Hebreus 10:23
Texto base:
Guardemos firmemente [i.e. seguremos rápido, agarremos de modo firme, não deixemos ir embora] a esperança da fé que professamos, pois podemos confiar que Deus cumprirá as suas promessas. (Hb.10:23 NTLH)
Na semana passada eu comentei que as promessas de Deus são condicionais, ou seja, para que elas se cumpram, Deus exige de Seus filhos que observem determinadas exigências. Que sejam obedientes às condições impostas por Ele.
As promessas de Deus são disciplinadoras, pois elas nos educam a permanecermos em Deus, a confiarmos em Sua Palavra e a vivermos para a Sua glória. Então, elas promovem quatro situações:
- O evangelismo. Quando uma pessoa que está afastada de Deus sabe, pelo seu testemunho verbal e físico, que você recebeu uma promessa divina em sua vida, a sua mente se abre para ouvir o Evangelho e da realidade de Deus.
- O discipulado. Quando um irmão que anda um tanto apático às coisas de Deus, toma conhecimento do cumprimento de uma promessa de Deus em sua vida, você terá a oportunidade de despertá-lo da sua letargia espiritual.
- O fortalecimento da Igreja. Quando a Igreja ouve o seu testemunho de que se cumpriu uma promessa divina em sua vida, seus membros se alegram e glorificam a Deus.
- As promessas divinas glorificam o Nome do SENHOR, propagam a Sua glória e nunca lhe servirão como um indicador de que você é mais espiritual que os demais irmãos.
Quanto a estes itens e, especialmente, ao último da nossa lista, faço uso do “princípio espiritual e moral” contido nas palavras do apóstolo Paulo:
17 Como dizem as Escrituras Sagradas: “Quem quiser se orgulhar, que se orgulhe daquilo que o Senhor faz.” 18 Pois a pessoa só é aprovada quando o Senhor a aprova e não quando é aprovada por si mesma. (2 Co.10:17,18 NTLH)
Observe o exemplo de Josué, quando ele deu as seguintes ordens aos líderes de Israel:
10 Então Josué ordenou aos líderes israelitas: 11 — Vão pelo meio do acampamento, dando esta ordem ao povo: “Arranjem comida porque daqui a três dias vocês vão atravessar o rio Jordão para tomar posse da terra que o SENHOR, nosso Deus, lhes dará.” (Js.1:10,11 NTLH)
A sua ordem aos líderes se baseava em uma promessa recebida de Deus, na qual havia exigências ou condições:
4 “Os limites dessa terra serão os seguintes: ao sul, o deserto; e, ao norte, os montes Líbanos; a leste, o grande rio Eufrates e toda a terra dos heteus; e, a oeste, o mar Mediterrâneo.” 5 Você nunca será derrotado. Eu estarei com você como estive com Moisés. Nunca o abandonarei. 6 Seja forte e corajoso porque você vai comandar este povo quando eles tomarem posse da terra que prometi aos antepassados deles. 7 Seja forte e muito corajoso. Tome cuidado e viva de acordo com toda a Lei que o meu servo Moisés lhe deu. Não se desvie dela em nada e você terá sucesso em qualquer lugar para onde for. 8 Fale sempre do que está escrito no Livro da Lei. Estude esse livro dia e noite e se esforce para viver de acordo com tudo o que está escrito nele. Se fizer isso, tudo lhe correrá bem, e você terá sucesso. 9 Lembre da minha ordem: “Seja forte e corajoso! Não fique desanimado, nem tenha medo, porque eu, o SENHOR, seu Deus, estarei com você em qualquer lugar para onde você for!” (Js.1:4-9 NTLH)
Observe o conjunto das exigências divinas feitas a Josué, para que ele tomasse posse da Terra Prometida. Agindo pelas exigências divinas, Josué realizaria um feito que glorificaria o Nome de Deus, tanto na sua vida pessoal como na vida de todos os israelitas. Caso agisse fora das ordens de Deus, ele realizaria uma campanha militar que glorificaria a si mesmo, isto é, roubaria a honra que era devida a Deus.
