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A porta que poucos entram e o caminho que poucos andam – III

(Walter de Lima Filho – Quinta – 02/01/2014)

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Mateus 7:13,14

Na última semana, meditamos sobre as duas portas e hoje, nós iremos meditar sobre os dois caminhos, o estreito e o largo.

1. Entenda o sentido bíblico da palavra “caminho”.

Antes de tudo, qual é o sentido da palavra usada por Jesus para “caminho”? No grego, ela não tem apenas o sentido de uma “estrada transitável”, mas no grego, ela também é definida como “curso de conduta”, sendo o resultado do nosso modo de pensar, sentir e decidir em relação ao que Deus espera de cada uma de nós.

Jesus usou a mesma palavra para Si mesmo como podemos ler: Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim. (Jo.14:6 NVI) Jesus estava querendo dizer, que Ele é o “Caminho”, o modo de vida que Deus aprova.

2. Os interesses dos dois caminhos.

Quando uma pessoa é conduzida por Deus para diante das portas, ou seja, da estreita como da larga, ela deverá decidir sobre qual delas deverá entrar e passar. Então, ela deve tanto pensar, sentir como decidir com responsabilidade, sobre qual delas escolherá. Essa pessoa deverá saber que o Evangelho verdadeiro busca os interesses de Cristo e do Reino de Deus, já o falso, os interesses humanos nesta terra. Esta verdade precisa ficar muita clara, desde o início de nossa caminhada cristã.

3. Ao passar pela Porta Estreita, a pessoa encontrará o Caminho e só se manterá nele, pela ação da Vida que Deus dá e pela Verdade Divina.

Toda pessoa precisa saber que a porta estreita é uma figura de Cristo e que Ele é o “caminho, a verdade e a vida”. Analisemos estes dizeres de Jesus, de trás para frente, a partir da figura da “Porta Estreita”:

Vida. Nós só podemos ser conduzidos à “porta estreita”, pela ação e direção do Espírito de Deus. Ele nos convence em um determinado momento de nossas vidas, a buscarmos a Cristo. Então consideramos o custo da chamada Divina e se a aceitamos, a primeira coisa que recebemos de Deus é a vida de Cristo.

Verdade. A vida de Cristo é sustentada pela Verdade Divina, que vem da meditação e conhecimento da Palavra de Deus. A Bíblia ensina o que é verdadeiro, nos faz compreender o que está errado em nossas vidas, ela mostra como podemos corrigir nossos erros e com a ajuda do Espírito Santo, nos ajuda a fazer o que é correto. Dessa forma, ela nos prepara para conduzirmos nossas vidas dentro da vontade de Deus. (cf. 2 Tm.3:16)

Caminho. Uma vez que temos a vida e a Verdade agindo em nós, procuraremos agir segundo o modo de conduta de Jesus, ou seja, a vida de Cristo que age em nós, nos estimula a termos ações orientadas por Ele e esse é o “Caminho Estreito”.

4. Tanto a porta larga como o caminho amplo não representam o mundo, mas o evangelho ou o cristianismo falso – o mundanismo dentro da Igreja.

A “porta larga” representa um cristianismo falso, o mundanismo dentro da Igreja e, portanto, produz um “caminho” ou modo de vida cristão falso. Essa porta gera um “caminho amplo”, ou seja, um cristianismo mundano. Eu já mencionei, mas reforço a ideia que no caminho largo, o que importa não é a presença de Deus, mas os nossos interesses pessoais. Não há crescimento na vida de fé, mas uma esperança terrena, pois não há interesse pelo conhecimento da Palavra de Deus e nem pelo Reino de Deus. O resultado é um cristianismo sem dor, ecumênico, sem limites, tolerante, o ensino bíblico é desfigurado para que se adapte aos desejos humanos e não aos de Deus.

Portanto, o “caminho largo” não é o mundo, mas é “um cristianismo mundano” e por que eu afirmo isso? Porque o mundo odeia e não aceita os ensinamentos de Jesus, pela razão do Senhor condenar suas obras. (cf. Jo.7:7; 15:18,19) Veja:

O mundo não pode ter ódio de vocês, mas tem ódio de mim porque eu afirmo que o que o mundo faz é mau. (Jo.7:7 NTLH)

Jesus continuou: Se o mundo odeia vocês, lembrem que ele me odiou primeiro. Se vocês fossem do mundo, o mundo os amaria por vocês serem dele. Mas eu os escolhi entre as pessoas do mundo, e vocês não são mais dele. Por isso o mundo odeia vocês. (Jo.15:18,9 NTLH)

Satanás é astuto e se unirá à rebeldia do ser humano, para juntamente com ele, criar um cristianismo que procura se assemelhar ao verdadeiro, mas que é rebelde ao que Deus pede e mundano em seu modo de agir. Há caminho que parece reto ao homem, mas no final conduz à morte. (Pv.16:25 NVI)

5. No caminho largo há coisas boas, mas elas não obtêm a aprovação de Deus.

Uma pergunta: “Por que muitas pessoas entram nesse caminho errado, pensando estarem no caminho certo?” Porque nele há atitudes cristãs! Existe honestidade, atitudes boas, nele se fala de Deus, lê-se a Bíblia, podem-se ver pessoas orando, indo às igrejas, criam-se grupos de ajuda social e tantas outras coisas, que diríamos tratar de um ótimo caminho.

