A Ponto de estourar. Parte 2 (Walter de Lima Filho – 13/07/2014)
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2 Coríntios 1:8
Há quem pense que por se tornar cristão nunca mais terá problemas emocionais, pois Deus sempre o livrará de qualquer situação de pressão, seja ela interna ou externa. No entanto, isso não é totalmente verdade, pois todos os homens e mulheres de Deus, em algum momento de suas vidas, tiveram que enfrentar pressões (externa) e ficaram emocionalmente abalados (interna).
Há na Palavra de Deus, princípios que nos ajudam tanto a pensar como a agir de modo correto nessas situações de pressões. Esses princípios, quando observados, nos garantem vida e as bênçãos Divinas.
Na semana passada, nós vimos que as pressões que sofremos nesta vida podem fazer com que tenhamos um sentimento de frustração ou desapontamento. Então, nós meditamos sobre o primeiro e importante princípio, a fim de lutarmos contra o sentimento de desapontamento: SEJA VERDADEIRO QUANTO ÀS FRUSTRAÇÕES OU DESAPONTAMENTOS.
Nós meditamos que diante dos despontamentos, podemos tomar as seguintes atitudes:
Aceitemos as pressões como parte da vida.
Saibamos que quando a pressão é exagerada, ela gera dor e frustração.
Enfrentemos as emoções negativas com coragem e não mascaremos a situação.
Confiemos na presença de Deus, pois Ele sempre está perto para nos oferecer ajuda.
Se as pressões desta vida podem gerar frustrações, estas, quando não trabalhadas logo de início, podem gerar “amargura”. Então, meditemos sobre um segundo princípio para enfrentarmos pressões e desapontamentos:
“REJEITE O ESPÍRITO DE AMARGURA”
A amargura é um subproduto das pressões. Quando estamos desapontados com pessoas e circunstâncias, é fácil cair nas garras da amargura. A amargura nos enche de ressentimentos como mágoa, angústia e rancor. O questionamento pessoal seria: “Como isso pode estar acontecendo comigo? Não é justo!”
Constantemente ouvimos pelos variados meios de comunicação a expressão: “Não desista dos seus sonhos, persiga os seus objetivos até o fim, tenha fé, pois um dia você chegará lá!” Nós sabemos que é sempre é bom receber algum encorajamento, mas é preciso saber que devemos ser racionais e equilibrados. Por quê? Porque nem sempre nós iremos alcançar os nossos objetivos e é preciso aceitar isso.
A razão de tantas pessoas terem chegado à velhice com um espírito ranzinza e amargurado, se deve aos despontamentos que sofreram, pois elas não esperavam que as situações acontecessem como ocorreram.
1. Nós sempre iremos nos machucar nesta vida.
Nós sempre iremos nos machucar nesta vida, seja por circunstâncias ou por pessoas. Em se tratando de pessoas, a dor que sofremos pode ser tanto “intencional como não intencional”, pois algumas delas nem sequer sabem que estão nos ferindo.
1.1. Dois erros cometidos por pessoas feridas:
Primeiro: Dependência Emocional.
Muitos percebem logo que não podem frear a dor e preferem permanecer feridos, pois dessa forma, eles pensam alcançar um sentimento de pena por parte de outras pessoas e delas, das quais se tornam dependentes emocionais. O pior de tudo é que muitos dos que se aproximam dessa pessoa, podem estar vivendo o mesmo dilema emocional, e acabam também se tornando dependentes emocionais das mesmas pessoas que os procuraram. Eles não resolvem seus problemas interiores e não resolverão os problemas dos outros!
Segundo: Levantar barreiras.
Quando uma pessoa não quer tratar rapidamente do seu espírito amargo, devido às feridas que carrega, ela procura levantar uma barreira ou parede, entre ela e outras pessoas, a fim de não sofrer mais nenhuma mágoa.
Essa pessoa busca o isolamento, um sentimento de abandono, e na maioria dos casos, fica ressentida com Deus.
2. Sejamos prudentes, pois não podemos controlar todas as circunstâncias.
Nós devemos lembrar que nunca poderemos impedir que mágoas nos atinjam, pois aqui não é a Eternidade, (cf. Apocalipse 21:3,4) e, portanto, a dor será frequente! Sendo assim, saibamos que é impossível controlar tudo o que pode acontecer conosco nesta vida.
2.1. Que nós sejamos prudentes ou reflexivos.
No entanto, é possível controlar nossos pensamentos, palavras e atitudes, pois sempre é possível “escolher” o tipo de reação que teremos diante de qualquer circunstância. O Livro de Provérbios nos ensina o seguinte:
Tenha cuidado com o que você pensa, pois a sua vida é dirigida pelos seus pensamentos. (Pv.4:23 NTLH)
Quando o sábio diz para tomar cuidado com o que se pensa, ele está se referindo às nossas emoções, pois são elas que geram pensamentos, palavras e atitudes boas ou más. O seu conselho é que sejamos prudentes, que reflitamos muito antes de agirmos ou reagirmos.
Portanto, em algum momento, nós teremos que escolher entre o que é doce e o que é amargo! Na sua carta, Tiago levanta a seguinte questão:
10 Da mesma boca saem palavras tanto de agradecimento como de maldição. Meus irmãos, isso não deve ser assim. 11 Por acaso pode a mesma fonte jorrar água doce e água amarga? (Tg.3:10,11 NTLH)
2.2. Entendamos que a felicidade é o resultado da escolha que fazemos pela atitude que Deus aprova.
Jesus ensinou que o verdadeiro Evangelho se desenvolve em nossas vidas, por meio de decisões ou escolhas.
