João 2:3-5,7-10
Texto Base:
3 Quando acabou o vinho, [Maria] a mãe de Jesus lhe disse: — O vinho acabou. 4 Jesus respondeu: — Não é preciso que a senhora diga o que eu devo fazer. Ainda não chegou a minha hora. 5 Então ela disse aos empregados: — Façam o que ele mandar. 7 Jesus disse [i.e. orientou com firmeza] aos empregados: — Encham [i.e. preencham] de água estes potes. E eles os encheram até a boca. 8 Em seguida Jesus mandou [i.e. orientou com firmeza]: — Agora tirem um pouco da água destes potes e levem ao dirigente da festa. E eles levaram [i.e. levaram rapidamente e com grande motivação]. 9 Então o dirigente da festa provou [i.e. testou o sabor] a água, e a água tinha virado vinho. Ele não sabia de onde tinha vindo aquele vinho, mas os empregados sabiam. Por isso ele chamou [i.e. intimou o noivo com alta voz] o noivo 10 e disse: — Todos costumam servir primeiro o vinho bom [i.e. o melhor e insuperável] e, depois que os convidados já beberam muito, servem o vinho comum [i.e. inferior, de menor qualidade]. Mas você guardou até agora o melhor vinho [i.e. o melhor, insuperável, excelente]. (João 2:3-5,7-10 NTLH)
Nós precisamos dar atenção a tudo o que nos acontece, pois esses acontecimentos são sinais divinos que nos servem de alerta, reflexão e mudanças interiores das quais precisamos. Muitas vezes, Deus nos atrai para Si por meio de circunstâncias surpreendentes e, por isso, estejamos bem atentos a elas!
A primeira vez que eu ouvi a história de Jesus transformando água e vinho, não entendi perfeitamente o significado que estava por trás desse acontecimento. Eu entendi, posteriormente, que Jesus realizou o Seu primeiro milagre para mostrar a razão da Sua vinda ao mundo – Jesus veio para transformar a morte em vida.
Quando lemos o evangelho de João, nós percebemos esta verdade em todo o seu livro, ou seja, transformar a morte em vida. Portanto, a transformação da água em vinho não se deu, simplesmente, para a salvação de uma festa de casamento, mas para servir de um “sinal divino” ao ser humano, que Ele, Jesus, veio para transformar a morte em vida.
Na nossa última meditação, eu expliquei que a água representava a morte, e o vinho oferecido por Jesus, a nova vida. Então, a água (i.e. significando a morte) preencheu os potes de pedra, os quais representavam os seres humanos. Esse quadro revelava que o ser humano está cheio de morte e que precisa sofrer uma transformação ou um milagre interior, a fim de que receba a vida eterna, a qual é insuperável, a mais excelente e abundante. (João 10:10)
1. O humilde satisfaz a Deus, mas o orgulhoso, ao seu egoísmo
No casamento em Caná, nós notamos duas pessoas com atitudes bem diferentes, diante do sinal divino: Maria, “antes” de a água ser transformada em vinho, e a do dirigente da festa, “depois” de ter provado o vinho mais excelente.
Maria “intimou” a Jesus que fizesse um milagre para salvar a festa e não foi atendida de imediato. O dirigente “intimou” o noivo, reclamando da razão de ele ter guardado o melhor vinho para o final da festa, e não obteve respostas.
Maria buscou soluções na “Pessoa” correta, mas com uma atitude errada. Ela reconheceu que Jesus era Seu SENHOR, submeteu-se à Sua palavra e agiu humildemente, de acordo com o que ouviu de Jesus. O dirigente, por ser o responsável da festa e, sentindo-se ferido no seu orgulho, buscou respostas na pessoa errada.
Humildemente, Maria confiou no melhor de Deus, mas o dirigente, orgulhosamente, pensou na sua posição hierárquica e, diante do inesperado, ficou incomodado e pensou somente em si mesmo. Ambos “viram” algo surpreendente.
Maria, diante de Jesus, viu a sua pobreza espiritual e a necessidade de depender do governo divino, confiar nele naquela situação e, então, submetendo-se à vontade de Deus, disse aos empregados para que obedecessem às ordens de Jesus. Portanto, Ela viu a sua condição humana, mudou a sua atitude e confiou no Governo de Deus.
O dirigente viu e provou o sabor do vinho novo, mas, ignorando o que lhe era surpreendente, decidiu questionar por razões corretas, porém de modo impróprio, o noivo. Bravo por não ter sido anteriormente comunicado, ele queria saber as razões de o noivo ter dado ordens que fosse servido um vinho de extrema qualidade após o primeiro.
Maria buscou soluções na “Pessoa” certa e aprendeu que os interesses do Reino de Deus deveriam estar em primeiro lugar. Ela, a eles se submeteu, confiou no que Jesus prometeu e anunciou aos empregados que agissem de acordo com o que Ele lhes dissesse. Portanto, Maria agiu segundo a vontade divina. (Mateus 5:3-5)
O dirigente, após se deparar com o surpreendente vinho (sinal divino), em vez de indagar os empregados sobre a origem do mesmo, não o fez. Ele perdeu a oportunidade de ser conduzido por eles a Jesus, conhecer a “Verdade”, a “Vida” e participar do Reino de Deus, por meio de Cristo. Preso ao seu orgulho e interesses pessoais, ele, impulsivamente, procurou repostas na pessoa errada, no caso, o noivo.
