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A Fé que é propriedade de Deus – Parte II

 

 

(Walter de Lima Filho – Domingo – 21/07/2013)

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Marcos 11:22-26

Na semana passada, eu compartilhei com vocês, sobre a importância de termos a “fé que é propriedade de Deus”. Essa é a fé que abençoa o homem obediente a Deus, pois há outro tipo de fé que traz tremenda maldição!

Isso ficou claro no contexto do nosso verso base, quando lemos sobre a atitude de Jesus ao amaldiçoar uma figueira sem frutos na beira do caminho. Vimos que a figueira era um símbolo nacional e religioso da nação de Israel. Israel, como a Igreja, foram criados por Deus com a finalidade de abençoar toda a terra, dando refrigério e alimento espiritual às pessoas.

As pessoas não precisam apenas de refrigério (conforto verbal e emocional), mas de direção Divina e isso só vem com o verdadeiro alimento espiritual (Palavra de Deus). Pouco adianta dizer a alguém “tenha fé!”, se ela desconhece a natureza, o coração e os planos de Deus. Vimos que a fé não é algo que podemos criar, mas ela vem de Deus, para nos dirigir nos caminhos do Senhor, a fim de que nossas vidas sejam saudáveis em todas as áreas.

Os líderes religiosos da época de Jesus só se preocupavam em arrecadar e impunham um alto câmbio financeiro dentro do Templo, para que as pessoas pudessem comprar suas ofertas, que deveriam ser dedicadas a Deus. Eles não se preocupavam se o povo estava ou não com o coração mais próximo de Deus. Jesus, em um ato de fúria Divina, derrubou as mesas dos cambistas e dos vendedores e ensinou: (…) A minha casa será chamada casa de oração para todos os povos’? Mas vocês fizeram dela um covil de ladrões. (Mc.11:27 NVI)

Tudo o que Deus estabelece tem objetivos saudáveis, mas ao perverter o que Deus diz, o homem atrai para si o julgamento, a condenação, a maldição Divina e não há prática humana que possa reverter esse quadro. O apóstolo Paulo nos dá um alerta: (…) aquele que pensa que está de pé é melhor ter cuidado para não cair. (1 Co.10:12 NTLH)

Jesus olhou ao redor e não viu arrependimento, obediência, rendição ou submissão ao Senhorio de Deus, mas viu apenas hipocrisia, falsa alegria, infidelidade, uma religião vazia e interesses pessoais. Nós vimos que a fé falsa não produz:

• Arrependimento e rendição a Deus.

• Verdadeira conversão.

• Discipulado e obediência à Verdade.

• Mudança de comportamento à semelhança de Jesus.

• Uma vida cheia do Espírito Santo.

• Amor que leva à meditação e ao conhecimento da Palavra de Deus.

• Uma vida de comunhão com Deus.

• Uma vida abençoada, mas amaldiçoada!

Então, Jesus ordenou aos Seus discípulos que tivessem “fé em Deus”; isto é, “a fé que é de propriedade de Deus”. (cf. Mc.11:22) Na semana passada nós vimos o contexto, que compreende os versículos anteriores ao nosso verso base e hoje, veremos os posteriores. Antes disso, é necessário compreendermos ou lembrarmos algumas coisas:

1. Como eu recebo a fé que é de propriedade de Deus?

Paulo ensinou o seguinte: (…) a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela Palavra de Deus. (Rm.10:17 ACF) Se você é capaz de ouvir a Palavra de Deus, significa que a fé é, ou seja, ela é real, existe, está agindo e falando. Literalmente, seria assim: A fé “é”, quando ela é proveniente da mensagem de Deus de que de dentro se ouve.

Para que a fé se manifeste, é necessário render-se à mensagem ou à Palavra que Deus nos está falando! Quando você recebe fé, deverá exercitar a atitude de crer e para isso, a atitude de “negar-se a si mesmo” é necessária. Jesus disse: (…) Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me. (Mc.8:34 NVI)

2. Por que eu devo aprender a viver pela fé?

Porque é o único meio de agradar a Deus! Ele se agrada de todo aquele que ouve a Sua voz ou mensagem, que se entrega a ela e a segue. O autor do livro aos Hebreus disse: Sem fé é impossível agradar a Deus, pois quem Dele se aproxima precisa crer que Ele existe e que recompensa aqueles que O buscam. (Hb.11:6 NVI)

Este verso diz que nós devemos buscar a Deus pela fé com “diligência”, a fim de conhecê-lo melhor; isto é, conhecer Sua mente, vontade e o modo como Ele nos orienta a agir nas diferentes circunstâncias. Ao agradarmos a Deus pelo nosso estilo de vida, seremos recompensados por Ele.

