Texto base:
Salmos 42:1,2
1 Assim como o corço deseja as águas do ribeirão, assim também eu quero estar na tua presença, ó Deus! 2 Eu tenho sede de ti, o Deus vivo! Quando poderei ir adorar na tua presença? 3 Choro dia e noite, e as lágrimas são o meu alimento. Os meus inimigos estão sempre me perguntando: “Onde está o seu Deus?” (Sl.42:1,2 NTLH)
Deus, Sua presença e a Sua Palavra na sua vida são o que te sustentam em tempos de aridez e abatimento. Quem nunca se sentiu abatido? Mesmo os que têm fé e sabem que Deus não os desampara, em certos momentos, terão sentimentos de tristeza, de abandono e abatimento. O que pensar e fazer nesses momentos?
O nosso texto base nos diz sobre o salmista:
- Ele se compara a um corço do deserto à procura de água;
- Ele tinha sede da presença de Deus, do “Deus vivo”;
- Ele ansiava ardentemente por “ver o rosto” de Deus, a fim de adorá-Lo;
- Ele diz que seu choro e as suas lágrimas eram o seu alimento dia e noite (vd. Isaías 30:20 – pão de does);
- Ele era constantemente questionado acerca de onde estava o seu Deus.
1. Acreditar e ter fé em Deus não o isenta de infortúnios
Muitas pessoas afirmam que servir a Deus significa não ter problemas. Cuidado com esse tipo de declaração, pois haverá momentos em que você dormirá e acordará chorando, mesmo crendo em Deus.
Enfermidades, conflitos familiares, desempregos, inimigos, afrontas, dúvidas e tantos outros infortúnios poderão surgir. Conforme Jesus ensinou (vd. João 16:33), procure lembrar que este mundo é um caldeirão de problemas, especialmente aos que amam a Deus e a Sua Palavra. Tenha coragem para viver de modo a agradar a Deus em um mundo que não O deseja.
Eu sei que você acredita em Deus e é por essa razão que está aqui! Todavia, assim como o salmista, você precisa entender que Deus não está preso a uma casa ou a um Templo físico, mas que Ele vive o tempo todo com você! Talvez, você não O perceba devido ao fato de estar dando muita atenção aos que zombam da sua fé (como no verso 3: “Onde está o seu Deus?”) e à fragilidade dos seus pensamentos e sentimentos.
2. Os principais agentes contrários à sua fé residem no seu interior
Assim como o salmista, o momento de dores chegará e você terá de lutar contra seus pensamentos e sentimentos, a fim de resisti-los com confiança em Deus.
Por que estou (dentro de mim) tão triste? Por que estou tão aflito (inquieto, amargo, murmurando, perturbado, abatido ou caído)? Eu porei a minha esperança em Deus e ainda o louvarei. Ele é o meu Salvador e o meu Deus [i.e. “Minha alma, descansa no íntimo do SENHOR e espera Nele, porque eu hei de exaltá-Lo, pois Ele é a minha salvação (heb. Yeshuah) e o SENHOR que comanda a minha vida”]. (Sl.42:5 NTLH)
O salmista reagiu contra os seus pensamentos e sentimentos. Ele decidiu dar um passo além das suas dores e lágrimas. Ele decidiu lutar contra a sua condição emocional, levantar o rosto e confiar que Deus transformaria seus caminhos (vd. Salmos 37:5). Ele decidiu fazer da força do SENHOR a sua força, a fim de tornar a sua espera em Deus ativa e não passiva. (vd. Salmos 37:3)
3. A sua crença em Deus pouco prova, mas sua a fé, quando viva, sempre será provada
Ele decidiu agir com confiança “Naquele que sempre é Fiel”! Ele decidiu transformar as suas crenças em uma fé viva no seu “Deus Onipresente”. Onde ele estava não havia o Templo, um coral cantando hinos, alguém que lhe explicasse a Bíblia ou que orasse por ele. (vd. João 4:23; Isaías 6:3) A sua fé estava sob prova e não a sua crença. (vd. Hebreus 11:6)
O salmista compara o seu momento a um deserto, onde só há areia e pedras, calor e frio, sem água e alimentos. Mas ali estava Deus, a Sua Força, Seu Auxílio bem presente na sua angústia. (vd. Salmos 46:1) Ao comparar-se com o corço do deserto, ele aprende uma lição: o corço não desiste pela procura da água. Ele sabe que ela existe e que a encontrará. Mesmo estando nas terras secas do deserto, esse animal não se deixa abater até encontrar o seu líquido precioso. Do mesmo modo, age aquele que ama a Deus!
Há momentos em que os seus pensamentos e sentimentos se parecem a um exército feroz e poderoso, que, com seus gritos, tentam desanimá-lo. Você busca recursos para combatê-los e não os encontra. É impossível não sentir inquietação e medo, pois isso é natural no ser humano. Nesses momentos é necessário que você tome a mesma decisão do salmista: “Deus é mais que uma crença. Ele é real e o SENHOR é Aquele que comandará a minha vida! Vou confiar na Sua ajuda fiel e não e não aceito permanecer nessa condição de tristeza e abatimento!”
