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Hebreus 11:17-19
Texto Bíblico:
& 17 Foi pela fé que Abraão, quando Deus o quis pôr à prova, ofereceu o seu filho Isaque em sacrifício. Deus tinha prometido muitos descendentes a Abraão, mas mesmo assim ele estava pronto para oferecer o seu único filho em sacrifício. 18 Deus lhe tinha dito: “Por meio de Isaque é que você terá descendentes.” 19 Abraão reconhecia que Deus era capaz de ressuscitar Isaque, e, por assim dizer, Abraão tornou a receber da morte o seu filho Isaque. (Hb.11:17-19 NTLH)
Qual estudante da Bíblia não se lembra da história acerca do sacrifício de Isaque no Monte Moriá? Imagine como estava o coração de Abraão, o pai de Isaque, levando o seu único filho a um sacrifício, onde ele deveria matá-lo em honra a Deus!
Quando Deus chamou Abraão, a ele foi pedido que rejeitasse todos os costumes religiosos do seu povo, que tinha o hábito de sacrificar crianças em prol da prosperidade. Entretanto, por que Deus estava pedindo a Abraão uma atitude que Ele desaprovava?
1. A fé bíblica é antagônica ao Silogismo, o qual serve para os seguidores de Aristóteles e não para os cristãos.
Silogismo (deduções) é um modelo de raciocínio baseado na ideia da dedução, composto por duas premissas que geram uma conclusão lógica. O precursor desta linha de pensamento lógico foi o filósofo grego Aristóteles, conhecido por ser um dos primeiros pensadores e filósofos de todos os tempos.
Infelizmente, esse tipo de pensamento tem sido absorvido pela igreja em nossos dias. Vou procurar explicar abaixo sobre o perigo de se interpretar a Bíblia e a mente de Deus, pelo uso desse método.
Quem pode entender a mente de Deus? Imagine Deus pedindo para um pai que matasse o seu filho e o queimasse sobre um monte! Nós conhecemos muito bem este episódio bíblico e sabemos como ele termina: Deus não permitiu que Abraão sacrificasse o seu filho Isaque. O pedido de Deus a Abraão fugiu à lógica da sua mente.
Muitos cristãos não têm aprendido a aceitar o mistério e a complexidade de Deus. Atualmente, as igrejas têm sido centradas no homem, o louvor está sendo centrado no homem e se tornado em um momento de diversão nas reuniões das igrejas locais. As pessoas dançam, batem palmas e cantam suas músicas ao som de um volume tão alto, que se parece a um show de Rock, por exemplo.
As reuniões são preparadas para fazer com que as pessoas se sintam alegres e “embaladas”. Os sermões são pregados para entreter, com o objetivo de fazer com que as pessoas se sintam bem consigo mesmas (psicologia mundana). De fato, a Bíblia é usada, mas pouco se ensina sobre ela, pois a preocupação é lhe dar um caráter terapêutico e a finalidade disso é curar todos os tipos de doenças psicossomáticas ou perturbações mentais que afetam o corpo.
Além do mais, a Bíblia tem sido usada para dizer às pessoas sobre como elas podem se tornar bem-sucedidas e encantadoras no meio de seus amigos, ao invés de ensiná-las o quanto precisam morrer para si mesmas, de acordo com os ensinamentos de Jesus, a fim de desfrutarem da companhia e das bênçãos de Deus.
Nós temos adotado a Bíblia mais como “um símbolo” do Cristianismo, do que como o nosso manual de instruções divinas. Todos os cristãos a têm, mas nem todos a leem e meditam nela com perseverança! Ela repousa em todos os púlpitos cristãos, porém, pouco dela é ensinado! Usam-se os seus textos, para depois revesti-los com uma psicologia mundana.
A Bíblia tem sido pregada pelo princípio de premissas ou deduções (Silogismo). Por exemplo: um vendedor diz que se o consumidor se sentir seguro, determinado produto terá a sua venda aumentada. Qual é a premissa? Para conseguir atrair e manter esse público no seu produto, “a primeira premissa” é garantir segurança ao consumidor.
