(Walter de Lima Filho – Domingo – 17/08/2014)
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Hebreus 11:6
Na semana passada, nós vimos que a tentação vem de dentro, dos nossos desejos. A provação vem de fora e Deus usa diferentes situações, a fim de provar a nossa confiança Nele e na Sua Palavra.
No entanto, nós não devemos confundir provação com tentação, pois Deus não tenta ninguém para a prática do mal. A provação é sempre ilógica e questionamos: “Por que isso está acontecendo comigo, se tudo estava indo tão bem?” Esse questionamento visa nos levar à lógica e é nesse ponto que podemos deixar de confiar na Palavra de Deus e seguir pelos nossos pensamentos e sentimentos.
A provação visa construir o nosso caráter moral e espiritual; já a tentação tem como meta o oposto. Em meio às provas ou tentações, nós devemos ser vencidos pela Palavra de Deus, ou seja, confiarmos ardentemente nela, pois é a inspiração de Deus para todos nós que confessamos a fé em Jesus Cristo.
Há certos ensinamentos na Igreja, hoje em dia, que parecem verdadeiros, mas são falsos. Um deles é que muitos chamam de “Lei da Expectativa”. As pessoas têm certas inclinações como:
A tendência do desejo que a vida lhes dê sempre além do que esperam.
A tendência de ver antecipadamente o que esperam.
A tendência de ouvir o que querem ouvir.
A tendência de sentir o que querem sentir.
A tendência de escolher o que é bom para si.
Os que ensinam tal “Lei” se baseiam na seguinte passagem das Escrituras:
27 Jesus saiu daquele lugar, e no caminho dois cegos começaram a segui-lo, gritando: – Filho de Davi, tenha pena de nós! 28 Assim que Jesus entrou em casa, os cegos chegaram perto dele. Então ele perguntou: Vocês crêem que eu posso curar vocês? —Sim, senhor! Nós cremos! —responderam eles. 29 Jesus tocou nos olhos deles e disse: – Então que seja feito como vocês crêem! (Mt.9:27-29 NTLH)
Os dois cegos seguiam a Jesus e gritavam o Seu nome Messiânico – “Filhos de Davi”. (cf. Mt.1:1; Lc.1:31; 2:4; Rm.1:1-3) Apesar de serem cegos, eles podiam enxergar o que muitos religiosos não viam – Jesus, o Messias do povo de Israel! Além do mais, eles pediam que Jesus tivesse misericórdia e os ajudasse na sua aflição.
Repare na pergunta que Jesus lhes fez. Foi Ele mesmo Quem disse aos cegos sobre o que poderia fazer por eles. A atitude deles era de expectativa, mas não de fé. Eles manifestaram fé quando Jesus lhes disse o que poderia fazer por eles.
Há uma grande diferença entre expectativa e fé. Expectativa significa desejo intenso por algo, probabilidade, uma esperança baseada na possibilidade ou na viabilidade. Por exemplo: “Hoje há possibilidade de chuva! Hoje, possivelmente, teremos de bom tempo!” Isso é expectativa e não fé. Outro exemplo: “Espero que a política em nosso país melhore!” Ainda: “Que ela recobre a sua saúde!”
Você não pode afirmar: que haverá bom ou mal tempo, que a política será boa e saudável e que tal pessoa terá boa saúde, se Deus não afirmar tudo isso primeiro no seu íntimo! Por que eu digo isso? Porque a fé não é expectativa, mas certeza! Na Carta aos Hebreus, nós encontramos a seguinte declaração:
A fé é a certeza de que vamos receber as coisas que esperamos e a prova de que existem coisas que não podemos ver. (Hb.11:1 NTLH)
A fé é certeza que Deus gera dentro de nós e ela gera uma prova Divina de que existem coisas que não podemos ver. Ninguém pode ver o que Deus vê sem a fé que Ele nos dá. Muitos não conseguem crer na eternidade se Deus não os convencer sobre o mesmo! Uma vez tendo fé, seguimos a Verdade que Deus nos mostra.
O nosso texto base diz:
Sem fé ninguém pode agradar a Deus, porque quem vai a ele precisa crer que ele existe e que recompensa os que procuram conhecê-lo melhor. (Hb.11:6 NTLH)
Neste verso, nós podemos encontrar uma verdade, atitudes que devemos tomar e uma promessa Divina:
VERDADE:
“Sem fé ninguém pode agradar a Deus.” O verbo agradar tem o significado de “ser aceitável”.
ATITUDES QUE DEVEMOS TOMAR:
“Precisa crer que Deus existe.” Crer não é uma disposição ou esforço mental para acreditar, mas uma ação que provém da fé, ou seja, a certeza de algo.
“Procurar conhecer a Deus melhor.” O verbo “procurar” significa a procura por algo pelo empenho, força, meditação, pesquisa, investigação e raciocínio.
