(Walter de Lima Filho – Domingo – 10/11/2013)
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Salmos 1
Nós temos visto que o homem que abençoado por Deus com Suas muitas bênçãos é feliz! Ele se torna uma bênção para abençoar outras pessoas e entende que essa é a sua missão nesta terra. É por isso que ele não se deixa levar pelos conselhos dos maus, não segue o exemplo dos que não querem saber de Deus e não se associa intimamente com os que zombam das coisas sagradas. Ele sabe que agindo assim, continuará sendo abençoado e será sempre uma bênção ou um canal das bênçãos Divinas para este mundo.
Na semana retrasada, eu falei sobre o “O HOMEM QUE É ABENÇOADO POR DEUS COM SUAS MUITAS BÊNÇÃOS”. Na semana passada, nós meditamos sobre “O HOMEM QUE SE TORNA UMA BÊNÇÃO” e que isso se dá, para que ele abençoe muitas outras pessoas. Hoje, eu quero finalizar a nossa meditação neste Salmo, procurando falar “DO HOMEM QUE PRECISA DAS BÊNÇÃOS DE DEUS”. (Sl.1:4-6)
Para entendermos o homem que precisa das bênçãos de Deus, é necessário que sigamos o pensamento do Salmista. Então,
“O mesmo não acontece com os maus…” (1:4a)
Ele está seguindo a ideia anterior, que é a seguinte: O homem que é abençoado com as muitas bênçãos de Deus se torna uma bênção e abençoa muita gente com as bênçãos Divinas que estão na sua vida. Esse homem é comparado a uma árvore “replantada” junto a um fluxo de água corrente e que dá muitos frutos. Sua vida não seca e tudo o que faz é proveitoso.
O mesmo não acontece com aquele que é “ausente, desobediente, que não reverencia” a Deus e à Sua Palavra. Até o verso três, nós encontramos um homem temente a Deus e no verso quatro, os que não respeitam Seus princípios santos e elevados.
O salmista não se preocupa com a prosperidade falsa e momentânea dessa classe de pessoas, ou seja, as que são hostis a Deus e às pessoas. Ao compará-las com os verdadeiros filhos de Deus, que se fortalecem com as Escrituras Sagradas, elas se alimentam de si mesmas, vivem sob a ganância de seus desejos carnais e não percebem que estão secando e morrendo paulatinamente.
Jeremias compara os perversos a uma árvore não replantada, mas que vive no deserto: Assim diz o Senhor: Maldito é o homem que confia nos homens, que faz da humanidade mortal a sua força, mas cujo coração se afasta do Senhor. Ele será como um arbusto no deserto; não verá quando vier algum bem. Habitará nos lugares áridos do deserto, numa terra salgada onde não vive ninguém. (Je.17:5,6 NVI)
O que Jeremias está dizendo é o seguinte: “Amaldiçoado é o homem que confia nas suas próprias forças, ou seja, na sua própria capacidade humana e afasta o seu coração do Senhor. Ele será sempre como uma pequena árvore seca no meio do deserto. A sua vida será como o solo seco e salgado, uma terra onde ninguém é capaz de viver. A verdadeira felicidade passa sempre muito longe dele!”
Essa árvore apresentada por Jeremias se refere, segundo os estudiosos, a um arbusto ou árvore de pequeno porte denominada como “tamargueira”. Ele pode oferecer sombra perfeita sem tirar toda a luz do sol. Traz uma atmosfera muito agradável, suas raízes podem crescer por mais de 80 metros em busca de água, que pode ser salgada, porque pode eliminar o excesso de sal pelas pontas de suas folhas. Quando sua folhagem cai, aumenta a salinidade do solo, reduzindo ainda mais a capacidade de outras plantas continuarem vivas ao seu redor.
A tamargueira se parece com as pessoas que o salmista procurava evitar, a fim de ser abençoado por Deus. Como a tamargueira, essas pessoas parecem boas ao oferecer amizade, algum conforto, ânimo, mas o fruto real que elas proporcionam aos que se associam a elas é a aridez de alma, solidão e morte lenta – um afastamento paulatino de Deus e de Seus princípios.
Jeremias diz que esse tipo de gente vive na solidão. Solidão é mais do que estar sozinho, é também um estado de alma, um sentimento que traz sofrimento, vazio e insegurança, mesmo tendo muita gente ao redor. Há famílias de quatro ou cinco pessoas que vivem numa mesma casa, comem, conversam, passeiam juntos e sofrem de solidão.
Alguém disse: “Foi a solidão que me tornou poeta.” Porém, que tipo de poesia esse homem oferece? Sensualidade, libertinagem, incredulidade, maus costumes, rebeldia, egocentrismo, medo, a deturpação do amor e da liberdade? É só observar as letras da maioria das canções.
A solidão deveria conduzi-lo a Deus, a fim de se render a Ele e se alimentar com a Palavra de Deus, pois um homem abençoado por Deus com Suas muitas bênçãos, jamais será prisioneiro da solidão, porque ele terá a companhia íntima do Senhor, além da Sua família espiritual.
