(Walter de Lima Filho – Domingo – 03/08/2014)
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2 Coríntios 1:8,9
Nós já sabemos que a ideia de que um verdadeiro cristão não fica emocionalmente abalado é falsa. O apóstolo Paulo não escondeu o que sentia, quando atravessou um momento de pressão exagerada. Vamos ler novamente o nosso texto base e responder algumas perguntas:
O que ele queria que os seus irmãos na fé soubessem?
Qual era a intensidade dos seus sofrimentos?
Qual era a expectativa de Paulo e de seus companheiros?
Como eles se sentiram e o que isso significa para você?
No entanto, o que Paulo e seus companheiros aprenderam?
Quando Paulo diz que ele aprendeu a confiar em Deus, que ressuscita os mortos, e não em si mesmo, quer dizer que ele não estava desistindo da sua missão de vida. Paulo era tremendamente persistente, porque conhecia profundamente o modo como Deus se envolvia na sua vida. Essa atitude de Paulo nos leva a um quinto princípio, a fim de enfrentarmos as pressões que a vida nos impõe.
QUINTO PRINCÍPIO
DIANTE DAS PRESSÕES, RECUSE-SE A DESISTIR!
Nós sabemos que sem alguma pressão alguma deixamos de existir, pois ficamos inertes, inativos ou estáticos. Sem pressão alguma, nós não realizamos o que devemos fazer, portanto, ficamos improdutivos em todos os setores. Paulo foi um homem que nunca se intimidou diante das pressões, e por isso, ele nos serve de exemplo.
1. Diante das pressões, seja persistente.
1.1. O exemplo da persistência de Paulo, diante das pressões externas. (2 Co.11:23-27)
Façamos uma lista de algumas pressões externas que Paulo sofreu:
Trabalhou mais do que os falsos líderes e foi preso mais vezes do que eles. (23)
Foi chicoteado mais do que eles, e, por muitas vezes, esteve em perigo de morte. (23)
Em cinco ocasiões, sofreu trinta e nove chicoteadas. (24)
Três vezes apanhou de porretes ou varas, e uma vez foi apedrejado. (25)
Sofreu três naufrágios, e num deles, permaneceu por um dia e uma noite boiando no mar. (25)
Passou por perigos de inundações e ladrões. (26)
Ele foi ameaçado várias vezes pelos seus patrícios judeus e pelos não judeus. (26)
Ele enfrentou perigos nas cidades, desertos, em alto mar, como os causados por falsos irmãos. (26)
Trabalhou duro, e às vezes, por noites adentro. (27)
Passou fome e sede. (27)
Em muitos momentos, faltou-lhe uma casa, comida e roupas.
Paulo sabia desde o princípio do seu trabalho cristão, que sofreria por amor a Cristo. Na cidade de Damasco, havia um homem chamado Ananias, servo de Deus e por Ele escolhido, para ir até onde Paulo estava para poder ajudá-lo nas coisas do Senhor. Porém, quando Ananias pregou a Paulo sobre a mensagem que Jesus lhe havia dado, ele não escondeu que a missão de Paulo seria sob grandes pressões e lutas:
15 Mas o Senhor disse a Ananias: – Vá, pois eu escolhi esse homem para trabalhar para mim, a fim de que ele anuncie o meu nome aos não-judeus, aos reis e ao povo de Israel. 16 Eu mesmo vou mostrar a Saulo tudo o que ele terá de sofrer por minha causa. (At.9:15,16 NTLH)
Saiba que toda pregação que enfatiza por demais as vitórias terrenas e uma vida de bem estar neste mundo, não pode ser de todo verdadeira! Além do mais, todos nós sabemos que meias verdades são mentiras. É impossível ser um cristão verdadeiro e não passar por pressões.
No entanto, ao analisarmos a experiência de Paulo sob as pressões que ele sofreu, havia uma pressão interna, a qual ele mesmo declara ser o seu peso maior.
