FAÇA DOWNLOAD:
Hebreus 11:32; Juízes 11:1-8
Para muitos cristãos, Jefté é uma figura estranha que aparece na lista dos homens de fé em Hebreus 11:32. Poucos conhecem a sua origem e a fé que o levou a ser um homem de Deus, valente na batalha contra os amonitas. A história se repete: o povo de Deus O abandona e passa a servir os deuses pagãos e, mais uma vez, Deus se compadece de Seus filhos. (cf. Jz:10:6-18) O povo que oprimia Israel eram os Amonitas.
O povo amonita habitava a região da Transjordânia, a qual, em tempos modernos, chamava-se Senhorio da Transjordânia, depois Emirados da Transjordânia e, atualmente, Jordânia. Os Amonitas eram descendentes do sobrinho de Abraão, chamado Ló. Ele teve um filho chamado Amom de Ben-Ami, sua filha e, portanto, esse filho foi fruto de um relacionamento incestuoso. Amom deu origem ao povo amonita.
A história de Jefté nos ensina que a fé verdadeira nos ajuda a superar traumas antigos, passado vergonhoso, e que, por meio da fidelidade ao chamado do SENHOR, seremos feitos por Ele como homens e mulheres de Deus.
Além do mais, a vida de Jefté lança fora a ideia de maldição familiar, pois Deus, na Sua eterna sabedoria, escolhe quem quer, independentemente da sua origem. Deus nunca erra, mas nós sim!
1. O chamado divino não depende da sua condição familiar. (11:1)
& Jefté, da região de Gileade, era um soldado valente. O seu pai se chamava Gileade, e a sua mãe era uma prostituta. (Jz.11:1 NTLH)
O texto diz que Jefté era um soldado valente, isto é, forte e corajoso. Entretanto, o mesmo texto nos diz que ele era filho de uma prostituta e, portanto, um bastardo, ou um filho gerado fora do casamento. Então, segundo o espírito religioso da sua época, ele trazia sobre si a vergonha do seu nascimento.
Apesar de Jefté ser um soldado valente e competente, ele não dava orgulho à sua família, pois a sua vida era marcada pela imoralidade de seu pai e, com toda a certeza, isso gerava fortes conflitos familiares.
Não são poucos os que vivem sob conflitos familiares de diferentes naturezas. Esses desajustes conjugais têm gerado fortes desequilíbrios emocionais nos filhos, pois enquanto os pais se preocupam em pressionar um ao outro, tornam-se omissos e ausentes como educadores de seus filhos.
Em muitas casas, o que nós ouvimos são palavras vazias de conteúdo, parecidas a estas: “Filho, está vendo a sua mãe (ou pai)? Quem pode aguentá-la (o)? Eu faço tudo por você e pela família, mas ela (ou ele) não me dá valor! Quem sabe, um dia você será alguém influente ou famoso e entenderá o meu sofrimento e esforço por você!” Isso é um jogo de interesses. Convenhamos, dependendo da idade, os filhos não têm discernimento suficiente para entender a vida conjugal e penderão àquele que lhes favorecem, causando uma divisão familiar!
Muitos filhos têm vergonha de seus pais e a escondem de seus amigos e colegas, mas seus traumas são evidentes pelas escolhas que fazem como pelos amigos que se acercam. Não é incomum vermos jovens traumatizados pelos desajustes familiares se tornarem dependentes emocionais de outras pessoas, fragilizados, inseguros e, muitas vezes, se entregando à sensualidade e à libertinagem.
Eu não sei como é a condição da sua família. Eu não sei como é o seu relacionamento conjugal. Todavia, busquem na graça ou na bondade de Deus, por meio de Cristo, os princípios salvadores provenientes da Verdade divina, a fim de que, por meio deles, Deus possa ter a oportunidade de restaurar suas vidas e relacionamentos.