Felizes as pessoas humildes, pois receberão o que Deus tem prometido. (Mt.5:5 NTLH)
O nosso Deus é um Deus de promessas e elas são tanto para esta terra como para a eternidade. No entanto, quem as receberá? Segundo Jesus, os “humildes”! Essa palavra se refere “àquele que aceita com gentileza o modo como Deus lida com a sua vida”. Portanto, significa “aquele que prefere que os direitos de Deus prevaleçam acima dos seus”.
Esse tipo de pessoa se entrega à soberania ou ao controle de Deus e sempre procurará agir de acordo com a Verdade proveniente da Sua boca. (cf. Lucas 4:4)
Portanto, essa pessoa que entrega os seus próprios direitos a Deus é “feliz”! Em vez de optarmos pela dor, rancor, raiva, ódio, ressentimentos, por que não decidimos pela felicidade, obedecendo a Deus? É necessário que saibamos que a felicidade pertence somente àqueles que obedecem a Deus, por meio de Jesus Cristo.
O erro que muitas pessoas cometem é pensar que a felicidade se resume na obtenção de tudo o que querem! Elas dizem: “Ah, se eu pudesse ter tal coisa… Se eu conseguisse tal promoção… Se eu tivesse a solução deste problema, seria feliz!”
Nós confundimos felici
dade com amizades, namorado (a), casamento, filhos, dinheiro, formação, carreira, tranquilidade, lugares, etc. Há pessoas que conseguiram a maioria dessas coisas e não são realmente felizes.
2.3. Reforçando: não denomine as boas circunstâncias como felicidade, pois ela é a escolha que fazemos dentro de nós mesmos em Cristo.
Eu gostaria de destacar dois tipos de pessoas:
Aquela que está enfrentando situações difíceis, devastadoras, crises em sequência, mas apesar de tudo, decide confiar e obedecer a Deus.
Aquela que enfrenta crises de pouca importância e vive reclamando, murmurando de tudo. Essa pessoa se torna mesquinha, sem grandeza moral e “chorona”!
Para um pastor, as piores pessoas para se lidar são aquelas que vivem o tempo todo chorando. Elas enraizaram tanto suas vidas na amargura, que por mais que falemos e oremos por elas, não mudarão! Espiritualmente, elas estão doentes porque não são obedientes à Palavra de Deus e terminarão suas vidas ranzinzas, amarguradas e sem verdadeiras amizades.
3. Cuidado, pois a amargura não só prejudicará a si próprio como também outras pessoas.
A amargura é mais devastadora do que as pressões que sofremos nesta vida, pois ela nos fere tanto por dentro, que se parece ao câncer que vai comendo uma pessoa internamente. A amargura se parece também a um vírus que carregamos e que contamina outras pessoas, com as quais convivemos.
A Carta aos Hebreus nos dá o seguinte conselho:
Tomem cuidado para que ninguém abandone a graça de Deus. Cuidado, para que ninguém se torne como uma planta amarga que cresce e prejudica muita gente com o seu veneno. (Hb.12:15 NTLH)
O autor dessas palavras pede que “vigiemos ou nos preocupemos” com a graça de Deus e a Sua Igreja, da qual somos membros. Quando uma pessoa abandona a graça de Deus, ela está se desligando da “fonte” de toda capacitação Divina, mas invariavelmente, ela não se desliga da Igreja. Essa pessoa vive com uma mente cheia de maldições e pecados, entre aqueles que anseiam por uma vida mais próxima de Deus.
Esse tipo de pessoa se torna uma fonte de veneno, que envenena muita gente. Ela é uma pessoa perturbada, que perturba a muitos. Ela carrega o vírus da amargura e deixará muita gente também amargurada.
A amargura não muda a sua vida para melhor, mas o afasta de Deus. Ele não conserta o seu presente; portanto, ela destrói o seu futuro. A amargura é um sentimento que polui nossas mentes, a fim de não controlarmos nossos pensamentos, palavras e ações diante dos desapontamentos. Nós estaremos sempre culpando os outros, em vez de nós mesmos, pelos nossos fracassos.
4. Desenvolva um espírito de gratidão a Deus, por meio da sua comunhão com Cristo.
A gratidão é um dos maiores antídotos para a amargura, pois ela é uma emoção sadia e que agrada a Deus. Encontre algo para agradecer. Lembre-se de tudo o que Deus já lhe proporcionou e agradeça de coração. Saiba que quando você permite que a gratidão entre pela porta da frente do seu coração, a amargura sairá pela de trás.
O apóstolo Paulo nos ensina o seguinte:
16 Estejam sempre alegres, 17 orem sempre 18 e sejam agradecidos a Deus em todas as ocasiões. Isso é o que Deus quer de vocês por estarem unidos com Cristo Jesus. (1 Ts.5:16-18 NTLH)
O que Deus quer de nós, quando estamos unidos ou em comunhão com Cristo? Sem nos importarmos com a ocasião, que nós sejamos agradecidos a Deus por tudo, através das nossas orações constantes e da alegria que temos por estarmos e experimentarmos a presença de Deus em nossas vidas.