Isso não tem sido diferente nas igrejas? Claro que não! Vejamos:
- “Se você der determinada quantia em dinheiro, Deus lhe dará em dobro!”
- “Se você der o dízimo, Deus o fará próspero!”
- “Siga estes passos e veja o que Deus fará na sua vida!”
- “Se você fizer esta campanha de sete dias, você receberá o que quer!”
- “Compre este lenço, ande com ele no bolso e você será protegido por Deus!”
- “Pastor, siga estes métodos e a sua igreja crescerá tremendamente!”
- “Pastor, dê muita esperança às pessoas e elas permanecerão nas suas reuniões!”
- “Deus é amor e, portanto, Ele aceita a todos como são!”
- “Tenha fé e você obterá inúmeras vitórias!”
Muitos livros “cristãos”, escritos e lidos atualmente, não passam de métodos humanos, os quais fazem uso da lógica, deixando de lado a soberania divina. Então, encontramos obras que nos falam sobre “determinados passos para a vitória”, “o método irrefutável para a prosperidade”, “como conseguir os seus sonhos em oração” etc. Eu já ouvi pregadores experientes ensinando aos mais novos dizerem: “Sempre que você for pregar, nunca deixe de dar esperança às pessoas!” Eu pergunto: “Mas que esperança? Terrena ou eterna?”
Todavia, como alguém que é desobediente e rebelde, que não se compromete com os princípios do Reino de Deus, que não está disposto a negar a si mesmo e que pelo simples fato de seguir um método lógico, poderá ter esperança com Deus?
Nós fomos treinados por muitos líderes cristãos para seguirmos um método lógico de pensar, ou seja: “se nós fizermos ou dermos algo para Deus, conseguiremos Dele o que desejamos!” Porém, a Bíblia não apoia esse tipo de pensamento ou atitude, pois os métodos de Deus são diferentes dos nossos. Leia as palavras do apóstolo Paulo aos cristãos romanos:
& 33 Como são grandes as riquezas de Deus! Como são profundos o seu conhecimento e a sua sabedoria! Quem pode explicar as suas decisões? Quem pode entender os seus planos? 34 Como dizem as Escrituras Sagradas: “Quem pode conhecer a mente do Senhor? Quem é capaz de lhe dar conselhos? 35 Quem já deu alguma coisa a Deus para receber dele algum pagamento?” 36 Pois todas as coisas foram criadas por ele, e tudo existe por meio dele e para ele. Glória a Deus para sempre! Amém! (Rm.11:33-36 NTLH)
Primeiro, Paulo fala da profundidade divina em relação a várias coisas (v.33) e da impossibilidade de o homem dirigir a mente e os propósitos divinos. (v.34) Então, a seguir, no verso 35, ele fala que você não pode dar nada a Deus, a fim de conseguir o que quer Dele, pois é impossível barganhar com o SENHOR. A razão é dada pelo apóstolo no verso 36.
Portanto, gostemos ou não, tudo vem Dele, tudo acontece por intermédio Dele e tudo termina Nele e, por isso, Ele merece todo o louvor e exaltação! Deus nos leva a determinadas situações, de modo a confiarmos na Sua providência ou soberania.
Além do mais, quando aceitamos os Seus caminhos, nós verbalizamos o que cremos, anunciamos Seus desígnios e saímos dessas circunstâncias mais fortes, tanto na área espiritual como emocionalmente falando.
2. Deus não age por coerção ou pressão, mas espera de você uma atitude de fé.
Muitos afirmam que o Cristianismo age por meio de lavagem cerebral. Isso é um absurdo, pois esse método pode até existir no meio religioso, mas não na vida com Deus. Não há fórmula mágica na lavagem cerebral, pois ela se dá por meio de técnicas psicológicas comuns, mas em um nível muito extremo, usando o meio da força, castigo, punição ou repressão. Veja alguns exemplos de lavagem cerebral.
