Salmos 18:2
Texto Base:
“O SENHOR é a minha rocha, a minha fortaleza e o meu libertador. O meu Deus é uma rocha em que me escondo. Ele me protege como um escudo; ele é o meu abrigo, e com ele estou seguro.” (Sl.18:2 NTLH)
Nós dizemos que vivemos em um mundo cheio de insegurança, ou instabilidade emocional. Mas, quando ele não foi assim? Deus não nos promete um mundo seguro, mas uma vida segura Nele e, para isso, que aprendamos a ouvir a voz da nossa insegurança, para que saibamos como nos identificar com Cristo. Por não aceitarem essas verdades, muitos cristãos vivem inseguros, e essa instabilidade interior poderá destruir suas vidas e seus caminhos.
Quando as pessoas estão inseguras, elas podem se expressar de maneiras bem diferentes, dependendo de seu temperamento, valores e hábitos moldados, os quais são pelas suas experiências espirituais e emocionais.
Em alguns casos, a insegurança se parece com mansidão, obediência, e as pessoas assumem um sentimento de culpa. Noutras, elas não admitem estarem erradas e se tornam desafiadoras (“batem de ombros”). Além disso, a insegurança move algumas pessoas a evitarem atenção e, noutras ocasiões, a atenção é exigida ao máximo por elas.
Todos nós estamos familiarizados com a insegurança, mas por que a sentimos e como podemos superá-la?
1. A insegurança é uma forma de medo
A insegurança é uma instabilidade emocional (medo), a qual nos ajuda a escaparmos de alguns perigos e, portanto, Deus permite e pretende que certas situações nos deixem inseguros. Deus projetou o homem para que se sinta inseguro diante de perigos espirituais, emocionais e físicos.
No Éden, em seu diálogo com o Maligno, Eva se mostrou insegura quanto à tentação de não tocar e comer do fruto de certa árvore, mas ela não deu atenção ao que a insegurança lhe dizia em relação à ordem divina, mas sentiu-se insegura em não saber viver sem o conhecimento do bem e do mal. (Gn.3:1-5)
Caso more ou trabalhe com alguém que é desonesto ou abusivo, você se sentirá emocionalmente inseguro; então, tomará muito cuidado com essa pessoa. Suponha que você tenha de subir em um muro muito alto para fazer algum trabalho; por conta disso, terá de ser vigilante e cuidadoso, pois você se sentirá inseguro a uma possível queda.
Muitos ouvem a mensagem do Evangelho, o qual oferece a graça divina, Seu perdão, a reconciliação, direção, proteção, amizade e Suas promessas, por meio de uma vida de comunhão com Jesus, mas, mesmo sendo convencidos pelo Espírito Santo de que esse é o caminho que devem escolher, eles o rejeitam! Essas pessoas viverão tanto espiritual como emocionalmente inseguras neste mundo.
Deus projetou a insegurança como um aviso de que somos vulneráveis a algum tipo de perigo e, então, Ele nos instrui a tomarmos alguma ação de proteção. Lembremos do que Jesus disse:
15 Cuidado [i.e. sejam cautelosos, precavidos, prudentes] com os falsos profetas! Eles chegam disfarçados de ovelhas, mas por dentro são lobos selvagens. 16 Vocês os conhecerão pelo que eles fazem. Os espinheiros não dão uvas, e os pés de urtiga não dão figos. 17 Assim, toda árvore boa dá frutas boas, e a árvore que não presta dá frutas ruins. (Mt.7:15-17 NTLH)
Jesus pede que sejamos cautelosos ou cuidadosos (que não nos sintamos confortáveis ou seguros) com os falsos pregadores, pois eles se disfarçam com vestes de piedade, mas são predadores vorazes. Eles fingem fazer a obra de Deus, mas têm o intuito de obter lucros pessoais. Eles não se identificam com Deus, pois não O amam mais do que a si próprios. Nos versos 16 e 17, Jesus ensina como avaliá-los, por meio da observação da essência ou identidade que demonstram, pois ninguém pode dizer que é uma coisa e produzir outra totalmente diferente! Então, a identidade de uma pessoa precisa ser avaliada pelo que ela produz.
O adjetivo “inseguro”, em nosso tempo, não é apenas o medo induzido pelas circunstâncias ou pessoas, mas o medo recorrente ao estado da identidade pessoal – do próprio indivíduo. Por exemplo: quando se diz ou se afirma que uma determinada pessoa é insegura, a ideia é dizer que ela não possui autoconfiança devido ao medo poderoso de ser reprovada e rejeitada por outros, ou por carregar um sentimento crônico de inferioridade.
Essa definição não se ajusta aos valores divinos, pois esse tipo de pessoa, segundo a definição atual de insegurança, pode se tornar alguém com “duas caras”, com a finalidade de chamar a atenção, ser aceita e não reprovada por outros.
Então, o problema de muitas pessoas inseguras é a falta de identidade! Elas não têm uma opinião ou avaliação correta acerca de si mesmas! Então, vivem com incertezas, sentido-se sempre ameaçadas. Na verdade, o medo que sofrem é um problema de identidade, que provém de não saberem quem são e das razões de estarem aqui.
Deus, na Sua misericórdia, envia alertas por meio da insegurança, procurando mostrar que a razão de as pessoas se sentirem assim é devido ao desconhecimento que possuem de si mesmas. Elas precisam encontrar a sua identidade! Elas precisam saber quem são e as razões de existirem nesta época da história deste mundo.