No entanto, nós temos a tendência de agir pelo que vemos e pelo que sentimos e isso é perigoso, pois pode nos trazer muitos danos no campo da insegurança e do medo. Por isso, Paulo nos diz: Porque vivemos por fé, e não pelo que vemos. (2 Co.5:7 NVI)

3. A fé verdadeira age naqueles que sinceramente se voltam para Deus, com uma atitude verdadeira de arrependimento por seus erros.

A verdadeira “conversão” se dá no momento em que a pessoa reconhece seus pecados e quão longe vive de Deus. A pessoa que realmente se volta para Deus ouve a Sua mensagem, que vem de seu interior, contrasta sua vida com a pureza Divina, se arrepende de seus atos imorais e se rende ao Senhorio de Cristo.

Pedro disse: Arrependam-se, pois, e voltem-se para Deus, para que os seus pecados sejam cancelados. (At.3:19 NVI) A pessoa percebe o mal que está fazendo a si mesma e a terceiros, reconhece estar longe de Deus e se volta a Ele, pedindo o Seu perdão.

No plano de Deus, o perdão sempre é o “início para algo novo”. Se
mpre que Deus pretendia restaurar Seu povo, não poderia fazê-lo sem uma atitude de arrependimento por parte dele. O arrependimento e o perdão Divino, sempre abrem os olhos da nossa alma para os novos momentos de Deus. Dois exemplos clássicos:

• João Batista pregava o arrependimento para a chegada do “Cordeiro”.

• Jesus pregava o arrependimento para a chegada do “Reino dos Céus”.

Deus quer oferecer o perdão, aceitar o homem, a fim de que este seja restaurado aos padrões, para os quais ele foi criado, ou seja, refletir a imagem de Deus. No entanto, nem sempre Deus consegue realizar isso, porque o homem orgulhosamente não se arrepende!

4. A misericórdia de Deus não tem limites, mas a rebeldia do homem pode destruí-lo!

O verbo “perdoar” no grego é “àphíemi” (afivvjhmi), cujo significado é “enviar algo para outro lugar, mandar embora, expelir para não interferir”. Mas interferir no quê? Quando Deus perdoa os nossos pecados, Ele decide expelir de Si a condenação que merecíamos e em vez desta, nos oferece a Sua misericórdia, perdão e aceitação. Tudo o que impedia de sermos aceitos e termos comunhão com Ele, é mandado embora.

Com certeza, você já leu ou ouviu sobre este versículo: As misericórdias do SENHOR são a causa de não sermos consumidos (…). (Lm.3:22 ACF) A única razão de não sermos completamente destruídos é a misericórdia do Senhor! O profeta Daniel declarou o seguinte: O Senhor nosso Deus é misericordioso e perdoador, apesar de termos sido rebeldes. (Dn.9:9 NVI)

No entanto, nós vimos no contexto, que Jesus condenou os “teimosos e rebeldes” de Seu povo e por que não os perdoou? (cf. Mc.11:13-18) Porque eles endureceram o coração de tal modo, que não havia mais possibilidades de mudança de mente e alma. A liderança (religiosa e política) israelita estava corrompida e com ela, o povo. Nem mesmo o próprio Deus, conseguiria mudar o estado de seus corações, pois eles rejeitaram as mensagens dos profetas por anos.

Jesus lamentou sobre Jerusalém, que na Sua época, era a capital tanto espiritual como administrativa de Israel: “Jerusalém, Jerusalém, você, que mata os profetas e apedreja os que lhe são enviados! Quantas vezes Eu quis reunir os seus filhos, como a galinha reúne os seus pintinhos debaixo das suas asas, mas vocês não quiseram. Eis que a casa de vocês ficará deserta. (Mt.23:37,38 NVI) O povo e a religião do próprio Senhor, haviam se tornado em um verdadeiro impedimento, para que Deus pudesse realizar a Sua nova obra sobre a Terra. Lembre-se da declaração de Jesus em Mc.11:14.

A Bíblia diz: Quem é repreendido muitas vezes e teima em não se corrigir cairá de repente na desgraça e não poderá escapar. (Pv.29:1 NTLH) O amor de Deus é infinito, mas a rebeldia do homem pode destruí-lo! Quantas pessoas em nossas igrejas sabem dessas verdades? Eu acredito que muito poucas, pois essas coisas não são ensinadas hoje em dia, por medo de afastarem as pessoas dos auditórios das igrejas.

Infelizmente, nós não pensamos como deveríamos, nas pessoas que estão nos auditórios das igrejas, que estão afastadas do Evangelho e cairão em desgraça, assim como na liderança que não as ensina em toda a Verdade de Deus, mas que insiste em oferecer apenas um evangelho falso, que não passa de mensagens de autoajuda. Deus retirou de cena pessoas, aldeias, cidades e até países, que teimosamente, se transformaram em obstáculos aos Seus planos restauradores. Paulo nos lembra das palavras de Deus a Moisés: (…) Terei misericórdia de quem eu quiser ter misericórdia e terei compaixão de quem eu quiser ter compaixão. (Rm.9:15 NVI)

O tempo todo, nós tentamos nos desgarrar dos obstáculos que surgem à nossa frente, sejam situações, emoções e até pessoas. Se nós humanos agimos assim, por que Deus também não deveria agir do mesmo modo?

