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Jesus, Nicodemos e o Evangelho – Parte V

(Walter de Lima Filho – Terça – 26/02/2013)

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João 3:14,15

Esta é a quinta semana que nós estamos estudando sobre o encontro de Jesus com Nicodemos, o qual era um líder e mestre em Israel. Jesus já havia posto Nicodemos em cheque quanto à sua religião, religiosidade, mestrado e liderança.

1. Cuidado! A sua religião pode afastá-lo de Deus!

A religião de Nicodemos era uma afronta a Deus. Ela era cheia de regras humanas que ninguém conseguia cumprir. Era algo tão exterior, que Jesus em outra ocasião, usa um texto do profeta Isaías para explicá-la: (…) Este povo com a sua boca diz que me respeita, mas na verdade o seu coração está longe de mim. A adoração deste povo é inútil, pois eles ensinam leis humanas como se fossem meus mandamentos. (Mt.15:8,9 NTLH)

De acordo com essa aplicação de Jesus, fica claro que não só a religião, mas o ensino religioso estava errado e seus líderes, erradamente conduziam as pessoas. Eles as conduziam para si mesmos e não para Deus. Em outra passagem da vida de Jesus, Ele disse aos Seus discípulos: Não se preocupem com os fariseus. São guias cegos. E, quando um cego guia outro, os dois acabam caindo num buraco. (Mt.15:14 NTLH) Nicodemos era da seita dos fariseus.

Diante das verdades proferidas por Jesus, Nicodemos se calou e o Senhor passa a lhe explicar o que realmente é uma conversão ou “Novo Nascimento”. Nicodemos precisava aprender com o “Mestre e Líder” os detalhes do caminho da salvação. Então, Jesus usa o acontecimento de Números 21:4-7, uma passagem das Escrituras que Nicodemos conhecia muito bem.

2. Nunca se canse do “Pão da Vida” para não morrer envenenado!

Vamos esboçar Números 21:4-7:

• O povo de Israel sai do Monte Hor e vai até o golfo de Ácaba (Nm.21:4)

• No caminho, eles passam a falar mal de Deus e de Moisés. Por quê?

• Eles não queriam morrer naquele deserto, onde não havia pão e nem água.

• Eles não agüentavam mais comer do pão que caía do céu, o maná. (Nm.21:4,5)

• Deus os castiga enviando cobras venenosas para picá-los e muitos israelitas morreram. (Nm.21:6)

• Eles pedem a Moisés que orasse em favor do povo para que Deus tirasse aquelas cobras do meio deles. Moisés orou. (Nm.21:7)

Parecia tão simples: “Estávamos errados a seu respeito e também em relação a Deus; então, por favor, faça uma oração e resolva essa situação!” Deus disse a Moisés o que deveria ser feito: (…) Faça uma cobra de metal e pregue num poste. Quem for mordido deverá olhar para ela e assim ficará curado. Então Moisés fez uma cobra de bronze e pregou num poste. Quando alguém era mordido por uma cobra, olhava para a cobra de bronze e ficava curado. (Nm.21:8,9 NTLH)

O mesmo acontece hoje em dia em nossas igrejas.

• Muitos se cansam de Jesus, o “Pão da Vida” e por quê?

• Porque Jesus veio do Céu com uma mensagem do Céu e isso não interessa a elas.

• As pessoas preferem ouvir uma mensagem religiosa, porém terrena, acreditando que encontrarão respostas aos seus sofrimentos em falsas promessas.

• O resultado é que há uma infestação de proclamações venenosas, que só ditam esperanças para o corpo e não para alma.

• O povo de Deus está doente em todas as áreas da alma e só Jesus pode curar essa enfermidade.

Por não nos alimentarmos adequadamente do “Pão da Vida” que é Jesus, nos esquecemos do Seu Evangelho: Pois, que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Ou, o que o homem poderia dar em troca de sua alma? (Mc.8:36,37 NVI) Sem uma vida de comunhão e obediência a Jesus, até o que se ganha é perda! Isso é o que o Evangelho de Jesus ensina!

3. O “Novo Nascimento” requer arrependimento genuíno.

O mastro com a serpente de bronze foi erigido e provavelmente no centro do arraial. Deus não prescreveu que se fizesse um ritual, louvores, aulas ou cerimônias de como se deveria olhar para a serpente no poste.

Quem olhasse para a serpente, deveria fazê-lo não com fé na cura, que era a promessa de Deus, mas “Naquele” que foi levantado. Não deveria haver um pensamento de que a cura fosse merecida “pela sujeição ao objeto” da visão. Deus não estava gerando um espírito idólatra, mas fé em um ato profético que aconteceria muitos anos à frente no Calvário. Foi um teste e um aprendizado tremendo!

