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Texto base:

Tito 2:11-15

Na última semana, falamos sobre a decisão de escolhermos JESUS como nosso Senhor e Salvador. Refletimos sobre a fé que Deus nos concede, permitindo-nos crer e andar sob a Graça dEle. Hoje, gostaria de aprofundar um pouco mais, falando sobre a Graça de Deus. Nesta semana, ao ler alguns comentários, um trecho de John Stott chamou minha atenção sobre a passagem que o Senhor colocou em meu coração.

Neste capítulo, Paulo instrui Tito a ensinar a “sã doutrina” e o que está em conformidade com ela para homens e mulheres mais velhos, orientando-os sobre como deveriam conduzir suas vidas. Em seguida, dirige-se aos jovens, aos presbíteros e aos escravos (ou servos), enfatizando que todos têm o dever cristão de se esforçarem para permanecer na sã doutrina.

Paulo destaca como cada cristão deve contribuir para o crescimento espiritual do outro, ajudando-os a viver com integridade, seriedade e uma linguagem saudável, sempre sob a Graça de Deus. John Stott comenta:

“Tito deveria combinar a pureza da motivação, a salubridade do assunto e a seriedade da conduta, ‘para que aqueles que se opõem a você sejam envergonhados por não poder falar contra nós’. Note a semelhança entre a razão do conselho de Paulo a Tito e o motivo de sua orientação às jovens esposas: ‘A fim de que a palavra de Deus não seja difamada’. O comportamento ímpio prejudica a reputação do evangelho, enquanto uma vida piedosa o confirma e o torna atraente.”

1. A revelação da Graça

Pois Deus revelou a sua graça para dar a salvação a todos. (Tito 2:11 NTLH)

A Graça de Deus sempre esteve presente entre nós. Foi ela que criou todas as coisas e sempre atendeu àqueles que clamaram. Essa Graça tem um nome: no Velho Testamento, era conhecida como “o Anjo do Senhor”; já no Novo Testamento, é conhecida como Jesus de Nazaré. Ele era, é e sempre será a causa da nossa salvação!

Como mencionei, o homem é visitado pelo Espírito Santo, que o convence do pecado. Se esse homem acredita e clama por ajuda, recebe de Deus uma fé para crer em Jesus Cristo. Assim, a Justiça se manifesta e, perseverando, esse homem poderá morar com Cristo na eternidade.

O Espírito Santo mostra a todos os homens seus pecados, a justiça e o juízo de Deus. Mas, para aqueles que buscam a ajuda de Deus, Ele apresenta Seu Filho Jesus. Então, esses homens começam a andar sob a Graça, que é a vontade de Cristo.

Essa revelação nos ensina a viver de forma santa, rejeitando as paixões humanas e a impiedade. Paulo nos orienta a viver de modo que honremos a Deus em todas as áreas de nossas vidas. Essa Graça é a base para renunciarmos à nossa antiga vida de pecados e vivermos uma nova vida, sob a Justiça de Deus.

2. Abandonemos os desejos deste mundo

Essa graça nos ensina a abandonarmos a descrença e as paixões mundanas e a vivermos neste mundo uma vida prudente, correta e dedicada a Deus. (Tito 2:12 NTLH)

Paulo nos ensina que essa transformação é fruto da Graça Divina, que nos capacita a buscar o autocontrole e nos permite dizer não a tudo que entristece a Jesus. Essa Graça nos ajuda a andar em novidade de vida, esforçando-nos para melhorar a cada dia e lutando para não repetir os mesmos erros de antes.

A Graça de Deus é poderosa e abrange todos os aspectos da vida. Ela nos conduz, dia após dia, a um estilo de vida que nos faz refletir, cada vez mais, a imagem de Cristo. John Stott nos oferece uma reflexão interessante: “Foi para este propósito que a epifania da Graça de Jesus Cristo aconteceu.

Não é só que a Graça torna nossas boas obras possíveis (capacitando-nos para fazê-las), mas que a Graça as torna necessárias (desafiando-nos a viver em conformidade). A ênfase está na necessidade, não na mera possibilidade, de boas obras.”

3. Vivamos sob a Graça

Enquanto ficamos esperando o dia feliz em que aparecerá a glória do nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo. (Tito 2:13 NTLH)
Segundo a promessa bíblica dada por Deus e confirmada por Paulo em Filipenses, o Senhor voltará para buscar aqueles que amam a Sua vinda, levando-nos para morar com Ele eternamente.

Mas nós somos cidadãos do céu e estamos esperando ansiosamente o nosso Salvador, o Senhor Jesus Cristo, que virá de lá. (Filipenses 3:20 NTLH)

Enquanto aguardamos ativamente por esse dia, vivemos com propósito, buscando glorificar a Deus em tudo o que fazemos. Essa esperança molda nosso comportamento diariamente, lembrando-nos de que nossa cidadania está nos céus. Cristo voltará, e essa certeza nos encoraja a permanecermos fiéis.

O próprio Paulo, em 1ª Tessalonicenses 4, fala sobre a volta de Jesus e afirma que, se vivermos sob a Graça e frutificarmos por estarmos enxertados na videira, participaremos daquele dia e viveremos a eternidade com Ele. Na primeira vez, Jesus veio para nos salvar; na segunda, Ele virá para nos levar consigo para a eternidade.

