1 Coríntios 11:23-26
Texto Base:
23 Porque eu recebi do Senhor [Paulo recebeu este ensinamento diretamente de Jesus (vd. 2 Co.12:1-4), por Quem ele foi nomeado apóstolo] este ensinamento que passei [i.e. de modo fiel] para vocês: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, pegou o pão 24 e deu graças a Deus. Depois partiu o pão e disse: “Isto é o meu corpo, que é entregue em favor de vocês. Façam isto em memória de mim. ”25 Assim também, depois do jantar, ele pegou o cálice e disse: “Este cálice é a nova aliança feita por Deus com o seu povo, aliança que é garantida pelo meu sangue. Cada vez que vocês beberem deste cálice, façam isso em memória de mim.” 26 De maneira que, cada vez que vocês comem deste pão e bebem deste cálice, estão anunciando a morte do Senhor, até que ele venha. (1 Co.11:23-26 NTLH)
Judas queria Jesus segundo o seu interesse pessoal, isto é, com características políticas, mas se perdeu. (veja a meditação de domingo passado – 03/05/2020) Ele não amou a Jesus como Ele realmente era e não aceitou o propósito divino na vida do Seu Mestre. Os outros discípulos, depois de certos percalços, se renderam ao SENHOR e cumpriram a sua missão. Eles amaram a Jesus e, em Seu Nome, edificaram a Igreja, pois quem ama a Jesus também deve amar a Sua Igreja, a qual é o “Corpo de Cristo” atuante, a “Família de Deus”, a nossa “Família espiritual”.
Na última “Ceia”, Jesus mostrou aos Seus discípulos, por meio do partir do pão e do oferecimento do cálice com vinho, o que Ele ofereceria a todos os que Nele cressem. Entretanto, a “Santa Ceia” (como a chamamos) também nos ensina acerca do nosso procedimento na Igreja. Ela revela que o nosso papel dentro dela é extremamente importante e que precisamos cuidar dela, para a glória de Deus.
Assim como Deus pediu a Adão para que cuidasse do Seu jardim (Éden), o SENHOR nos pede que cuidemos da Sua Igreja e que a mantenhamos como Ele a criou, sem influências mundanas.
1. A celebração correta da Ceia deve trazer benefícios espirituais e morais a todos.
17 Nas instruções que agora vou dar a vocês, eu não posso elogiá-los, pois as suas reuniões de adoração fazem mais mal do que bem [i.e. a celebração da Ceia está trazendo mais malefícios do que benefícios]. 18 Para começar, me contaram que nessas reuniões há grupos de pessoas que estão brigando, e eu creio que em parte isso é verdade. 19 Não há dúvida de que é preciso haver divisões entre vocês para que fique claro quem são os que estão certos. (1 Co.11:17-19 NTLH)
Desde o início da Igreja, os cristãos tinham o hábito de comerem juntos. (At.2:46) Eles compartilhavam entre si os alimentos e aproveitavam aqueles momentos para terem comunhão uns com os outros (koinonia), repartirem coragem, ânimo, fé e a graça de Cristo.
Nesses encontros (da Igreja Primitiva), era impossível que o amor não fosse notado, pois, entre eles, não havia facções (divisões, partidarismo) nem privilégios. Tanto os ricos como os pobres participavam juntos de tudo – da comida e da fé. As reuniões tinham como objetivo apresentar os ensinamentos de Jesus que eram passados pelos apóstolos. Então, todo ensinamento apostólico era compartilhado com todos no Templo (em Jerusalém) e aqueles que os ouviam, fielmente os repassavam nas reuniões.
A liturgia dessas reuniões era simples: todos comiam juntos e mutuamente compartilhavam a vida e os propósitos da vinda de Jesus. Nada era complicado, pois o alvo era trazer os benefícios divinos às pessoas e, portanto, todos eram tratados de igual modo.
Os cristãos da Igreja em Corinto procuravam seguir a mesma conduta dos irmãos de Jerusalém. Nessas reuniões (em Corinto), eles promoviam o que era chamado de “a refeição ágape”, ou “a festa do amor”. Cada família participante trazia alimentos, os quais deveriam ser compartilhados com todos. No entanto, com o passar do tempo, tais refeições não estavam mais promovendo um espírito de comunhão na igreja, devido à formação de “panelinhas”, as quais escolhiam e excluíam pessoas de suas mesas. Cada pessoa ficava com a sua “turma”!