Não basta pedir orações. Infelizmente, muitos que pedem orações a terceiros tentam se colocar em posição de vítimas, quando eles precisam andar de acordo com a Palavra de Deus, a fim de cooperarem com o trabalho do SENHOR, através das suas vidas em favor do próximo. Então, pela falta de coragem para obedecer a Deus e até de sofrer pela opção à Verdade, vivem pedindo orações a todo tipo de pessoa, correndo o risco de se tornarem prisioneiros de maus conhecedores das Escrituras, mas que, por meio da sua falsa religiosidade, se transformaram em manipuladores das mentes daqueles que se encontram psicologicamente enfraquecidos.
Muitos filhos, pela omissão e a ausência de seus pais, se sentem rejeitados ou colocados de lado como pessoas menos importantes, ainda que demonstrem tremendas capacidades em alguma área da vida. Esse sentimento de rejeição pode conduzi-los a péssimas amizades e a ambientes, onde pensam encontrar refúgio, mas que só lhes oferecem o que é mal.
2. Cuidado com as suas decisões e com os que se aproximam de você! (11:2,3)
& 2 A esposa de Gileade também teve filhos. Quando cresceram, eles expulsaram Jefté, dizendo: — Você não vai herdar nada do nosso pai porque é filho de outra mulher. 3 Jefté fugiu dos seus irmãos e foi morar na terra de Tobe. Lá alguns homens ordinários se juntaram a ele, e andavam juntos. (Jz.11:2,3 NTLH)
Jefté foi rejeitado pelos seus meios-irmãos e seu pai não fez nada para ajudá-lo, em meio a todo aquele conflito. Jefté, já traumatizado, toma uma decisão que o levou a péssimas pessoas e a um ambiente hostil aos bons costumes ou a uma vida espiritual e moralmente saudável. Pela sua condição de guerreiro valente, Jefté se torna um líder daquela gente e, segundo estudiosos, ele forma um exército de guerreiros e bandoleiros.
Em vez de buscar ajuda em Deus, Jefté preferiu fugir para o fundo do poço! Ele não sabia dos planos de Deus para a sua vida, mas é incrível como o SENHOR permite aos que serão chamados por Ele, que se afundem no mais profundo lamaçal espiritual e moral! (veja Ef.2:1-7)
Jefté tinha conhecimento de Deus e acerca do respeito que deveria prestar a Ele, porém, “o valente” se esqueceu desses princípios, não os ensinou às pessoas com quem se acercou e pior, se tornou igual a elas. Naquele momento, ele era um homem com ódio do mundo e só pensava em si mesmo!
Saiba que Deus levantou a sua vida para trabalhar nela e através dela, mas, por outro lado, tanto pessoas boas como ruins se aproximarão de você, e lhe cabe a missão de se posicionar ao lado de Jesus, a Verdade divina, para lhes ensinar os princípios que os farão tanto reconhecer como andar nos caminhos do SENHOR.
3. Se esforce para ganhar o prazer de Deus mais do que o das pessoas. (11:4-8)
& 4 Algum tempo depois os amonitas, foram guerrear contra o povo de Israel. 5 Quando isso aconteceu, os chefes de Gileade foram buscar Jefté na terra de Tobe 6 e disseram: — Venha com a gente e seja o nosso chefe na guerra contra os amonitas. 7 “Jefté respondeu: — Eu sei que vocês me odeiam; e odeiam tanto, que me fizeram sair da casa do meu pai. Como é que vocês vêm me pedir ajuda, agora que estão em dificuldade?” 8 — Nós viemos falar com você porque queremos que comande todo o povo de Gileade na luta contra os amonitas! —responderam eles. (Jz.11:4-8 NTLH)
Uma guerra estoura entre o povo amonita e os israelitas. E agora, quem os poderia defender? Quem poderia organizar um exército para aquela batalha? Eles devem ter ouvido falar de Jefté e de suas proezas com os pagãos de Tobe. Então, resolveram chamá-lo para ser o líder de Israel. AQUELE QUE NÃO SERVIA, AGORA SERVE! O desqualificado é que oferece os recursos que faltam aos que se julgavam qualificados em Deus.
