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João 19:28,29
Texto bíblico base:
& 28 Agora Jesus sabia que tudo estava completado. Então, para que se cumprisse o que dizem as Escrituras Sagradas, disse: — Estou com sede! 29 Havia ali uma vasilha cheia de vinho comum (mistura de vinho azedo ou vinagre). Molharam no vinho uma esponja, puseram a esponja num bastão de hissopo e a encostaram na boca de Jesus. (Jo.19:28,29 NTLH)
Chegamos à quinta declaração de Jesus na cruz. A primeira, foi de perdão; a segunda, de salvação; a terceira, de afeição; a quarta expressou a angústia por ser abandonado por Deus, e a quinta expressa toda a Sua humanidade.
Imagine Jesus, o Criador de todas as coisas, a Palavra de Deus viva (cf. Jo.1:1-3), pedindo um gole de água, pois estava “sofrendo de sede”! Em vez de água, os soldados romanos Lhe deram vinagre ou vinho azedo para beber (uma bebida comum aos soldados romanos). Ninguém podia imaginar ou pensar que as Escrituras estavam sendo cumpridas naquele momento.
& “Quando estava com fome, eles me deram veneno (no hebraico: fel, azedume ou algo venenoso); quando estava com sede, me ofereceram vinagre.” (Sl.69:21 NTLH)
Nós temos muito a aprender com todas as palavras proferidas por Jesus na cruz e, certamente, essa não pode ser uma exceção. Que lições nós podemos tirar dessa quinta palavra?
1. “Tenho sede”! Jesus expressa o Seu amor pelo Pai, por meio da Sua humanidade perfeita.
A Bíblia ensina que Deus tomou sobre si a carne, ou seja, o Verbo Divino (Aquele que é a Palavra – Jesus) se fez carne ou tabernaculou entre os homens. Jesus não deixou de ser Deus nem pôs de lado os Seus atributos divinos. Ele não deixou de ser o que sempre é (o Deus Eterno – “Eu Sou o Que sou”), mas tomou sobre Si o que não possuía antes: a humanidade perfeita. Jesus era o Próprio Deus manifestado em carne – como um ser humano.
Enquanto na Terra, Jesus deu provas da Sua divindade e, por meio da Sua palavra, enfermos eram curados, tempestades eram acalmadas, demônios fugiam e mortos ressuscitavam. Jesus era tão verdadeiramente Deus, que disse:
& 44 Jesus disse bem alto: — Quem crê em mim (quem se compromete Comigo em um relacionamento espiritual e moral) crê não somente em mim, mas também naquele que me enviou. 45 Quem me vê (quem me discerne, averigua, analisa, estuda, explora, examina acuradamente), vê também aquele que me enviou. 46 Eu vim ao mundo como luz (para trazer o entendimento divino sobre a verdadeira vida espiritual e moral) para que quem crê em mim não fique na escuridão (não permaneça na ignorância dos pensamentos e propósitos divinos). (Jo.12:44-46 NTLH)
Jesus, sendo o Próprio Deus, decidiu agir e sofrer como um ser humano, pois eu tenho compartilhado que essa foi a única maneira de o homem observar ou enxergar a sua condição espiritual e moral diante do Criador. O que o ser humano fez a Jesus é o que faz tanto a si mesmo como ao seu semelhante, pela razão de rejeitar os princípios, a verdade e a realidade de Deus.
2. “Tenho sede”! Jesus expressa a intensidade dos Seus sofrimentos em obediência a Deus e a favor do homem.
Procuremos lembrar acerca de tudo o que Jesus passou, horas antes de ser pregado na cruz. Celebrou a ceia com os Seus discípulos, foi para o Getsêmani e sofreu tremenda agonia. Esta cessou quando foi entregue aos Seus inimigos e, depois, foi julgado e maltratado pelos líderes religiosos. Diante de Pilatos, o povo pediu a Sua morte e a libertação de um criminoso e assassino – Barrabás. Passou a noite inteira sendo esbofeteado, chicoteado e escarnecido pelos soldados romanos. Andou pelas ruas de Jerusalém carregando o madeiro, no qual seria crucificado, com feridas abertas e sendo zombado pela população. Jesus chegou ao Calvário cansado, ensaguentado, dolorido, humilhado e pregos foram cravados nos Seus punhos e pés. Na cruz, foi zombado pelos que ali estavam, pelos líderes religiosos, pelos soldados e pelos ladrões. Porém, diante de um cálice tão amargo (cf. Mt.26:39), em nenhum momento Jesus murmurou ou pediu compaixão!
Ao dizer “Tenho sede”, Jesus expressou a intensidade da agonia por que estava passando. Não era uma sede comum. Ela era algo mais profundo do que o sofrimento físico por trás dela. Na Sua quarta palavra na cruz, Jesus clamou a Deus e disse: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?”. Porém, Ele pronunciou essas palavras em Aramaico: “Eli, Eli, lemá sabactani?”
No Evangelho de Mateus, nós podemos ler o seguinte:
& 47 Algumas pessoas que estavam ali ouviram isso (entenderam que ele chamava por Elias, o profeta) e disseram: — Ele está chamando Elias. 48 Uma dessas pessoas correu e molhou uma esponja em vinho comum, pôs na ponta de um bastão e deu para Jesus beber. 49 Mas outros disseram — Espere. Vamos ver se Elias vem salvá-lo! (Mt.27:47-49 NTLH)
À semelhança de um deserto seco e árido, assim as pessoas se tornaram em relação a Jesus. Eles não tinham nada a lhe oferecer a não ser vinagre ou vinho azedo (uma bebida azeda, que os soldados romanos estavam acostumados a tomar). Na verdade, a Sua sede era por Deus em uma terra árida, habitada por uma humanidade seca (insensível, severa, rude)!
