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Uma guerra necessária, útil e saudável

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Mateus 10:34

Texto Base:

Não pensem que eu vim trazer paz ao mundo [i.e. amizade e segurança às pessoas que não desejam ser amigas de Deus]. Não vim trazer a paz, mas a espada. [i.e. uma batalha, contenda, disputa] (Mt.10:34 NTLH)

Vou retirar este verso do seu contexto e meditar no princípio nele existente: Jesus veio para provocar uma guerra, uma batalha entre a natureza humana e o Espírito de Deus, entre o Céu e o mundo, isto é, a um sistema filosófico de vida contrário ao de Deus, que odeia os valores divinos, porque vive sob o poder dos esquemas daquele que é “Mal”.

Infelizmente, muitos cristãos pensam que o Cristianismo se presta a vitórias, prosperidade material e felicidade nesta vida. Enganam-se! O Cristianismo autêntico o inspira a viver para expressar o caráter e a grandeza de Deus, enquanto você realiza todas as suas atividades, seja na área familiar, nos negócios e nas relações interpessoais. (vd. 1 Co.10:31)

A Palavra de Deus nos ensina que o cristão vive em um território contaminado pelo “Mal”, como também sob o seu poder, e por isso ele enfrentará duras lutas contra a sua fé e o seu estilo de vida em Cristo. Jesus nos alerta que pelo fato de O amarmos, seremos odiados. (Mt.10:22) Essa aversão à vida de Deus não é somente externa, mas também interna, da nossa natureza humana. (vd. Gl.5:16,17)

Todo cristão autêntico tem que aprender a enfrentar uma constante “batalha interior”, a fim de alcançar “a paz interior”. Vivemos entre a guerra e a paz, entre o combate intenso e o descanso, em meio a choques violentos, bem como vitórias momentâneas.

1. A vida cristã é uma guerra constante, tanto interna como externa

Muitos, quando ingressam no Cristianismo, por ouvirem dizer que nele terão paz, felicidade, riquezas, bênçãos sem fim neste mundo e, caso venham conhecê-lo como ele realmente é, entenderão que ingressaram em um campo de conflitos internos e externos, em uma luta que durará até o fim da vida.

Quando eu ingressei no Cristianismo, logo senti uma paz e uma alegria indescritível por ter conhecido a Jesus, mas não demorou muito para que eu descobrisse e sentisse as divisões que existiam dentro de mim. A minha mente havia se transformado em um campo de guerra e percebi que dentro dela havia muitas trincheiras, as quais estavam repletas de dúvidas acerca da realidade de Deus, da Bíblia e do pecado!

Quanto mais fui conhecendo o Cristianismo, mais me deparei com as lutas que teria de travar contra pensamentos fantasiosos, indisciplinados, perversos e maldosos contra os outros como sobre o respeito que deveria ter por Deus. Percebi que a minha fé em Cristo estava sitiada por inimigos vigorosos e ferozes. Descobri que o Evangelho que me pacificou com Deus era o mesmo que me levava a uma guerra constante contra o meu orgulho, egoísmo, interesses carnais e o mundanismo.

O apóstolo Pedro nos diz o seguinte:

Queridos amigos, lembrem que vocês são estrangeiros de passagem por este mundo. Peço, portanto, que evitem [i.e. abstenham-se, lutem contra] as paixões carnais que estão sempre em guerra contra a alma. (1 Pe.2:11 NTLH)

Entenda que aquele que se rende à graça de Deus, por meio de Cristo, enfrentará conflitos, pois não há uma vida dedicada a Deus sem batalhas. Saiba que o mesmo Deus que lhe enche com a Sua consolação e força espiritual, também lhe propõe o revestimento com a Sua armadura espiritual.

