Isaías 6:8
8 Em seguida, [“eu, Isaías”] ouvi o Senhor dizer: — Quem é que eu vou enviar? Quem será o nosso mensageiro? Então respondi: — Aqui estou eu. Envia-me a mim! (Is.6:8 NTLH)
Marthin Luther King disse: “O que me assusta não são as ações e os gritos das pessoas más, mas a indiferença e o silêncio das pessoas boas.” A indiferença nos torna cúmplices do avanço tanto do espírito da mentira como da maldade, porque o indiferente vê e prevê perigos espirituais e morais, mas o seu silêncio permite que eles aconteçam!
Muitas vezes, o silêncio pode nos levar a refletir sobre a sabedoria, e em outras, conduzir-nos a grandes tragédias. Nós vivemos em um mundo repleto de comunicadores, no qual muitos deles falam e falam o que não precisamos ouvir. Por outro lado, fazemos o possível para silenciar aqueles que falam o que necessitamos ouvir.
Ouvimos muitos que fazem uso da psicologia popular, filosofias, ideologias e tantos outros pensamentos, porque desejamos um mundo diferente. Entretanto, em meio a tantas vozes, notamos claramente que todos os setores da sociedade se encaminham para o caos. Por quê? Porque o mundo não fala a verdade, pois a despreza e, quando muito, pronuncia meias verdades.
Só há uma “Voz” que deveríamos ouvir – a voz de Deus! No entanto, o SENHOR ainda tem falado, e, pacientemente esperado que alguém O ouça e siga os Seus conselhos, mas é marcante a indiferença a Ele por parte de muitos. Nos dias do profeta Isaías, Deus Se sentiu abandonado!
1. Deus está à procura de mensageiros que expressem o Seu coração
8 Em seguida, ouvi o Senhor dizer: — Quem é que eu vou enviar? Quem será o nosso mensageiro? Então respondi: — Aqui estou eu. Envia-me a mim! (Is.6:8 NTLH)
Repare que o texto bíblico faz uso do pronome “Quem” (“qual pessoa”) e isso significa que Deus não encontrava ninguém para ser Seu mensageiro! A sociedade religiosa possuía professores e líderes religiosos que ensinavam sobre Deus, Sua grandeza e o Seu poder criador às pessoas.
Contudo, não havia ninguém que transmitisse a Sua Verdade “sobre” aqueles dias. Não havia “alguém” que transmitisse a Sua solidão, a Sua dor e tristeza por ter de exercer a Sua justiça aos indiferentes a Ele e aos Seus objetivos como povo de Deus. (Isaías 6:11-13)
Então, Isaías, compungido ou despertado moralmente em seu íntimo, oferece-se para ser Seu mensageiro, e por quê? Porque a sua experiência com as Leis divinas ou a Palavra de Deus o capacitou a enxergar o evidente contraste de caráter entre a grandiosidade divina e a perversidade mundana.
Isaías ouviu o que deveria ouvir: Deus disse que o profeta veria com os seus próprios olhos a indiferença e a rebeldia na vida de Seus filhos, mesmo sendo eles religiosos. Os ensinamentos religiosos eram impotentes para lhes abrir os olhos tanto sobre a sua condição espiritual e moral quanto à realidade dos seus dias, segundo a ótica divina.
Isaías, ao ter a visão da glória ou grandeza de Deus (Isaías 6:1-4), imediatamente viu a si mesmo, isto é, ele viu a sua condição espiritual e moral. Sentiu-se “perdido” e, este verbo, no texto bíblico de Isaías 6:5, significa alguém que está sendo cortado, jogado fora para ser destruído.
Apesar de ser religioso, orar em favor do seu povo e profetizar o terror que se aproximava sobre a nação (Isaías 5:8-30), ele reconheceu e confessou como sendo impuro interiormente, tanto ética como religiosamente falando. Devido à sua confissão sincera, o SENHOR o perdoou. (Isaías 6:6,7)
Quem realmente tem um encontro com o Todo-Poderoso percebe rapidamente ser Ele a Maior e Única necessidade à humanidade. Assim como Isaías viu a sua ruína interior, desejava que, através da Verdade divina, todos os seus irmãos compatriotas também tivessem a experiência que ele havia tido com o SENHOR. Isaías se colocou à disposição para expressar a solidão e as advertências divinas às pessoas.
Em certas ocasiões, somente o infortúnio é que pode converter um coração de pedra em um coração humano, infelizmente! Muitas vezes, quando a linguagem das lágrimas não é compreendida pelos duros de coração, estes sofrerão as consequências como resposta à sua indiferença à Verdade. (Isaías 6:10-13) Há quem diga que um coração duro sempre amolece na presença de Deus. Todavia, esse pensamento não é verdadeiro!
