Crônica escrita por Walter de Lima Filho – Baseada em Efésios 6:10,11 – 17/08/2025
Era como se o mundo pesasse em meus ombros. Você já se sentiu assim? No meu caso, não era um peso físico, desses que a gente sente no corpo e pode aliviar, logo após um cochilo. Era um fardo na alma, estranho e sufocante. Uma voz sutil e insistente sussurrava mentiras, pintando um futuro cinzento e um presente sem esperança. Eu me sentia fraco, desprotegido, como um soldado em meio à batalha sem sequer ter uma espada na mão.
A nossa vida é assim, cheia de batalhas e uma delas, é contra um “Inimigo que ninguém vê”. Esse Inimigo tenta nos influenciar a desanimar, ficarmos ansiosos e criar em nós uma sensação de que não somos bons o suficiente. Esse “Inimigo” não tem chifres ou rabo, mas age de forma sorrateira e muito mais perigosa: com seus sussurros cria artimanhas, ciladas, plantando a dúvida e o medo na alma, onde deveria florescer a paz e a amizade com Deus.
Eu lia em Efésios 6, sobre “a armadura de Deus”, sobre a força que vem do “Alto”, mas sentia que eram palavras distantes. Como vestir algo que não se toca? Como se fortalecer, se a fraqueza parecia ser a única coisa real? Então, um dia, ouvindo um pregador, eu entendi. A força não é minha, nunca foi. Eu me coloquei na figura de um barco a vela. É o vento que enche a vela do meu barco, e o que preciso fazer é posicionar as velas para que ele me leve adiante.
O apóstolo Paulo, em sua sabedoria divina, nos lembra de algo profundo: a luta não é contra pessoas, mas contra as forças espirituais que sussurram enganos. A “armadura”, então, não é de ferro, mas de fé – a unidade com a vida plena de Jesus. Ela é a verdade que silencia a mentira, a justiça que me faz caminhar de modo correto, o Evangelho que me dá faz ter paz com Deus e a espada do Seu Espírito, que é a própria Palavra de Deus.
Aprendi a me “revestir” diariamente. Não era um ritual mágico, mas um ato de “confiança e submissão” – de fé e fidelidade a Deus. Comecei a dedicar mais tempo à oração, ao estudo e à meditação da Bíblia. Aos poucos, a voz da mentira foi perdendo a força. O fardo na alma, aos poucos, foi se desfazendo. O peso do mundo já não parecia tão grande.
Ainda há dias de luta, de cansaço. A vigilância e a fé firme, como nos lembra Pedro (cf. 1 Pe.5:8,9), precisam ser constantes. Mas hoje, eu sei que não estou sozinho. E mesmo quando a aflição e o desânimo tentam me derrubar, sei que a força de Deus está disponível. Então, eu me lembro da “armadura espiritual” e a busco, me visto dela, e me mantenho firme “dentro dela”, de pé. A esperança não é mais uma palavra, mas a certeza de que a vitória já me foi dada.
“SENHOR dos exércitos, Deus de toda força e esperança,
Venho a Ti com a alma exposta, pois conheces o peso que carrego e as vozes que sussurram em minha mente. Tu sabes das batalhas invisíveis que enfrento, do cansaço que me faz fraquejar e da dúvida que tenta roubar a minha paz.
Peço que, por Tua graça, me ajude a me vestir com a armadura da Tua presença. Quero me cingir com a verdade para que eu não me perca nas mentiras. Quero me cobrir com a justiça para que eu possa caminhar em retidão. Quero calçar meus pés com o evangelho da paz, para que eu leve esperança em vez de desespero.
Que a minha fé seja o escudo que apaga todas as setas do inimigo, confessar e meditar na salvação como o meu capacete, guardando a minha mente e os meus pensamentos. E que a Tua Palavra seja a espada afiada, que eu possa usar para resistir e vencer.
Bendito sejas Tu, ó Eterno, Criador do Universo que me deu a Tua Palavra e o Teu Espírito: Fortalece-me em cada passo, em cada respiração. Que eu não confie nos meus pensamentos e sentimentos, na minha própria força, mas no Teu poder e bondade. Ajuda-me a lembrar que não estou só nesta luta e que, em Ti, a vitória já é certa. Em nome de Jesus. Amém!
Reflita:
Como podemos nos fortalecer diariamente no Senhor, sabendo que a força para resistir ao inimigo não vem de nós mesmos, mas da nossa escolha de nos unir a Ele?
A crônica fala sobre a armadura espiritual. Quais atitudes ou decisões diárias você pode tomar para se “revestir” com essa armadura e se proteger das ciladas do desânimo e da dúvida?
Diante das dificuldades da vida, como podemos manter a esperança e a fé, escolhendo ativamente confiar em Deus e na Sua Palavra, em vez de nos concentrarmos apenas nos nossos sentimentos e pensamentos negativos?
O texto nos lembra que a luta é real, mas não estamos sozinhos. De que forma a comunhão com outros cristãos e a persistência na oração podem nos ajudar a ficar firmes e a vencer?