Texto base:
Lucas 2:15
“Quando os anjos voltaram para o céu, os pastores disseram uns aos outros: — Vamos até Belém para ver o que aconteceu; vamos ver aquilo que o Senhor nos contou.” (Lc.2:15 NTLH)
Descendo a encosta da pequena aldeia estava um grupo de pastores com suas ovelhas. Enquanto eles cuidavam das suas obrigações diárias, sem um aviso prévio em Belém, ocorria o grande evento. Os pastores tiveram uma visita surpresa: um anjo anunciou a eles sobre o nascimento do Messias:
11 Hoje mesmo, na cidade de Davi, nasceu o Salvador de vocês — o Messias, o Senhor! 12 Esta será a prova: vocês encontrarão uma criancinha enrolada em panos e deitada numa manjedoura. (Lc.2:11,12 NTLH)
Belém era chamada de a cidade de Davi, porque foi nesta mesma aldeia que, quando menino, ele cuidava das ovelhas de seu pai e onde foi ungido pelo profeta Samuel para ser o rei de Israel (1 Sm.17:15). No entanto, aquela pequena cidade, situada no topo de uma montanha da Judeia, cerca de 10 km ao sul de Jerusalém, abrigava na sua história outros fatos importantes:
- Ela é mencionada pela primeira vez nas Escrituras, por ocasião da morte de Raquel, a esposa de Jacó, o qual a enterrou nas imediações da cidade. (Gênesis 35:19).
- Foi em Belém que Rute, a bisavó de Davi, se apaixonou por Boaz. (Rute 1:22)
- O profeta Miqueias (740 a 697 a.C.) profetizou que Belém seria o local de nascimento do Messias. (Mq.5:2)
O SENHOR Deus diz: — Belém-Efrata, você é uma das menores cidades de Judá, mas do seu meio farei sair aquele que será o rei de Israel [i.e. Jesus]. Ele será descendente de uma família que começou em tempos antigos, num passado muito distante. (Mq.5:2 NTLH)
Apesar de alguns fatos relevantes na sua história e à cultura judaica, nada havia em Belém que chamasse a atenção das pessoas, ou que lhe desse alguma notoriedade. Todavia, Deus escolheu essa insignificante cidade para lhe dar importância, a fim de que nela nascesse “Aquele” que será reconhecido como o “Rei dos reis e SENHOR dos senhores”, por ocasião da implantação do Milênio (Cristo reinará por mil anos sobre a Terra, após o final da Grande Tribulação).
Miqueias chama essa pequena cidade de Belém-Efrata, para distingui-la da outra Belém que estava nas terras da Tribo de Zebulom (Gn.48:7; Js.19:15 – o povo de Israel se dividia em 12 tribos). Belém significa “a Casa do Pão”, e Efrata, “Lugar Frutífero”. Deus tem o poder para dar relevância ao que é irrelevante.
1. Em Belém, está Jesus, Aquele que capacita a todos que vão a Ele
Entre vários lugares importantes em Israel e da proeminente Jerusalém, por que Deus escolheu essa cidadezinha para o nascimento do Messias? Deus é o “Escritor” de toda a história e não podemos negar que Ele, pela Sua onisciência, previu o orgulho espiritual ou religioso do Seu povo em Jerusalém, desde a eternidade.
Ao lermos as páginas da Bíblia, nós percebemos como Deus torna o forte o fraco, grande o pequeno e valoriza os que não são valorizados. As pessoas não viam nada de especial naquela aldeia, mas Deus a via como um local com potencial! O que isso pode significar para todos nós?
Quem nós somos, em relação a muitos outros ao nosso redor? Talvez, nós representamos muito pouco, segundo a opinião humana. Todavia, assim como Ele escolheu a cidadezinha de Belém, Deus nos escolheu para termos elevado grau de importância em relação aos Seus planos, tanto para nossas vidas em Cristo como para as vidas de muitos em nosso mundo. Quando Deus olha para nós, Ele não nos vê pelo que éramos ou somos, mas pelo que poderemos ser, caso Jesus encontre lugar e liberdade de ação em nossas vidas. Infelizmente, muitos cristãos não despertaram para essa verdade, a fim de perceberem a importância que Deus dá a eles.
Nós éramos como a cidadezinha de Belém que, nos tempos antigos, não atraía grande atenção. (1 Co.1:26) Porém, hoje em dia (depois de Cristo), essa cidade atrai milhões de pessoas por ano! Elas peregrinam por suas ruas para conhecer ou visitar o local do nascimento de Jesus.