2. A presença de Deus enche todo o mundo, mas ela pode ser rejeitada pelos Seus filhos
9 O SENHOR Deus me disse: — Vá e diga ao povo o seguinte (i.e. Mova-se, ande entre as pessoas do Meu povo e afirme com todo sentimento o seguinte): “Vocês podem escutar o quanto quiserem [i.e. Eu vou lhes falar muitas e muitas vezes], mas não vão entender nada [i.e. mas não desejarão compreender nada acerca do que Eu digo, pois vocês Me desconsideram]; podem olhar bem [i.e. Eu os levarei a pensar e a considerar sobre a apatia e o desprezo que dão a Mim], mas não enxergarão nada [i.e. Mas vocês não reconhecerão os seus erros e pecados].” (Is.6:9 NTLH)
Isaías se viu diante de um impasse ou obstáculo: como um povo que se reunia para aprender sobre Deus e sua religião, que se reunia para celebrar a Deus, tanto em cultos como em festas religiosas, poderia ser chamado de indiferente e resistente à graça de Deus?
3. Ações religiosas não impedem que o espírito de indiferença a Deus se manifeste
- “Eu leio e escuto a Bíblia todos os dias!”
Isso é muito bom! Hoje em dia, nós podemos ler e ouvir a Palavra de Deus em nossos celulares, tabletes, computadores e isso é maravilhoso! Entretanto, nós devemos ler ou escutar as passagens bíblicas, tendo o cuidado de meditarmos na mensagem e nas verdades que Deus deseja nos passar, se não, nós nos tornamos indiferentes a Ele!
Nós precisamos ter em mente que as Sagradas Escrituras nos foram dadas para aprendermos a viver a vida de maneira correta. (2 Timóteo 3:16,17) Então:
- Por meio dela, nós aprendemos a Verdade;
- Por meio da Verdade, nós somos repreendidos acerca de erros espirituais e morais;
- Por meio dos princípios da Verdade, a repreensão divina nos motiva a uma vida correta em relação a pensamentos, palavras e ações;
- Por meio desse processo bíblico, nós alcançamos a finalidade divina, que é a de realizarmos a Sua vontade ou as boas obras nas diferentes áreas de nossas vidas.
Então, a Palavra de Deus precisa ser lida e “meditada” para que permaneçamos unidos a Cristo e expressemos a Sua vida, ou seja, a vontade ou os objetivos de Deus em Cristo. (João 15:4,5; Colossenses 2:7)
- “Eu faço a vontade de Deus, pois assumi cargos e funções na igreja! Eu não sirvo a Deus?”
Sim, você está querendo servir a Deus, mas poderá estar executando o seu serviço espiritual de modo limitado, devido a crenças e conveniências pessoais. Quando o serviço espiritual se torna um compromisso que atende somente a uma agenda religiosa, o qual é executado dentro de um determinado horário, dificilmente atenderá às reais expectativas divinas.
Que atitudes eu devo ter para compartilhar a graça e a glória de Deus?
- Eu devo ter fome e sede de fazer a vontade Deus, a fim de demonstrar o amor de Deus ao próximo com o meu amor por Ele; (Mateus 5:6)
- Eu devo agir com misericórdia, a fim de atender às necessidades espirituais e morais do povo de Deus; (Mateus 5:7)
- Eu devo agir com pureza, ou seja, como um ramo limpo e podado por Deus, a fim de revelar a Verdade, a santidade e a pureza do caráter divino às pessoas; (Mateus 5:8)
- Eu trabalho para Deus a fim de ensinar as pessoas a se tornarem filhos, amigos e cooperadoras de Deus; (Mateus 5:9)
- Caso o meu trabalho espiritual seja desprezado, ficarei triste pelas pessoas que o rejeitam, mas me alegrarei por estar e continuar fazendo a vontade de Deus, a fim de desfrutar das Suas promessas na Eternidade. (Mateus 5:10-12)
- As minhas atitudes e compromissos religiosos podem me tornar indiferente a Deus?
Quando alguém se torna um cristão verdadeiro, não foi para ser apenas um frequentador de reuniões da igreja, mas, a partir do conhecimento de Cristo e de uma vida de crescimento Nele, esse cristão entende que se converteu em um trabalhador de Deus e de Seu Reino na Terra.
Os procedimentos anteriormente mencionados, quando observados e praticados, garantem a aprovação divina, pois agiremos em amor, tanto a Deus como ao próximo. Por isso, precisamos nos dispor a estarmos sob as orientações da Palavra de Deus, juntamente com o poder Espírito Santo. (Atos 1:8) É preciso definir se, através de nossas ações, estamos ou não expressando os pensamentos, palavras e os objetivos de Jesus.
Esses princípios devem ser aplicados nas diferentes áreas: no relacionamento entre cônjuges, na instrução dos pais aos filhos e destes quando se relacionam com seus pais, nas amizades como entre os que compõem o povo de Deus, a Sua família espiritual. Nessas áreas, Deus Se levanta e questiona: “Quem eu vou enviar para ser o nosso mensageiro?”
Que nós tenhamos todo o cuidado com o espírito e funções religiosas, pois elas podem nos dar a sensação de que estamos fazendo toda a vontade de Deus, mas sendo resistentes a Ele em outras áreas específicas e importantes de nossas vidas.
A minha esperança é que O Espírito de Deus abra os nossos olhos à realidade da importância como povo de Deus, em Cristo nesses últimos dias. A Sua volta se aproxima rapidamente! Que nós não brinquemos de igreja, mas, unidos com Ele, sejamos a Sua Igreja e a Sua voz a este mundo caótico.
Que Deus nos abençoe!