Salmos 42:1
Texto Base:
1 Assim como o corço deseja as águas do ribeirão, assim também eu quero estar na tua presença, ó Deus! 2 Eu tenho sede de ti, o Deus vivo! Quando poderei ir adorar na tua presença? (Sl.42:1,2 NTLH)
1. Quanto tempo leva para que você se agrade de uma pessoa?
Normalmente, alguns minutos! É com muita rapidez que nos agradamos ou não de uma pessoa, dependendo da impressão que ela nos passe. Nós sempre ouvimos que a primeira impressão é a que fica! A impressão visual de uma pessoa em sua apresentação e a forma como ela se expressa no primeiro contato são muito importantes.
Logo vemos se ela é arrogante, humilde, alegre, simpática, triste, culta, honesta, respeitosa, atenciosa, amarga, exibe bons modos e tantas outras coisas. É incrível como nós conseguimos enxergar muitos traços da personalidade de uma pessoa em tão pouco tempo, ou em questão de minutos!
Tão logo à impressão que alguém nos passa, imaginamos se teremos ou não prazer na sua companhia. Em suma, nós não precisamos de muito tempo para definirmos se gostaremos ou não de uma pessoa, especialmente, se a presença e a comunhão com ela acrescentam algo que gostamos às nossas vidas.
Entretanto, se após alguns encontros a pessoa expressar o que não nos interessa, ainda que seja honesta e seus argumentos convincentes, logo a descartamos e nela perdemos o interesse!
2. Você se agrada de Deus e tem prazer na Sua presença?
Desde a infância, aprendemos que devemos amar a Deus “sobre todas as coisas”. No entanto, como nós podemos amar a Deus sem termos prazer Nele? Então, essa ideia de amar a Deus, entre muitos religiosos, não passa de um clichê (padrão, chavão) religioso, algo de teor (norma, conteúdo ou fala) comum, encontrado na vida dos frequentadores de igrejas.
Muitos estão na Igreja por anos e ainda não sentem prazer em Deus! A razão é que, durante anos, essas pessoas ainda não O conhecem verdadeiramente. Para muitos, Ele não é muito íntimo, mas uma força distante dos seus anseios. Eles têm uma noção de que Deus é apenas uma figura de linguagem que expressa o bem, o amor, a tolerância, a repreensão e o juízo. Já ouvi de pessoas que disseram que Deus não gosta de ser importunado!
Em um minuto, você decide se irá ou não gostar de alguém, além de desejar estar com essa pessoa novamente e desfrutar do prazer da sua companhia. Porém, isso nem sempre ocorre quando se trata de Deus! Como eu gostaria que em nós existisse o mesmo sentimento que havia na alma do salmista!
1 Assim como o corço deseja as águas do ribeirão, assim também eu quero [estou ansioso para] estar na tua presença, ó Deus! 2 Eu tenho sede de ti, o Deus vivo! Quando poderei ir adorar [estar diante da Tua face] na tua presença? (Sl.42:1,2 NTLH)
Quando observamos o contexto do Salmo 42, nós podemos perceber que o salmista fala de um período de muito abatimento, sofrimento e lágrimas. A sua tristeza era tão grande, devido às ofensas de seus inimigos, que seus ossos doíam! Entretanto, mesmo em meio a tanta dor, ele declara o seu anseio por Deus, de estar na Sua presença, a fim de expressar a sua alegria e prazer diante Dele e para Ele!
Davi, o grande rei de Israel e também salmista, disse:
Ó Deus, tu és o meu Deus; procuro estar na tua presença. Todo o meu ser deseja estar contigo; eu tenho sede de ti como uma terra cansada, seca e sem água. (Sl.63:1 NTLH)
Em ambos os textos, os salmistas não estavam vivendo momentos alegres em suas vidas, pois sofriam perseguições implacáveis e riscos de morte! Entretanto, todas essas situações não amordaçavam seus lábios, não endureciam os seus corações e não lhes roubavam o conhecimento e a experiência pessoal com a grandeza e o caráter de Deus.
Os perigos pelos quais eles passavam não derrubavam o ânimo como não inibiam o prazer e a alegria espiritual que sentiam por Deus. Eles sempre esperavam algo a mais do Todo-Poderoso no íntimo de suas vidas. A alegria que tinham em Deus era verdadeira e insaciável!
Davi disse:
23 Mesmo que as autoridades se reúnam e contra mim façam planos, eu, que sou teu servo, meditarei nas tuas leis. 24 “Gosto de pensar nos teus ensinamentos; eles são os meus conselheiros.” (Sl.119:23,24 NTLH)
Davi disse a Deus:
3 Manda a tua luz e a tua verdade para que elas me ensinem o caminho e me levem de volta a Sião, o teu monte santo, e ao teu Templo, onde vives. 4 Então eu irei até o teu altar, ó Deus, pois tu és a fonte da minha felicidade. Tocarei a minha lira e cantarei louvores a Ti, ó Deus, meu Deus! (Sl.43:3,4 NTLH)
3. Os seus sentimentos por Deus são verdadeiros? Se não são, como poderão vir a ser?
Nós temos que ser honestos! Há muitas pessoas que confundem o sentimento verdadeiro por Deus com uma empolgação momentânea. Isso pode ser visto em muitas reuniões cristãs (ou “shows cristãos”), nas quais as técnicas do mundo artístico são aplicadas, a fim de animar a “festa” e motivar as pessoas presentes a exibirem o extremo de suas emoções.