As famílias de maior posse traziam mais alimentos, enquanto as mais pobres passavam fome. A ideia de comunhão havia se perdido. Além do mais, alguns membros da igreja aproveitavam “a festa” para se embriagarem!
Essas divisões dentro da igreja demonstravam sintomas mais sérios entre eles, pois, ao se considerarem espiritualmente maduros, não passavam de crianças na fé. Então, Paulo pede que essas reuniões fossem suspensas, a fim de que o verdadeiro significado da “Santa Ceia” fosse restaurado.
O apóstolo Paulo condenou a atitude egoísta de alguns, mas, ao mesmo tempo, declarou que essa prática revelava uma verdade dentro da igreja: os quem eram, de fato, cristãos. Portanto, quando nós celebramos a “Ceia” sem procurarmos entender o seu significado, não alcançaremos o entendimento da responsabilidade cristã de pensarmos no próximo e, naturalmente, não glorificaremos a Deus.
Quando não discernimos os propósitos divinos para a Igreja, revelados por meio da Ceia, nós enfraquecemos a reunião de adoração, e o que deveria ser dedicado a Deus, transformamos em encontros que servem ao nosso deleite ou prazeres pessoais. Dessa maneira, passamos a buscar outros (ou os nossos) objetivos, os quais não expressam os alvos de Deus, por meio de Cristo e, por conseguinte, as divisões aparecem e crescem!
Todo espírito de divisão ocorre na mente daquele que procura impor suas ideias, crenças e inclinações próprias em um ambiente, procurando fazer com que outros ajam “à sua semelhança”. Nós somos chamados a agirmos à semelhança de Jesus, que atuou à semelhança de Deus.
Nós fomos chamados para seguirmos o exemplo de Jesus, mas quando não procedemos desse modo, agimos em conformidade ao egoísta, e isso se dá porque somos mais interesseiros do que ele! Imaginemos o clima que se estabelece no ambiente! (igreja, família, igreja, trabalho, amizades etc.)
Qual era o pecado evidente da igreja de Corinto? Eles deixaram de refletir sobre a vida e o propósito da igreja e a transformaram em um encontro entre amigos. Além do mais, eles estavam perdendo a consciência para a qual foram chamados por Deus – expressarem a Família de Deus, cuidarem dela e fazerem a Sua vontade, tanto dentro como fora da igreja. Eles estavam praticando um “cristianismo desfigurado”!
2. A celebração da Ceia não deve ser desfigurada.
20 Quando vocês se reúnem, não é a Ceia do Senhor que vocês comem. 21 Pois, na hora de comer, cada um trata de tomar a sua própria refeição. E assim, enquanto uns ficam com fome, outros chegam até a ficar bêbados. 22 Por acaso vocês não têm as suas próprias casas onde podem comer e beber? Ou será que preferem desprezar [i.e. desdenhar, desacreditar, não ter prazer, menosprezar], a Igreja de Deus e envergonhar os que são pobres? O que é que vocês esperam que eu lhes diga? Querem que os elogie? É claro que não vou elogiá-los! (1 Co.11:20-22 NTLH)
Paulo deixa claro que a comida farta e os grupos estritamente fechados tinham prioridade sobre os elementos da “Ceia” – o pão e o vinho. O objetivo de alguns era formar grupos fechados, comer, se embriagar e não refletir sobre a importância da Família de Deus sobre a Terra, mostrando um estilo de vida elevado devido à comunhão com Deus.
Alguns cristãos não valorizavam a necessidade de a igreja ser pura. Essas coisas não chamavam a sua atenção, não lhes davam emoção e nem prazer. Eles não queriam uma igreja espiritual, pura, vitoriosa sobre as paixões humanas e o pecado. Eles desejavam uma igreja que tivesse “algo a mais”, que fosse mais “palatável” ou agradável ao paladar aos sentidos humanos. Eles cometeram o mesmo erro de Judas Iscariotes!
Na semana passada, nós meditamos sobre Judas. Ele queria que Jesus fosse o líder político que libertaria Israel de todos os seus inimigos e não como Aquele que estabeleceria um “Reino espiritual” (o Reino de Deus ou dos Céus). Judas queria que o Messias implantasse naquele momento o Seu Reino físico, sendo que, segundo o livro do Apocalipse, Jesus reinará sobre toda a Terra por mil anos, o que conhecemos como “Milênio”.
