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Jesus, Nicodemos e o Evangelho – Parte II

(Walter de Lima Filho – Terça – 05/02/2013)

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João 3:1,2

Na semana passada nós vimos que Jesus confrontou Nicodemos como um incrédulo, apesar de ser um estudioso das Sagradas Escrituras. Nesta meditação, nós veremos que Jesus mostra a Nicodemos de como ele estava enganado, com relação à sua própria religiosidade.

Nicodemos era um líder. (3:1) Sua posição significa que ele era membro do Sinédrio religioso, tribunal dos antigos judeus, em Jerusalém, composto de sacerdotes, anciãos e escribas, o qual julgava os assuntos criminais e administrativos.

1. Entenda o legalismo da religião de Nicodemos.

Talvez, Nicodemos tenha visitado Jesus à noite, para que por todos não fosse visto e pensassem que estava em missão do Sinédrio. Outra razão, poderia ser o medo de ser expulso da sinagoga de acordo com João 9:22. (…) os líderes judeus tinham combinado expulsar da sinagoga quem afirmasse que Jesus era o Messias.

Como fariseu, Nicodemos era um hiper-legalista, que fazia da religião algo puramente exterior. Eles procuravam mostrar uma piedade aparente, mas negavam o poder de Deus. Essa atitude havia ingressado na igreja e Paulo aconselha que nos afastemos dessas pessoas. (cf. 2 Tm.3:5)

Apesar de serem fanaticamente religiosos, eles não estavam mais próximos de Deus do que um assassino em série. Seu credo incluía mais de seiscentas leis, muitas das quais eram puras invenções deles mesmos. Eles criam que poderiam engolir vinagre no sábado, mas gargarejar o vinagre era pecado, pois gargarejar era considerado trabalho. Eles diziam que poderiam comer um ovo posto no sábado, desde que a galinha fosse morta no dia seguinte!

A religião de Nicodemos, aos olhos de Jesus como aos de Deus, era um tremendo vazio e um entrave à Sua “graça”. Esse tipo de religião baseada em regras, faz com que as pessoas se enamorem da própria religião, tornando-as legalistas. É uma religião praticada pela força do próprio homem, sem a intervenção transformadora de Deus. O sentido é este: Cumpra as regras para estar próximo de Deus; em vez de, aproxime-se de Deus e Ele dirigirá a sua vida para fazer o que é certo.

É por essa razão que Nicodemos ficou chocado ao ouvir de Jesus que ele deveria “nascer de novo”. (3:3,5) Para Nicodemos foi uma decepção, pois o “novo nascimento era algo que ele não poderia produzir por si mesmo.

O Cristianismo não é uma metodologia ou uma ciência humana. Muitas igrejas, pastores e líderes, estão atrás de um método que faça suas igrejas e ministérios crescerem. Mas o Cristianismo é o “coração de Deus”, é Seu Filho Jesus, é o poder do Espírito Santo; portanto, é em Deus e na Sua santa direção que devemos confiar!

2. Desista de tudo o que você é, esta é a proposta do Evangelho de Jesus.

Esta foi a proposta de Jesus a Nicodemos e ela é a verdadeira declaração de Deus para todos nós em Cristo. Você quer seguir a Cristo? Desista de ser religioso, desista da sua religião e de si mesmo. Este é o santo e difícil desafio que o Evangelho nos faz!

Observemos a atitude honesta de Jesus: Certa vez uma grande multidão estava acompanhando Jesus. Ele virou-se para eles e disse: Quem quiser me acompanhar não pode ser meu seguidor se não me amar mais do que ama o seu pai, a sua mãe, a sua esposa, os seus filhos, os seus irmãos, as suas irmãs e até a si mesmo. (Lc.14:25,26 NTLH) Jesus mostrou “o custo” de segui-Lo!

Jesus não está ensinando que devemos abandonar ou tratar mal os membros de nossas famílias; mas, que não sigamos mais suas crenças, dogmas ou religião que não se conectam com Deus. Nós não devemos ser convencidos por qualquer argumento, que nos desvie da verdadeira adoração a Deus e Seus planos para nossas vidas. (cf. Dt.13:6-8)

Nós precisamos entender as palavras de Nicodemos no verso 4. Ele não estava falando em termos literais, pois acreditamos que Nicodemos tinha bom senso e Jesus não estava ensinando nenhuma “loucura biológica”. O que Nicodemos estava querendo dizer era:

“Como eu vou começar tudo de novo? É muito tarde, pois eu já estou envolvido nesse sistema religioso até o pescoço e se eu tiver que voltar a estaca zero será o meu fim, não haverá mais esperança para mim! Eu serei rejeitado e como eu vou sobreviver?”