Infelizmente, em muitas dessas reuniões, tudo não passa de sensacionalismo, pois o prazer está em tudo o que envolve a reunião e não no conteúdo do caráter e planos divinos àqueles que lá estão. Quando aquele tempo termina, logo as coisas voltam a ser como antes. Por outro lado, alguém vê um cristão ao seu lado se deleitando no SENHOR, sentindo a mão de Deus sobre a sua vida, mas aquele que o observa não sente nada!
Houve um tempo em que essa pessoa sentia prazer em Deus. Ela O amava e se sentia como uma criança nos braços do Pai. Porém, ela não soube lidar com o seu crescimento, perdeu o desejo de aprender e observar os conselhos do Criador, pois, quando Ele passou a mostrar o que não era do seu interesse ou prazer pessoal, o seu amor por Deus começou a esfriar.
Uma criança, quando está na idade tenra, grita e chora por necessidades pessoais. Os pais suprem as suas necessidades. À medida que cresce, ela começa a pedir o que não lhe é conveniente e seus pais passam a instruí-la sobre o que ela realmente precisa. O que acontece? O amor “profundo” (seu prazer, alegria e felicidade) pelos seus pais se esfria e ela passar a buscar prazer em atos de rebeldia. Ela não deixou de gostar de seus pais, mas não sente prazer em estar com eles!
Na vida cristã, muitos lutam com os seus sentimentos de apatia ou de frieza em relação a Deus, mas não conseguem superá-los! Eles sabem que o seu estilo de vida está aquém do esperado por Deus, mas não se esforçam para resistir aos anseios das suas paixões interiores (natureza humana), entender a educação divina e, aos poucos, se distanciam dos conselhos do SENHOR.
Na sua luta contra a frieza ou apatia espiritual, elas não percebem que estão usando “ferramentas erradas”, a fim de vencerem essa “batalha espiritual”! Davi conhecia bem as ferramentas que o mantinham aceso para Deus e, portanto, observemos as suas palavras:
A lei do SENHOR [a Palavra de Deus] é perfeita [verdadeira, honesta, saudável] e nos dá novas forças [restaura e fortalece a nossa alma]. Os seus conselhos [as Suas palavras e caminhos] merecem confiança [fé, fidelidade, submissão] e dão sabedoria [dá a capacidade de enxergar a vida com os Seus olhos] às pessoas simples [pessoas de mente aberta]. (Sl.19:7 NTLH)
As ferramentas, segundo o texto bíblico, que Davi usava eram: a Palavra de Deus e a sua disposição para dar liberdade à sua ação no seu íntimo, os conselhos ou caminhos apresentados por Deus e a sua disposição fiel a eles, a sabedoria divina e a sua mente sempre aberta para a educação exercida pelo Pai. São caminhos de duas mãos.
Nós adquirimos o hábito de dizermos que as pessoas têm de possuir uma mente aberta e, infelizmente, que se entreguem aos modismos da nossa época, ou seja, a tudo o que está na moda. Porém, nem tudo que nos é apresentado é saudável, honesto e puro! Muitas ideias e comportamentos atuais podem nos conduzir a prazeres efêmeros (transitórios, de curta duração, que desabrocham e logo murcham).
Esses prazeres começam a se tornar marcas que caracterizam as suas vidas, ou seja, “as felicidades” do seu ser. Essas pessoas querem viver com Deus e ter alegria Nele, mas O desprezam quando se voltam para o seu egoísmo e interesses pessoais (para as suas felicidades tolas).
Esses “prazeres” estão incrustados no seu caráter e a remoção dos mesmos (pelo trabalho divino) lhes provoca dores, as quais elas não suportam. Então, elas se sentem impelidas a buscarem algo sem conteúdo, que as emocione religiosamente (a falsa sensação de que pertencem a Deus pelo sentimento de uma alegria ou festa falsa). Elas permanecem nessas práticas porque não há quem as incomode sobre suas vidas espirituais e morais. Elas vivem sob a influência de espíritos enganadores, como ensinou Judas, em sua carta. (veja Judas 17-19)
4. Você está disposto a conhecer mais a Deus, a fim de expressar prazer na Sua presença?
Você só buscará mais a Deus, terá mais prazer Nele e desenvolverá uma comunhão mais profunda com Ele, quando passar a pensar o quanto o seu relacionamento com o Pai é importante à sua vida e procurar conhecê-Lo melhor.
Esse prazer por Deus, ou felicidade Nele, tem a ver com o nosso conhecimento e a nossa confiança no SENHOR e, portanto, ela não é o resultado de momentos felizes. Essa alegria por Deus independe das circunstâncias, porque ela brota do nosso conhecimento Dele e do nosso convívio com Ele. O apóstolo Paulo sempre lutou para que os cristãos fossem alegres ou sentissem prazer em Deus. (veja Fp.3:1; 4:1; 1 Ts.5:16; Rm.12:12; 15:13) Paulo diz:
(…) No meio de todas as nossas aflições, eu continuo muito animado e cheio de alegria. (2 Co.7:4 NTLH)
Como ele conseguia viver desse modo, permanecendo animado e alegre em Deus? Ele diz:
Às vezes ficamos tristes, outras vezes ficamos alegres. Parecemos pobres, mas enriquecemos muitas pessoas. Parece que não temos nada, mas na verdade possuímos tudo. (2 Co.6:10 NTLH)
A fé sempre nos faz enxergar o que está além das situações que vivemos e, por isso, ela nos faz ver o quanto o nosso relacionamento com Deus é importante! A minha esperança é que eu seja capaz de enxergar essas coisas! Deus é a minha fonte de felicidade e que eu tenha Nele prazer! Que Deus nos abençoe!