Hebreus 10:23
Texto base:
Guardemos firmemente [i.e. seguremos rápido, agarremos de modo firme, não deixemos ir embora] a esperança da fé que professamos, pois podemos confiar que Deus cumprirá as suas promessas. (Hb.10:23 NTLH)
Eu ouço um cristão dizendo que vive pelas promessas de Deus e tenho vontade de lhe perguntar: “O que você quer dizer com isso?” Eu também ouço alguém dizendo: “Mesmo que eu seja infiel, Deus sempre será fiel! Confesso que isso é ainda mais estranho! O primeiro está dizendo meia-verdade, e o segundo, um grande equívoco doutrinário – uma mentira!
O nosso texto base diz que Deus cumprirá as Suas promessas, e isso é uma verdade na qual todos nós devemos crer ou confiar, segundo o próprio versículo. No entanto, o que muitos se esquecem é de como o verso se inicia. O homem de Deus diz que a condição para crermos e confiarmos que Deus cumprirá as Suas promessas é que “guardemos firmemente a esperança da fé que professamos”. Naturalmente que estas palavras se referem às promessas eternas.
Na semana passada, eu lhe disse que uma promessa divina sempre está acompanhada por uma condição. Quando nos deparamos com a palavra “condição”, o que ela quer dizer? Condição pode significar o estado em que uma pessoa se encontra, isto é, ela pode estar em uma boa ou má condição de saúde, familiar, financeira, acadêmica etc.
No entanto, ela também pode ter o sentido de uma cláusula para a realização de alguma coisa ou ação. Neste caso, ela é mais do que uma situação de momento, mas uma exigência. O pai diz ao filho: “Eu lhe comprarei um automóvel “se” você passar a ser mais ajuizado, que também se preocupe em ser um estudante determinado e que se empenhe para terminar a faculdade!”.
A condição do pai é a de ter a condição financeira para abençoar o seu filho com um automóvel. A condição do filho é a de ser pouco responsável, que deixa a desejar no que se refere aos estudos e que “anda a pé” – não possui um carro. Para obter um carro e ter a sua vida mais facilitada, ele deveria aceitar as condições impostas seu pelo pai: melhorar o seu caráter (ser mais ajuizado); se tornar um estudante determinado, esforçado, exemplar e se empenhar com afinco para terminar a faculdade.
Então, alguém me dirá: “Walter, o que você está apresentando não é um espírito de barganha?” De modo algum! As promessas nos ajudam a pensar sobre a nossa condição atual, assim como acerca dos perigos espirituais e morais que podem afetar a nossa realidade com Deus. As promessas divinas nos ajudam a confiarmos na Palavra de Deus, a sermos perseverantes nos Seus propósitos e a O honrarmos por meio de uma vida de obediência.
Ao confiarmos nas promessas de Deus, nós rejeitamos toda associação a qualquer tipo de desordem espiritual e moral que nos é apresentada, a fim de que O glorifiquemos e sejamos abençoados por Ele, tanto aqui como na Eternidade.
1. Observar e aceitar as condições divinas não é uma barganha com Deus
A aceitação das condições estabelecidas pelo Todo-Poderoso não devem ser compreendidas como uma atitude de barganha (permuta, negócio, troca) com Deus, como o meio único para participarmos das Suas promessas. Vamos ler 2 Crônicas 7:14:
então, se o meu povo, que pertence somente a mim, se arrepender, abandonar os seus pecados e orar a mim, eu os ouvirei do céu, perdoarei os seus pecados e farei o país progredir de novo. (2 Cr.7:14 NTLH)
Para que você entenda estas palavras é necessário que faça uso do contexto, pois nele o SENHOR faz uma advertência ao Seu povo, no dia em que o Templo de Salomão estava sendo dedicado a Deus.