Jesus, com essa ilustração, estava desafiando a religião de Nicodemos, o farisaísmo arrogante que ele sustentava. Jesus estava mostrando a Nicodemos, que não bastava um simples reconhecimento do erro cometido, mas a necessidade do “arrependimento” do pecado de terem se afastado de Deus.

Nicodemos, como líder espiritual da nação judaica, se identificava com Moisés, mas Jesus lhe mostra que a sua posição como líder, mestre e até a sua própria religião, precisava se identificar com os pecadores e rebeldes israelitas.

Constantemente, Deus testa a fé do Seu povo e condena os que se tornam idólatras. Muitos dizem: “A água do Jordão curou Naamã; então compre a água que trouxemos daquele rio para ser curado!” Outros dizem: “Não é verdade que os lenços e aventais de Paulo curavam? Então, oferecemos aventais, meias, camisetas, toalhas, lenços, bonés, sapatos…” A ilusão idólatra e da superstição cresce em nosso meio assustadoramente, pois a fé nos objetos é maior do que “Naquele” que foi levando no madeiro.

Essa mesma serpente de bronze foi guardada e mais tarde, ela foi transformada em objeto de culto pelo povo de Deus, à qual lhe deram o nome de Neustã. O rei Ezequias mandou destruir esse objeto por ordem Divina. (cf. 2 Re.18:4)

Deus não mandou que olhassem para a serpente de bronze irreverentemente, para depois continuarem a viver em rebeldia. Era necessário voltar-se para Deus em desespero e em genuíno arrependi
mento; isto é, com uma mudança de alma.

Jesus mostra a Nicodemos, esse grande mestre religioso, que ele deveria reconhecer de que havia sido picado pela serpente, Satanás. Que ele deveria vir a Jesus para ser salvo. Que Nicodemos precisava incluir-se entre os pecaminosos, apesar de ser religioso. Ele teria que olhar para o Grande Salvador e morrer para si mesmo.

4. Deus sempre testará a sua fé.

O verso 14 do nosso texto base, nos fala de como Jesus teria que morrer. O apóstolo Paulo nos diz: Em Cristo não havia pecado. Mas Deus colocou sobre Cristo a culpa dos nossos pecados para que nós, em união com ele, vivamos de acordo com a vontade de Deus. (2 Co.5:21 NTLH) Este verso quer dizer o seguinte: Deus tomou a Cristo, que era sem pecado, e O encheu com os nossos pecados. E então Ele, em compensação, nos encheu com a virtude de Deus! Assim foi com a serpente de bronze no deserto e assim foi com Cristo na cruz do Calvário.

O que significa crer em Cristo? Significa muito mais do que aceitar e afirmar a verdade sobre quem Ele é (Deus encarnado) e crer no que Ele diz. É necessário fé e obediência, uma vida dedicada a Deus por meio de Cristo.

O teste da fé verdadeira não é conseguir um “empregão”, um BMW, uma solução para os problemas da vida, prosperidade financeira. O teste verdadeiro da fé é este: Ela produz obediência? Se não, não é fé salvadora. A desobediência é incredulidade. A fé verdadeira obedece!

Concluindo:

Diante de tudo o que já vimos, nós devemos compreender que o “evangelho” que está sendo pregado hoje em dia, não tem nada a ver com o “Evangelho” que Jesus pregava. Eu creio que Deus se importa com as nossas dores e sofrimentos, mas a ênfase que se dá à libertação dessas coisas ultrapassa os limites da tolerância, se é que posso dizer assim.

Às vezes Deus nos livrará de certas circunstâncias e noutras não. Isso não significa de que não temos fé. Nós temos que ser obedientes a Deus em qualquer situação, pois Ele tem propósitos para todas as situações.

O texto de João 3 nos serve de alerta: A nossa religião está doente e aos poucos se afasta de Deus. Estamos sendo picados dia a dia por “cobras venenosas”, que em vez de transmitir a “Vida do Alto”, só nos direciona ao pó, do qual se alimenta a “velha serpente”, Satanás.

Nós pertencemos às coisas do “Alto” e não às da terra. Que nós não troquemos a nossa fé e salvação pelas coisas terrenas. Antes, confiemos em Deus e nos arrependamos de termos nos afastado tanto Dele! Se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar e orar, buscar a minha face e se afastar dos seus maus caminhos, dos céus o ouvirei, perdoarei o seu pecado e curarei a sua terra. (2 Cr.7:14 NVI)

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