João 2:11,12
Texto Base:
11 Jesus fez esse seu primeiro milagre em Caná da Galileia. Assim ele revelou a sua natureza divina [i.e. Jesus manifestou a Sua Glória divina], e os seus discípulos creram nele. 12 Depois disso, Jesus, a sua mãe, os seus irmãos e os seus discípulos foram para a cidade de Cafarnaum e ficaram alguns dias ali. (Jo. 2:11,12 NTLH)
Jesus veio para transformar a morte em vida e o contexto, como o Evangelho de João, revela esta verdade, quando Ele transformou a água em vinho. O milagre realizado representava um sinal, ou seja, apontava para os objetivos da Sua missão sobre a Terra – transformar a morte interior do homem em vida – vida “com” e “para” Deus!
Jesus era o Deus encarnado (Emanuel ou “Deus Conosco” – Mateus 1:23) e isso quer dizer que o Próprio Deus Se dispôs a assumir sobre Si um corpo humano (Jesus), a fim de ensinar a todos os seres humanos sobre como eles deveriam viver tanto “com” quanto “para” Deus, por meio do poder da “Nova Vida” em Cristo Jesus.
Nós sabemos que é somente por Jesus que podemos ir a Deus (João 14:6), conhecê-Lo (João 1:18) e entender as razões de Ele desaprovar o comportamento humano em todos os seus anseios, pois a prova de que viviam afastados de Deus era o sentimento de aflição e abandono, vivendo como ovelhas sem pastor. (Mateus 9:35,36)
A maioria dos homens vive desse modo hoje em dia. Por não conhecer a Jesus realmente, a humanidade criou caminhos efêmeros, ou de curta duração, para a sua felicidade sobre a Terra. Esses caminhos “roubam” as pessoas do conhecimento da Verdade divina e levam a se “afastar” de Deus (morte espiritual e eterna) e à “destruição” dos valores da vida divina, pois são eles que tornam a vida humana útil ao mundo, relevante para Deus, importante a outras pessoas e repleta de méritos para a Eternidade – a plenitude da vida. (João 10:10)
Por que os seres humanos seguem esse caminho diabólico? Porque, pela influência dos esquemas do Maligno, eles são levados a pensar que cada um tem a sua própria verdade, que os conduz a uma felicidade efêmera. Eles se tornam orgulhosos, egoístas e não percebem que, vivendo para os seus interesses egoístas e terrenos, destroem a originalidade e os propósitos da vida que lhes foi dada por Deus.
Vivendo desse modo, percebemos claramente as razões das “inversões de valores” no mundo. Deus criou o ser humano para seguir as Suas regras e leis, as quais o levariam a uma vida espiritual e moral aprovada, ou seja, a uma ética social que exibe e exige o respeito e a ordem. Mas o que vemos é a desordem, o caos espiritual e moral em todos os setores da sociedade.
Se, de fato, formos verdadeiros, temos que admitir que a alegria da vida, como o ser humano a define, chegou ao seu fim – “o vinho acabou”, disse Maria a Jesus! (João 2:3) Ela, impulsivamente ou sem refletir, intimou Jesus a realizar um milagre e salvar “a festa”.
Devemos lembrar de que Jesus estava presente naquela festa por razões muito maiores: revelar a Sua natureza divina e que, sob o Seu comando, todos poderiam experimentar o melhor, toda a novidade que vem de Deus, do Seu Reino, e que verdadeiramente satisfaz a vida humana!
Eu gostaria de mencionar dois encontros de Jesus registrados no Evangelho de João, nos quais as pessoas perceberam a morte no interior de suas vidas e como foram alertadas por Jesus sobre a presença dela e a necessidade da “nova vida” – “o vinho novo”.
1. A morte pode estar em você, mesmo possuindo um profundo conhecimento bíblico e religioso (João 3:1-21)
A referência a este subtítulo trata do encontro de Jesus com um rabino muito estudioso da Bíblia, chamado Nicodemos. Todo o seu estudo e conhecimento religioso o fez enxergar a Jesus como um mestre, que provava ter sido levantado por Deus ao realizar sinais ou milagres. Estas coisas eram os limites da sua visão.
Jesus mostrou a Nicodemos que todo o seu conhecimento bíblico ainda o mantinha cheio da morte e que algo lhe faltava: nascer da ação do Espírito de Deus para “ver o que precisava ver” na Pessoa de Jesus – O Reino, o Governo de Deus, a Sua Soberania. Ele precisava nascer de novo, isto é, sofrer uma ação divina no seu interior para que se enchesse da Vida do Alto. (João 3:3)
Isso se daria quando Nicodemos entregasse a sua morte interior à morte e o todo o seu ser à ação transformadora do Espírito Santo, para que fosse restaurado e divinamente transformado em uma nova criatura, em unidade com Cristo. (João 3:5) Ao dizer que Nicodemos deveria nascer da “água e do Espírito”, Jesus se referia ao batismo de João Batista, no qual a água representava a morte, e o Espírito de Deus, a Vida do Alto.
Desse modo, vendo Jesus como deveria ser visto e, submetendo-se aos Seus ensinamentos, Nicodemos não apenas veria o Reino de Deus, mas, por meio de Cristo, ingressaria nele e trabalharia pela causa dele. Em última análise, Nicodemos seria um homem levantado, aprovado e usado por Deus.
Quando Nicodemos procurou Jesus às escondidas (à noite), assim o fez porque percebeu que “o primeiro vinho em sua alma havia acabado”! Ele precisava de um “novo vinho”! Ele desejava uma vida com Deus que o satisfizesse e se dirigiu à Pessoa correta, porém com uma visão incorreta de Jesus, mas aprendeu com o SENHOR sobre como ter uma vida útil, aprovada e abençoada por Deus.
