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A letra mata, mas o Espírito dá a vida

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2 Coríntios 3:5,6

Texto Base:

5 Em nós não há nada que nos permita afirmar que somos capazes de fazer esse trabalho, pois a nossa capacidade vem de Deus. 6 É ele quem nos torna capazes de servir à nova aliança, que tem como base não a lei escrita, mas o Espírito de Deus. A lei escrita mata, mas o Espírito de Deus dá a vida. (2 Co.3:5,6 NTLH)

A expressão de Paulo que “a Letra mata, mas o Espírito vivifica” não é compreendida por muitos cristãos como se deveria. Para eles, o estudo da Palavra de Deus faz com que a fé morra, e por isso aprender a Bíblia não é tão necessário quanto a uma vida cheia do Espírito Santo. Este conceito é um erro, pois precisamos tanto da Palavra de Deus como do Espírito Santo, a fim de termos a vida que Deus dá.

1. A “Letra” mata, mas ela mata o quê?

O contexto do nosso texto base revela que havia falsos mestres infiltrados na Igreja, os quais vinham munidos de cartas de recomendação dos líderes religiosos de Jerusalém. Diziam que Paulo não possuía as mesmas credenciais para pregar o Evangelho, mas eles sim, pois aplicavam os rudimentos da Lei de Moisés no Evangelho de Cristo e isso os tornava aprovados por Deus e pelos homens.

Eles ensinavam que para alguém se tornar em um cristão verdadeiro, deveria cumprir os rituais da Lei Mosaica, e por isso esses falsos mestres eram chamados de “judaizantes”. Para eles, o Cristianismo era aprovado por meio das práticas da Lei Mosaica. Entretanto, para Paulo, o que tornava o Cristianismo aprovado eram as transformações espirituais e morais, que ocorriam na vida daqueles que foram realmente a Cristo. (2 Coríntios 3:1-3)

Para Paulo, o cumprimento de certos rituais religiosos para validar a vida cristã era um desvio da Verdade. O verdadeiro cristão é a pessoa que se submete ao trabalho transformador de Deus no seu interior, realizado tanto pela ação da Palavra como do Espírito de Deus.

Portanto, a Letra, não os rudimentos da Lei, é que combate os desvios espirituais e morais da natureza humana e que ela precisa morrer para os seus apetites, a fim de que o cristão, pelo poder do Espírito Santo, receba e viva a Vida que Deus dá!

A vida aprovada por Deus não se baseia em rudimentos religiosos, ou seja, no que é exterior como na guarda de dias e festas sagradas, circuncisões, comida e bebida, mas em uma vida correta, em paz ou amizade com Deus e com a alegria que o Espírito Santo dá. (Romanos 14:17)

Portanto, a “Letra que sempre mata” é a Palavra de Deus, os Mandamentos de Deus, registrados em Êxodo 20:1-17, que mostram ao homem como ele deve viver, tanto espiritual como moralmente falando, para ser amigo de Deus e pertencer a Ele. Ao ser indagado sobre qual seria o maior de todos os mandamentos, Jesus disse que a Lei de Moisés se resumia em dois mandamentos – amar a Deus e ao próximo como a si mesmo. (Mateus 22:37-40)

Para que cumpramos as ordens divinas, precisamos aprender a morrer para nós mesmos, mas isso é impossível sem a ajuda do Espírito Santo. Como nós podemos amar a Deus sem que O conheçamos? Como cumpriremos a vontade de Deus ao próximo, sem que a conheçamos e a compreendamos? É somente pelo conhecimento do que a Palavra de Deus nos ensina e com toda ajuda que o Espírito Santo nos dá.

Portanto, a Palavra de Deus é a “Letra” que continua nos levando à morte do “EU” – a fonte de todo orgulho e egoísmo, mas só conseguiremos entender “o princípio da morte para a Vida” se obtivermos o conhecimento e a compreensão da Palavra de Deus e do poder do Seu Espírito, a fim de vivermos a Vida que Ele dá.