Nós também vimos que Jesus deu a Judas o pão misturado no molho, possivelmente preparado com ervas amargas. O pão misturado com o molho simbolizava os sofrimentos que receberia de Seus perseguidores até a Sua morte na cruz.
Entretanto, aos outros, Jesus deu o pão sem que fosse passado no molho, simbolizando a Sua vida que daria a todos os que Nele cressem. Seria a vida ressurreta, vitoriosa, eterna e não a física, sujeita a todo tipo de odres, sofrimentos e a morte. A vida que Jesus nos dá é a vida que vence a carne, o pecado, o mundo e anseia pelo Céu – a Eternidade!
Então, a vida que recebemos de Jesus é vitoriosa, espiritual e eterna! Jesus deu aos Seus discípulos o pão sem fermento (o pão asmo ou ázimo) e isso significa que Ele não aceita elementos que modifiquem a Sua forma e que O façam crescer. Jesus é Quem é e Ele é o Grande SENHOR! Jesus nos deu a Sua vida ressurreta para que a expressemos tanto na Igreja como no mundo. Quem despreza essa vida poderosa, desprezará tanto a Sua Igreja como o desejo de mantê-la viva. Afinal, pode o morto cuidar de quem precisa estar vivo?
Devido à má reflexão sobre o significado dos elementos da “Ceia”, a Igreja tem sido desfigurada (deturpada, deformada) e irreconhecível quanto ao seu propósito divino sobre a Terra.
A comida que muitos têm recebido não é o Evangelho, mas veneno que tem intoxicado a mente de muitos que se dizem cristãos, com ideias falsas. Muitos que se dizem cristãos gostam de estar na igreja, mas não a amam e, por isso, não se preocupam entendê-la e mantê-la viva. Eles não querem compromisso com o princípio da morte de Jesus. Eles não querem um compromisso com a morte do “EU”, da renúncia ou da autonegação! Eles não querem morrer para si mesmos para adorar a Deus em verdade e abençoar o seu próximo, mas querem viver no egoísmo e travestidos com uma “fantasia cristã”.
Quem deturpa e despreza a “Família de Deus” é porque tem uma vida que se afasta cada vez mais da presença divina. Esse tipo de gente pratica um “cristianismo desfigurado” e sem conteúdo!
3. Ao participar da celebração da Ceia, reflita no seu conteúdo.
23 Porque eu recebi do Senhor este ensinamento que passei para vocês: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, pegou o pão 24 e deu graças a Deus. Depois partiu o pão e disse: “Isto é o meu corpo, que é entregue em favor de vocês. Façam isto em memória de mim.” 25 Assim também, depois do jantar, ele pegou o cálice e disse: “Este cálice é a nova aliança feita por Deus com o seu povo, aliança que é garantida pelo meu sangue. Cada vez que vocês beberem deste cálice, façam isso em memória de mim.” 26 De maneira que, cada vez que vocês comem deste pão e bebem deste cálice, estão anunciando a morte do Senhor, até que ele venha. (1 Co.11:23-26 NTLH)
Os elementos da “Ceia” são o pão e o vinho. O pão representa o corpo de Jesus que foi oferecido a todos os que creem Nele. É por essa razão que Jesus partiu o pão e o ofereceu em pedaços a todos que estavam presentes. Quando comemos do pão, estamos reafirmando o nosso desejo de estarmos nos alimentando da vida ressurreta de Jesus e de vivermos segundo o seu poder dentro de nós, a fim de agirmos à semelhança de Cristo em todas as situações.
O “cálice” é o que “contém” aliança “feita por Deus” com o seu povo, por meio de Jesus Cristo. O “cálice” representa Jesus e Nele está o sangue inocente do “Cordeiro de Deus”. Nós bebemos o acordo da amizade divina, que a nós foi oferecida. Quando bebemos do cálice, estamos afirmando que desejamos nos manter na aliança que Deus nos ofereceu e que nós aceitamos. A aliança consiste em: que paramos de desafiar a Deus, de lutar contra Ele e de viver longe Dele e, que a partir de Cristo (o Pão), viveremos por meio Dele e para Ele, segundo os termos da Palavra de Deus.
