O Deus da graça e da paz (Walter de Lima Filho – 11.05.2014)
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2 Conríntios 1:1,2
Nós, como uma igreja apostólica, só poderemos desfrutar da graça (recursos inesgotáveis) de Deus e de uma comunhão íntima (harmonia, paz salvadora) com Ele, quando vivermos segundo as nossas credenciais apostólicas.
Devemos entender que não existe nenhuma diferença entre a nossa igreja e a de Corinto. Por quê?
Primeiro: nós estamos sob a mesma autoridade apostólica – a nossa autoridade apostólica está nas Escrituras, ou seja, em observarmos e obedecermos aos ensinamentos dos apóstolos.
Segundo: tanto nós como eles temos a mesma identidade – somos a Igreja que pertence a Deus, para cumprirmos os propósitos do Deus Todo-Poderoso.
Terceiro: tanto eles como nós temos a mesma fonte graça e paz, ou seja, Deus Pai e Jesus Cristo.
1. Meditemos sobre as credenciais apostólicas, tanto de Paulo como da Igreja. (1:11ª)
“Eu, Paulo, apóstolo de Cristo Jesus pela vontade de Deus, escrevo junto com o nosso irmão Timóteo.”
Repare na construção deste verso, pois Paulo diz ser apóstolo de Cristo. Jesus é o nome e Cristo é a autoridade Divina para cumprir a Sua missão. Jesus significa “Salvador”, e Cristo, “o Ungido de Deus”, Aquele que tem e manifesta o poder do Senhor Deus para trazer a salvação.
Jesus veio a este mundo como Cristo, a fim de revelar aos homens a grandeza e a riqueza da graça de Deus, pois por meio dos Seus infinitos recursos, Ele deu oportunidade para que todos pudessem ter uma vida agradável aos olhos do Criador.
A autoridade de Cristo não é algo que está sobre qualquer pessoa que deduza ser cristã. No texto bíblico que lemos, Paulo nos diz duas coisas:
Ele se tornou um “representante” de Cristo, ou seja, ele foi chamado para dar continuidade à missão de Jesus sobre a Terra, sob a Sua autoridade.
Essa missão aconteceu pela escolha de Deus, e isso significa que tudo aconteceu no tempo e no modo de Deus, e que ele tomou a decisão de se submeter às decisões do Pai.
Essas duas coisas significam que Paulo desejava pertencer a Cristo, ou seja, à Sua autoridade Eterna, pelo fato de ter aceitado o chamado de Deus. Paulo não criou um ministério, mas o recebeu do próprio Senhor. Você não é um cristão por escolha pessoal e sim, pela escolha Divina.
1.1. Que eu entenda esta verdade: eu não escolhi ser cristão, mas fui escolhido por Cristo para sujeitar-me à Sua Autoridade, a fim de dar continuidade à Sua Missão.
Como vimos, Paulo nunca nomeou a si mesmo como apóstolo, mas recebeu essa incumbência do próprio Jesus.
15 Mas o Senhor disse a Ananias: – Vá, pois eu escolhi esse homem para trabalhar para mim, a fim de que ele anuncie o meu nome (…). (At.9:15 NTLH)
Uma igreja não se torna igreja por cumprir rituais ou regras religiosas, mas pela escolha Divina de cada um de seus membros, a fim de anunciar o Nome de Cristo, de acordo com o Seu Evangelho. Cada membro de uma igreja formada pelo próprio Deus deve ser escolhido por Ele e essa escolha acontece mesmo antes de ele ter nascido. Então, em um determinado instante da sua vida, Deus resolve revelar a ele a Pessoa de Jesus Cristo.
Paulo dá suporte a essa verdade quando fala sobre a soberana escolha Divina sobre a sua vida, a fim de ser apóstolo:
15 Porém Deus, na sua graça, me escolheu antes mesmo de eu nascer e me chamou para servi-lo. E, quando ele resolveu 16 revelar para mim o seu Filho a fim de que eu anunciasse aos não-judeus a boa notícia a respeito dele, (…). (Gl.5:15,16 NTLH)
1.2. Eu tenho autoridade Divina quando me submeto ao Seu Governo.
Pelo que lemos, Paulo recebeu um chamado Divino para viver sob a Sua autoridade ou unção. A sua autoridade ou unção apostólica dependia da sua sujeição constante ao governo de Deus e do cumprimento dos Seus planos como um apóstolo.
Muitos cometem o erro de buscarem a unção ou a autoridade Divina somente através de orações e jejuns. Entretanto, ela não é dada só pelo fato de a pedirmos em oração, mas a temos quando estamos dispostos a conhecer a vontade de Deus e oramos, a fim de cumpri-la sob a Sua autoridade, poder, recursos.