Deus deseja que creiamos no poder (o Espírito de Cristo) que habita em nós. Somos pessoas com o potencial divino para sermos importantes (1 Co.1:27,28), tanto para Deus como para os homens. Deus fez isso, para que, pelas nossas ações (pela prática dos princípios bíblicos), outras pessoas venham a conhecer o poder de Deus que age em nós, por meio de Cristo. (Mt.5:16)
Nós somos como Belém-Efrata, a “Casa do Pão” e “da frutificação” (Mq.5:2), prontos para repartir Jesus, o Pão da Vida (Jo.6:48), aos que estão cansados de serem enganados e que anseiam pela vida abundante, a qual é oferecida somente por Deus àqueles que desejam estar em Cristo. (Jo.10:10) Nós somos chamados por Deus, a fim de propagar a mensagem de Jesus (o Evangelho) e conduzir com honestidade outras pessoas a Deus.
A “Casa do Pão” está no nosso coração, pois é nele que Jesus habita. Ele é o nosso potencial, Aquele que torna possível o que nos era impossível. Em Cristo, nós somos fortalecidos por Deus e podemos enfrentar todas as situações com o poder Daquele (Jesus) que nos fortalece. (Fp.4:13)
2. Em Belém, está Jesus, Aquele que supre as necessidades de todos que vão e andam com Ele
José e Maria viviam em Nazaré, a qual ficava a mais de 100 km de distância de Belém. Imagine a cena: Maria estava grávida de Jesus e teria de viajar no dorso de um animal até a Cidade de Davi. A razão dessa viagem era que José, seu esposo, descendia da tribo de Levi e, por isso, precisava se registrar em Belém. Essa viagem foi demasiadamente cansativa e perigosa, mas tudo estava sendo orquestrado por Deus!
Lucas começa a narrativa sobre o Natal (o nascimento de Cristo), dizendo o seguinte:
Naquele tempo o imperador Augusto mandou uma ordem para todos os povos do Império. Todas as pessoas deviam se registrar a fim de ser feita uma contagem da população. (Lc.2:1 NTLH)
Quando lemos este verso das Escrituras, precisamos observar a ação divina nele. O decreto para o censo não foi emitido por vontade de César, mas pelo Próprio Deus que controla toda a história! Foi a soberania divina que moveu César a promulgar esse decreto. César foi apenas um instrumento nas mãos de Deus, para que Seus planos se realizassem.
Eu não duvido do trabalho de Deus em nossos dias, pois está escrito no livro de Daniel que Ele governa os reinos deste mundo (Dn.4:17; Ap.1:5). Salomão disse o seguinte:
Para o SENHOR Deus, controlar a mente de um rei é tão fácil como dirigir a correnteza de um rio. (Pv.21:1 NTLH)
Deus (“Naquele tempo…”) movimentou o mundo inteiro para cumprir a Sua Palavra. No momento certo, Deus usou um decreto romano para fazer com que Maria e José de Nazaré se dirigissem a Belém.
Deus continua orquestrando os bastidores dos assuntos mundiais. Ele está colocando o mundo inteiro em movimento para cumprir a Sua Palavra. Há uma enorme expectativa acerca de um líder forte, de um governo único, de uma moeda comum e de uma paz global.
Nós conseguimos enxergar a mão de Deus por trás de todos os acontecimentos atuais? Podemos ver que Ele está cumprindo a Sua Palavra, enquanto a Igreja é movida em direção à segunda vinda de Jesus? Que o mundo, segundo a Bíblia, anseia por um governo mundial, o qual será chefiado por um governante carismático (o Anticristo)? Que ele surgirá oferecendo soluções, uma falsa paz mundial e, por isso, será seguido pelas massas?
Entretanto, antes que o Anticristo passe a governar, sabemos que a verdadeira Igreja será retirada desse cenário, a fim de habitar na “Eterna Casa do Pão”, eternamente com Jesus. O mundo procura um líder que lhe dê tudo o que deseja. Diferentemente, a Igreja verdadeira ama a Deus e procura praticar o que o Seu Líder (Jesus) deseja. (Jo.8:31,32) O descanso para todo o trabalho cristão e das lutas que por causa dele vêm está na “Eterna Casa do Pão”, pois é lá que nós encontraremos repouso e consolo eterno. (Ap.21:4)
Hoje em dia, nós enfrentamos dias difíceis e, a exemplo de Maria e José, estamos viajando por uma estrada que parece interminável, cansativa, cheia de obstáculos, crimes, perseguições e repleta de aflições. (Jo.16:33) Porém, nós sabemos que o caminho para alcançarmos o nosso destino Eterno seria assim! (At.14:22) Então, que superemos as aflições com a esperança viva da volta de Jesus! (Jo.14:1-4)
A nossa vida é uma caminhada até Belém, à “Casa do Pão”! Belém nos lembra que Deus cumpre Sua Palavra, pois Ele realiza tudo o que prometeu. Os obstáculos não são intransponíveis para Ele. Se duvidarmos de algumas das promessas que Ele nos fez, simplesmente lembremo-nos de Belém – o lugar de toda a provisão divina.
