Gênesis 12:1-2
Texto Base:
1 Certo dia o SENHOR Deus disse a Abrão: — Saia da sua terra, do meio dos seus parentes e da casa do seu pai e vá para uma terra que eu lhe mostrarei. 2 Os seus descendentes vão formar uma grande nação. Eu o abençoarei, o seu nome será famoso, e você será uma bênção para os outros. (Gn.12:1-2 NTLH)
Abraão obedeceu a Deus e confiando na Sua proposta, nos deu o exemplo de um homem de fé. Não existe a fé sem obediência, a qual significa a renúncia do “EU”, que é a negação à personalidade, ao apreço ou à consideração exagerada que temos por nós mesmos. Abraão não se aborreceu com a ordem de Deus, pois ela o tirava de um ambiente de tolos, desonestos e indecentes para uma vida digna e útil. É para este fim que os mandamentos divinos nos servem.
Na semana passada, nós vimos que Jesus, em resposta aos religiosos, resumiu os “Dez Mandamentos” em dois: “amar a Deus” e, semelhante a este, “amar ao próximo como se ama a si mesmo”. O cristão autêntico deve saber que amar a Deus deve ser o seu primordial propósito de vida.
1. Mantenha o Grande Mandamento sempre em mente, a fim de que ele seja o seu propósito de vida
Jesus disse:
- Ame o Senhor Deus “com todo o coração”, isto é, faça do amor a Deus o seu propósito de vida. Tenha como alvo a fidelidade, a obediência e a submissão a Deus em todas as suas ocasiões.
- Ame o Senhor Deus “com toda a alma”, isto é, cumpra o seu propósito de vida com fortes desejos, vontade e com muita paixão.
- Ame o Senhor Deus “com toda a mente”, isto é, cumpra o seu propósito de vida com habilidade intelectual, meditando, estudando e usando a inteligência para compreender o caráter e os propósitos eternos de Deus.
Jesus finaliza o primeiro Mandamento dizendo que ele é o mais importante, porque ele nos conduz ao segundo, tornando assim o primeiro útil, verdadeiro e, de fato, importante para os propósitos do Reino de Deus. O segundo é:
- Ame os outros “como você ama a si mesmo”! É impossível amar a Deus e não amar os outros. Portanto, na vida cristã, é a prática do segundo que mostra ser verdadeiro o primeiro.
2. Os mandamentos divinos não oprimem, mas nos conduzem a uma vida sábia, digna e útil
Muitos cristãos se sentem desanimados diante dos mandamentos de Deus, pois os têm como pesados demais ou difíceis de serem praticados. Porém, o que Jesus diz sobre as Suas exigências difere do pensamento de muitos:
Os deveres que eu exijo de vocês são fáceis [i.e. de rápido entendimento para serem aplicados; eles são agradáveis à vida, generosos e não geram amargor], e a carga que eu ponho sobre vocês é leve [i.e. ela é útil para todas as pessoas de qualquer idade, não oprime e dá a capacidade de mudar a direção ou o destino]. (Mt.11:30 NTLH)
Os mandamentos divinos não têm por finalidade oprimir Seus filhos, mas, por meio deles, dar-lhes a capacidade de praticarem as ações divinas, de fazerem o bem, o que é espiritual e moralmente correto tanto para o benefício dos outros como para si mesmos. Jesus sintetizou tanto os Mandamentos de Moisés como os ensinamentos dos profetas, dizendo o seguinte:
Façam aos outros (o quê?) o que querem que eles façam a vocês; pois isso é o que querem dizer a Lei (é a síntese ou o resumo dos Mandamentos) de Moisés e os ensinamentos dos Profetas. (Mt. 7:12 NTLH)
O princípio que está por trás de todos os mandamentos divinos é o de nos ensinar a discernirmos nossas atitudes às de outras pessoas. Quando elas, por algum motivo, não nos oferecem o tratamento (pensamentos, palavras e ações) que Deus nos dá, que nós possamos lhes dar os atos de bondade que temos recebido de Deus, ou seja, sabedoria, dignidade e sentido de vida!
3. Ame os outros do mesmo modo que você tem sido amado por Deus
O amor não é dar às pessoas o que elas mais desejam, mas nós lhes damos o que realmente necessitam da parte de Deus. Entretanto, se de algum modo nos dispomos a ajudar alguém, mas sem lhe mostrar o “Caminho” para Deus, que é Jesus e Seu Evangelho, falhamos no amor, pois o que adianta ao homem obter o que precisa e perder a Vida Eterna? (vd. Mateus 16:26)
Mesmo em tempos de aflições, nós temos algo de Deus a oferecer às pessoas. Atente ao ensinamento de Paulo:
3 Louvado seja o Deus e Pai do nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai bondoso, o Deus de quem todos recebem ajuda! 4 Ele nos auxilia em todas as nossas aflições para podermos ajudar os que têm as mesmas aflições que nós temos. E nós damos aos outros a mesma ajuda que recebemos de Deus. (2 Co.1:3,4 NTLH)
Paulo estava oferecendo aos outros o Evangelho de Cristo; em contrapartida, sofria terríveis perseguições. No entanto, por estar fazendo a vontade de Deus em amor, recebia Dele toda a ajuda de que necessitava e, com a ajuda que lhe era dada por Deus, ele ajudava outras pessoas. Ele fazia do amor a Deus o seu propósito de vida! Ele era uma bênção para outras pessoas.
Todo aquele que é uma bênção nas mãos de Deus deseja ser uma bênção para o seu próximo, sem procurar vantagens pessoais terrenas, mas por razões divinas.
Na verdade, nós amamos as pessoas quando damos a elas o amor que Cristo nos dá. Nós ajudamos as pessoas quando damos a elas a mesma ajuda que temos recebido de Jesus. Nós damos a elas toda a riqueza espiritual e moral que temos recebido de Deus, por meio de Jesus – “parecemos pobres, mas enriquecemos muitas pessoas”! (vd. 2 Coríntios 6:10)
Concluindo, não se assuste com o modo imperativo de Deus lhe falar, pois ele não exprime uma atitude ditatorial, mas uma exortação, um conselho ou orientação, um pedido para que você viva com sabedoria, dignidade, tenha vida útil, de modo inteligente e saudável.
Pretendo terminar esta série após as Festas de Fim de Ano, se Deus permitir e, então, procurarei mostrar o caminho prático para amar a Deus e ao próximo, segundo o ensinamento de Jesus.
Que Deus nos abençoe!