1.3. Que eu procure entender a missão apostólica dada por Deus a mim e à minha igreja.
Nós, como uma igreja que pertence a Deus, também temos uma missão apostólica, e o que vem a ser isso? A nossa missão apostólica neste mundo é amar a Deus e o próximo como amamos a nós mesmos. (cf. Mt.22:37-39)
No entanto, aqui cabe uma pergunta: Como nós podemos amar a Deus e o próximo? Cumprindo a missão que Jesus nos deu: falando aos outros sobre as intenções da Sua graça (evangelizar), ensinando-os como viver sob a Sua graça (discipular) e mostrando-lhes a necessidade de se integrarem na Família de Deus (pertencer a Deus por meio de Cristo e da Igreja), a fim de façam as obras que Deus planejou, por meio do “Corpo”. (cf. Mt.28:19,20) Basicamente, essa é a mensagem apostólica.
Como nós poderíamos resumir a mensagem apostólica?
Amando a Deus e ao próximo como a nós mesmos, provamos que amamos a Ele, dando ao próximo o que temos recebido do Senhor.
Aceitando as intenções da graça de Deus para resgatar-nos de uma geração corrupta e má, aceitamos a incumbência de vivermos sob a dependência da Sua graça cheia de recursos inesgotáveis.
Aceitando os ensinamentos de Jesus, para vivermos uma vida aprovada por Deus, passamos a viver pelos valores de Deus e ensiná-los àqueles que o próprio Deus aproxima de nós.
Pertencendo à Igreja que pertence a Deus, provamos que amamos a Sua Igreja, pois quem ama a Cristo, ama a Sua Igreja.
Os resultados serão maravilhosos nas vidas dos que aceitam a mensagem de Deus, mas os que não a aceitam, zombarão, e em algumas situações, agirão com certa violência contra os que a aceitam e anunciam os valores do Evangelho de Jesus Cristo.
Nós somos pessoas chamadas por Deus para vivermos sob a autoridade apostólica, ou seja, segundo os escritos dos apóstolos. Portanto, sempre chegará o momento em que teremos que avaliar o modo como temos reagido aos ensinamentos apostólicos. Muitos,
Entregam-se a ela, entendo-a apenas como um conforto para suas almas.
Aceitam-na como relevante em alguns momentos, e noutros não, dependendo da situação ou circunstância em que se encontram.
São capazes de conviver com ela, mas a rejeitam no coração.
Rendem-se a ela, comprometem-se com ela e passam a lutar contra suas paixões carnais, a fim de
viver uma vida agradável a Deus e comprometida com os Seus alvos.
Em qual delas nós nos encaixamos?
As credenciais de uma igreja apostólica é que ela pertence somente a Cristo, à Sua autoridade. Sendo assim, ela tem prazer em obedecer a Jesus, anunciando às pessoas toda a verdade sobre o caráter e a missão de Jesus.
2. O Evangelho deve ser o mesmo para todas as pessoas. (1:1b)
…Escrevo (…) esta carta à igreja de Deus que está na cidade de Corinto e também a todo o povo de Deus espalhado por toda a província da Acaia. (1b)
Quando Paulo usa a expressão “à igreja de Deus”, a sua intenção era lembrar os cristãos de Corinto, que eles pertenciam a Deus. Isso significa que eles pertenciam a “Alguém” muito maior do que eles mesmos, assim como sobre qualquer circunstância da vida.
2.1. Eu não pertenço a uma entidade terrena, mas a Deus.
Uma vez que temos a convicção de que pertencemos a Deus, lembremo-nos de quatro coisas:
Nós pertencemos a Deus, que é muito maior do que qualquer adversidade que possa nos atingir.
Nós não devemos conduzir nossas vidas sob outro conselho que não seja o de Deus.
Nós não podemos dirigir a igreja, que é Dele, segundo os nossos interesses pessoais.
Nós precisamos nos portar com bom senso na nossa Família espiritual e cuidar dela em todos os sentidos.
Ser de Deus, por meio de Cristo, significa que eu não devo valorizar exageradamente as denominações, pois muitas delas estão a um passo da heresia ou do afastamento de Deus. A razão de eu dizer isso é que muitas igrejas pouco se preocupam com a qualidade, mas muito com a quantidade, ou seja, o aumento numérico de seus membros por métodos humanos.
A qualidade deve gerar a quantidade. A verdadeira atuação do Espírito Santo e o ensino da Palavra de Deus é que gera filhos espirituais para Deus.
O verso que lemos a pouco também nos diz outra coisa: Paulo escreveu para o povo de Deus que estava em Corinto e em toda a província da Acaia, da qual Corinto era a sua capital. A cidade de Corinto era rica, pois era um forte centro comercial e político. Enquanto isso, a província da Acaia era pobre e possuía poucos recursos. Sendo assim, a província e a capital eram mundos bem diferentes.
No entanto, o apóstolo Paulo escreve uma mesma mensagem para todos, ou seja, tanto para os cristãos da capital, cheios de recursos, como para os do interior, pobres em recursos. O que isso significa? Que nós não precisamos mudar a mensagem de Deus para alcançar classes sociais distintas, pois ela deve ser a mesma para todos os povos. Todos, pobres e ricos, devem aprender a viver em comunhão, sob a mesma mensagem apostólica.
Não importa a etnia, idade, sexo ou condição social e econômica, pois todos são chamados para terem a mesma atitude para com Deus, ou seja, praticarem o Evangelho do Senhor Jesus Cristo.
