetivos e conduziremos pessoas a se unirem a Ele. (cf. Mt.5:6-9)

4. Elias fez uso do escudo da fé – (1 Re.19:1-8)

Após a vitória no Carmelo, Elias foi ameaçado por Jezabel e fugiu para o deserto, caindo em desânimo. “Seu escudo da fé” foi temporariamente enfraquecido. No entanto, Deus não o abandona, mas o sustenta e fortalece, fornecendo-lhe pão e água. Então, sua fé é restaurada. Reanimado e restaurado, Elias caminha 40 dias até o monte Horebe Após a grande vitória, Elias se desanima, mas Deus o sustenta. E isso é uma prova de que a confiança (fé e persistência), mesmo quando abalada, a força e as provisões divinas não lhes faltaram, permitindo que ele, restaurado, continuasse na batalha espiritual.

➡️ Quando nossa fé é abalada, confiemos no apoio, no sustento e nas provisões de Deus, que nos fortalecem na nossa caminhada com Cristo e em nossos desafios espirituais. (cf. Mt. 6:25-34)

5. Elias fez uso do capacete da salvação – (1 Re.19:9-18)

No monte Horebe, Elias, que havia caído em desespero e depressão, recebe a renovação de sua missão diretamente de Deus. O Senhor o salvou do desespero e do medo, renovando sua mente e seu propósito. A voz divina, mansa e suave, não é apenas uma manifestação, mas tinha o propósito de restaurar sua identidade e firmeza de propósito, lembrando-o de que a verdadeira vitória não está na força humana, mas na atitude de se manter confiante na presença de Deus.

A voz mansa e delicada do Eterno ainda hoje ecoa, e nossa grande tarefa é silenciar nosso próprio ruído para podermos ouvi-la. Elias precisou eliminar as vozes de seus desejos interiores e pessoais, a fim de devolver a Deus o comando de seus passos e vida, para continuar cumprindo sua missão e os objetivos divinos com confiança, na força do SENHOR.

➡️ Sosseguemos nossa alma na presença de Deus, pois é Dele, e não em nossa própria força, que encontramos salvação, renovação de mente e ajuda em tempos difíceis. (cf. Sl.4:4; Mt. 11:28-30)

6. Elias fez uso da espada do Espírito – (1 Re.18:27,40)

📖 27 Ao meio-dia, Elias começou a caçoar deles. Ele dizia: —Orem mais alto, pois ele é deus! Pode ser que esteja meditando ou que tenha ido ao banheiro. Talvez ele tenha viajado ou talvez esteja dormindo, e vocês terão de acordá-lo! 40 Elias ordenou: —Prendam os profetas [instrutores, mensageiros] de Baal! Não deixem escapar nenhum! Todos foram presos, e Elias fez com que descessem até o riacho de Quisom e ali os matou. (1 Re.18:27,40 NTLH)

A espada do Espírito é uma representação da Palavra de Deus. A arma principal de Elias foi a sua profecia e a sua declaração da verdade de Deus. Ele usou sua fé na Palavra de Deus para desmascarar os falsos profetas e seus deuses falsos. Elias expôs a tolice da idolatria e, finalmente, cumpriu a justiça divina, ou seja, a destruição dos profetas de Baal.

➡️ Aprendamos a usar a Palavra de Deus como nossa principal arma, declarando a verdade e desmascarando a falsidade para que “a justiça divina se cumpra”. (cf. Mt. 4:1-11)

7. Humildemente, Elias orou a Deus – (1 Re.18:42)

📖 42 Enquanto Acabe foi comer, Elias subiu até o alto do monte Carmelo. Ali ele se inclinou até o chão, pôs a cabeça entre os joelhos [humildemente, Elias se pôs a orar] 43 e disse ao seu ajudante: —Vá e olhe para o lado do mar. O ajudante foi e voltou dizendo: —Não vi nada. Sete vezes Elias mandou que ele fosse olhar. 44 “Na sétima vez, ele voltou e disse: —Eu vi subindo do mar uma nuvem pequena, do tamanho da mão de um homem. Então Elias mandou: —Vá aonde está o rei Acabe e lhe diga que apronte o carro e volte para casa; se não, a chuva não vai deixar.” (1 Re.18:42-44 NTLH)

Elias subiu ao topo do monte Carmelo e curvou o corpo para a terra, com o rosto colocado entre os joelhos. A seguir, mesmo sem ver sinais de chuva, ele mandou seu servo verificar o céu, repetidamente. Então, seu criado viu uma pequena nuvem aparecer. A sua oração foi ouvida.

Ao meditarmos na vida de Elias, vemos que a armadura de Deus não é apenas uma lista de virtudes, mas “um modo de vida ativo e prático” na batalha espiritual – contra os poderes invisíveis e destruidores. Cada peça é essencial para a vitória.

A vida de Elias nos ensina que, assim como ele, podemos enfrentar as forças do mal e viver uma vida de fé e obediência, revestidos de Cristo, a “Armadura espiritual” que Deus nos oferece.

Que Deus nos abençoe!

Walter de Lima Filho