A “Letra” nos ensina como devemos morrer em Cristo, e ainda, tanto por meio e juntamente com o poder do Espírito Santo, sobre uma vida ressurreta em Cristo neste mundo. Portanto, a “Letra que mata” continua sendo a Palavra de Deus e o Espírito que dá a vida é o Mesmo que agia no Velho Testamento, na vida dos homens que saíram da morte para a Vida. (Salmos 51:10-14)

2. Um ministério aprovado se dá quando vidas são transformadas por meio da Verdade e da ação do Espírito Santo

Em toda igreja local, nós encontraremos o “trigo e o joio”, aqueles que procuram os objetivos de Deus e os que buscam os seus próprios interesses. Portanto, dentro de uma igreja, há os bons e os maus; os convertidos e os que ainda não se converteram a Jesus; os que O servem e os que não! Paulo procura lembrar os cristãos da experiência que tiveram com Cristo:

9 Vocês sabem que os maus não terão parte no Reino de Deus. Não se enganem, pois os imorais, os que adoram ídolos, os adúlteros, os homossexuais, 10 os ladrões, os avarentos, os bêbados, os caluniadores e os assaltantes não terão parte no Reino de Deus. [vd. Gálatas 5:19-21; Efésios 5:5; Apocalipse 22:15] 11 Alguns de vocês eram assim. [vd. Efésios 2:2; Colossenses 3:7. Tito 3:3] Mas foram lavados do pecado, separados para pertencer a Deus e aceitos por ele por meio do Senhor Jesus Cristo e pelo Espírito do nosso Deus. (1 Co.6:9-11 NTLH)

Eles ouviram a mensagem de Deus, creram em Cristo e escaparam de uma vida inútil, tanto para Deus como para a sociedade. Essa transformação não foi ocasionada pela força ou talento de Paulo, mas pelo Próprio Deus. Não era mérito do apóstolo, mas uma ação de Deus!

Paulo não pediu que cumprissem rituais Mosaicos para validar a Nova Vida em Deus e nem uma carta de aprovação pelo seu trabalho, pois eles eram a carta viva, escrita pelo Próprio Cristo! (2 Coríntios 3:2,3)

Cartas de recomendação são aprovações duvidosas, pois, em um momento, as pessoas nos querem bem, e em outros, não! A aprovação pelo meu trabalho entre vocês também é duvidosa, pois ainda estou no processo da aprovação divina, a qual ocorrerá quando eu comparecer perante Ele. Do mesmo modo, a aprovação da sua vida de compromisso com Cristo e os Seus propósitos ainda não se concretizou. (2 Coríntios 5:10)

Por enquanto, assim como Paulo, nós avaliamos os resultados do nosso trabalho para o SENHOR, pelos frutos que produzimos e não por números e o cumprimento de rituais religiosos. Nós sabemos que Deus Se agrada quando nos vê transformados em Cristo e comprometidos com os Seus objetivos.

3. Cuidado com o falso evangelho, pois ele não mata o “EU”, mas a vida de Cristo em você

Porém, Paulo se sentia entristecido ao ver que esses ensinamentos falsos estavam confundindo as mentes dos cristãos de Corinto e fazendo com que se afastassem do caminho correto que lhes foi apresentado por ele. Em vez de morrerem para si mesmos, pela causa do Evangelho, estavam se entregando aos apetites da carne.

O evangelho falso visa aliviar o cristão da luta espiritual e moral, tanto contra si mesmo como contra o mundanismo, para uma vida acomodada e confiante em esperanças falsas. O evangelho mentiroso faz com que o cristão abandone a cruz que deve carregar e acreditar em promessas acerca de um paraíso inexistente e que nunca existirá sobre a Terra.

O evangelho falso não se preocupa com a sua vida espiritual e moral, mas que você desfrute de uma alegria falsa, terrena e mundana, baseada nos favores divinos, sem que você se importe com o que é conveniente a Ele e aos Seus propósitos. Por isso Paulo diz:

Alguns dizem assim: “Podemos fazer tudo o que queremos.” Sim, mas nem tudo é bom. “Podemos fazer tudo o que queremos”, mas nem tudo é útil. (1 Co.10:23 – veja também 2 Co.6:12)

Este verso fala sobre decisões, sobre as suas e as minhas escolhas! A luta interior contra os nossos desejos é grande, mas essa guerra pode ser abençoada por Deus, quando nos decidimos por Ele. Assim era no Velho Testamento, quando o povo de Deus, nas suas batalhas, seguia a Palavra e o Espírito de Deus.

Que nós saibamos decidir o que é bom ou útil para Deus, pois essa escolha será boa e útil também para nós. Que exista em nós o mesmo sentimento de Paulo:

20 O meu grande desejo e a minha esperança são de nunca falhar no meu dever, para que, sempre e agora ainda mais, eu tenha muita coragem. E assim, em tudo o que eu disser e fizer, tanto na vida como na morte, eu poderei levar outros a reconhecerem a grandeza de Cristo. 21 Pois para mim viver é Cristo, e morrer é lucro. (Fp.1:20,21 NTLH)

Quando a “Letra” ou a Palavra de Deus nos fere mortalmente, nós estamos lucrando, a fim de viver em Cristo, pois foi Nele e para Ele que todos nós fomos chamados por Deus!

Que Deus nos abençoe!

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