Então, uma igreja pode estar em um lugar muito rico, enquanto outra, num lugar muito pobre, mas as credenciais de ambas devem ser as mesmas – amar a Deus e ao próximo com suas implicações. Nenhuma igreja local deve se sentir mais especial do que outra pelos recursos que possui. A grandeza de uma igreja está no seu compromisso com a mensagem apostólica.
Muitos se orgulham de pertencer a uma determinada igreja que seja rica, cheia de recursos, mas não se orgulham de pertencerem a Deus. A igreja de Corinto era orgulhosa acerca dos seus dons e pregadores que passaram por lá. No entanto, quando você lê as duas cartas de Paulo endereçadas a eles, perceberá que estavam cometendo erros sérios e que precisavam ser corrigidos. Eles precisavam voltar a beber da “Verdadeira Fonte da Vida”, que são Jesus e Seu Evangelho.
3. Deus, o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, é a Fonte de toda graça e paz. (1:2)
Que a graça e a paz de Deus, o nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo estejam com vocês!
Perceba a construção deste verso feita por Paulo: Ele diz que Deus é o nosso Pai, mas também do “Senhor Jesus Cristo”. O que isso significa acerca de Jesus? Por ser um Filho obediente, Deus O fez Senhor! Ele cumpriu a Sua missão salvadora (Jesus), com a autoridade (Cristo) recebida do Pai.
Portanto, o Pai é a “Fonte” de toda “graça e paz”. Todavia, o que vem a ser essa “graça” e a “paz” que Deus nos dá?
A graça Divina é a razão de todo o nosso prazer em Deus, porque é através dela que nós vemos todo o poder, a riqueza e a bondade Divina em ação. Na Sua graça está todo o “serviço” poderoso do Criador a favor do Seu povo. É por meio da Sua graça que nós recebemos todos os recursos necessários como e o poder para vivermos como cristãos verdadeiros diante das adversidades em um mundo hostil à Verdade do Evangelho de Cristo.
Certa vez, Jesus disse a Paulo em um momento difícil da sua vida:
A minha graça é tudo o que você precisa, pois o meu poder é mais forte quando você está fraco. (2 Co.12:9 NTLH)
Depender da graça de Deus faz com que o Seu poder fique cada vez mais forte dentro de nós. Talvez, você tenha vindo a esta reunião, enfraquecido com alguma situação, e o que você fará? Você poderá agir por si mesmo, por achar que é forte o suficiente para enfrentar uma circunstância desconfortável. No entanto, como cristão, você pode confiar nos recursos Divinos que o fortalecerão e lhe mostrarão como agir em cada situação.
Davi declarou o seguinte:
Ó SENHOR Deus, ensina-me a fazer a tua vontade e guia-me por um caminho seguro, pois os meus inimigos são muitos. (Sl.27:11 NTLH)
Andar na graça não é viver para esperar pelas bênçãos Divinas, mas é aprender de Deus como andar em obediência a Ele, a fim de desfrutar da Sua poderosa ajuda. Quando as coisas não andam bem, muitos pedem orações para todas as pessoas que conhecem, mas que espiritualmente desconhecem. Elas não fazem mal em pedir orações, mas deveriam aprender a andar na graça de Deus perseverantemente, a fim de ter paz com Deus, ou seja, uma associação moral com o Criador.
A paz que Deus dá não é um estado mental ou emocional de tranquilidade. Ter a “paz” que Deus dá significa viver uma vida que ele aprove, que aceite a Sua direção, a fim de que se possa estar associado com Ele, tê-Lo como Pai e desfrutar dos Seus recursos inesgotáveis.
Paulo disse a Timóteo quando este estava um tanto amedrontado no ministério:
Faça todo o possível para conseguir a completa aprovação de Deus. (2 Tm.2:15a NTLH)
A graça, segundo a definição mais comum, é um favor imerecido, mas permanecer na graça, a fim de ter uma vida aprovada por Deus exige esforço, fervor, confiança e muita dedicação. Essa atitude significa que você não está em guerra contra a Verdade Divina, e Deus sempre dará recursos aos que não se opõem a Ele. Isso é ter paz com Deus.
Portanto, quando Paulo fala de “graça e paz”, ele não está falando no tom de uma saudação comum, como a saudação que se dá em muitas igrejas. Ele está transmitindo uma Verdade! Ele espera que todos os cristãos perseverem na graça, por meio de uma vida associada aos valores morais de Deus.
Como eu já disse em outra oportunidade: “Você pode ser abençoado, mas precisará saber como viver sob a bênção do Senhor!” Receber a salvação em Cristo é um favor Divino que não merecíamos, pois é um ato da graça de Deus
. No entanto, para viver como salvo é necessário depender da graça de Deus e perseverar nela, para que, através dela, recebamos os recursos necessários, a fim de vivermos uma vida aprovada por Ele.
Uma vida aprovada por Deus só pode ser vivida por meio de Jesus Cristo, pois Ele é a Graça e a Paz de Deus.