[…] peguem agora a armadura que Deus lhes dá. Assim, quando chegar o dia de enfrentarem as forças do mal [i.e. dias ou momentos de natureza má, os quais põem em risco a fidelidade cristã], vocês poderão resistir aos ataques do inimigo e, depois de lutarem até o fim, vocês continuarão firmes [i.e. determinados a ficarem em pé], sem recuar. (Ef.6:13 NTLH)

2. A guerra que faz parte da vida cristã é necessária, útil e saudável

Sabemos que a nossa natureza humana (desejos interiores, egoístas) é contra o que o Espírito de Deus quer. (Gl.5:17) Portanto, é comum observarmos que muitos cristãos se sintam desmotivados a compartilhar a graça divina com familiares e com outras pessoas, assim como para orar e conhecer mais a Palavra de Deus, do que para comer, dormir, beber, descansar e se entreter.

Quando sabemos que deveríamos estar colocando as coisas do Reino de Deus em primeiro lugar (Mt.6:33) e não as colocamos é porque estamos em meio a uma guerra que está começando e se desenrolando.

Nesses momentos, nós precisamos ter coragem, pois assim como o soldado não se surpreende pelo fogo inimigo, não fiquemos surpresos quando os desejos da nossa natureza humana e os esquemas satânicos tentam impedir que tenhamos uma vida dedicada a Deus.

Ao seu discípulo Timóteo, Paulo disse o seguinte:

Corra a boa [i.e. a útil, tanto espiritual como moralmente nobre, necessária e aprovada por Deus] corrida da fé [i.e. pleiteie com zelo extenuante pelo prêmio, combata para obter, lute por Deus e Sua recompensa] e ganhe [i.e. e se apodere, tome posse, alcance, chegue até] a vida eterna. Pois foi para essa vida que Deus o chamou quando você deu o seu belo testemunho de fé na presença de muitas testemunhas. (1 Tm.6:12 NTLH)

Paulo faz uma analogia entre uma competição atlética e a luta existente na vida cristã, dizendo que essa luta é a “BOA”, tanto no aspecto espiritual como moral, pois é isso o que Deus espera de Seus filhos sobre a Terra. Essa batalha tem por fim que os filhos de Deus lutem para permanecerem no chamado divino e que fortaleçam e abençoem outras pessoas, por meio do seu testemunho cristão.

A luta cristã não é uma guerra por poder pessoal, por qualquer posição ou condição vantajosa, mas por uma vida dedicada aos propósitos de Deus, abençoada por Ele aqui neste mundo e feliz na Eternidade. Essa guerra é dura e podemos nos sentir tentados ao desespero e a desanimarmos, mas, mesmo assim, a luta cristã é boa, útil e necessária, tanto para nós como para aqueles que participam de nossas vidas no dia a dia.

O cristão que não assume essa luta é porque não vive em um relacionamento honesto com Deus e, por isso, na sua insegurança por duvidar das provisões e do cuidado divino, busca apenas o bem-estar nesta vida em vez de buscar uma vida aprovada por Ele – espiritual e moral.

Eles não querem aprender a lutar contra os seus pecados e maldades (Mq.7:19), duvidam da presença e da força divina a seu favor (Is.41:10), não têm noção da sua desobediência e do perdão divino (1 Jo.1:9), não discernem se estão vivendo pelos seus interesses egoístas ou na vontade de Deus (Rm.8:13) e, por fim, não compreendem que, nessa guerra, eles estão sendo aperfeiçoados por Deus, a fim de serem úteis com uma vida saudável ao próximo, procurando viver pelos princípios do Evangelho de Cristo. (Cl.3:5-10)

Que nós não estranhemos a “espada” que Jesus trouxe a este mundo e que, durante essa luta digna, depositemos a nossa confiança na bondade divina, nas Suas provisões, e que vivamos para os propósitos de Deus em cada ambiente ou área de nossas vidas.

Que nós estejamos atentos aos inimigos internos e externos, os quais tentam matar, roubar e destruir a nossa fé em Cristo, até que um dia essa guerra dê lugar à paz sem fim, na vida que Jesus nos prometeu na Eternidade.

A minha esperança é que Deus olhe para nós e nos encontre sempre dispostos a lutar contra a nossa natureza humana, o mundo e os espíritos malignos, em favor da fé e dos Seus propósitos eternos.

Que Deus nos abençoe!

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