Texto Base:
Atos 27:21-26
21 “Fazia muito tempo que eles não comiam nada. Então Paulo ficou de pé no meio deles e disse: — Homens, vocês deviam ter dado atenção ao que eu disse e ter ficado em Creta; e assim não teríamos tido toda esta perda e este prejuízo.” 22 “Mas agora peço que tenham coragem. Ninguém vai morrer; vamos perder somente o navio.” 23 Digo isso porque, na noite passada, um anjo do Deus a quem pertenço e sirvo apareceu a mim 24 e disse: “Paulo, não tenha medo! Você precisa ir até a presença do Imperador. E Deus, na sua bondade, já lhe deu a vida de todos os que estão viajando com você.” 25 Por isso, homens, tenham coragem! Eu confio em Deus e estou certo de que ele vai fazer o que me disse. 26 Porém vamos ser arrastados para alguma ilha [i.e. é divinamente necessário que, sem forças, nós caiamos em uma ilha – Malta]. (At.27:21-26 NTLH)
Nesta vida, nada está fora do controle de Deus! Nenhuma “tempestade” ocorre acidentalmente em nossas vidas, pois nada está na contramão da soberana vontade do Senhor, porque Ele executa os Seus propósitos e mostra a Sua glória em tudo o que nos acontece.
Esta passagem das Escrituras nos fala da viagem de Paulo a Roma, onde ele seria julgado injustamente pelos romanos. Antes de chegar à cidade, a embarcação em que Paulo se encontrava ficou presa em um banco de areia e a parte de trás foi se destruindo, devido às fortes ondas. Enfim, de acordo com a mensagem de Deus, todos chegaram a salvo em uma ilha.
Eu disse que Paulo seria julgado injustamente em Roma, por causa do conteúdo de suas pregações, as quais eram consideradas pelos romanos como uma ameaça à divindade e à autoridade máxima de César. Paulo pregava Jesus como o SENHOR de todos e de todas as coisas e isso ameaçava a crença da falsa divindade de César, o Imperador Romano.
Paulo nunca pregou que os cristãos deveriam fazer guerra a qualquer governo e, no caso, ao Governo Romano, mas que eles fossem submissos aos preceitos de Jesus e que O obedecessem, mesmo que isso os levasse ao martírio. O cristão obediente, mesmo quando afligido por Satanás e seus subordinados (os que são influenciados por ele), sempre está nas mãos de Deus e, às vezes, de acordo com a Sua vontade, é elevado à Eternidade.
Esta passagem fala de um homem que sempre se manteve fiel a Jesus, mas que passou por muitos sofrimentos. Antes de chegar a Roma – onde seria martirizado –, Paulo vivenciou um naufrágio e, mais adiante, foi picado por uma serpente venenosa. Tudo isso foi algo acidental em sua vida? Eu posso garantir que não! Tudo o que Paulo experimentou estava de acordo com os propósitos de Deus, a fim de que a Sua glória fosse expressa.
Aquele que crê na soberania divina sabe que tudo o que lhe acontece neste mundo não é um acidente, mas ele vê a glória de Deus e tanto crê como aceita o Seu propósito. Reconheço que, na maioria das situações, nós não entendemos completamente, de início, as ações do Senhor, mas, como disse o sábio, nós devemos confiar em tudo o que Ele faz.
Deus marcou o tempo certo para cada coisa. Ele nos deu o desejo de entender as coisas que já aconteceram e as que ainda vão acontecer, porém não nos deixa compreender completamente o que ele faz. (Ec.3:11 NTLH)
Nem sempre, saberemos o que Deus está fazendo, mas Ele fará com que vejamos a Sua glória, grandeza e poder em cada circunstância. Por isso é importante que coloquemos em prática o que temos aprendido da Palavra de Deus em cada situação, em vez de permitirmos que o abatimento venha nos inibir. Caso persistamos em um espírito de coragem, logo perceberemos os propósitos divinos em tempos de calamidade.
Somos filhos do Todo-Poderoso e, dentro de uma situação de calamidade, nós veremos a bondade divina e seremos instrumentos da mesma para abençoar outras pessoas. Mais uma vez, eu digo: nada em nossas vidas é acidental, mas tudo ocorre para que Deus revele os Seus propósitos e a Sua glória.
1. Em tempos de calamidade, nunca nos faltará a ajuda de Deus
1 Quando já estávamos em terra, sãos e salvos, soubemos que a ilha se chamava Malta. 2 Os moradores dali nos trataram com muita bondade [i.e. considerados pelos gregos como bárbaros, os moradores trataram a todos com extrema generosidade e humanidade] Como estava chovendo e fazia frio, acenderam uma grande fogueira. (At.28:2 NTLH)
Os moradores de Malta eram considerados pessoas bárbaras, pois os gregos os tinham desse modo, pelo fato de os malteses não falarem a língua grega. Imagine um navio com 276 passageiros, pertencentes a uma cultura grego-romana em uma ilha hostil aos seus costumes, pois todos eles poderiam ser atacados e mortos! Antes, todos foram recebidos com generosidade pelos “bárbaros”!