O MASSACRE AMAZÔNICO – Jonestown era uma comunidade na Guiana criada pelo reverendo norte-americano Jim Jones. Nesse “paraíso na Terra” à margem da lei, ele pregava sobre o fim do mundo. Em 1978, quando surgiram denúncias de tortura, uma comissão formada pelo Congresso dos EUA foi à Guiana investigar. Houve troca de tiros com o braço armado da seita e Jones promoveu um suicídio coletivo, envenenando centenas de seguidores. No total, 918 pessoas morreram.
FÉRIAS NA PRISÃO – O ex-prisioneiro do governo chinês, o jesuíta francês Simon (o sobrenome é desconhecido) sofreu brutalidades, segundo seus companheiros de prisão. Ainda assim, em entrevista ao pesquisador de lavagem cerebral norte-americano Robert Lifton, descreveu o período como “um dos melhores da vida” e negou ter sido agredido. Manteve-se católico, mas passou a ser muito crítico aos colegas de religião e a defender abertamente o comunismo.
O texto que dá base ao nosso texto bíblico base está em Gênesis 22. Lá não está escrito que Abraão obedeceu a Deus porque foi torturado ou ameaçado de alguma maneira violenta por Ele. Abraão, ao ser posto à prova, agiu pela fé, ou seja, ele atuou com um espírito de fidelidade e confiança na providência divina.
& 1 Algum tempo depois Deus pôs Abraão à prova. Deus o chamou pelo nome, e ele respondeu: — Estou aqui. 2 Então Deus disse: — Pegue agora Isaque, o seu filho, o seu único filho, a quem você tanto ama, e vá até a terra de Moriá. Ali, na montanha que eu lhe mostrar, queime o seu filho como sacrifício. 3 No dia seguinte Abraão se levantou de madrugada, arreou o seu jumento, cortou lenha para o sacrifício e saiu para o lugar que Deus havia indicado. Isaque e dois empregados foram junto com ele. 4 No terceiro dia, Abraão viu o lugar, de longe. 5 Então disse aos empregados: — Fiquem aqui com o jumento. Eu e o menino vamos ali adiante para adorar a Deus. Daqui a pouco nós voltamos. (Gn.22:1-5 NTLH)
Por acaso, houve alguma coerção (abuso, pressão psicológica, violência) da parte de Deus a Abraão? (vs.1,2) Claro que não! Deus lhe deu a chance de obedecê-Lo ou não. A sua fé estava sendo testada ou provada. Repare que Abraão saiu com o seu filho Isaque somente no dia seguinte. (v.3) Ele teve muitas horas para decidir se confiaria ou não.
O que Deus lhe pediu contrariava os seus interesses pessoais, pois a promessa divina para ele era que a partir de Isaque, “o seu único filho”, uma grande nação seria gerada. Então, leia os versos 4 e 5 de Gênesis 22. Ele chegou ao local do sacrifício no “terceiro dia” e o mais impressionante foi o que ele disse aos empregados: “Daqui a pouco nós voltamos”.
O que o nosso texto base diz no verso 19?
& 19 Abraão reconhecia (acreditava, tinha confiança na Palavra de Deus) que Deus era capaz de ressuscitar Isaque, e, por assim dizer, Abraão tornou a receber da morte o seu filho Isaque. (Hb.11:19 NTLH)
Porém, nós sabemos que Deus não permitiu que Abraão matasse seu filho, mas lhe providenciou um substituto para aquele sacrifício – um cordeiro. Deus fez com que Abraão tirasse os olhos de seu filho e olhasse para o cordeiro preso entre os arbustos.