O salmista mostra a vida de solidão que o homem ausente de Deus leva e apresenta a razão dela:
“Eles são como a palha que o vento leva.” (1:4b)
O salmista não compara o homem mau a uma árvore, mas à palha.
Era costume na Palestina levar as espigas para um lugar alto, a fim de separar a palha dos grãos. Eles jogavam os grãos para o ar e o vento exercia o seu papel de levar a palha para longe, enquanto o trigo que caia no chão era recolhido. Os grãos ficavam juntos e palha separada do trigo era levada pelo vento. A palha que não era levada pelo vento e caia no local da separação, era “juntada e queimada”. A palha levada pelo vento “se perdia” pelos campos.
O pensamento que o salmista quer passar é este: a palha, ao ser levada pelo vento, é “conduzida para longe, afugentada, dispersada, enxotada, separada”, pela ação do homem e do vento.
É interessante meditarmos na palavra “vento”. O termo hebraico “ruwach” significa mais que o ar em movimento. Ele também significa gás, uma coisa vazia, fôlego de ar, o espírito humano como sede das suas emoções e desejos. Além disso, esse termo hebraico significa a ação do Espírito Santo ou sopro de Deus.
Quero lhes mostrar pelo menos, quatro ocasiões em que o sopro ou vento Divino aparece na Bíblia e seu efeito:
• Na formação do homem, quando Deus soprou para dentro dele o “fôlego da vida. (cf. Gn.2:7; Is.42:5) O sentido é que Deus dá vida, a renova e a sustenta!
• Ele é usado na travessia do Mar Vermelho, quando o povo estava sendo perseguido pelos egípcios. (cf. Êx.14:21; 15:10) O sopro Divino pode abrir caminhos de libertação em favor do Seu povo, salvando-o dos seus inimigos.
• Quando Davi, após ter pecado, pediu ao Senhor que o ajudasse a ter uma nova vida, sincera nos pensamentos e com o desejo de servir ao Criador. (cf. Sl
.51:10,12) O sopro Divino restaura o homem em todos os sentidos.
• O mesmo vento (‘ruwach’ no hebraico e no grego ‘pnoe’ = fôledo de vida) encheu os discípulos de Cristo no dia de Pentecoste, em Jerusalém. (cf. At.2:2) O sopro Divino dá uma qualidade de vida poderosa aos que Lhe obedecem e que esperam Nele.
No entanto, o mesmo termo assume o significado de vazio, vaidade, orgulho e inutilidade. Isso pode ser visto nas palavras de Salomão: Tenho visto tudo o que é feito debaixo do sol; tudo é inútil, é correr atrás do vento! (Ec.1:14 NVI)
Então, essas definições nos dizem que os seres humanos podem ser separados de Deus e de Seu povo, pela fragilidade e inutilidade tanto pelos seus interesses pessoais como pelo próprio Deus, que não aprova a sua condição de vida infrutuosa e rebelde.
Esse termo também assume uma forma de julgamento Divino, quando Deus, pelo Seu “sopro”, dispersa para longe de Si e de Seus escolhidos, os que não O conhecem e não são conhecidos por Ele. Isto fica evidente nas palavras de Jesus: Muitos me dirão naquele dia: “Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? Em teu nome não expulsamos demônios e não realizamos muitos milagres?” Então eu lhes direi claramente: “Nunca os conheci. Afastem-se de mim vocês, que praticam o mal!” (Mt.7:22,23 NVI)
Perceba que eles tentam dar respostas favoráveis ao “Grande Juiz”, que é Cristo, tentando resistir ao Seu veredito, mas sem sucesso, e isso nos leva ao verso cinco do Salmo Um.
“Por isso os ímpios não resistirão no julgamento, nem os pecadores na comunidade dos justos.” (1:5)
A pergunta é: Por que os rebeldes e perversos não conseguirão resistir ou dar respostas favoráveis ao “Eterno Juiz”, a fim de mudar o veredito de Deus a favor de suas vidas? Porque Deus conhece as intenções de seus desejos ou corações.
Deus conhece a motivação dos nossos atos, pois Ele é Onisciente! Ele sabe se nós estamos buscando uma condição de vida elevada ou interesseira, se O estamos buscando para sermos salvos de uma geração corrupta e transformados em Cristo, ou se O temos apenas como uma “tábua de salvação”. Um exemplo do que estou falando pode ser visto nas palavras de João Batista, que enxota os líderes religiosos por aceitarem o batismo com uma motivação errada. (cf. Mt.3:1,2,6,7)
Assim como é impossível manter a palha com o trigo, é também manter os pecadores na comunidade dos que vivem para Deus. É impossível haver comunhão entre a luz e a escuridão, á água e o óleo, o pecado e a santidade. Alguém que ama a Deus, que é abençoado com Suas muitas bênçãos e que se torna uma bênção, não poderá permanecer associado com os que não O amam, pois é assim que o salmista inicia o seu salmo. (cf.1:1)
Então, alguém me questionaria: “Por que Deus permite que o mal conviva com o bem?” Em primeiro lugar, porque esse é um desígnio Divino, e em segundo, porque muitos que praticam maldades ou que tratam as “coisas do alto” com desdém, ouvirão a voz de Deus, se arrependerão de suas vidas vazias e se submeterão a Ele como à Sua vontade por meio de Jesus Cristo.