Como fazia muito frio, os malteses fizeram uma grande fogueira, a fim de oferecerem algum conforto e o seu calor humano aos náufragos. O fato de terem sido generosamente acolhidos revela a glória de Deus, pois Ele mesmo havia revelado a Paulo que nenhum homem que estava na embarcação morreria. (cf. At.27:22)
Então, em situações que não entendemos, que fiquemos atentos, pois nunca nos faltará a ajuda divina e, às vezes, ela virá de quem não esperamos! Essa é uma maneira de Deus mostrar nelas que Ele tem propósitos e nos revelar a Sua glória e poder.
2. Em tempos de calamidade, Deus nos alertará e nos protegerá da malignidade
3 Paulo ajuntou um feixe de gravetos e os estava jogando no fogo, quando uma cobra, fugindo do calor, agarrou-se na mão dele. 4 Os moradores da ilha viram a cobra pendurada na mão de Paulo e comentaram: — Este homem deve ser um assassino. Pois ele escapou do mar, mas mesmo assim, a justiça divina não vai deixá-lo viver. 5 Mas Paulo sacudiu a cobra para dentro do fogo e não sentiu nada. 6 Eles pensavam que ele ia ficar inchado ou que ia cair morto de repente. Porém, depois de esperar bastante tempo, vendo que não acontecia nada, mudaram de idéia e começaram a dizer que ele era um deus. (At.28:3-6 NTLH)
Era comum os povos do Mediterrâneo, Ásia e Oriente Médio acreditarem que quem fosse picado por uma serpente venenosa, estava sofrendo uma justiça dos deuses. Entretanto, como Paulo não inchou nem caiu morto, todos disseram que ele era um deus! Todavia, Paulo manteve-se íntegro à sua fé e não cedeu às afirmações pagãs. Ele não se deixou levar pelas declarações pagãs.
Outra coisa que eu gostaria de destacar é que Paulo, ao ser picado pela serpente, não fez nenhum ato de sensacionalismo religioso, mas simplesmente sacudiu a cobra para dentro do fogo e continuou sem sentir qualquer dor. Caso Satanás estivesse tentando desviar a mente de Paulo do SENHOR e do objetivo divino de conduzir Seu apóstolo a Roma, que fracasso foi sua tentativa!
Paulo não aproveitou todo aquele momento para tirar alguma vantagem pessoal, mas observou o propósito divino em revelar a Sua glória ao proteger a sua vida.
3. Em tempos de calamidade, Deus quer nos usar para ajudarmos muitas pessoas
7 Perto daquele lugar havia algumas terras que pertenciam a Públio, o chefe daquela ilha. Ele nos recebeu muito bem, e durante três dias nós fomos seus hóspedes. 8 O pai dele estava de cama, doente com febre e disenteria. Paulo entrou no quarto, fez uma oração, pôs as mãos sobre ele e o curou. 9 Depois disso os outros doentes da ilha vieram e também foram curados. (At.28:7-9 NTLH)
Mais uma vez, Deus mostra a Sua glória e o Seu propósito ao levar Paulo até Malta. Ele usou o Seu servo, a fim de mostrar a Sua bondade e que não faz acepção de pessoas. Portanto, que nós não desanimemos, mas que fiquemos alegres por sermos usados por Deus, a fim de fortalecermos os que estão enfraquecidos.
4. Em tempos de calamidade, Deus suprirá as suas necessidades
10 Eles mostraram muito respeito por nós e, quando embarcamos, puseram no navio tudo o que precisávamos para a viagem. (At.28:10 NTLH)
Os “bárbaros malteses”, mais uma vez, demonstraram generosidade ao suprir as necessidades de todos que seguiriam viagem. Foi desse modo que o Evangelho chegou a Malta. Foi um acidente? Claro que não! Foi uma manifestação da glória e do propósito divino em abençoar pessoas, por meio de quem se propôs a fazer a vontade de Deus. Foi por causa da obediência de um homem (Paulo) que o Senhor realizou todas essas coisas e, por meio dele e da sua fé, abençoou os que estavam acerca dele.
Em vez de se amargurar, se deprimir e desistir de tudo, mesmo em tempos de calamidade, Paulo serviu a Deus e às pessoas com um espírito de alegria ou prazer em Deus. Paulo é um exemplo de alguém que crê na soberania e no cuidado de Deus pelos Seus.
A minha esperança é que sigamos o seu exemplo e que creiamos que nada é acidental, mas um propósito divino!
Que Deus nos abençoe!