O abatimento o faz sentir como alguém perdido em um deserto seco e sem recursos. No entanto, o deserto não significa o ponto final da história da sua vida, mas o lugar onde Deus deseja lhe falar, testar suas intenções para com Ele, torná-lo humilde e fortalecer a sua fé, a fim de ser perseverante, enquanto Ele o conduz às Suas promessas. (vd. Deuteronômio 8:1-3)
Na Bíblia, “o deserto” sempre representa o lugar onde Deus fala e refina a fé. Ele é o lugar ou o momento da vida onde, em meio às perplexidades e o abatimento, a pessoa terá de decidir se dará a Deus o direito de conduzir a sua vida, dependerá Dele, ou se renderá aos impulsos dos seus próprios pensamentos e sentimentos, os quais são frágeis e carnais.
4. Questione sempre sobre qual poder está comandando a sua vida
Em meio às suas lutas e, portanto, nos seus desertos solitários, você terá de olhar para dentro de si e refletir: “Qual é o poder que está comandando a minha vida? Eu estou sendo conduzido por Deus ou pelos meus pensamentos e sentimentos?” (vd. Provérbios 3:1-7; 4:23; 14:12)
Em vez de se render às fragilidades dos seus pensamentos e sentimentos, os quais poderão conduzi-lo paulatinamente à destruição completa do seu ser, apegue-se ao exemplo de Paulo:
7 (…) nós que temos esse tesouro espiritual [i.e. que é o conhecimento da grandeza de Deus, que brilha no rosto de Jesus Cristo] somos como potes de barro para que fique claro que o poder supremo pertence a Deus e não a nós. 8 Muitas vezes ficamos aflitos, mas não somos derrotados. Algumas vezes ficamos em dúvida, mas nunca ficamos desesperados. 9 Temos muitos inimigos, mas nunca nos falta um amigo. Às vezes somos gravemente feridos, mas não somos destruídos. 10 Levamos sempre no nosso corpo mortal a morte de Jesus para que também a vida dele seja vista no nosso corpo. (2 Co.4:7-10 NTLH)
Paulo sempre se encheu do conhecimento do Eterno e compreendeu a Sua grandeza na Pessoa de Cristo, por meio da Palavra de Deus. Todo o conhecimento adquirido lhe deu a consciência e a confiança de que o SENHOR, nos seus desertos, era a Sua “Água e o Seu Alimento”, a Sua “Luz” na escuridão e ao longo dos seus dias, a Sua “Força e o “Auxílio Sempre Presente”. Depois dos seus dias sobre a Terra, a “Vida Eterna”, o Seu “Paraíso” e o Seu “Descanso Eterno”, diante da Glória do Seu rosto.
Nunca nos faltarão desertos, a escuridão e dias cheios de tristezas; todavia, nesses momentos, Deus nunca nos faltará! Que nós não nos ausentemos Dele e da Sua Palavra nessas circunstâncias, pois Ele tem sido a nossa proteção e força, a ajuda de que necessitamos no dia da angústia. Resistindo aos agentes contrários à nossa, pedimos:
Que Deus nos abençoe!
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PENSE E REFLITA:
- Leia os textos bíblicos entre parêntesis que estão no meio e no final dos parágrafos. Qual deles chamou mais a sua atenção? Decore-o e pense sobre que você fará a respeito do que leu.
- Qual é o significado da comparação entre o desejo do corço pelas águas do ribeirão e o desejo do salmista pela presença de Deus? Como essa comparação pode lhe ajudar a entender a sua busca por Deus?
- Como você pode lidar com a sensação de estar distante de Deus, assim como o salmista que clama para estar na presença do Deus vivo? Como você pode cultivar uma vida de aproximação, que o ajudará a satisfazer essa sede por Deus?
- Como você pode lidar com as adversidades e a perseguição, por causa da sua fé em Deus? Como você pode manter a esperança e a confiança em Deus, mesmo quando questionado acerca da sua fé?
- Como o salmista reagiu contra seus pensamentos e sentimentos interiores? Que palavras de fé ele usou ao se dirigir à sua alma?
- O que Paulo considerava como o seu grande tesouro? O que significa ser um pote de barro nas mãos de Deus? Como essa metáfora pode nos ajudar a compreender nosso papel como filhos e servos de Deus?
- Como você pode manter a fé e a esperança em meio às dificuldades, como as aflições, as dúvidas e os ferimentos que enfrenta?
- Como a morte e a ressurreição de Jesus podem ser aceitas como um princípio de vida e inspirá-lo a perseverar na sua fé, como também expressar a vida de Cristo através de você?
- Honestamente, como Deus tem agido nos seus desertos, nos momentos sombrios e no seu dia a dia?