2. Onde você encontra a sua identidade?
A sua identidade está no que você quer acreditar (e no que deseja que os outros acreditem). Ela é a sua essência interior, quem realmente você é e isso não pode ser ignorado, mesmo que não seja a pessoa que realmente deveria ser.
De onde vem o seu senso de identidade? Esta é uma questão crucial, ou o ápice do problema. O modo como você responde a essa questão decidirá se será livre ou não da insegurança. No entanto, essa não é uma resposta fácil, pois ela não pode ser respondida pela lógica, mas com o coração. A sua identidade é expressa pelo que você ama, pelo que deseja, acredita e que lhe oferece esperança.
A sua verdadeira identidade é encontrada somente em Deus, o Todo-Poderoso, o Criador da vida humana. Todavia, o Deus em quem você crê pode não ser o Deus da sua crença, pois todos nós podemos afirmar que Jesus é o SENHOR, quando, na verdade, não estamos sendo verdadeiros. Observemos o que Jesus disse:
Por que vocês me chamam “Senhor, Senhor” e não fazem o que eu digo? (Lc.6:46 NTLH)
Jesus respondeu (aos fariseus e aos professores da religião): —Hipócritas! Como Isaías (o profeta do Velho Testamento – Is.29:13) estava certo quando falou a respeito de vocês! Ele escreveu assim: “Deus disse: Este povo com a sua boca diz que me respeita, mas na verdade o seu coração está longe de mim. (Mc.7:6 NTLH)
Jesus é a Pessoa que acreditamos ter o maior poder para determinar quem somos, responder-nos acerca da razão de estarmos aqui, sobre o que devemos fazer e quanto valemos, tanto para Deus como para este mundo.
3. O que a insegurança diz ao filho de Deus?
Quando você se sente inseguro é porque a essência do seu ser (sua identidade em Cristo) está sendo ameaçada e isso lhe revela algo sobre o Seu Deus. Então, a insegurança é um ato da misericórdia divina na sua vida, embora não pareça. Portanto, não a entenda como um ato de condenação divina, mas como um aviso, uma disciplina ou educação divina para livrá-lo de algum perigo.
Infelizmente, pessoas inseguras recorrem à fuga para diminuir sua exposição a indivíduos ou a situações que estimulem a sua insegurança. Às vezes, elas tentam se autoafirmar, isto é, dão opiniões falsas acerca de si mesmas, fantasiando suas identidades.
Fugir da insegurança é a ideia certa, mas certos tipos de fugas poderão levá-lo a uma direção errada. A fuga não passa de um paliativo (atenuante, alívio passageiro), que não traz a cura. Nos dias difíceis, você precisa ter coragem, ser humilde sob a poderosa mão de Deus, buscar os valores divinos e enfrentar o medo que tenta abafar a sua identidade em Cristo.
Examinemos a nossa insegurança, a fim de, primeiramente, escaparmos do perigo de nós mesmos, devido à nossa falta de identidade com Cristo. Quando aceitamos esse processo, ele se torna um indicador de que Deus está trabalhando em nossa mente, a fim de descobrirmos quem somos, se a nossa fé em Cristo está sendo desafiada ou se estamos abrigando uma falsa crença.
4. A insegurança é mais do que um aviso. Ela é uma chamada e um convite divino
A insegurança é mais do que um aviso, mas uma chamada e um convite divino à superação de crenças falsas acerca de quem somos, das razões de existirmos, do que devemos fazer e do nosso valor para Deus, por meio de Cristo.
Jesus é a nossa verdadeira identidade e, para nós, é esse o verdadeiro sentido de sermos cristãos! Em Jesus, nós não perdemos nosso verdadeiro eu, mas retornamos ao plano original, para todos os propósitos de Deus ter criado o homem e nos ter dado uma nova vida em Cristo.
Em Cristo, nós nascemos de novo e nos tornamos uma nova pessoa (2 Co.5:17), e todo aquele que for perseverante no SENHOR, Dele, na Eternidade, receberá um novo nome, a fim de viver numa outra qualidade de vida. (Ap.2:17) Entretanto, essas promessas não satisfazem a muitos cristãos, pois eles anseiam pela aprovação de outras pessoas para se sentirem legitimados. Quando a crítica ou a rejeição debilitante os leva a desobedecer a Palavra de Deus é porque estão tentando “fugir ou exigir” de pessoas ou situações. Quando apanhados em pecados habituais – nos quais buscam alívio de seus medos –, a insegurança os chamará e convidará a terem um outro deus, o qual é falso e precisará ser derrubado. (Js.24:15; 1 Re.18:2)
Saiba que sua a insegurança e tudo o que ela produz somente terminam quando você se identifica com Jesus. Levemos todas as nossas inseguranças a Ele (1 Pe.5:7; Sl.37:5; 55:2) e aceitemos os Seus ensinamentos. Que O sigamos como discípulos, tendo-O como o nosso Exemplo Maior e tomemos sobre nós Seu leve fardo da graça.
28 —Venham a mim, todos vocês que estão cansados de carregar as suas pesadas cargas, e eu lhes darei descanso. 29 “Sejam meus seguidores e aprendam comigo porque sou bondoso e tenho um coração humilde; e vocês encontrarão descanso.” 30 Os deveres que eu exijo de vocês são fáceis, e a carga que eu ponho sobre vocês é leve. (Mt.11:28-30 NTLH)
Deus nunca nos prometeu um mundo seguro, mas Ele nos dá a capacidade de superarmos instabilidades emocionais em um mundo inseguro, desde que Jesus seja a nossa verdadeira identidade ou essência de vida.
Que Deus nos abençoe!