O apóstolo Pedro disse: O Senhor não demora em cumprir a sua promessa, como julgam alguns. Pelo contrário, ele é paciente com vocês, não querendo que ninguém pereça, mas que todos cheguem ao arrependimento. (2 Pe.3:9 NVI)
Por que Deus quer que todos abandonem a prática do que é mal, sigam a Jesus e sirvam a Deus num espírito de obediência? Por que Ele deseja abençoá-los com muitas bênçãos e torná-los “bênçãos” ou presentes Divinos para este mundo.
Nós estamos diante de Deus, que é Onisciente (conhece todas as coisas), Onipresente (está em todos os lugares) e Onipotente (o Todo-Poderoso). No entanto, muitos consideram a Sua onisciência e onipresença, mas não o Seu poder para mudar e transformar suas vidas. Eles sabem que estão errados, que Deus vê seus erros e suas intenções, mas não se rendem ao Seu poder transformador.
Conhecer a Sua onisciência e onipresença pode se tornar apenas em um conhecimento teórico, mas quando o Seu poder nos toca e nos enche, nós abandonamos nossa vida de pecados, O seguimos e O servimos por meio do Espírito de Cristo. Então, a nossa experiência com Deus deixa de ser teórica e passa a ser verdadeira, íntima ou de conhecimento mútuo. Por isso, Jesus disse aos Seus discípulos: Mas receberão poder quando o Espírito Santo descer sobre vocês, e serão minhas testemunhas (…). (At.1:8 NVI)
Com esse pensamento em mente, vejamos que o salmista conclui o seu salmo com uma verdade, na qual devemos seriamente acreditar.
“Pois o SENHOR dirige e abençoa a vida daqueles que lhe obedecem, porém o fim dos maus são a desgraça e a morte.” (1:6)
Deus só pode “dirigir e abençoar” com Suas muitas bênçãos a vida daqueles que O conhecem pela obediência. Essas pessoas são conhecidas no seu íntimo por Deus e Ele é conhecido em Seu íntimo por elas. Elas entendem as razões de Seus planos e vontade.
Então, essas pessoas se submetem a Ele por meio de Cristo e são fortalecidas com o Seu poder, com um novo estilo de vida e não seguem mais seus vazios, mas o Espírito e a Palavra de Deus. Elas experimentam a plenitude da Sua graça e a vida poderosa que Ele dá! O contrário se dá para com os que perseveram na desobediência e na maldade.
Quem é o homem que precisa das bênçãos de Deus?
• É aquele não é feliz na prática do bem, ou seja, da vontade de Deus, mas que se alegra e se deleita na prática do que é mal.
• É aquele que não tem prazer em meditar e ouvir a Palavra de Deus para orientar sua vida.
• É aquele que segue seus próprios desejos pessoais e não aprende a ouvir a direção do Espírito de Deus.
• É aquele que não produz frutos espirituais ou proveitosos, que manifestam a plenitude da bondade Divina.
• É aquele que vive uma vida longe do fluxo contínuo da vida Divina, na solidão e na motivação dos seus próprios pensamentos.
• É aquele que sabe não estar sendo dirigido por Deus, porque é desobediente.
• É aquele que sabe ou sente que seu final será a desgraça e a morte – a separação eterna de Deus.
Portanto, entenda o caminho para buscar as bênçãos de Deus e ser uma bênção.
1. Esforce-se para praticar a vontade Deus, ou seja, o que a Bíblia chama de “bem”.
2. Sinta prazer em meditar e ouvir a Palavra de Deus, pois você terá a orientação Divina.
3. Cuidado com os seus interesses pessoais, pois você poderá perder a Vida Verdadeira.
4. Cuidado com os seus planos pessoais.
5. Cresça no exemplo de Cristo, a fim de produzir frutos espirituais e manifestar uma vida proveitosa
em todos os níveis.
6. Procure viver sempre no fluxo da vida Divina e fuja da autossuficiência e das motivações erradas.
7. Cultive uma vida de respeito e obediência a Deus.
8. Creia nas riquezas contidas na graça e na vida que Deus lhe dá.
Antes de terminar, eu gostaria que você fizesse um paralelo deste Salmo com a vida de nosso Senhor Jesus Cristo, pois este Salmo é uma apresentação da vida Dele. Jesus viveu estas verdades e Deus O exaltou sobremaneira! Jesus Se tornou Senhor e Salvador para todos os que Nele creem!
Tome cuidado com o que você está buscando e o modo como busca o que você quer, para que não tenha dores de cabeça e de consciência no futuro, pois um dia você comparecerá perante o Senhor e Ele será o Justo Juiz da sua vida!
O homem de Deus disse: A bênção do Senhor traz riqueza, e não inclui dor alguma. (Pv.10:22 NVI) Ele está dizendo o seguinte: Que a bênção do Senhor é a base da verdadeira riqueza, pois não traz tristezas e preocupações. Deus abençoe grandemente a sua vida!