Jesus é uma realidade histórica. Sua primeira vinda é um fato, assim como será a Sua segunda.

4. Um povo transformado e dedicado a Deus

Foi ele quem se deu a si mesmo por nós, a fim de nos livrar de toda maldade e de nos purificar, fazendo de nós um povo que pertence somente a ele e que se dedica a fazer o bem. (Tito 2:14 NTLH)

A manifestação da Graça trabalha e atua para nos mostrar uma nova direção, fortalecendo-nos para lutarmos contra nossa natureza pecaminosa e os desejos pelas facilidades deste mundo tenebroso.

A Graça é mais que um atributo, mais que um sentimento ou qualidade; é ação, obra, pessoa. É Jesus, o único que se voluntariou a vir e viver entre nós, tão próximo que nos permitiu tocá-Lo. Ele trouxe consigo, do Pai, os mais ricos favores e segredos.

Estamos escrevendo a vocês a respeito da Palavra da vida, que existiu desde a criação do mundo. Nós a ouvimos e com os nossos próprios olhos a vimos. De fato, nós a vimos, e as nossas mãos tocaram nela.

Quando essa vida apareceu, nós a vimos. É por isso que agora falamos dela e anunciamos a vocês a vida eterna que estava com o Pai e que nos foi revelada. Contamos a vocês o que vimos e ouvimos para que vocês estejam unidos conosco, assim como nós estamos unidos com o Pai e com Jesus Cristo, o seu Filho.

Escrevemos isso para que a nossa alegria seja completa. (1 João 1:1-4 NTLH)

Pela Sua vida, ministério, morte, ressurreição e promessas, podemos ter vida, e vida abundante. Tudo isso é Graça! Aspectos benditos dessa maravilhosa “epifania”.

Cristo não apenas nos salva do pecado, mas também nos chama a viver de forma ativa, praticando boas obras que glorificam a Deus. A verdadeira fé sempre se manifesta em ações que refletem o caráter de Deus.

Pois foi Deus quem nos fez o que somos agora; em nossa união com Cristo Jesus, ele nos criou para que fizéssemos as boas obras que ele já havia preparado para nós. (Efésios 2:10 NTLH)

A prática de boas obras é a marca de um povo transformado. Somos sal e luz, impactando o mundo ao nosso redor com ações que glorificam a Deus. Sobre essa passagem, John Stott destaca:

“Uma vez que essa será a epifania da glória de ‘nosso grande Deus e Salvador’, que, em sua vinda, aperfeiçoará nossa salvação, Paulo inverte sua primeira epifania quando nossa salvação foi iniciada. Ele ‘se entregou por nós’ na cruz. Por quê? Não apenas para assegurar nosso perdão, mas também ‘a fim de nos remir de toda maldade’, libertando-nos do cativeiro, e ‘purificar para si mesmo um povo particularmente seu’. Esse povo especial de Deus pelo qual Cristo morreu para comprar para si é descrito como ‘dedicado a prática de boas obras’, literalmente, ‘entusiasmado por boas obras’. Isso não é fanatismo, mas sim entusiasmo, a fim de que possamos viver para aquele que morreu por nós.”

5. Vivendo e ajudando outros a viverem para Cristo

Ensine essas coisas e use toda a sua autoridade para animar e também para repreender os seus ouvintes. E que ninguém despreze você! (Tito 2:15 NTLH)

Paulo nos ensina que a Bíblia tem o poder de moldar nosso caráter e nos tornar pessoas melhores. Ele exige dos líderes um comportamento íntegro e irrepreensível. Além disso, não os orienta a evitar repreender seus liderados para o bem, mas que o façam com todo amor e também com autoridade, pois esses liderados são propriedades de Deus.

Os tempos de Paulo não eram tão diferentes dos de hoje. Embora não houvesse toda a tecnologia que temos, ele enfrentava grandes desafios com aqueles que enganavam o povo e propagavam a mentira de que, após serem salvos, Deus não se importaria com suas ações e procedimentos. Isso era uma preocupação constante para o apóstolo, assim como é hoje para aqueles que amam a volta de Jesus e foram chamados para preparar o Seu rebanho.

Necessitamos de líderes que vivam com amor e coerência, pois os valores estão se perdendo de forma muito rápida. A igreja precisa ser como uma luz colocada no alto, para iluminar toda a casa, ou como um farol, que avisa sobre os perigos.

Assim, todos que navegam nas águas poluídas deste mundo poderão enxergar os riscos e se livrar dos arrecifes que tentam tragá-los para o fundo. Paulo destaca que todos na comunidade cristã têm algo a contribuir. Cada um pode assumir o papel de servo e, com responsabilidade, exortar uns aos outros em amor, para que a Igreja cresça na Graça e na bondade de Deus. Assim, por meio de suas palavras e ações, o evangelho se tornará atrativo e respeitado por todos.

Por fim, a Graça nos ensina a viver com o foco na eternidade, que é a nossa “bendita esperança” na volta de Cristo. Essa certeza nos motiva a renunciar os pecados e a viver de maneira piedosa e correta. Essa expectativa nos impulsiona e nos dá a perspectiva de que estamos aqui para fazer a diferença.

Que Deus nos abençoe!

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