Jesus desafiou a Nicodemos a exigência mais difícil que podia ter feito! Não adiantaria oferecer dinheiro, jejuns, ou qualquer ritual ou regra religiosa para ter relacionamento com Deus. Ele teria que renascer espiritualmente, reconhecendo a sua própria insuficiência espiritual. Ele teria que dar as costas ao seu título de “mestre” e pela fé, colocar a sua vida nas mãos de Jesus!

3. Nicodemos conhecia regras e rituais, menos a Palavra de Deus.

Jesus disse: Eu afirmo ao senhor que isto é verdade: ninguém pode entrar no Reino de Deus se não nascer da água e do Espírito. (Jo.3:5 NTLH) O que Jesus está dizendo? Que ele precisaria ser batizado nas águas e no Espírito Santo? Claro que não! Jesus não batizava ninguém (cf. Jo.4:2) e não nos esqueçamos que Ele estava exercendo o Seu ministério dentro do Velho Testamento. A promessa do batismo do Espírito Santo só ocorre para a formação da Igreja e o Novo Testamento.

Para entendermos as palavras de Jesus, nós precisamos recorrer a um texto que Nicodemos também já conhecia no livro do profeta Ezequiel capítulo 36. Esse texto fala da água da purificação que era aspergida sobre o altar e sobre os sacrifícios, em quase todos os rituais. Borrifarei água limpa sobre vocês e os purificarei de todos os seus ídolos e de todas as coisas nojentas que vocês têm feito. (Ez.36:25 NTLH) Nicodemos precisava ser purificado da sua religião inoperante, que aos olhos de Deus era nojenta.

Então, Deus faz uma promessa aos que aceitam purificar-se: < em>Eu lhes darei um coração novo e porei em vocês um espírito novo. Tirarei de vocês o coração de pedra, desobediente, e lhes darei um coração bondoso, obediente. (Ez.36:26 NTLH) Nicodemos precisava de um coração novo, uma nova atitude e posicionamento diante de Deus. Ele precisava ser cheio da graça Divina e ser obediente.

Nicodemos precisava se entregar ao “Agente” da salvação que é o Espírito Santo. Ele trabalha no interior do homem revelando a glória de Deus por meio de Cristo, pois nenhum esforço ou voto para cumprir rituais e regras provam uma transformação interior realizada por Deus. Porei o meu Espírito dentro de vocês e farei com que obedeçam às minhas leis e cumpram todos os mandamentos que lhes dei. (Ez.36:27 NTLH)

O Cristianismo ensina que todo o esforço humano para ser religioso é uma tremenda futilidade aos olhos de Deus. É um esforço vão! Jesus vinha ensinando que o homem precisava voltar-se à ação regeneradora da Palavra de Deus e do Espírito Santo, como veremos:

• Paulo disse:(…) Cristo amou a Igreja e deu a sua vida por ela. Ele fez isso para dedicar a Igreja a Deus, lavando-a com água e purificando-a com a sua Palavra. (Ef.5:25,26 NTLH)

• Paulo também disse que Jesus, (…) nos salvou porque teve compaixão de nós, e não porque nós tivéssemos feito alguma coisa boa. Ele nos salvou por meio do Espírito Santo, que nos lavou, fazendo com que nascêssemos de novo e dando-nos uma nova vida. (Tt.3:4 NTLH)

Jesus disse ao “estupefato” líder e mestre Nicodemos: (…) O senhor é professor do povo de Israel e não entende isso? (Jo.3:10 NTLH) Não é a possessão de um exemplar da Bíblia, o batismo nas águas, a freqüência às reuniões da igreja, a participação na Ceia e nas correntes ou campanhas de bênçãos, o falar em línguas, o recitar do Credo, o título, posição ou função eclesiástica, vestimentas, mudanças exteriores, ou seja lá o que for, nada dessas coisas nos torna cristãos verdadeiros. É necessário “nascer de novo” e seguir no caminho de obediência a Deus!

Este era o Evangelho que Jesus pregava e que “evangelho” nós temos visto ser pregado? Um “evangelho” que omite as dificuldades e o compromisso com Deus. Que omite todo o ensinamento das Sagradas Escrituras e que se apóia em metodologias ou ciências humanas. Paulo disse: (…) ainda que nós ou um anjo do céu pregue um evangelho diferente daquele que lhes pregamos, que seja amaldiçoado! (Gl.1:8 NVI)

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