Veja o que Jesus disse sobre Abraão:
& Abraão, o pai de vocês, ficou alegre ao ver [adquirir conhecimento e o significado de] o tempo da minha vinda. Ele viu esse tempo e ficou feliz [bem sucedido, extremamente alegre]. (Jo.8:56 NTLH)
A história do Velho Testamento sobre Abraão lança luz sobre a morte e a ressurreição de Jesus na cruz, pelos pecados daqueles que creriam Nele. (cf. Jo.3:16; 1 Jo.4:9)
A fé bíblica não o coage a agir contra a sua vontade. Ela revela o caráter de Deus e o conduz a confiar Nele, caso decida crer com a ajuda do Espírito Santo e da Palavra de Deus (a Bíblia). Cuidado com certas pessoas que, por serem desobedientes, procuram enfraquecer a fé dos obedientes, dizendo que estão sofrendo algum tipo de lavagem cerebral.
Por exemplo: Eu sou dizimista, não por imposição divina, mas porque creio que essa atitude glorifica a Deus e me faz parecer com Jesus. Não é interessante que alguns dizem que dar o dízimo e ofertas é produto de lavagem cerebral, mas quando estão em “maus lençóis”, pedem orações aos irmãos? Eu não dou o dízimo por dedução, acreditando que se sou dizimista, receberei de Deus mais dinheiro. Isso não é verdade!
Mesmo sabendo que seria considerado como ladrão ou como alguém que rouba a Deus, eu não entendo essas advertências como coerção divina. Eu as vejo como bons conselhos que aprimoram o meu caráter cristão. Jesus ensinou que devemos “dar a Cesar (Imperador) o que era de Cesar e a Deus (SENHOR) o que era de Deus”. (cf. Mt.22:21; 17:24-27) Então, isso não é lavagem cerebral, mas a minha decisão de agradar a Deus, imitando Jesus, me faz sentir alegre e abençoado.
Eu quero ser dedicado a Deus, amá-Lo e aprender a amar o próximo, porque Jesus ensinou sobre a importân
cia disso. Não é lavagem cerebral, mas a minha convicção de me assemelhar a Ele, e isso me fazer uma pessoa abençoada e feliz.
Jesus amou a Igreja, levou o Evangelho às pessoas que estavam longe de Deus, ensinou a todos que aceitaram o Evangelho e por meio deles formou a Igreja sobre a Terra. Quer dizer que se eu evangelizar e ensinar pessoas, fortalecer a Igreja que Jesus instituiu, estaria agindo assim porque sofri lavagem cerebral? Claro que não, pois estou agindo como Ele agiu e me sinto alegre e abençoado!
A única promessa que Jesus faz aos Seus seguidores e filhos é a Vida Eterna e, nisso não há coerção, mas a fé! Sempre que Deus nos dá uma promessa em Cristo, Ele espera que tenhamos grande prazer e alegria, pelo fato de participarmos dos Seus planos eternos.
Deus sempre provará ou testará a nossa fé, por meio da nossa obediência, diante das promessas que Ele nos dá. Por quê? Lembre-se que tudo vem Dele, por meio Dele e tudo volta para Ele. Se aquilo que você recebe é somente para o seu prazer, logo esquecerá que aquilo que recebeu, veio Dele, não viverá por meio Dele e, com certeza, você não viverá para Ele. Então, aquilo que você chamou de bênção ou vitória pessoal, se transformará em uma maldição na sua vida!
Os planos de Deus são perfeitos e eles visam abençoar a sua vida, lhe dar prazer, alegria e felicidade espiritual, porque todos eles apontam para Jesus. Assim foi com Abraão, com Moisés, que tirou o povo de Deus da morte, com Sansão, que mesmo cego, negando-se a si mesmo, preferiu a morte a se abraçar com o paganismo. Todos os que andaram com Deus e O obedeceram, assim fizeram não por lavagem cerebral, por coerção divina, mas porque O amaram e confiaram nas Suas promessas eternas.
Que essa também seja a nossa atitude, pois essa é a minha esperança.
Que Deus nos abençoe!