As condições impostas por Deus a Josué exigiam, tanto dele como do povo, uma vida edificada sobre a Palavra de Deus, a fim de que a “Casa de Israel” se mantivesse fortalecida. Deus desejava que ele soubesse que a aceitação e a obediência às condições impostas pelo SENHOR eram o meio para que a promessa se cumprisse, tanto por meio da sua vida como pelo povo comandado por ele.
Josué não recebeu o direito de determinar, reivindicar ou barganhar as promessas divinas para si mesmo, mas aceitou as condições disciplinadoras da parte de Deus, a fim de viver para a Sua glória.
1. Cuidado com o erro de determinar ou reivindicar para si as promessas divinas
As promessas são frutos da Graça divina ao Seu povo, tanto para este mundo como para a Eternidade e, por isso, eu as defino como “temporais” e “eternas”. Além do mais, quando Deus faz uma promessa “temporal” a um de Seus filhos, ela se refere a algo específico para uma situação própria.
“Eu penso” tratar-se de um grande erro a ideia de requerer ou de “tomar posse” (como se diz por aí) para si, a promessa que foi feita de modo específico a um personagem bíblico, em um momento exclusivo. Não devemos supor que a mesma ação divina aconteça a todos e em qualquer tempo como sendo uma obrigação divina. Por que eu digo isso?
A promessa feita a alguém de maneira específica trazia consigo propósitos específicos para um determinado momento. Deus desejava realizar algo muito especial, tanto na pessoa como por meio de sua vida.
Então, quando observamos as promessas feitas a pessoas no Velho e no Novo Testamento, observemos o grau de compromisso das mesmas às condições impostas por Deus a elas, até o cumprimento da promessa. Desse modo, aprenderemos com elas, tanto a respeitar como a servir a Deus adequadamente, por meio dos seus exemplos de fé.
Nós devemos crer que Deus cumpre todas as promessas que faz! Todavia, os “propósitos” para as promessas temporais para os nossos dias são diferentes dos que foram no passado. À Igreja, Deus não está prometendo uma terra física, mas a Eternidade, e esta, a exemplo da conquista da Terra Prometida, só poderá ser alcançada pela observação das condições impostas por Deus.
Então, o nosso foco principal deve estar na Eternidade e não na obsessão pelas coisas mundanas ou terrenas. O nosso foco principal não deve estar em uma vida tranquila neste mundo, mas em fazermos a vontade de Deus, a fim de termos uma vida vitoriosa, a qual vence o mundo e nos mantém no caminho para a Eternidade. (1 Jo.2:17)
2. As promessas divinas não são incondicionais. Não confunda promessas com decretos divinos
Muitos confundem os desígnios ou decretos de Deus com promessas. Há um tempo, eu ouvi um pregador dizendo: “O que foi prometido por Deus acontecerá, independente de nossas ações. Temos como exemplo de Promessa Incondicional do Arrebatamento da Igreja!”. Então, ele citou 1 Tessalonicenses 4:16-18. Vejamos:
16 Porque haverá o grito de comando, e a voz do arcanjo, e o som da trombeta de Deus, e então o próprio Senhor descerá do céu. Aqueles que morreram crendo em Cristo ressuscitarão primeiro. 17 Então nós, os que estivermos vivos, seremos levados nas nuvens, junto com eles, para nos encontrarmos com o Senhor no ar. E assim ficaremos para sempre com o Senhor. 18 Portanto, animem uns aos outros com essas palavras. (1 Ts.4:16-18 NTLH)
Nestes versos, encontramos a promessa da volta de Jesus e ela independe das ações humanas, pois é um decreto divino que acontecerá em um momento que desconhecemos. Também encontramos uma determinação divina àqueles que ressuscitarão: primeiro os mortos e depois os que ainda estiverem vivos.
Contudo, qual é a condição para se encontrar com Jesus nos ares e ir para o Céu? O texto é claro em afirmar que os que estavam mortos, morreram mantendo o seu compromisso com a vida e com a missão de Cristo, e a mesma condição precisará estar na vida dos que ainda estiverem vivos naquele glorioso dia!
O meu desejo é empregar meus esforços para estar fazendo a vontade Deus em todo o tempo, até o Dia da volta de Jesus, estando eu morto ou vivo!
Que Deus nos abençoe!