4. A celebração correta da Ceia nos leva a refletirmos sobre o nosso compromisso com Cristo e sua Igreja.
27 Por isso aquele que comer do pão do Senhor ou beber do seu cálice de modo que ofenda a honra do Senhor estará pecando contra o corpo e o sangue do Senhor. 28 Portanto, que cada um examine a sua consciência e então coma do pão e beba do cálice. 29 Pois, a pessoa que comer do pão ou beber do cálice sem reconhecer que se trata do corpo do Senhor, estará sendo julgada ao comer e beber para o seu próprio castigo. 30 É por isso que muitos de vocês estão doentes e fracos, e alguns já morreram. 31 Se examinássemos primeiro a nossa consciência, nós não seríamos julgados pelo Senhor. 32 Mas somos julgados e castigados pelo Senhor, [i.e. que a disciplina do SENHOR nos sirva de alerta] para não sermos condenados junto com o mundo. (1 Co.11:27-32 NTLH)
Muitos cristãos, quando participam da “Ceia”, se esforçam para se lembrar de todos os pecados que cometeram ao longo do dia, da semana ou do mês, a fim de confessá-los a Deus. Você não acha que esse procedimento é um tanto absurdo?
A Bíblia ensina que eu não devo acumular pecados para confessá-los de uma só vez, antes de eu participar da “Santa Ceia”, mas que devo confessá-los, arrepender-me de tê-los praticado e pedir perdão a Deus no momento em que os pratiquei! Essa é a atitude correta, pois duvido que possa se lembrar dos pecados cometidos durante o dia de hoje!
Aquele que vive com esse tipo de pensamento é porque não reflete sobre a habitação do Espírito Santo na sua vida. O Espírito de Deus nos acusa de toda a injustiça, isto é, de tudo aquilo que Deus desaprova. Então, uma vez que pratico algo que não é aprovado por Deus, o Espírito Santo me acusa do erro, eu confesso o meu pecado, me arrependo honestamente e passo a confiar tanto no perdão quanto na misericórdia divina. A partir daí, produzirei atitudes que condizem com a minha confissão e arrependimento.
O apóstolo Paulo declara ser possível comer do pão e beber do cálice, de modo a ofender a honra do Senhor. Quem assim procede, peca contra Deus por desrespeitar a Pessoa de Jesus e a aliança divina contida Nele. Então, Paulo pede que cada um examine a sua consciência, isto é, que cada cristão examine se o seu compromisso com Cristo e com a aliança oferecida por Deus é honesto e real. Na verdade, ele está dizendo a todos nós se estamos ou não andando com Deus como deveríamos!
Paulo nos instiga a valorizarmos a igreja, o Corpo de Cristo, a Família de Deus, como ela deve ser valorizada! Então, como tem sido a minha participação e o meu compromisso com a Igreja do Senhor neste mundo? Como eu tenho sido útil para promover a comunhão e eliminar divisões dentro da família de Deus?
Por acaso, eu sou como aqueles que entram e saem das reuniões como se entrassem e saíssem de uma Drogaria, após terem conseguido o remédio? Quantas pessoas eu estou fortalecendo e beneficiando com a graça de Deus neste momento?
Muitas pessoas, por desprezarem a Igreja e o seu chamado divino para serem úteis a ela, se encontram doentes, fracas e algumas até morrem! O apóstolo Paulo deixa claro que Deus disciplina a muitos que desprezam a igreja, a fim de que sejam exemplos do Seu alerta a tantos outros, para que evitem ser castigados e condenados com o mundo!
No tempo de Noé, muitos desprezavam a arca, até que chegou o dilúvio e foram condenados. O mesmo acontecerá em breve! Muitos desprezam a Igreja e chegará o tempo em que Jesus virá para buscá-la e levará para Si aqueles que foram Igreja, que edificaram a Família de Deus, que a mantiveram sobre os alicerces ou fundamentos lançados por Cristo e Seus apóstolos.
A minha esperança é que eu seja um instrumento nas mãos de Deus para abençoar espiritual e moralmente falando a Sua família. Que eu aceite a Igreja como ela é e que não a desfigure! Que eu me esforce para permanecer na vida de Cristo e na aliança oferecida por Deus a mim, por meio de Jesus, e que o meu compromisso com Cristo e Sua Igreja seja sempre verdadeiro.
Que eu ame a Jesus como também a sua Igreja. Que eu me importe com ela e cuide dela para a glória de Deus!
Que Deus nos abençoe!