Ao longo da história, os religiosos sempre cometem esse mesmo erro, pois, por não entenderem os planos de Deus na vida de alguém que foi desqualificado e, em vez de perdoarem rejeitam, maltratam e não cuidam, mas, em vez de disciplinar ou educá-lo com amor na Verdade, eles preferem declarar uma sentença de repúdio, a qual só pertence a Deus. Eles julgam e sentenciam os que por eles são considerados como desqualificados, por meio da sua “suposta espiritualidade e moralidade”.
Até este momento, Jefté não é um exemplo a ser seguido, mas observe para onde os seus traumas e mágoas conduziram a sua vida! Isso nos ensina que não vale a pena conservarmos em nosso interior esses tipos de sentimentos, os quais nos levam à amargura e ao egoísmo. Além do mais, quando procurados pelos que nos rejeitaram, os nossos maus sentimentos nos levam ao orgulho pessoal, fazendo com que nos sintamos superiores a eles. Isso é um erro e um grande pecado!
Além do mais, creia no que Deus sempre pode fazer a seu favor para abençoar outras pessoas e, então, ande nos Seus caminhos por meio de Cristo. Lembre-se que rejeitaram a Jesus e tanto você quanto eu, também O rejeitamos. Porém, Ele veio a nós com amor e nos convocou a cooperar com Ele em uma guerra pela Verdade e pelo Seu povo, a quem deseja salvar eternamente! Cabe a nós aceitarmos ou não o Seu chamado.
Em relação às pessoas, não tente lutar para ser aceito por elas, mas cumpra a vontade de Deus em sua vida e as abençoe gratuitamente. Se esforce para viver como filho de Deus, pelos princípios das “Bem-Aventuranças, apresentados em Mateus 5:3-16, sobre os quais nós meditamos por várias semanas.
Não faça uma política suja para ser aceito pelos outros, mas que o seu proceder entre eles seja “sim, sim; não, não”, como nos ensinou o nosso SENHOR Jesus. (cf. Mt.5:37) Nunca se esqueça que aquilo que ultrapassar esse princípio espiritual e moral é de procedência maligna.
Lute com os seus sentimentos de ódio e mágoa e se esforce para ser humilde sob a poderosa mão de Deus, para que “no tempo devido”, Ele mesmo o conduza a uma posição de honra. (cf. 1 Pe.5:6-10)
Nunca se esqueça disso: você não cria um amigo, mas simplesmente, o reconhece ao teu lado! Portanto, procure ser um amigo até para os seus inimigos!
O meu anseio é que tanto eu como você possamos seguir as palavras de Jesus e confiar no amor e na justiça divina, sem nos sentirmos superiores a quem quer que seja.
& 27 — Mas eu digo a vocês que estão me ouvindo: amem os seus inimigos e façam o bem para os que odeiam vocês. 28 Desejem o bem (façam algo de Deus) para aqueles que os amaldiçoam e orem em favor daqueles que maltratam vocês. 29 Se alguém lhe der um tapa na cara, vire o outro lado para ele bater também. Se alguém tomar a sua capa, deixe que leve a túnica também. 30 “Dê sempre a qualquer um que lhe pedir alguma coisa; e, quando alguém tirar o que é seu, não peça de volta.” 31 Façam aos o
utros a mesma coisa que querem que eles façam a vocês. (Lc.6:27-31 NTLH)
Para onde nos levam os nossos sentimentos, se não para pessoas e ambientes que em nada nos edificam? Para onde nos levam as palavras e os ensinamentos de Jesus, se não ao coração eterno do Pai? Que nós sejamos sábios em todas as nossas escolhas!
Que Deus nos abençoe!