No entanto, tudo o que é feito no caminho largo, não é feito para a glória de Deus. Por que eu digo isso? Porque quando não vivemos para a glória de Deus, ou seja, para ele manifeste o pleno poder da Sua bondade, vivemos para nós mesmos e então, mesclamos atitudes boas com as más. Tudo o que se faz nesse caminho largo é pela motivação da barganha pessoal e política, orgulho e egoísmo.

O caminho de Deus é “estreito”, porque nele há limites, requer caráter cristão, não há como tomar atalhos, mas é ele que nos conduz à vida do alto. Essa vida que vem de Deus é mantida pelo exercício da Sua Palavra.

6. Jesus nunca incentivou as pessoas a segui-Lo, sem que calculassem o custo.

Jesus nunca incentivou as pessoas a segui-Lo, sem que calculassem o custo do Seu chamado. Certa vez, Jesus questionou a fé, até mesmo daqueles que se intitulavam Seus discípulos:

O Espírito de Deus é quem dá a vida, mas o ser humano não pode fazer isso. As palavras que eu lhes disse são espírito e vida, mas mesmo assim alguns de vocês não crêem. Jesus disse isso porque já sabia desde o começo
quem eram os que não iam crer nele e sabia também quem ia traí-lo. Jesus continuou: Foi por esse motivo que eu disse a vocês que só pode vir a mim a pessoa que for trazida pelo Pai. Por causa disso muitos seguidores de Jesus o abandonaram e não o acompanhavam mais. Então ele perguntou aos doze discípulos: Será que vocês também querem ir embora?
(Jo.6:63-67 NTLH)

Jesus não admite seguidores temporais e acidentais, mas homens e mulheres dispostos a se dedicarem Ele e ao Seu Evangelho! Os que seguem o “caminho estreito” devem ter em mente, que enfrentarão perseguições. Vejamos:

E Jesus disse ainda: —Eu digo isso para que vocês não abandonem a sua fé. Vocês serão expulsos das sinagogas, e chegará o tempo em que qualquer um que os matar pensará que está fazendo a vontade de Deus. Eles vão fazer essas coisas porque não conhecem nem o Pai nem a mim. (Jo.16:1-3 NTLH)

Jesus nunca ensinou que o Reino de Deus é uma opção agradável às pessoas fracas, indecisas e vacilantes. Quando uma pessoa se torna cristã, porque segue a Cristo e serve a Deus por meio Dele, ela declara guerra contra tudo que pode conduzi-la ao inferno!

7. A mensagem de Jesus era a mesma, tanto para os seus discípulos como para a multidão que O procurava.

Jesus pode falar conosco e nos chamar de modo manso e suave, mas o caminho que Ele nos apresenta não é tranqüilo e nem sempre agradável à natureza humana. Nesse caminho, a crucificação pessoal é constante. Então ele chamou a multidão e os discípulos e disse: Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me. (Mc.8:34 NVI) Repare que a mensagem que Jesus deu aos Seus discípulos e à multidão, foi a mesma: “Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me”.

Jesus quis dizer o seguinte: “Se qualquer um de vocês quiser ser meu seguidor, deve por de lado os seus desejos pessoais, tomar sobre os seus ombros a cruz e seguir-me de perto.” Experimentemos compartilhar algo assim em uma campanha de bênçãos, prosperidade e vitórias!

8. Por que Jesus apresentava o caminho estreito como algo rude e difícil?

Jesus falava do caminho como algo rude e difícil, a fim de ser verdadeiro e não ser contado entre os mentirosos e os que mercantilizavam ou negociavam o Reino de Deus como se faz nos dias de hoje. Ele queria que as pessoas tivessem o pleno conhecimento da dimensão em que estavam entrando, pois cada caminho as conduziria ao destino da vida ou da morte!

9. Quem torna o caminho difícil, somos nós e não Deus.

O problema da dificuldade do caminho estreito não está em Deus, mas em nós mesmos, ou seja, nas paixões da nossa natureza humana. Alguns exemplos:

• Nós gostamos de ser servidos, mas temos restrições a servir a Deus como ao próximo.

• Nós gostamos das honras, mas não gostamos de honrar a Deus e nem ao próximo.

• Nós somos manipuladores e dificilmente adotamos a ideia de sermos governados por Deus!

• Nós sempre buscamos em primeiro lugar a nossa vontade e não a de Deus.

• Nós sempre desejamos o primeiro lugar e jamais o último. (cf. Mc.10:43-45)

O que Deus nos pede é simples, mas a dificuldade de O obedecermos é devido às motivações dos nossos interesses pessoais. Deus diz no Livro dos Salmos: Pois o SENHOR dirige e abençoa a vida daqueles que lhe obedecem, porém o fim dos maus são a desgraça e a morte. (Sl.1:6 NTLH) Este verso deixa claro a figura do caminho estreito e do largo, como o destino que cada um deles promove.

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