A “Casa do Pão” está em nosso coração, pois é nele que Jesus habita. Na nossa longa jornada neste mundo, enfrentaremos muitas adversidades, mas em todas elas sempre estaremos amparados pelo Seu amor e bondade (Graça). Jesus nunca deixará de nos oferecer o que é necessário para continuarmos em marcha à Eternidade! (Mt.6:33; Rm.8:35-39; 2 Co.4:7-10)
3. Em Belém, está Jesus, Aquele que deve receber o melhor dos que reconhecem o privilégio de poderem amá-Lo
Na época do nascimento de Jesus e, como já disse, em vez de Belém, Deus poderia ter escolhido outra cidade, mais proeminente. Poderia ser como exemplo: Roma (centro do poder político), Atenas (centro da filosofia), Alexandria (centro dos estudos e do conhecimento), Cairo (centro do politeísmo), Antioquia da Síria (centro comercial importante) e Jerusalém (centro religioso judaico).
Ao privilegiar Belém, Deus estava enviando uma mensagem ao mundo: a esperança deste mundo não está na política (Roma), na filosofia (Atenas), no conhecimento acadêmico (Alexandria), nas crenças politeístas (Cairo), nos lucros provenientes do comércio (Antioquia da síria) e nas regras religiosas vazias da presença e dos propósitos de Deus. (Jerusalém).
Honestamente dizendo, o que essas esferas da vida humana dão a Jesus é uma manjedoura, um cocho, uma estrebaria e uma morte vergonhosa! As pessoas “afastadas de Deus” zombam, desdenham de Jesus e procuram neutralizar, pela ridicularização, a fé dos que Nele creem.
O que nós daremos a Jesus? Os sábios do Oriente Lhe ofereceram ouro, incenso e mirra. (Mt.2:11) Os pastores ofereceram suas mentes e voltaram ao trabalho pensando e cantando a grandeza de Deus, por tudo o que viram e ouviram. (Lc.2:20)
O apóstolo Paulo nos ensina que ofereçamos a Deus o nosso espírito, alma e corpo, a fim de mantê-los puros e, desse modo, sermos fortalecidos e encontrados irrepreensíveis na ocasião da volta de Jesus. (1 Ts.5:23) Paulo pede que ofereçamos nossos corpos a Deus, a fim de sermos trabalhadores dedicados ao Seu serviço. (Rm12:1, leia também: Rm.6:13, 16; 1 Pe.2:5)
A “Casa do Pão” está em nosso coração, pois é nele que Jesus habita. Pelo fato de nos sentirmos privilegiados com a presença de Jesus em nosso espírito, somos gratos a Deus e Lhe oferecemos o melhor de nós, um lugar de honra nas esferas espiritual, psicológica e física.
Jesus nunca escreveu um livro, mas nenhuma biblioteca poderia conter todos os livros escritos sobre ele. Ele nunca escreveu uma canção, mas forneceu o tema para mais canções do que todos os compositores juntos. Ele nunca fundou uma faculdade, mas todas as escolas juntas não podem se orgulhar de ter tantos alunos.
Jesus nunca comandou um exército, nem convocou um soldado, nem disparou uma arma e, ainda assim, nenhum líder teve tantos voluntários que, sob Suas ordens, fez mais rebeldes empilharem armas e se renderem sem que um tiro sequer fosse disparado. Ele nunca praticou psiquiatria, mas curou mais corações partidos do que todos os médicos próximos e distantes.
Os nomes dos líderes anteriores são pouco lembrados. Os grandes homens da Grécia e de Roma são nomes empoeirados na biblioteca do tempo. Cientistas, filósofos, reis, generais e teólogos vieram e se foram, mas o nome de Jesus permanece para sempre!
Ele está sozinho no mais alto lugar da glória celestial, proclamado por Deus, reconhecido pelos anjos, adorado pelos discípulos e temido pelos demônios. Vamos até Belém, à “Casa do Pão”, a Jesus, o Pão da Vida, o Cristo vivo e pessoal, o Rei dos reis e Senhor dos senhores, o nosso Eterno Salvador. A Ele a glória, a honra, o domínio para todo o sempre! Amém!
Que Deus nos abençoe!