1.2. O exemplo de Paulo, diante das pressões internas – a sua preocupação com a Igreja.
Nós podemos ver isso nas suas próprias palavras:
Além dessas e de outras coisas, ainda pesa diariamente sobre mim a preocupação que tenho por todas as igrejas. (1 Co.11:28 NTLH)
Repare na palavra “preocupação”, usada por Paulo, para descrever o seu sentimento. Essa palavra significa ansiedade, cuidado, pressão e tensão. É um sentimento que divide a pessoa, para que ela decida entre o que ela precisa ser e o que ela não quer ser. Paulo tinha que escolher entre continuar dentro do chamado Divino para a sua vida, ou abandoná-lo para se livrar de um fardo.
Em se tratando de Paulo como um cristão verdadeiro e comprometido com a missão que Jesus lhe deu, nós sabemos que as pressões externas que ele sofria em todo instante, não eram apenas ocasionais, mas verdadeiras ações satânicas.
Portanto, as pressões externas tinham como objetivo principal, desanimar Paulo para que não continuasse obediente a Cristo. A pressão interna (o Espírito e a Palavra de Deus) “gritava” para que Paulo agisse como alguém que foi escolhido e fortalecido por Deus (servo e apóstolo obediente). Então:
As pressões externas sempre agem contra o nosso caráter cristão.
A questão é: Nós agiremos e suportaremos as pressões, agindo como seguidores de Cristo?
As pressões internas sempre agem a favor do fortalecimento e aperfeiçoamento do nosso caráter cristão.
A questão: Nós estamos dispostos a confiar e a viver por amor a Cristo, mesmo que isso custe a nossa alegria terrena?
Paulo disse o seguinte, enquanto escrevia aos cristãos de Roma:
3 E também nos alegramos nos sofrimentos, pois sabemos que os sofrimentos produzem a paciência, 4 a paciência traz a aprovação de Deus, e essa aprovação cria a esperança. (Rm.5:3,4 NTLH)
Diante das pressões, nós temos a tendência de não acreditarmos que é possível viver uma vida aprovada por Deus, pelo fato de não sermos pacientes nos sofrimentos e reveses que a vida nos impõe.
Entretanto, Paulo nos diz que devemos ter “alegria” ao estarmos sob as pressões e ela vem do conhecimento que temos da Palavra de Deus, que mostra o trabalho Divino em nós. Saibamos que a nossa fé (o conhecimento que temos de Deus) sempre será testada, a fim de que sejamos perseverantes, maduros e corretos nos nossos pensamentos e ações.
Tiago fala sobre isso:
3 Pois vocês sabem que, quando a sua fé vence essas provações, ela produz perseverança. 4 Que essa perseverança seja perfeita a fim de que vocês sejam maduros e corretos, não falhando em nada! (Tg.1:3,4, NTLH) p>
Portanto, não espere que as pressões cheguem para buscar alguém que conheça a Bíblia por você. Volto a dizer sobre a importância da sua participação em um grupo pequeno, a fim de compartilhar as suas experiências pessoais e ouvir as de outros, para juntarem forças em oração e se fortalecerem mutuamente no Senhor.
Como é importante que em cada grupo pequeno exista um plano de leitura anual da Bíblia, pois assim, haverá um conhecimento maior das histórias e exemplos de pessoas que permaneceram firmes na fé. Além disso, o conhecimento das Verdades Divinas cresce e floresce!
2. Diante das pressões, use o conhecimento que você adquiriu da Palavra e do caráter de Deus, pois é isso que o ajudará ficar firme diante das lutas diárias.
Sem o conhecimento da Bíblia que nos leva a conhecer o caráter de Deus (fé), é impossível que o cristão se mantenha firme diante das pressões. É esse conhecimento (fé) que nos dá firmeza moral, determinação e dignidade diante das lutas, para não desistirmos ou desanimarmos.