Nós conhecemos a Deus pelo modo teórico e pelo prático. Eu aprendo pela Bíblia sobre quem Ele é e o que é capaz de fazer. Dentro de uma situação, nos será exigido que manifestemos fé, ou seja, que confiemos no Seu modo de agir!
Nós empenhamos força para aprendermos sobre Ele e a mesma força para negar-nos a nós mesmos e permitir que Ele aja através de nós.
PROMESSA DE DEUS.
“Deus recompensa os que têm tais atitudes.” “Recompensar” significa o salário de um trabalhador ou contratado esforçado! Deus sempre galardoa a um filho esforçado, que O honra e que celebra a dignidade de servi-Lo com empenho e amor.
Muitos podem estar fazendo a coisa certa e mesmo assim, podem não estar agradando a Deus. A razão é que eles não agem pela fé. Paulo diz que:
(…) o que não se baseia na fé é pecado. (Rm.14:23c)
O que significa a expressão “o que não se baseia na fé”? Significa que tudo deve ser feito em comunhão íntima com Deus, a qual gera tanto o conhecimento como o propósito espiritual e moral. Nossas ações devem revelar empenho e confiança Nele, para agrad&aac
ute;-Lo, pois nós temos aprendido que devemos viver para a glória de Deus!
Uma vez que nós sabemos que viver pela fé agrada a Deus, queremos que ela seja forte e cresça em nossas vidas, não é mesmo? Os apóstolos tiveram o mesmo sentimento e assim, pediram a Jesus o seguinte:
Os apóstolos pediram ao Senhor: – Aumente a nossa fé. (Lc.17:5 NTLH)
Eles, inocentemente, pediram a Jesus que “acrescentasse ou adicionasse” mais fé à fé que já possuíam! No entanto, uma fé não é forte pela adição de mais fé! Ele se fortalece ou se desenvolve por uma atitude de obediência. Se você pede fé ao Senhor, Ele permitirá que você passe por situações onde você terá que enfrentar e superar a si mesmo, assim como a circunstância que está diante de seus olhos.
Em resposta ao pedido dos Seus discípulos, Jesus disse:
Se a fé que vocês têm fosse do tamanho de uma semente de mostarda, vocês poderiam dizer a esta figueira brava: “Arranque-se pelas raízes e vá se plantar no mar!” E ela obedeceria. (Lc.17:6 NTLH)
Jesus compara a fé ao tamanho de uma semente de mostarda, ou seja, a uma das menores sementes que conhecemos. Seja qual for o tamanho de uma semente, qual é o seu trabalho? Para vingar, ela deve ser colocada sob um tanto de terra. Então, ela sofre o calor, a pressão do solo, e rompe a sua casca.
Pois bem, ela venceu a si mesma; mas, ela tem que vencer o solo que está acima dela! Ela vai abrindo caminho contra mais um obstáculo natural. O primeiro foi a sua própria casa e depois o solo. A vida da boa semente é provada, tanto para vencer a si mesma como tudo aquilo que tenta dificultar o seu desenvolvimento. Ela não reclama, não desiste e atravessa o solo e produz um ramo. Daí, ela produz um arbusto e uma árvore, dependendo do tipo de semente.
Além do mais, ela abriga seres (os pássaros) e procura produzir bons frutos. Tudo isso acontece, pois Deus deu às sementes esse tipo de natureza. Convenhamos que a nossa natureza humana é limitada pelo pecado, rebelião e incredulidade. Nós temos uma grande tendência para desistir sempre e praticar a negação, ou seja, sempre culpamos alguém pelos nossos insucessos.
Deus colocou a natureza de Seu Filho Jesus em nós, ou seja, Ele habita em nós e o Espírito de Cristo é o poder que precisamos para glorificarmos a Deus em qualquer situação, pois assim Ele fez quando estava pregando e vivendo nesta terra como homem. Jesus foi sempre obediente a Deus, o Pai! A obediência fazia parte da Sua natureza, e ela, em Cristo, deve ser parte da nossa, a fim de que produzamos frutos espirituais em todas as circunstâncias.
Uma vida cristã sem a coragem que o Espírito Santo dá e sem os frutos espirituais é como uma “figueira brava”. Nós devemos lutar constantemente contra as tendências pessoais e externas, que servem como obstáculos a uma vida de prazer em Deus e frutífera. Uma vida desanimada e derrotada interiormente falando, não faz parte de uma vida verdadeiramente cristã.
Não tenhamos medo de enfrentar os períodos de prova da nossa fé, mas devemos pedir a Deus que nos livre do mal que habita em nós, ou seja, da nossa natureza pecaminosa. Que nós possamos aprender de Deus pelas Escrituras, mas que O vejamos agir através das nossas vidas em toda e qualquer circunstância.
Não sejamos desanimados, mas aceitemos o modo como Deus desenvolve a nossa fé, por meio das situações que ele permite que passemos. A nossa fé sempre será provada, a fim de que o nosso caráter moral e espiritual se eleve cada vez mais. Não há como escapar disso, pois assim é a vida e a experiência cristã!