5. A vida é cheia de obstáculos, mas os principais deles se encontram na mente humana!

Jesus falou sobre a figura de um monte. (11:23) O que significa o termo “monte” na época de Jesus? Eu não li nos Evangelhos, que Jesus tivesse ordenado a uma montanha, que se atirasse ao mar; portanto, o termo “monte” é uma figura de linguagem. O termo era usado entre professores e alunos, para significar que muitas vezes um aluno ou discípulo precisava lutar, para que um determinado “obstáculo mental”, uma idéia, conceito ou crença pessoal, saísse de sua mente, para que recebesse coisas novas.

A fé de Deus fica impossibilitada de agir, enquanto não nos dispusermos a mandar embora esses “montes”, ou seja, crenças e sentimentos, que nos impedem de recebermos o que de “novo” vem da parte Dele. A seguir, Jesus usa a expressão “não duvidar” (cf. 11:23) e o significado da expressão é “separar, discriminar, decidir, determinar, opor-se, lutar com disputa e preferir”.

Eu tenho reparado que na vida, que nós enfrentamos bem as perdas de horário, batidas de automóvel, um corte na pele e o arroz queimado! No entanto, quando o assunto é emocional, ele se torna uma montanha dentro de nós! A razão é que essas emoções se transformam em traumas, síndromes e até em crenças pessoais.

6. Celebremos o perdão de Deus e ofereçamos perdão, pois assim, o nosso coração se abrirá para um novo momento do Pai!

Nós podemos viver verdadeiramente em meio ao ódio? Até podemos, mas seremos transformados no quê?

Quando não perdoamos, nós passamos a ser dirigidos por maus sentimentos:

• Falso sentimento de coragem.

• Forte sentimento de dor e de ressentimento.

• Forte desejo de vingança.

• Alimentamos forte rancor e vive como vítima de quem a feriu.

• Entramos em um espírito de cobrança.

Como uma pessoa que vive desse modo, poderá ouvir a mensagem de Deus que vem do seu interior? Como ela poderá entender o seu momento neste mundo, sem entender o momento de Deus para si?

Nós não precisamos nos vingar ou condenar ninguém, pois a Bíblia diz que Deus é o Vingador e Aquele que fará justiça aos Seus filhos. Ela diz também, que não é dado ao homem o direito de condenar ou julgar condenatoriamente o seu semelhante, pois só Deus pode fazer isso. Isso não quer dizer, que não devemos ter critérios, mas estes devem ser inspirados pelo próprio Deus. O Senhor sempre estará disposto a nos dar discernimento, caso andemos em obediência na Sua presença.

O perdão é uma atitude tão valiosa, que os próprios cientistas da mente dizem que ele nos traz grandes benefícios, como:

• Diminuição dos níveis de ira e de hostilidade.

• Aumento dos sentimentos de amor.

• Melhor habilidade para controlar a ira.

• Confiança maior
nos outros.

• Liberação dos sentimentos associados a eventos do passado.

• Ajuda para evitar a repetição de certos padrões negativos.

• Melhora significativa das desordens de índole psicológica e da saúde em geral.

• Benefício tanto a quem o outorga quanto a quem o recebe.

• Fortalece e solidifica as relações.

Repare que todas as coisas citadas acima, podem nos levar a novas situações e a novos começos. Então, por que nós evitamos cultivar um espírito de perdão? Porque,

• Pensamos que essa atitude demonstrará que “temos razão”.

• Consideramos que é uma forma de controlarmos a situação ou de mantermos certa ilusão de controle.

• Nós utilizamos essa atitude como um meio para evitarmos a intimidade.

• Queremos evitar sentimentos mais profundos de tristeza, desespero, dor, abandono e rejeição.

• É uma forma de se fazer escutar, castigar ou de promover uma retaliação.

• Entendemos que agindo assim, nós conseguiremos fazer com que a vida continue como está e nublamos a iluminação Divina, que poderia proporcionar uma mudança, à qual tememos.

Conclusão.

• Que Jesus possa olhar para nós e observar atitudes que Ele possa elogiar.

• Que nós possamos viver pela fé que agrada a Deus.

• Que nós possamos ouvir e sermos submissos à mensagem de Deus.

• Que nós sejamos quebrantados de alma, a fim de experimentarmos os novos momentos de Deus em nossas vidas.

• Que nós lutemos contra o espírito de rebeldia, a fim de experimentarmos as misericórdias de Deus em Cristo.

• Que nós não vivamos pelas vozes dos nossos traumas, mas pela voz da fé que Deus nos dá.

• Que cultivemos o espírito de perdão, para que sejamos cristãos saudáveis à semelhança de Cristo Jesus.

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