2.1. O conhecimento Divino que Paulo possuía, dava-lhe uma grande visão sobre o cuidado de Deus pela sua vida. (2 Co.4:6-9)
Após termos lido este texto, reparemos no verso 6 novamente. Deus é capaz de fazer brilhar a Sua luz, a fim de termos o conhecimento da Sua glória (Seu pleno poder e esplendor), que brilha no rosto de Cristo, a Quem nós servimos. (6) Paulo chama esse conhecimento de “tesouro espiritual” que está dentro de potes frágeis de barro, que somos nós. (7)
Esse conhecimento nos leva a entender que nós não temos força suficiente para enfrentarmos todas as pressões exageradas que nos sobrevêm. Então, pelo conhecimento que temos de Deus em Cristo, passamos a depender Dele. (7)
Então, devemos confiar que:
Quando formos pressionados pelas dificuldades, não existirá em nós um espírito de derrota. (8)
Quando não entendemos as razões do que nos está acontecendo, não desistimos. (8)
Quando somos perseguidos, sabemos que Deus nunca nos abandona. (9)
Quando somos derrubados, não ficamos caídos, mas somos levantados por Deus e seguimos em frente em obediência. (9)
Portanto,
“Diante das pressões, seja verdadeiro quanto aos seus desapontamentos.”
Aceitemos as pressões como parte da vida.
Saibamos que quando a pressão é exagerada, ela pode gerar dor e frustração.
Enfrentemos as emoções negativas com coragem, e não mascaremos a situação.
Confiemos na presença de Deus, pois Ele sempre está perto para nos oferecer ajuda.
Nós aprendemos que se não lidarmos logo com os despontamentos, poderemos ficar amargurados. Deus nos diz que um espírito de amargura é tanto prejudicial para nós mesmos como para a Sua Igreja. Então, quando percebemos que estamos murmurando demais, é melhor tratarmos logo desse sentimento nocivo.
“Diante das pressões e desapontamentos, rejeite o espírito de amargura.”
Nós sempre iremos nos machucar nesta vida. (cf. Jo.16:33)
Tome cuidado para não ser dependente emocional de outra pessoa.
Procure não levantar barreiras, por medo de ser machucado novamente.
Seja prudente, pois você não pode controlar todas as circunstâncias. (cf. Pv.4:23)
Ser prudente é ser reflexivo; por isso, pense muito antes de agir.
Decida por ações que Deus aprove e você experimentará a felicidade.
Saiba que a felicidade não depende de uma boa circunstância, mas da sua obediência a Deus em qualquer situação. (cf. Mt.5:5)
Lute contra o espírito da amargura, pois ele tem o poder de não somente machucar você, como também outras pessoas. (cf. Hb.12:15)
Desenvolva um espírito de gratidão a Deus. (cf. 1 Ts.5:16-18)
Em meio a pressões, encontre razões para agradecê-Lo.
Procure lembrar-se das bênçãos que Deus já lhe deu, e agradeça-O por elas.
“Sob pressão e ao sentir-se amargurado, não se isole, mas aprenda a receber ajuda de irmãos piedosos.”
Gostemos ou não, nós precisamos de pessoas. (Pv.17:17)
Sozinhos, a nossa perspectiva se torna limitada. (Pv.18:24)
Recebermos ajuda é importante, mas que nós compartilhemos com outros a mesma ajuda que recebemos do Senhor. (2 Co.1:3,4; Pv.11:25; 1 Ts.5:11; Gl.6:2; Hb.10:24,25)
“Diante das pressões, foque a sua vida em Cristo.”
Pare de focar demasiadamente o seu problema, e com firmeza, olhe para Cristo.
Apegue-se à Palavra de Deus e a leia com constância.
Lembre-se sempre da bondade de Deus.
Confie no poder de Deus.
“Diante das pressões, recuse-se a desistir!”
Seja persistente.
Use o conhecimento que você adquiriu da Palavra e do caráter de Deus, pois é isso que o ajudará ficar firme diante das lutas diárias.
A minha esperança é que através desta série, Jesus possa ter nos ajudado a compreender mais e mais sobre a nossa responsabilidade de nos mantermos na fé verdadeira e de não tomarmos “caminhos fáceis e místicos” que nos são apresentados por falsas doutrinas, que são ensinadas por falsos mestres.
Saibamos que cristão sofre por defender os princípios de Deus em Cristo, mas que a glória eterna, que é indescritivelmente maior do que tudo que passamos nesta vida será nossa!
Que nós vivamos para a glória de Deus e tenhamos prazer na escolha que Ele fez por nós, a fim de cooperarmos com Cristo na propagação, com coragem, do Seu verdadeiro Evangelho!