12 Uma noite o Senhor apareceu a Salomão e disse: “Ouvi a sua oração e escolhi este templo como o lugar onde quero que você Me ofereça sacrifício. 13 Se Eu fechar os céus de modo que não caia a chuva, ou se Eu der ordens aos enxames de gafanhotos para que acabem com todas as suas colheitas, ou se Eu enviar uma doença que pegue em todos vocês como uma peste, [segue o verso 14: então, “SE” o meu povo…). (2 Cr.7:12,13 NTLH)
Caso o Seu povo pecasse e ocasionasse tais juízos divinos e desejasse ser abençoado por Deus novamente, ele (o povo de Deus) deveria:
- Buscar o arrependimento (mudar a sua maneira de pensar sobre Deus e a vida com Ele);
- Abandonar os seus pecados (rejeitar as desordens espirituais e morais que ocasionaram os desastres);
- Buscar a comunhão com Deus diligentemente em oração (buscá-Lo após ter tomado a decisão de se arrepender e reconhecer a sua rejeição aos Seus preceitos de vida).
Essas condições, quando aceitas, significam que respeitamos, tememos, amamos e reconhecemos que Deus é a “Felicidade Única” para todo o Seu povo. Você chamaria a isso de barganha?
O apóstolo Paulo disse:
Meus queridos amigos, todas essas promessas são para nós. Por isso purifiquemos a nós mesmos de tudo o que torna impuro o nosso corpo e a nossa alma. E, temendo a Deus, vivamos uma vida completamente dedicada a ele. (2 Co.7:1 NTLH)
No Sermão da Montanha, Jesus disse:
Felizes as pessoas humildes [i.e. os que não disputam ou não resistem a Deus, mas que aceitam o modo como Ele lida com os Seus], pois receberão o que Deus tem prometido. (Mt.5:5 NTLH)
A pessoa humilde se entrega às ordens e à direção divina, pois ela não coloca o seu “EGO” como o centro de sua vida e, por isso, ela é oposta àquele que é arrogante, que pensa ser superior aos outros. A pessoa humilde confia na Palavra, na bondade de Deus e sabe que tudo o que Ele pede e permite é para o seu próprio bem, a fim de que ela se torne uma pessoa abençoada (que recebe benefícios divinos) e que O exalta.
2. As promessas divinas se caracterizam como temporais e eternas
Deus sempre fez e faz promessas ao Seu povo e elas são temporais (para a nossa subsistência cristã e humana) e eternas. As promessas temporais glorificam o Seu Nome sobre a Terra, por meio daqueles que O obedecem, e as eternas honrarão aos que a Ele foram obedientes ao longo de suas vidas neste mundo. Eles habitarão e desfrutarão das bênçãos eternas ao lado do Pai.
As promessas temporais de Deus não são dadas a fim de somente obtermos algum consolo pessoal, mas para que o Seu Nome e as Suas obras se propaguem por toda a Terra. Então, as promessas divinas trazem consigo um aspecto tanto disciplinador como evangelístico. O que eu quero dizer com isso?
Tanto os cristãos como os que estão longe de Deus, ao verem as promessas divinas se cumprindo na vida de Seus filhos, reconhecerão a Sua realidade e a Sua fidelidade aos que O amam. Perceberão que Ele não abençoa um povo que não odeia o pecado e que não expressa prazer em obedecê-Lo.
A verdade é que por meio dos atos poderosos de Deus em favor dos que O temem, O amam e O obedecem, geração após geração terá a oportunidade de conhecer a grandeza divina e meditar nas coisas maravilhosas que Ele faz.
Que as pessoas possam ver em nossas vidas os atos poderosos de Deus e, então, teremos autoridade para declará-los com palavras.
4 Ó Deus, cada geração anunciará à seguinte as coisas que tens feito, e todos louvarão os teus atos poderosos. 5 Eles falarão da tua glória e da tua majestade, e eu meditarei nas coisas maravilhosas que fazes. 6 Falarão dos teus atos poderosos, e eu anunciarei a tua grandeza. (Sl.145:4-6 NTLH)
Que todos vejam em nós o desejo de anunciar a grandeza de Deus em atos e palavras, pois, por meio de Jesus, temos aprendido a não competirmos com Ele, mas tê-Lo como o SENHOR de nossas vidas e, nos entregando às Suas ordens e direção com humildade, que alcancemos a Sua misericórdia e Sua honra eterna!
Portanto, quando O obedecemos e aceitamos as Suas condições e preceitos, não estamos fazendo barganha, mas demonstramos que O amamos e O respeitamos, pois Ele é o nosso Eterno Deus e Pai!
Que Deus nos abençoe!