Jesus ansiava pela comunhão com o Pai, da qual ficou afastado por “três horas”! No passado e sem saber que pronunciava palavras proféticas, Davi expressou esse momento da cruz:
& 1 COMO A CORÇA procura ansiosamente um riacho, assim eu Te procuro e desejo, Ó Deus. 2 Sinto sede de Deus, do Deus vivo; quando será que poderei estar de novo na sua presença? 3 Dia e noite choro de saudade enquanto meus inimigos, para zombar de mim, perguntam: “Então, onde anda esse seu Deus?” (Sl.42:1-3 NTLH)
Ainda,
& Ó DEUS, MEU Deus poderoso, toda manhã cedinho já vou Te procurar! Preso nesta terra seca, meu corpo e minha alma têm sede de Ti. (Sl.63:1 NTLH)
A sede de Jesus era por Deus! Os que estavam presentes no ato da crucificação do SENHOR entenderam mal as Suas palavras, pois Jesus não pediu um livramento, mas a presença de Deus! Não há verdadeira libertação sem estarmos na presença da Verdade, Daquele que é a Verdade. (cf. Jo.8:32)
3. “Tenho sede” de Deus, de estar na Sua presença, em comunhão com Ele e Lhe oferecer o melhor.
O ser humano negou a Jesus um copo com água! Ele, que alimentou as pessoas com milhares de pães e peixes, que transformou o vinho bom no excelente em Caná, que libertou pessoas de demônios, que curou um número incontável de gente, que fez milagres e que levantou mortos da sepultura, agora, nada tinha à Sua volta para confortá-Lo!
Nós vivemos em um mundo de perplexidades. Como pode um Deus que é Amor permitir tanta dor? Não se esqueça de que o sofrimento que está sobre Ele é proporcionado pela raça humana. É o ser humano que está Lhe impondo essas dores.
Deus deu o livre arbítrio ao homem e, por justiça, não pode curar o mal que reside no coração do indivíduo, se este não O desejar. O homem quer o alívio de suas dores, mas não quer Deus. O homem anseia por libertação, mas foge da Verdade que o liberta verdadeiramente. (cf. Jo.8:32)
Deus tem feito tantas coisas boas para nós, e o que damos a Ele? Vinagre? Temos disposição para os esportes, para videogames, para qualquer tipo de lazer, mas não damos parte do nosso tempo a Ele com prazer. Deus nos tem dado o sustento e as provisões, mas não damos a Ele a parte que Lhe cabe, de acordo com que temos sido abençoados (dízimos e ofertas). Não Lhe damos o louvor merecido; em vez disso, transformamos o momento do louvor em uma danceteria, e lugar de reunião em uma casa de show, para que todos se divirtam.
Na cruz, Jesus mostrou o que o ser humano é. No que ele se transformou! O ser humano é ingrato por natureza e, por tocar nisso, digo que o orgulho é o pai da ingratidão. Tenho comigo que a ingratidão é o traço do caráter de quem é infeliz.
Por acaso você vê nas ruas a felicidade? Claro que não! Você vê nas igrejas a felicidade? Também não! A felicidade está com aquele que faz a vontade de Deus, pois o SENHOR o deixa satisfeito! (cf. Mt.5:6) Por que nós estamos sempre correndo, incansavelmente, atrás de bens, honras, aplausos, prazeres e filosofias? Porque somos infelizes, e essas atitudes revelam a dor que existe em nossas almas.
Nós somos uma sociedade de infelizes! Solidão, ansiedade, depressão, destruição, e dependência têm sido características que marcam as pessoas do nosso tempo. Há pessoas que ficam felizes por estarem ociosas! Em vez de conquistarem o tempo perdido, sendo úteis a Deus e ao próximo, tornam-se inúteis e infrutíferas. Não acrescentam nada à vida nem ao Reino de Deus.
No batismo de Jesus, Deus disse que Ele Lhe dava muito prazer ou alegria (cf. Mt.3:17), e isso significa que o SENHOR deseja ser feliz em nós. Entretanto, em vez de buscarmos a felicidade em Deus, buscamos o prazer ou o interesse pessoal, e assim, entristecemos o SENHOR. Continuaremos sedentos!
Muitos têm dado a Deus o fel, o rancor, a amargura, o desleixo, o comum e a sobra (o resto), à semelhança do que Lhe ofereceram na cruz. Quando dou a Deus o que Ele me pede, ou seja, aquilo que Ele determina que é Dele, significa que eu sou feliz com o Criador. Ele ficará feliz comigo, me deixará satisfeito e participarei de todas as Suas promessas.
Jesus está buscando constantemente a companhia dos Seus, a fim de ter comunhão com eles. Isso é evidente no Seu apelo à Igreja com relação ao Seu iminente retorno.
& 20 Escutem! Eu estou à porta e bato. Se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, eu entrarei na sua casa, e nós jantaremos juntos. 21 Aos que conseguirem a vitória eu darei o direito de se sentarem ao lado do meu trono, assim como eu consegui a vitória e agora estou sentado ao lado do trono do meu Pai. 22 “Portanto, se vocês têm ouvidos para ouvir, então ouçam o que o Espírito de Deus diz às igrejas.” (Ap.3:20-22 NTLH)
Jesus encontra em nossos corações algo que alimenta o Seu coração, algo que O alivia, que Lhe dá prazer, e esse algo é a nossa devoção e amor por Ele. Jesus satisfez a Sua sede de Deus, mas ainda não a saciou de nós. Ele continua insistentemente nos chamando para Si.
Que a minha sede por Deus sempre aumente enquanto eu estiver neste mundo árido e seco. Que eu ouça o chamado insistente de Jesus e que nunca a porta do meu coração Lhe seja fechada.
Que Deus nos abençoe!