Crônica escrita por Walter de Lima Filho – Baseada em 2 Coríntios 2:11 – 11/08/2025
O sol entrava pela fresta da janela, mas a claridade não era suficiente para dissipar a névoa na alma. Aquela sensação pesada, um cansaço que não vinha dos músculos, mas da própria essência. Era como se uma voz silenciosa, mas insistente, sussurrasse as mesmas velhas mentiras. “Você não é bom o suficiente. Você errou de novo. Ninguém se importa, e Deus, bom… Ele está ocupado demais para você.”
Eu sabia de onde vinha essa voz. Ela tinha um padrão, uma repetição que era quase previsível. Era a mesma tática de sempre, um veneno sutil que se disfarçava de pensamento lógico, de autocrítica saudável. Parecia uma preocupação genuína, MAS O ÚNICO OBJETIVO ERA ME AFASTAR DA MINHA FÉ EM CRISTO, FAZENDO-ME ESQUECER DE QUEM EU ERA DE VERDADE.
As promessas eram sedutoras, os caminhos pareciam fáceis, mas eu já conhecia o destino: o desânimo, a culpa, a vergonha que me faziam querer me esconder. Essa tática do isolamento era uma das favoritas. O diabo sabe que um soldado sozinho é uma presa fácil. Ele nos quer longe da família espiritual, dos amigos verdadeiros, e principalmente, da Palavra que nos dá força.
Mas um dia, algo mudou. Eu estava no fundo do poço, com a alma em frangalhos, e a voz se tornou tão alta que quase se tornou audível. Foi então que uma outra voz, que eu tinha esquecido de ouvir, se fez presente – a voz do Espírito de Deus. Não era um grito, mas uma verdade tranquila e poderosa que ressoava mais forte do que todas as mentiras.
Era a voz da esperança. Ela me lembrou de algo que eu havia lido há muito tempo, algo sobre estarmos “EM GUARDA”, vigie! Me lembrou que eu não estava sozinho nessa luta. Que o inimigo é forte, sim, mas que meu Deus é Todo-Poderoso e já o venceu na cruz.
A crônica da vida não se trata de nunca cair, mas de como nos levantamos. Trata- se de ter coragem para lutar quando a alma está cansada, de ter fé quando a visão está turva. De se apegar à Palavra de Deus como um mapa de batalha e de se conectar com a família espiritual, os irmãos que podem nos ajudar a nos reerguer.
A persistência na fé e na Palavra de Deus se tornou a minha arma. A cada mentira sussurrada, eu respondia com uma verdade. A cada acusação, eu me lembrava do perdão que me foi dado. Eu parei de me esconder e comecei a me fortalecer. A névoa na alma ainda aparece, mas agora eu a reconheço. Eu sei que ela não tem poder sobre
mim.
Então, sim, essa batalha é real e ela acontece todos os dias, bem no nosso cotidiano. Mas a vitória não é uma promessa distante, ela é uma escolha diária. A escolha de permanecer em guarda, de confiar, de ter esperança nas promessas divinas. A escolha de ser mais do que um peão no jogo do inimigo, mas um filho amado, com uma armadura completa e a certeza da vitória.
Pense:
1 – Qual é a principal tática que o “inimigo” usa para nos afastar de nossa fé em Cristo e da nossa “família espiritual”?
2 – A crônica menciona que “a vida não se trata de nunca cair, mas de como nos levantamos”. Na sua opinião, qual é o significado dessa frase no contexto de suas próprias lutas e desafios?
3 – A crônica faz uma analogia entre a vida e uma batalha. Com base na leitura, o “guerreiro” decidiu tomar certas ações, para lutar contra as “mentiras sussurradas” pelo Inimigo e a “névoa”, na qual a sua alma estava envolta? Quase foram essas ações?