Nicodemos representa os muitos estudantes e conhecedores da Bíblia, que a estudam com sinceridade, mas com os olhos fechados para a Pessoa e os objetivos do Reino de Deus. Eles não veem a Jesus como deveriam vê-Lo, e por isso vivem afastados tanto da Pessoa como dos propósitos divinos. Eles são medrosos e tateiam com as mãos, procurando na escuridão alguma lamparina que ilumine o interior de suas vidas, a fim de encontrarem a satisfação em Deus.
A vida do Cristianismo não está em somente conhecer as histórias, os capítulos e versículos da Bíblia, mas de ver neles a Pessoa de Jesus e, por meio Dele, viver em unidade com Deus e para os Seus propósitos, através da “nova vida” em Cristo.
2. A morte pode estar em você, e por isso, a sua busca intensa pela felicidade (João 4:1-42)
Jesus, certa vez, teve um encontro com uma mulher samaritana, para a qual pediu água. A mulher estranhou a Sua atitude, pois como um judeu pediria água a um samaritano, sendo que, na cultura local, não havia afinidade entre eles?
Jesus lhe disse que se ela pudesse saber sobre o que Deus havia preparado para ela e Quem Ele era, ela é quem Lhe pediria um pouco da água que se transforma em Vida! (João 4:10) Ela ficou surpresa e Lhe perguntou de onde Ele retiraria a tal água da vida! Jesus disse que quem bebesse a água daquele poço, logo teria novamente sede, mas que quem bebesse da água que Ele oferecia, esta se tornaria em uma fonte de água que daria a Vida Eterna!
Jesus estava procurando abrir os seus olhos, a fim de que ela visse o que precisava ser visto. Ela, então, pediu-lhe um pouco dessa “água” misteriosa. Porém, Jesus lhe disse: “Vá chamar o teu marido e volte aqui!” (João 4:16) Ela disse que não tinha marido e Jesus lhe disse que ela estava certa, pois já havia se casado cinco vezes e que estava vivendo com um homem que não era legalmente seu marido.
Jesus mostrou o quanto aquela mulher buscava a felicidade e a que encontrou no seu parceiro não satisfazia a sua alma! Então, ela O chamou de profeta, demonstrando uma visão ainda limitada acerca de Jesus, até que Ele se apresentou a ela como o Cristo, ou o Messias. (João 4:20-26) Ela saiu da Sua presença, foi à cidade e falou a todos sobre Jesus. Ela não teve vergonha de lhes falar sobre como Ele a havia acusado dos seus pecados. Muitos foram até Jesus e creram Nele!
A mulher samaritana representa os que procuram intensamente pela sua felicidade nesta Terra, mas não a encontram. Por quê? Porque a verdadeira felicidade está na Eternidade e, sobre a Terra, aos que têm “fome e sede” de fazer a vontade de Deus, por meio da “nova vida” em Cristo. (João 4:31-34; Mateus 5:6)
Eu poderia mencionar o homem doente há 38 anos e que era levado dia após dia ao tanque de Betesda. A sua doença indicava que o vinho acabara, mas o SENHOR transformou a sua morte em vida! (João 5:1-15) Eu poderia falar da mulher que foi pega em flagrante adultério e o vinho do seu deleite se acabara. (João 8:1-11) Sobre Lázaro, que estava morto e sepultado há quatro dias e já cheirava mal. Para todos, a vida de Lázaro havia terminado, mas não para Jesus, pois Ele o ressuscitou! (João 11:1-45)
3. A insatisfação e o enfado indicam que a morte veio à tona, e o que fazer?
A resposta é que ela representa uma oportunidade de percebemos que é um sinal da parte de Deus, dizendo-nos que Jesus está fora do nosso cenário.
Nós precisamos admitir que, muitas vezes, as nossas orações ficaram sem respostas. Muitas vezes, pessoas pedem a Deus para que transforme seus cônjuges, filhos, pais, suas próprias vidas e mais e mais coisas, enquanto se enchem de ansiedade e fragilidades, esperando alguma intervenção divina – um milagre de Deus.
Há situações e pessoas nesta vida que nos enfraquecem espiritual e emocionalmente falando, e essas condições são sinais da presença da morte agindo dentro de nós. Em vez de nos entregarmos aos nossos sentimentos mortais, creiamos em Jesus e O obedeçamos em tudo, pois esse é o único meio de lutarmos contra a morte em favor da nova vida, a qual expressa a glória de Cristo Jesus. Sejamos como Maria e não como o dirigente da festa – orgulhoso e egoísta.
Não basta que oremos e saiamos do momento da oração com mais ansiedade. É necessário que saiamos desses momentos devocionais com atitudes e, estas, realizadas por meio dos princípios valores da Palavra de Deus, que beneficiarão a muitos. Alguns crerão em Cristo, e outros não, mas que as nossas ações sejam corretas e que não prejudiquem pessoas, a fim de expressarmos a elas a glória divina de Jesus.
14 — Vocês são a luz para o mundo. Não se pode esconder uma cidade construída sobre um monte. 15 Ninguém acende uma lamparina para colocá-la debaixo de um cesto. Pelo contrário, ela é colocada no lugar próprio para que ilumine todos os que estão na casa. 16 Assim também a luz de vocês deve brilhar para que os outros vejam as coisas boas que vocês fazem e louvem o Pai de vocês, que está no céu. (Mt.5:14-16 NTLH)
Que nós tenhamos o desejo de expressar ações que expressem a glória de Cristo através da “nova vida” que Deus nos deu! Esta é a minha esperança, pois foi para essa missão que todos nós fomos divinamente chamados!
Que Deus nos abençoe!