Jesus fez um alerta, acerca do qual nós precisamos atentar:
“Quem procura os seus próprios interesses nunca terá [i.e. nunca procurará e encontrará] a vida verdadeira [i.e. o fôlego da vida que vem de Deus – vd. Gênesis 2:7]; mas quem esquece a si mesmo, porque é meu seguidor, terá [i.e. depois de procurar, encontrará] a vida verdadeira.” (Mt.10:39 NTLH)
Este verso dá ênfase ao verbo “procurar” e toda investigação à “reflexão” (meditar, pensar, considerar) é necessária. Dizemos que a natureza dá sinais, tanto de escassez como de abundância, e políticas públicas inteligentes devem ser adotadas. Ao dirigir o seu automóvel e vê o sinal vermelho acendendo, você logo reflete e sabe que deve frear o veículo.
Deus usa os sinais da natureza e os do próprio homem para chamar a nossa atenção a certos conceitos de moralidade e bom senso. Infelizmente, nós refletimos muito pouco sobre os sinais divinos, os quais podem abrir os nossos olhos para a “Vida” que Ele deseja nos dar em Cristo.
2. Observe sinais que Deus lhe dá, confie Nele e faça o que deve ser feito para a glória divina
“O vinho acabou”, disse Maria ao Seu SENHOR. Para ela, a falta do vinho era uma grande oportunidade para que Deus manifestasse o Seu poder, e por isso procurou a Pessoa certa – Jesus, o “Caminho, a Verdade e a Vida” de Deus. Quanto ao dirigente da festa, ele provou o “vinho novo”, não sabia de onde ele havia vindo e procurou a pessoa errada, a fim de lhe prestar explicações.
- A quem você está procurando? A Pessoa certa ou a errada?
- Ao procurar Deus, você quer explicações ou confiar que Ele fará o melhor?
- Faça o que deve ser feito de acordo com o chamado divino à sua vida e você logo entenderá os propósitos divinos para tudo o que lhe acontece!
Ao falar com Jesus, Maria entendeu como deveria proceder e ela não somente se alegrou com a ação de Deus, mas fez com que as pessoas também participassem do Seu poder, por meio do seu procedimento. Maria se encheu da Vida do Alto ao aceitar a transformação divina que ocorreu no seu íntimo!
O mesmo não se deu com o dirigente da festa, pois o seu orgulho fez pensar somente em si mesmo. Deixando de questionar aqueles que, por ordem de Jesus, trouxeram-lhe o vinho, ele não se encheu da Vida genuína, porque a sua atitude egoísta impossibilitou a Deus que o transformasse interiormente. Ele, no mínimo, e ainda que de modo egoísta, poderia ter recebido elogios de todos ao oferecer o melhor vinho, depois de ter servido o primeiro. O seu orgulho da função de dirigente da festa foi tão grande, que nem isso ele fez!
O orgulho e o egoísmo podem nos levar a pensar somente em nós mesmos como se fôssemos o centro do mundo. Construímos uma bolha ao nosso redor, que nos isola e nos faz perder as oportunidades que Deus nos dá, tanto para vivermos como para entendermos a vida. A soberba na vida de um homem pode levá-lo a pensar que ele é o ramo de trigo na haste do joio. O orgulho é o elemento que completa e honra a ignorância do tolo, mas o humilde se submete a Deus e é honrado com a Sua sabedoria!
Jesus disse que as pessoas da Sua época sabiam olhar para o céu, e que, pelo seu aspecto, avaliavam se haveria chuva ou seca, mas que perderam a capacidade de explicar por si mesmas o que os sinais de Deus queriam dizer às suas vidas. (Mateus 16:2,3)
Jesus disse que aquela geração era má, sem fé e, portanto, morta para Deus, afastada Dele! Ela só queria os Seus milagres, mas não desejava aprender como se comportar de maneira digna, aprovada e dedicada a Ele. (Mateus 16:4)
Jesus também falou sobre os sinais dos “últimos dias no final dos tempos” (Mateus 24), sobre os quais nós precisamos refletir. Então, logo a seguir, Ele fala sobre como devemos proceder nesses dias, por meio de três parábolas ou comparações: “As Dez Virgens”, “A Parábola do Dinheiro Investido” e das “Cabras e as Ovelhas”. (Mateus 25)
3. Deus o está alertando por meio de certos sinais? Então, observe-os com cuidado
Nunca deixe de se concentrar nas coisas que lhe acontecem e que chamam a sua atenção, pois elas são sinais divinos e que servem como o ponteiro de uma bússola que aponta a direção da Eternidade. Não deixe que os sinais passem despercebidos, porque neles você aprenderá mais do poder de Deus e dos Seus propósitos à sua vida.
Talvez, eles indiquem mudanças interiores que precisam acontecer em diferentes áreas da sua vida, como: na vida conjugal, no relacionamento para com os filhos e destes para com seus pais, vigilância com os seus entretenimentos, cuidados com a própria educação e cultura, atenção redobrada à vida moral, de pecados e maior dedicação a Deus.
Nem sempre Deus falou de modo audível aos Seus filhos, mas, em muitas ocasiões, Ele Lhes falou por meio de sinais. Estes sempre apontaram para a Sua Pessoa e à preservação da “Nova Vida” que conduziriam os Seus filhos à “Vida Eterna”, onde não haverá choro nem sofrimentos!
Os sinais indicam atenção, reflexão, perigos e mudanças, a fim de nos ajustarmos aos propósitos de Deus, pois os Seus planos são muito maiores do que os nossos! Perseverarmos fielmente na “Nova Vida” que Ele nos deu em Cristo é sinônimo de desejá-Lo e honrá-Lo!
Que Deus nos abençoe!